quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Olhar para trás... e sorrir

Este post da Eu Mesma obrigou-me a pensar na rapidez com que passou este ano. Relembrei a sequência de acontecimentos que levaram a que nos conhecessemos e tudo o que passamos juntas, tudo o que conversamos, tudo o que rimos... e é fantástico como uma pessoa que se tornou tão importante para mim tenha aparecido como consequência de algo tão desagradável. Aliás, ainda ontem comentava com outra grande amiga como era bom tê-la como consequência de outro abalo emocional com outros contornos. Suponho que seja a prova daquilo que sempre soube: nunca nada é absoluto, há sempre coisas más no que parece bom e algo de bom nas coisas más. O segredo? Aproveitar tudo o que é bom e aprender com o que é mau. E como eu aprendi...

Este último ano foi agitado e sereno. Mas a minha capacidade de cicatrização emocional está ao máximo e não me imagino agora de outro modo, porque dela depende a serenidade que entretando adquiri. Não foi fácil, tive altos e baixos, as paredes da casa pareceram ameaçar fechar-se sobre mim, senti-me sozinha ao ponto de quase me afogar nessa solidão... mas todos esses momentos maus são só recordações e muito dificilmente voltarão.

No meio de tudo isto, não me perdi. Pelo contrário: sou cada vez mais eu. E gosto! Muito, muito mesmo!

E sorrio ao olhar para trás e ver que não tive medo de assumir roturas definitivas com situações e pessoas que me faziam mal. Definitivas mesmo, porque há pontos de não retorno e coisas que não têm perdão possível. E outras roturas mais subtis, porque não interessa fazer grande estardalhado. Um pouco como aqueles peidinhos esganados mas que não têm cheiro, que só o próprio sabe que deu. Mas sorrio sobretudo a olhar para o que sou e onde estou agora. E para o que o futuro me trará, agora que estou mais forte e com maior capacidade de ser feliz. E que tenho amigos, independentemente da distância a que estão, independentemente do tempo que me podem disponibilizar.

E tenho-me a mim. Completa, segura de mim mesma.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

David, David & David, Lda

Ah, la bella Itália! Há 1 mês estava lá... e também chovia, mas as temperaturas estavam bem mais amenas. E eu não estava a trabalhar!

Para me recordar que a vida também são férias, mostro-vos três Davids de Itália.

Este primeiro estava na Piazza della Signoria em Florença (esta é uma cópia, o original está guardado na Galeria dell'Accademia e eu não estava disposta a pagar). Já viram o rabo do respectivo, agora vai o nú frontal. Se é um homem de tomates, não o é de pepinos. Mas lá que tem um rosto bonito e proporções harmoniosas, isso tem! Excepto o ... coiso, que não perdia nada com mais uns centímetros. Em alternativa, como extensão de pénis (pronto: está dito, está dito!), de um carro potente para compensar! Dito isto, enquanto houver língua e dedo...


Anyway, o segundo David estava à venda por uma quantia módica a qualquer turista com uma lata enorme e pouco amor ao dinheiro. Refira-se que também vi (mas não fotografei) esta versão em boxers. E... a versão XXL... e não, não é o tamanho da cueca mas o da... ora bem, é para o pessoal fingir que não precisa de comprar um carro potente para compensar nada!


Este outro David enerva-me. Azar do caraças, perseguiu-me por Roma inteira, a começar pela estação de comboios onde estava nestes dois enormes cartazes mesmo a rir-se para (ou de) mim. Detesto o homem e aquela coisa que dá por mulherzinha dele. Fiz o voto solene de nunca mais comprar roupa interior Armani. Que eu não tenha uma única peça de roupa interior Armani não me parece relevante: perder um cliente é sempre uma coisa triste, quer ele tenha verdadeiramente existência real ou não. E não estamos em tempo de perder clientes!


Cá para nós, a foto seguinte teria mais valor artístico se fosse firmemente amarrada no pescoço do tipo aí por uns... sei lá, 5 minutos! Só para dar tempo para fazer efeito...


Em todo o caso, a Armani vai dar um salto qualitativo enorme ao substituir o David pelo "nosso" Ronaldo. Não sei se o salto também será quantitativo, porque só mostra o David com os calções VESTIDOS e não sei de fotos do Ronaldo com o... "quantitativo" à mostra ou a adivinhar-se (dito isto, eu tenho fé no nosso Ronaldo). Mas este David, a avaliar pela foto... tem aspecto de precisar de um carro muuuuuuuito potente! É que nem disfarçaram com photoshop, pá! Ou com um par de meias estrategicamente colocado, que foi o expediente encontrado por muito modelo masculino durante muito tempo para não parecer mal!

E pronto, vai uma mulher gastar dinheiro a ver cultura em Itália para isto...

Para verem como eu estava desesperada...

... como estava a dar a publicidade do Pingo Doce na SIC, passei logo para a TVI.

Depois recuperei a presença de espírito e mudei de canal de novo!

