domingo, 29 de junho de 2008

O caixa de óculos

Fui à praia!

Pronto: está dito, está dito! Hoje fui à praia a horas em que estava cheia de parolos. Ou seja, estava no meu elemento! Bem, para falar verdade, fui um pouco depois das 5 da tarde, quando a maioria dos parolos já tinham debandado porque já estava a ficar para o frescote, por isso acho que a carga parolal seria menor. De qualquer modo já é tarde: eu já sou parola para além do ponto de recuperação, pelo que mais vale assumir-me. Sair do armário, por assim dizer.

O certo é que parece-me que não estava a ser inteiramente justa quando disse que não sou uma mulher de praia. Há anos e anos que não vou à praia para o bronze (nem sei dizer há quantos), mas a verdade é que é daquelas coisas que é como andar de bicicleta: há gestos não se esquecem e são segunda natureza. Gestos como estender a toalha e desapertar o bikini quando se está deitada de barriga para baixo para não ficar com a marca.

Afinal eu tinha umas certas saudades de ir para a praia, mas por um motivo ou outro andei anos sem lá pôr os cotos. Não é o mesmo que dizer que faria férias de lagosta (vira para cima, vira para baixo, põe creme, repete o processo 200 vezes num dia durante 15 dias até morrer de tédio), mas lá que me soube bem este momento de parolice, soube. Tenho que experimentar o início do dia também, porque o fim do dia soube-me pela vida.

Fui ainda tomar banho no mar. Cabelo e tudo. O que teve como efeito secundário toda a gente que entrou no mar num raio de 1 km ter ficado com protecção solar 50+ da Avène. É que quando eu espalho protector solar não é com a mão: é com uma espátula, porque eu coloco MONTES, que depois fica a boiar na água como o azeite na sopa.

Dito isto, vamos ao que interessa: observações. À la Abobrinha!

A minha barriga, assim que se viu exposta ao sol começou aos gritos. Não foi de fome. Quando lhe perguntei o que é que ela queria, e assim que conseguiu recuperar do choque e falar disse-me "óculos de sol!!! Óculos de sol, por caridade!!!". Tadinha, pois se eu há tantos anos não a expunha ao sol directo é normal. Não costumo trazer comigo óculos de sol para a barriga, mas tinha algo melhor: protector solar. Resmas dele, factor de protecção 50+ da Avène! E ela acalmou e acabou por gostar (digo eu).

Observei a fauna e flora locais. Incrivelmente havia outro vegetal ainda mais pálida que eu. E também era uma palidez falsa, porque as pernas estavam transparentes, mas os braços estavam com uma corzinha (não muita, mas um bocadinho). E estava a apanhar banhos de sol de calças de ganga. Simplesmente as calças estavam arregaçadas. Gaja que é gaja sabe o que isto quer dizer: está com o período e não gosta de tampões. É assim tão simples e descomplicado.

Barrigas várias, mais peludas e menos e pernas com graus de celulite vários. O costume! A paisagem é tão interessante e desinteressante com o pessoal vestido ou quase nú. E vi uma moça a fazer top-less, o que me lembrou como eu sou velha, porque me lembro em pequenina de se falar de se seria ou não decente fazer top-less e se se poderia ou não fazê-lo em praias com grande público. É claro que não é decente! Mas não é indecente! E quem não quer, vira a cara para o lado. Deixem pessoas mais descomplexadas que eu estar à vontade, se fazem favor!

Mas o evento da tarde que me marcou mais foi obervar um casalito de aí 16 anitos. Reflecti sobre como a vida está difícil, como anda aí muita ladroagem e as maneiras que as pessoas arranjam para se defenderem. Ela tinha um bikini cor de rosa muito bonito e ele boxers azuis bebé. Ou seja, estava claramente identificado quem era o menino e a menina. Eles tinham muito fogo, muita paixão e algo de valioso que protegiam com muito afinco.

Beijavam-se, acariciavam-se, por certo trocavam juras de amor eterno (até que os cornos os separem). Mas o tempo todo a mocinha tinha firmemente entrelaçadas as pernas dela à volta da cintura do rapazinho (pensando bem, um niquinho mais abaixo). E eu fiquei a pensar porquê. Ocorreu-me que estivessem a chocar uns ovinhos. Faz sentido: a vida está cara e as pessoas têm que recorrer a expedientes engenhosos para poupar dinheiro. E não deixa de ser genial: no meio das pernas de ambos deveria haver condições de calor e humidade para nascerem uns pitos.... pintos! Desculpem, é que no norte diz-se às vezes pitos, mas vocês sabem que nós às vezes falamos um bocado mal. E pensando bem é mesmo traiçoeiro porque eu apercebi-me que no Brasil o pinto é o pénis de um homem e não é isso que eu estou a tentar dizer.

De qualquer modo seria um disparate pensar que fariam tal coisa porque seria muito pouco prático. A realidade era muito mais estranha e triste e eu só me apercebi do que era quando eles se levantaram: o moço tinha guardado a caixa dos óculos nos boxers e a moça estava a ajudá-lo a protegê-los. É que a vida está cara e uns óculos custam uma fortuna! E há por aí muito gatuno sem escrúpulos.