NOTA: Acrescento a publicidade porque alguém pode estar a precisar de "esgumitar" e para pessoal que ainda não tinha tido o desprazer de ver esta coisa. Yuuuuuuuuuk! Não recomendado a espíritos sensíveis!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

"És um homem com mamas"

Esta e outra frase foram a única coisa de jeito no filme "morrer como um homem". O homem com mamas era Tónia, travesti e... bem, homem com mamas, porque não fez a mudança de sexo! A outra frase de jeito foi:

"Uma mulher sem dores nos pés não está completa!"

Refira-se que esta última não foi dita por uma mulher a sério mas por um homem vestido de mulher e com uns saltos aí de 10 cm (ou mais). E não concordo: uma gaja a sério encontra o equilíbrio entre uns saltos desconfortáveis mas estupidamente elegantes de agulha para quando está bem e/ou precisa de ser extra-sexy, uns com mais sustentação (mas que a façam mais alta) e uns rasos ou mesmo chinela quando precisa de dar corda aos sapatos ou verdadeiramente tem dor de pés. As gajas já têm a sua quota-parte de dor, não precisam de mais do que a necessária!

A história do filme conheci-a dos jornais e, tanto quanto me lembro, estava bastante fiel. Mas o problema é o do costume dos filmes portugueses: actuações um pouco forçadas e momentos demasiado parados de vez em quando. Mesmo sendo um filme triste e por vezes melancólico. E as músicas... aaaaaaaaaaagh!

Quanto à temática em si, vou atirar uma bomba: não sei o que leva alguém a querer ver um homem vestido exageradamente de mulher a imitar uma mulher a cantar (frequentemente em play-back). Que um homem se queira vestir de mulher ou ser mulher eu compreendo, porque faz parte de todas as partidas que a natureza prega às suas criaturas e que faz esbater a fronteira entre o macho e a fêmea. Que deveria ser uma fronteira marcada, mas nem sempre é. Ninguém tem culpa nem deve ser apontado por ser diferente. Mas isso não é o mesmo que apreciar a espécie de freak-show que são espectáculos de travestis.

Em resumo:

1. Para a próxima vez que não tenha nada que fazer, vou-me deitar a dormir ou a fazer crochet!

2. Este filme entrou para a minha curta (mas preocupantemente crescente) lista de filmes "quero o meu dinheiro de volta".

3. A minha onda de azar com filmes alternativos tem que ser contrariada com uma série muito grande de "Hollywoodices" cheias de efeitos especiais. É que isto anda a passar do exagero com filmes alternativos que não prestam!

Só para terminar, vejam se não é preferível a Sandra Bullock e a outra cidadã que está a imitar a Tina Turner (não sei o nome da actriz) a um gajo vestido de gaja.


sábado, 17 de outubro de 2009

Porque me parece bem e porque está a dar na MTV

E também porque é melhor que o filme com o mesmo título, que está na minha lista de filmes "eu quero o meu dinheiro de volta".

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Frases que me tiram do sério

Há poucas frases que me tiram do sério. Mas estas duas fazem parte da pequena e restrita lista:

"Importa-se de me deixar acabar?"

Esta frase normalmente é dita quando eu sou a cliente por quem me está a prestar um serviço. Ora eu das duas uma: ou interrompi porque era irrelevante o que me estavam a dizer ou não tinha acabado o que estava a dizer em primeiro lugar. Mas acho de uma má educação tremenda tentar-me interromper de pantufas quando na realidade estão a entrar de chancas.

"Está a tentar ensinar-me a fazer o meu trabalho?"

A resposta a esta é muito simples: SIM!!! Porque se eu me queixei é mesmo porque você, que é suposto fazer isso, não o está a fazer bem. Logo, está a precisar de quem o ensine!

Isto de lidar com pessoas nem sempre é fácil. E às vezes apetece dizer asneiras!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O dia em que eu questionei se queria mesmo ser mãe...mas isto depois de me partir a rir!!!!

Ninguém fez a ligação entre as fotos no post abaixo. Mesmo porque não era fácil e era preciso ter visto o mesmo programa na televisão que eu. Aliás, os mesmos dois!

O primeiro era a biografia da ex-modelo Janice Dickinson, a jovem de 54 anos abaixo. Ah, e para quem pensa que se pode continuar exactamente assim daquela idade, fica a saber que (confessamente) aquele bom aspecto tem mais que photoshop! E faz ela bem, apesar de parecer um pouco espantada demais (quase assustada... ou assustadora?). Foi a modelo a quem se atribuiu a origem do termo "super-modelo".


Como modelo foi um sucesso e, para além da moda, contribuiu para um sector em particular da economia americana. A saber: distribuição e comercialização de cocaína, que financiou como consumidora ávida e regular.

Neste momento, como muita modelo reformada, tem outros afazeres. Entre elas uma agência de modelos (que original!). E é aqui que entra a foto do rabo que não o do Sadeek e a minha dúvida em relação a uma maternidade futura!