Fiquei com pena do rapazinho porque usar óculos é obviamente uma limitação: quando se levantaram para ir à água, só a mocinha é que foi. É claro que ele não podia, porque senão estragava tanto a caixa como os óculos. E, como eu disse, a vida está cara.

Quando eles foram embora pensei como sou afortunada: não só nunca ninguém me roubou os óculos como se roubasse ia tendo dinheiro para os substituir. Daí que não tenha necessidade de guardar os óculos como o rapazinho. O que é bom, porque senão daria a impressão de ter um pénis completamente erecto dentro do bikini, o que seria pouco apropriado, no mínimo.

Fui embora já sem este pensamento na ideia, com o corpo cheio de sal causa do banhinho(vantagens de não ter que guardar a caixa dos óculos no bikini). Estou ainda a apreciar a sensação da pele ligeiramente quente por ter sido beijada pelo sol já fraquinho do fim do dia e a massagem nos pés dos lindos seixos e da areia dura ao pé da água.


E uma última dedicatória para a Gipsy Queen, que parece estar a morrer de saudades aqui do burgo: pequena, a praia não foge e vai continuar aqui para quando voltares. Cheia de parolos, como manda a lei! E nessa altura vai saber-te melhor ainda. Beijinhos, moça e goza a Roménia enquanto podes!

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fala puto, carago!

Recordei-me desta expressão que o meu pai dizia que se repetia várias vezes no mato, na guerra colonial em Angola, de cada vez que alguns dos naturais engatavam a falar no dialecto local. Os outros tropas não percebiam nem faziam um esforço para perceber, mas o meu pai começou a apanhar as expressões deles, mas isso seria outra história. "Fala puto" significa naturalmente fala português. Para que se entenda.

A história do meu pai serve para tentar perceber o que significa Mugatxoan.




Mugatxoquem??? Eu explico:

"Mugatxoan '08 apresenta-se como um projecto em trânsito –o acto de ir de um espaço a outro -, e como o lugar e o tempo em que isto sucede."

Começam a ver que isto é arte porque reune os seguintes critérios: não se entende, não faz sentido e faz um alarido muito grande à vota de coisas que são perfeitamente banais para dizer que é arte. Pois "o acto de ir de um espaço ao outro" é arte. E "o lugar e o tempo em que isto sucede" também. É brilhante! Eu, parola como sou, pensei que o primeiro seria deslocar-se (a pé, de carro, ao colinho de alguém) e o segundo onde e quando. Por isso é que eu tenho que trabalhar para comer enquanto há quem faça arte. Dito isto, comer é típico de parolo!

"Entre 9 de Junho e 20 de Julho, o Arteleku e a Fundação de Serralves vão apresentar as seguintes peças: The breast piece (Praticable), de Alice Chauchat; Ohne Worte, Extracto (Praticable), de Isabelle Schad; Performance, de Éric Duyckaerts; A long way back, de Sandra Cuesta; Shichimi Togarashi, de Juan Domínguez/ Amalia Fernández; Sono qui per l’amore, de Massimo Furlan e O decisivo na política…de Jorge Andrade."

O primeiro deve ser interessante, porque "breast piece" nos remete para mamas. Ora mamas é sempre bom e pode atrair público. Mais que uma bica de água filmada durante 1 minuto e projectada nas paredes do Museu de Serralves. "Ohne Worte" parece-me querer dizer qualquer coisa como "sem palavra" (mas acho que tem um erro de gramática, se bem que já não estou em condições de criticar). Atendendo a muita arte que por aí anda, parece-me razoável. O resto parece-me insípido. Gostava mais da minha instalação nos meus tempos de pintora de construção civil (eu avisei que era parola).

Estas palavrinhas estão aqui, no site de Serralves.

Continuo sem perceber o que é Mugatxoan, mas estas imagens podem ajudar. Ou não.




Lá está: o talento de uns é maior que o de outros e há quem ache que por dizer que um balão com umas palavras é arte, torna-se arte. Ou então a palavra "cabeça" na istalação do balão (ou essa é uma performance?) refere-se à tela acima.

Pode recorrer-se ainda ao poder da palavra para entender o que significa Mugatxoan (estas não tenho como referenciar porque recebi por e-mail):

"Mugatxoan é um projecto artístico criado pela Entrecuerpos – Mugatxoan Asociación Cultural, em 1998, construído a partir da ideia de espaço intermédio como lugar de circulação de códigos sendo, portanto, redefinido pelos movimentos contínuos e pelas deslocações a que está submetido."

E isto é suposto querer dizer que... ???

"O projecto centra-se nas manifestações artísticas dos discursos do corpo, cujo suporte é a imaterialidade, apresentando trabalhos que aparecem como a transformação de actos produzindo significados através de uma situação transitória."

Ah! Agora ficou muito mais claro... se bem que continuo sem entender! Eu sei que juízes praticam actos, mas não deve ser isso. A não ser que a cena de pugilato no tribunal de Santa Maria da Feira tenha sido uma performance.

"Em 2001, impôs-se a necessidade de se criarem novas relações que permitisse desenvolver projectos culturais reivindicativos de lugares singulares de experimentação, situação que motivou a parceria da Fundação de Serralves, no Porto."

Menos mal: agora entendi que qualquer coisa envolvia Serralves. Não sei é o que é um projecto cultural reivindicativo de lugares singulares de experimentação, mas cheira-me que me foram ao bolso e que eu gastaria aquele dinheiro a fazer coisas que valessem mais a pena e com menos peneiras.

Se esta gente falasse puto, estou em crer que se esclareceria de vez o que é Mugatxoan. Contudo, ao contrário dos camaradas de tropa do meu pai, eu não estou interessada em saber se estes nativos dizem seja o que for e muito menos se dizem mal de mim. Acho que estou a salvo de uma catanada destes tipos... a não ser que alguém entenda que isso seria uma performance gira e que simboliza o fluir do espaço para o tempo do pretérito perfeito do imaterial do sangue feito seiva no pescoço de um vegetal blogueiro. Nessa altura "Mugatxoan" seria um qualquer trocadilho com o nome Rober Mugabe... aí preocupo-me. De contrário, descobrir o que significa Mugatxoan tem a mesma importância que encontrar o Wally. Ou menos.

Só queria uma coisa: que um dia esta arte seja desmascarada como a fraude que é.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

ASAE prepara-se para f...

... fazer asneiras.



Não entendo porque é que esta sex shop se chama contra-natura. Mais: esta sex shop não é uma sex shop! E porquê? Porque não existe sex shops em Portugal. Porquê? Não sei! Mas não existem. Senão ofendiam as pessoas de bem (o que quer que isso seja).

Seja como for, quando for a Lisboa (e se não ficar muito fora de mão), vou à Rua Nova da Trindade ver qual é o galho. Ou o pau.

Ora uma inspeção da ASAE a uma sex shop (perdão: a uma loja de venda de produtos de massagem e lúdicos, como brincadeiras para despedidas de solteiros)... quais serão os items a verificar?

1. Não está a mais de 300 m de locais de culto.
Resposta: Senhor inspector, local de culto só se for o estádio da Luz ou um centro comercial. Onde é que vê um a 300 m?

2. Os produtos podem ser perigosos porque funcionam a pilhas e elas podem babar.
Reposta: As pilhas sem "h" também babam e ninguém ainda se queixou. E as pilhas com "h" ao menos não fazem filhos nem transmitem doenças.

3. Os vídeos não são suficientemente porno.
Resposta: Pois é, senhor inspector, mas isto não é uma sex shop. Isto é uma casa de venda de produtos de massagem, lingerie exótica e brinquedos. Uma casa de respeito como as outras. Pagamos impostos, e passamos recibo, mas estranhamente toda a gente prefere pagar a dinheiro.

4. Então e ao menos um peep-show?
Resposta: Isso é noutro local de culto.

Eu por acaso tenho uma queixa de um produto que estava numa loja deste calibre numa perpendicular a Sá da Bandeira no Porto: tinha um fato de mulher de rede de corpo inteiro e estava rachado na... mmmm.... na volta não seria defeito... na volta aquela racha era de propósito... acho que vou ter que ir lá investigar de novo!

sábado, 21 de junho de 2008

Toda a noite...

Sussurravas-me ao ouvido. Eu afastava-te, absorta nos meus pensamentos. A cabeça ainda no trabalho e nas preocupações mesquinhas do dia-a-dia, sem tempo para ti. Outros dias haveria que te perseguiria pelo quarto fora, horas e horas até cair na cama ofegante, mas ontem à noite não me apetecia. Também tenho os meus dias, tens que compreender!

Tentaste aproximar-te de novo, de novo sussurrante. Eu cobri a cabeça para não te deixar beijar-me. Mas foste persistente, conseguiste insinuar-te sorrateiramente por entre os lencóis e deste-me uma mordidela no pescoço. Chupaste-me o sangue porque isso é que te dá vida, seu tratante. E depois tenho eu que andar com uma marca, que todos sabem do que é, para que toda a gente saiba o que me andaste a fazer! Começo a achar que nesta nossa relação dou mais do que recebo, mas já sabes que um dia isto ainda vai acabar mal. Não digas que não te avisei!

Pensei que depois de teres o que querias me deixasses em paz. Eu, que sou uma amante exigente, não queria nada contigo e com a tua fixação pela minha pele quente, sonolenta e levemente transpirada pela noite de início de Verão. Eu só queria dormir, descansar, retemperar forças. Mesmo porque isto já dura há uns dias.

Mas tu és teimoso e insaciável. Várias vezes durante a noite me acordaste com as tuas palavrinhas meigas e o teu toque leve. Sabes que me chegaste a magoar? Tens a noção disso? Ah, pois não! A ti só te interessa o teu prazer. Eu que me coce! São todos iguais!