Ora o segundo programa que eu vi era sobre a agência de modelos da Janice. Em particular sobre o "making of" daquela foto... e é de ir às lágrimas! Estranhamente, é para uma marca de roupa!

O jovem começa a sessão de calções. Até que um fotógrafo decide: "tira os calções".

E ele tira. Desconheço se reforçaram a maquilhagem às modelos para que elas não corassem tanto, mas estou desconfiada que sim.

Tira-se umas fotos e eis senão quando se ouve do fotógrafo dar uma ordem a um assistente (e neste ponto eu recomendo a quem esteja de pé que se sente, senão não me responsabilizo): "pega numa gillette e rapa-lhe os pêlos do rabo". E o jovem cidadão que dá a cara... bem, o cú... bem... as bochechas de trás pela marca de roupa (????) dá o corpo ao manifesto (no caso, a parte do corpo descrita atrás com dificuldade) e é rapado à frente de toda a equipa de fotografia. É que estar todo nú com a mão no bolso não era já suficientemente embaraçoso, na minha opinião e na daquele povo.

E eu a pensar: anda uma mãe a criar um filho para lhe raparem os pelos do cú em público e mostrarem na televisão?

Umas fotos depois diz o fotógrafo para as modelos: "tirem também a roupa, de modo a dar mais impacto à fotografia"! É que estar a ser fotografada a olhar fixamente para a pila de um gajo também não é suficientemente embaraçoso. Mas neste ponto a Janice põe à prova o seu pragmatismo e língua solta quando se vira para ele: "isto não é para vender roupa? Se nenhum dos três tem roupa, o que é que se está a vender ao certo?". Ainda tentaram argumentar que era para pôr ao lado da piscina e tal, mas não colou.

No fim foi LINDO ver o modelo masculino a explicar de quantas maneiras não tinha ficado embaraçado por ter tirado aquelas fotos naqueles preparos. De modo algum tinha também ficado minimamente embaraçado por ter tido os pelos do rabo rapados à frente de toda a gente! E foi aqui que eu pensei: posso um dia ter um filho assim... valerá a pena?

Ou seja, questionei seriamente se quero ser mãe! O risco é simplesmente grande demais! Por outro lado, fiquei a saber que quando for mais nova não quero ir para modelo. Fotógrafa de moda, pelo contrário, há-de ser interessante, porque posso mandar fazer as coisas mais idiotas do mundo sem que me questionem. Pelo menos até uma fulana com uma boca grande (nos dois sentidos) dizer alguma coisa que faz um pouco de sentido.

E pronto, eram estas as minhas reflexões! O mundo da moda é fabuloso, não?

P.S: O modelo para a estátua do Perseu, uns posts atrás tem um rabo mais interessante, não tem?

Quando for mais nova quero ser modelo... ... NOT!!!

OK, o post anterior ainda está a ser mais deprimente do que eu tinha pensado, pelo que tenho que rapidamente o tirar da ribalta.

Por enquanto vou colocar só as imagens à volta das quais girará o texto e mais tarde escrevo o texto (hoje está a ser um dia complicado e amanhã não vai ser melhor, por isso tenham um pouco de paciência.

As imagens estão estranhamente relacionadas, embora não pareça!


terça-feira, 6 de outubro de 2009

"Não ponhas o estado civil"

Tenho estado com pouca vontade de escrever (para falar verdade, com uma vontade danada de não escrever mais no blogue), mas anda-me aqui uma coisa a remexer a moleirinha. E ao menos se não gostar muito de ver este post, sempre me obrigo a escrever outro muito brevemente.

Tenho uma amiga da minha idade (35 aninhos) que já anda há coisa de um ano e tal (talvez mais) com o espectro do desemprego a pairar sobre a cabeça porque há redução de quadros. Vai daí, há que mandar currículos para todo o lado que se lembra e faça sentido. E um dia destes uma amiga disse-lhe isto mesmo: "no currículo não ponhas o estado civil..."

... escusado será dizer que a F. é divorciada...

Fiquei aqui a pensar: um dia destes uma moça de 43 anos e um filho chorou (literalmente) à minha frente a queixar-se (leia-se: a constatar um facto) que é velha para arranjar um emprego novo, dentro ou fora da área em que tem vindo a exercer, e que só conseguirá manter-se com a indemnização que lhe derem durante 6 meses se a despedirem. Esta está velha (aos 35 anos!!!) e divorciada, pelo que poderá ter o estigma também de indesejável.

Passa-se aqui algo de errado ou o problema é mesmo que há empregos a menos e tudo serve para implicar? Tendo a pensar que é mesmo o caso de haver empregos a menos e espero mesmo que seja este o caso. Ou seja, isto resolve-se com o tempo e com a necessidade de mais pessoas para trabalhar quando isto começar a desenvolver de novo. Mas até lá vai fazer mossa em pessoas já com projectos de vida iniciados. Se é certo que não se deve tomar nada por garantido, também o é que eu não gosto de instabilidades. Seja a que nível for.