Mordeste-me o rosto, o pescoço, os braços. E isso porque me protegi de ti, senão sabe-se lá o que me terias feito. Dormes de dia, vives de noite, não trabalhas e ainda me chateias. E sabes perfeitamente que a tua paixão não é correspondida.

No outro dia acordei com dores pelo corpo e a cabeça pesada por me teres dado a noite toda. Eu já não estou para estas andanças! E de repente vi-te: estendido ao meu lado na cama, quase morto. Cheio de sangue! Do meu sangue! A tua fome tinha sido a tua perdição: procuraste um cantinho meu mais saboroso e eu rebolei-me para cima de ti esmagando-te. Não entendo: sempre soubeste que eu era um pedaço mais pesada que tu, com que imprudência te meteste à morte?

Ainda mexias um bocadinho. Com um sorriso assassino, estendi o dedo indicador e coloquei-o sobre o teu corpo com força. Não voltas a tocar-me, seu insecto repugnante. Adeus mosquito! Vai para a mosquita que te pariu! Não me voltas a ferrar!

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Como eu ontem molhei as calças, não me importo muito que se saiba e até mostro no blogue

Ontem depois do trabalho fui a Espinho à praia. Porquê? Porque podia e me apetecia! Não tinha ninguém à minha espera, não tinha compromissos a essa hora e não me estava a apetecer ir ao ginásio. Estava inteiramente livre. Livre para ir mais para cima, um pedaço mais para baixo, para o interior se quisesse.

Claro que também estava inteiramente livre para me enfiar pelo mar adentro sem que ninguém se desse sequer conta tão cedo. Não haveria muita gente que me sentisse a falta e não passaria de uma nota de rodapé na vida de todos. É o destino de muita gente não passar de uma nota de rodapé na vida dos outros (ou menos), mas se se vai pensar assim quando tal as praias mais parecem o garrafão da ponte 25 de Abril em hora de ponta, para o pessoal se atirar ao mar. Se bem que eu ainda não tenha percebido porque é que tem um garrafão numa ponte, sobretudo quando o pessoal bêbedo pode cair da ponte abaixo com mais facilidade.

Não sou regra geral mulher de mar, sou mais de rio, de mato e de serra. O ruído do mar não me acalma. A dada altura, quando andei no Reiki (long story...), disseram-me para ir para o pé do mar meditar. Ao fim de 5 minutos vim-me embora porque estava a ficar nervosa com o “basqueiro” do mar a bater contra as rochas. Não sou grande coisa a meditar. E desisti do Reiki. Mas de vez em quando gosto e aprecio o vento a soprar-me nas trombas, a pôr-me o cabelo em desalinho e o cheirinho a sal.

Não tenho grandes momentos mágicos na praia. Com excepção de quando eu e uns amigos no 11º ano planeamos passar a noite na praia para ver o nascer do sol. Para passado 1 hora ganharmos juízo porque estava um frio de morrer e fomos para casa onde estava quentinho e conversamos a noite toda.

Mas tenho um momento mágico ao pé do rio. Um momento em que o tempo parecia suspenso enquanto eu ouvia o rio correr e o telemóvel toca e era quem eu queria que estivese ao pé de mim. Naturalmente a magia seria maior se a presença não fosse só com um romântico "pi-pi", de aviso de mensagem, mas cada qual é o que merece. Mas foi real e foi mágico. Mas já passou.



O plano inicial era fazer a minha caminhada no passadiço de madeira que vai de Espinho até Valadares e substituir assim a hora e tal de ginásio a que me tinha baldado, mas depois olhei para uns meninos a jogar vólei na praia e apeteceu-me meter os pés na areia. Que não tenha reparado se eles eram assediáveis indicia que estou em baixo de forma.



Tirei os sapatos e caminhei em direção à rebentação. Lá está, não aprecio a areia seca por aí além, mas estava a saber-me bem. Gosto declaradamente da areia molhada e firme e da sensação de massagem nos pés. E de olhar para a sombra e ter a ilusão que tenho as pernas tão compridas.



Nessa altura arregacei as calças e deixei que as ondas me viessem molhar os pés e os tornozelos. E foi aqui que molhei as calças, como é óbvio: uma onda mais atrevida e menos bem calculada “chapiscou” o rolinho que tão cuidadosamente tinha feito para cima. Mas não faz mal: nem sempre é mau que uma mulher esteja molhada. Pelo menos é o que diz a Cosmopolitan, mas eu ainda não entendi muito bem o que é que isso quer dizer.



E caminhei na direção em que caminharia no passadiço. A praia só para mim. Uma espécie de SPA privativo à vista de toda a gente. Fui e vim, a tirar fotografias a mim e só ao acaso. Fui e voltei depois de uma caminhada relativamente longa, sempre de casaco vestido porque estava já frio.

Apetecia-me entrar no mar, que estava sereninho. Claro que entraria para sair. Mas como o mar no Norte é muito forte, não tinha quem me acudisse em caso de dificuldade e eu não tenho intenções suicidas, deixei-me estar onde estava. E depois, não tinha fato de banho, por isso as opções seriam toda vestida ou de cuecas. Nenhuma das quais me agradava por aí além. Mas aceita-se piadas acerca da espuma das ondas que me banhavam os pés.

O sol passou de dourado e intenso a laranja, até que se extinguiu. Sentei-me a observar essa passagem e tirei fotografias que sei perfeitamente que não são de todo fieis ao momento, porque são é precisas técnicas especiais para fotografar o sol. Mas é o que há e nem ficou muito mau. As fotografias que tirei de mim com a luz certa têm uma cor dourada que gosto, mas essas não as ponho aqui. Também não ficaram muito bem, por isso não punha na mesma.

Fiquei na praia até ser praticamente noite. E já sei qual vai ser o ginásio improvisado meu ponto G fechar para férias. Só não vou nadar: a mensalidade daquela piscina grande deve ser caríssima!

Voltei para casa com os pés frios, cheios de areia e com aquele formigueiro característico de ter andano na areia. De novo apeteceu-me chorar, mas consegui afastar esse sentimento. Mais uma vez.



Nota: Não tive nada que ver com isto!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

Manual prático para gajas que querem correr sem que as mamas caiam ao chão

Um dia destes frente passava eu de carro frente à Faculdade de Farmácia quando passa uma senhora a correr. Tão inocente acto deixou em mim sequelas psicológocas irreversíveis, não pela pressa da senhora mas pela visualização dos seus seios aos pulos, reclamando liberdade da opressão da camisola verde que envergava. Na realidade, estavam com grande vontade de sair por ela fora, correr e ir fazer paragem ao autocarra para que a dona entretanto chegasse lá. Na altura continuei, fermosa e mas já não segura de que algo de errado se passasse ali.

E assim ando, cismada com aquela figura. Seria aquilo normal? Mas se a mulher nem tinha as mamas assim tão grandes! Pois se fiquei perturbada é porque não deve ser normal, senão já me teria habituado... acho eu! Eu terei algum dia feito aquela figura? Não creio! Mais: não me lembro de muitas mulheres a fazerem aquela figura. Mas lembrei-me logo: isto dava um post bestial e cheio de badalhoquice!

Ocorreu-me a minha infância, quando as mamas ainda não me preocupavam por não as ter. As senhoras corriam para as fábricas aos enxames. As fábricas emitiam um alarme tipo aviso de ataque aéreo 10 minutos antes da hora de entrar e elas tinham que correr a bem correr se não queriam que lhes fosse descontada uma hora no salário. Mas as mamas delas não saltavam em virtude de duas técnicas:

1. Não correr mas caminhar muito rápido, quase como se tivessem vontade de fazer chichi. A componente paralela ao chão da velocidade suplantava em muito a perpendicular, o que dava muitíssimo menos liberdade ao seio para saltar. A bem da nação e da produtividade no trabalho (a outra técnica de produtividade era tempo limitado para ir à casa de banho);



2. O cruzar de braços. Muitas vezes tomado como um acto de desistência era para estas mulheres uma maneira de controlar os seios na sua excitação de ir trabalhar (os homens que com elas trabalhavam) e ganhar dinheiro que lhes permitia dignidade e pão em cima da mesa.

O que me fazia confusão é que os homens iam trabalhar de mota ou de carro, o que nessa altura era natural porque não havia dinheiro ou carta para elas. As mulheres mais tarde passaram a ir de carro, mas entretanto a maioria das fábricas fechou de qualquer modo, o que acabou de vez com o drama de impedir o balouçar dos seios.

O que impede então uma mama de ter vida própria, fora o cruzar de braços? Em francês, um soutien. Um sustentador, portanto. É chique, não é amaricado, pelo que os portugueses adoptaram a palavra como sua. Os alemães chamam-lhe “sustentador de mamas”, ou Buestenhalter, ou BH. O que fez o Herr K indagar porque é que com tantos erros no registo civil não podiam ter escrito Hrippahl em vez de Krippahl para poder assinar BH em vez de um exótico mas inócuo BK (Hippahl foneticamente também teria muito potencial). Nessa altura teria definitivamente ido trabalhar para a Alemanha. Possivelmente para a Victoria’s Secrets. Como designer, como vendedor ou só como apreciador de mamas, embora não esteja convencida que isso seja emprego (ou um emprego mais que aceitável numa agência de modelos). O inglês bra também deriva de uma palavra francesa, mas é um bocado como as minhas vizinhas que diziam trússes em vez de cuecas. Ou seja, uma parolice.

Há coisas que temos que encarar: os seios balouçam sempre. Isso é bom e quando nem sequer acontece é um outro problema inteiramente diferente. O truque é que seja só o suficiente e não demais.

Sendo assim, quando uma gaja vai à aeróbica tem que usar um soutien de ginástica. É que, ao contrário de tudo o resto, é bom que as mamas se mexam o menos possível (entre outras coisas porque não têm músculo). O que me fez estranhar uma coisa que vi na Sport Zone há um tempo, que era o soutien de ginástica de marca própria e que não passava de uma gaze ligeiramente elástica. Um soutien de ginástica não pode ser uma tripa inerte, mas aparentar-se com algo entre um colete à prova de bala e um espartilho. De contrário, coisas muito más podem acontecer.

Um soutien para o dia-a-dia é mais complicado e não pode ser para um post. Teria que ser para um tratado, e eu não tenho tempo para isso. Mas um soutien, seja para que ocasião for, tem que sustentar e dar forma. De preferência arrebitada! E vocês já estão a ver no que é que isto vai dar, certo? No Wonderbra!

O Wonderbra apresentou a Eva Herzigova e as “gémeas” ao mundo. Como se vê na imagem, o forte da Eva e no que toda a gente repara em primeiro lugar são os seus lindos olhos azuis. Depois desta publicidade uns anos, os seios da Eva passaram a ter uma função essencialmente utilitária, já que serviram para amamentar o filho (presumivelmente o pai também brinca com eles). Garanto que quando a Eva corre nada salta. É que o wonderbra é muito confortável e firme, perfeitamente seguro para correr para o autocarro sem passar vergonhas. E se a camisola descair ligeiramente também ninguém passa vergonha, porque o soutien é lindo e fica bem em qualquer lado (nomeadamente no chão do quarto de algum naco de carne mais bem escolhido).

Esta cidadã também fez publicidade ao wonderbra. E fora o fotógrafo, houve um jogador da seleção francesa que também brincou com o conteúdo, porque esta cidadã é a Adriana Karembeu. Uma curiosidade: este delicioso naco de carne é... vegetariana!



Não sei quem é a cidadã que agora aparece no site da Wonderbra, mas nestas duas imagens a minha dúvida é: choca, vontade de fazer chichi, prisão de ventre ou um tiro no fotógrafo? É que a moça é linda, mas as fotografias estão uma lástima! Ou sou eu que sou esquisita? Com a música do site também me estava quase a dar uma coisinha má.



A coisa deve melhorar em breve porque a próxima artista convidada é a Dita Von Teese. Que já foi casada com o Marilyn Manson.

Portanto estão a ver que a figura que fez a senhora à frente da Faculdade de Farmácia foi perfeitamente escusada, mas teve um bem: pôs-me a escrever porcaria. Se quiserem saber tamanhos e copas, têm este site. Pode dar jeito... especialmente se arranjarem alguém de jeito para vos tirar as medidas! O que é um pouco inútil quando só se precisa de uns suspensório, como a outra.

domingo, 15 de junho de 2008

Encontros imediatos

Há pouco, ao pé de casa da minha irmã. É lindo, não é?

Não vos lembra alguém?

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Afinal o preço do gasóleo baixou!

E não só o preço do gasóleo baixou como baixou quase 50%!!! Anda o pessoal aí a fazer bloqueios e a passar camionistas a ferro quando o preço do gasóleo baixou!

Quer dizer, eu fui atestar o depósito e bastaram € 35! Eu estava a gastar € 63! É quase metade, pá! Alguém anda a mentir!

Quando eu disse aqui no trabalho que só gastei € 35 para atestar o depósito disseram-me logo que isso foi porque eu ainda tinha o depósito meio cheio (ou meio vazio?). Mas eu acho que é só inveja e vontade de armar confusão. Não acham? ... ... Não? OK...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Reacção inesperada ao "sexo e a cidade"

Fui ver o "Sexo e a cidade" bem disposta e saí a chorar. Chorei o caminho todo para casa e chorei em casa. Não era a reacção que eu nem a Sarah-Jessica Parker estivéssemos à espera, mas foi o que saiu. Como ela diz em vários momentos no filme, não era razão mas emoção. No meu caso razão e emoção apontam os dois para o mesmo sentido: o que não quero. E como resultado saí da sala a chorar, o que não é normal.

Vão ver o filme, que é excelente, merece ser visto e tem situações e trocadilhos bestiais. Quando eu estiver em condições sou capaz de o descrever como ele merece.

Mais ninguém teve a reacção que eu tive, o que reforça a minha tese de que sou maluca. Completamente. E começa a deixar de ter piada. Mas sou eu e sou velha demais para mudar ou para me aceitarem como sou. Eu incluída.

Eu sabia que devia ter ido ver o massacre da moto-serra ou outra coisa romântica parecida. Mas pensei honestamente que estava a salvo como "Sexo e a cidade". Já me enganei antes...

domingo, 8 de junho de 2008

O resto das fotografias e mais um bocadinho de javardice

Não sei que performance era esta, mas pelos vistos uns tipos com máscara de raposinhos a dançar é arte. Por esta altura até estou inclinada a concordar, sinceramente!


O que não ser se engulo é isto: "SPLASH - Vídeo filmado numa das fontes em frente à Casa de Serralves que regista uma acção simples, mas que pode contribuir para uma reflexão sobre a relação do museu com os seus públicos e sobre o papel de eventos como o Serralves em Festa na redefinição dessa relação. Um jacto de água produzido por uma mangueira de rega faz primeiro aproximar um conjunto de pétalas de flores, para imediatamente a seguir o fazer afastar-se. Segundo o artista, nesta festa "ao mesmo tempo que se dá uma atracção dos públicos o museu afasta-se da ideia de contemplação, talvez o seu propósito original".

O que me aborrece é que alguém foi pago para esta merda, só por vestir uma insignificância com umas palavras que parecem querer dizer algo e vender isso como arte! Mas aquilo tudo era mesmo um vídeo de 1 minuto com o jacto de água de uma fonte em Serralves. Ainda se fosse uma mijadela, eu era capaz de já considerar aquilo arte.


Os putos devem ter-se divertido à brava e ainda tiveram direito a exposição. Ora vejam as fotos. Podem não acreditar, mas dentro do museu grande havia obras bem menos elaboradas. O que me deixou estupefacta foi ver uma amiga minha a concordar comigo quando disse isso: é que ela até é das artes e come muita coisa como sendo arte... estranho!

Não sei se isto é arte, mas eu gostei. Sobretudo porque esta fotografia foi tirada com o rabo em cima de um pouf onde descansei os meus pobres chispes já cansados de tanto andar. Lá está: descansar os chispes também é arte. E se não é, passa a ser.


Fui ainda ver a exposição da fonte dos 100 peixes e tenho que dizer que gostei. Não gostei só: gostei muito! Não tenho uma foto minha para pôr aqui, simplesmente porque não era permitido tirar fotografias (deixo a que está disponível no site de Serralves). Mas a peça era lindíssima e o ruído da água a cair é absolutamente relaxante. Era o tipo de peça que eu era capaz de estar uma tarde inteira a olhar para ela. Se não foram ver, vão que vale a pena. O que é mais do que o que se pode dizer do resto da exposição.

Deixo ainda a famosa fotografia minha de corpo inteiro. O que é curioso é que eu mesma não me tinha dado conta de que tinha as pernas tão compridas. Claro que se pode dizer que era da inclinação do sol e de ser fim de dia, mas isso são só más línguas: vê-se claramente visto que eu tenho pernas compridíssimas. E eu não sou defeituosinha: aquilo são as sombras dos 50 sacos e bolsas que eu tinha aos ombros.

E fotos ainda mais giras. Digo eu. E pronto, para o ano há mais Serralves em festa!


Como Serralves saiu do armário

O que é um armário antigo cheio de bolas de naftalina? Ou um armário antigo crivado de pregos e com umas linhas ligadas?

O que será umas 10 mulheres vestidas de preto, óculos de sol pretos, com um lenço, uma mala e sapatos vermelhos?

E um jogo de futebol projectado numa tenda e relatado com músicos jazz a fazer o acompanhamento?

A resposta a todas estas questões é: é arte. Porque arte é arte. E arte é tudo aquilo que eu digo que é arte.
Eu não sei o que é arte e vivo feliz assim. Se isso me faz entendida ou não em arte, não quero saber e tenho raiva de quem sabe. Mas toda a gente sabe que eu gosto de ir a Serralves e que Serralves esteve em festa este fim de semana.

Eu não estive 40 horas em Serralves, mas hei-de ter estado aí umas 4-5 horitas, sábado ao fim da tarde. Por um lado gostei muito porque tinha povo de carago. Por outro lado estou habituada a ver aquilo mais sossegada... mas é sempre bom ver povo e muitas famílias. Encontrei mesmo amigos que não estava a contar e já marcamos novos encontros, pelo que foi positivo por natureza.
Em termos de arte, houve ovelhas. Mas "ovelhas" soa mal. "Moutons" é mais chique, por isso tivemos "les moutons". Era uma performance! Eu não vi a performance, mas por esta imagem toda a gente sabe que estes tipos se inspiraram na praxe da Faculdade de Engenharia do Porto, onde os caloiros comiam ervinha. Não sei o que tinha a erva, mas a alguns fez bem. Arriscar-me-ia a dizer que aqueles que comeram ervinha onde tinha cocó de cão tiveram mais sucesso profissional (e daí, talvez não). Está visto que comer erva é bom e é uma performance, mas esfregar bosta de vaca é para parolos que ainda por cima deviam saber que a "ingrícola" não está com nada. E tirei umas ideias para indumentária a adoptar se engordar uns quilinhos (dispenso o badalo).


O que vi foi umas 10 gajas vestidas de igual. A coisa estava anunciada como "Quem são estas mulheres? E o que querem elas? Será que os seus sapatos de saltos altos vermelhos põem em causa a segurança nacional? Red Ladies trazem ao Porto uma performance contínua que apresenta um grupo de mulheres vestidas de forma idêntica. Red Ladies mantêm um olhar sobre as coisas. Elas observam. Elas testemunham. Elas colhem evidências. A sua missão é celebrar o espaço público como um sítio de protesto político."

Não me pareceu que elas observassem, testemunhassem ou colhessem evidências. Muito menos me pareceu que pusessem em causa a segurança nacional e menos ainda que fizessem algo aparentado com um protesto político. Mas pelos vistos eu sou uma parolona que não percebe nada de arte. E vivo feliz assim! Uma coisa é certa: correr com aquele saltos não é para meninos. Filmei um vídeo da alegada performance e sou capaz de o tentar pôr no youtube.


Uma outra performance que não vi foi "Do not play music through your mobile phone loudspeaker. It doesn´t make you cool. It makes you fucking annoying" e tive pena. De onde se conclui que o dirty talk não é de parolos está na moda e é arte (especialmente se dito em "estrangeiro". Ou seja, vou ter que começar a escrever palavrões para acompanhar a arte. Ora parece que me basta traduzir este post (que me deu um gozo incrível escrever!).

Ficam a saber quando forem fazer um pic-nic que não é só um pic-nic: pode ser uma performance, basta travestir a coisa da maneira certa. No caso, ser palavroso: "Pic-nic - O projecto resume-se a colocar uma mesa de merenda no parque de Serralves, sublinhando o carácter iminentemente popular do Serralves em Festa, mas também a forma como a instituição museológica tudo transforma em obra de arte, podendo aquele objecto ser confundido com uma escultura, e os usos que dele se fizerem com uma performance". O que reforça o que eu disse: arte é tudo e tudo é arte. Eu ia dizer uma porcaria qualquer como uma ida à cagadeira pode ser arte, mas tenho a certeza que alguém já pensou nisso e fez mesmo uma performance. Tristeza...

E porque é que Serralves saiu do armário? Bem, eu não sei se saiu do armário. Mas lá que os armários sairam para Serralves, sairam! Porque estes e outros estavam no jardim. A fazer o quê? Não sei: é arte! E arte é tudo o que o Serralves diz que é arte. Nem que seja bolas de naftalina ou camélias meias murchas dentro de um armário.

Se arte é tudo e tudo é arte, um jogo de futebol também é arte. Especialmente quando ganhamos 2-0! Afinal o futebol não é parolice: é mesmo arte! Não tenho muitas fotografias desta performance porque estava num sítio muito fraquinho. E também porque só estive lá cerca de 5 minutos: tinha um convite para sushi! E não se diz não a um convite para sushi.


Chamo a atenção que o meu próximo post além de ter mais arte tem também fotografias a que achei mais piada... e uma minha de corpo inteiro...

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sem palavras e nem sei bem poruqê

Já há muito que não faço divulgação científica. Leia-se: já há muito que não divulgo os textos de outra pessoa.

Este post do Luís Azevedo Rodrigues deixou-me de boca aberta e sem palavras e nem sei muito bem porquê. Mas há qualquer coisa naquelas imagens e naquela notícia que me batem forte. Por agora deixo a imagem. Mais tarde tentarei dar a minha visão "resumida" (2000 palavritas?) de porque é que me bate tão forte.


E já agora, visitem o blogue Ciência ao Natural: é que lá vai-se aprendendo qualquer coisinha, enquanto que aqui... nicles!

domingo, 1 de junho de 2008

Reportagem fotográfica de Serralves (menos a performance)

O Herr Krippmeister acha que a minha mania de tirar fotografias às minhas trombas é uma performance (mesmo afinal sendo perto de 400 fotos e não 100 como tinha pensado). Eu perdoo-lhe porque ele é artista, é lindo, tem um rabo jeitoso e olhos de gato... e eu tenho dificuldade em contrariar homens de olhos de gato. Não sendo bem assim, também não interessa porque não vou partilhar as fotos com ninguém. Mas vou partilhar estas.

Naturezas várias. E o dia nem estava assim especial. Imaginem se estivesse!
Morangos silvestres. Ou morangos selvagens? Há um filme com esse nome. Só espero que não seja um filme pornográfico, senão estraga o momento, mas realmente não me lembro! Eram bons. Comi muitos quando era pequenina.


Ir a Serralves mergulhar nos jardins não está completo quando não se vai à casa de chá. Fiquei inicialmente confusa a pensar que faltava a chávena (ver foto de cima). Quando tirei o bule é que reparei que a chávena estava em baixo. Para ser mesmo mesmo genial só era preciso porem a pega para cima, porque ia deixando cair aquela porcaria por ter a pega ao contrário. Mas é lindo e gostava de comprar um igual.

Esta tem direito a foto sozinha. É da latada (?) daquelas florzinhas que me esquece o nome na casa de chá.


Serralves à noite. Nesta noite tive muitíssima pena de ser uma pobre desculpa para fotógrafa porque queria imortalizar certas cenas. Mas cada qual é para o que nasce (pelo menos até me dar ao trabalho de aprender a tirar fotografias à noite).

Há várias maneiras de percorrer o mesmo caminho. Ou mesmo grandes desvios para fazer para chegar a sítios parecidos ao que queríamos percorrer, mesmo porque o caminho pretendido só tem aquela estrada. Podem ser mais incertos, mais irregulares e mais solitários, mas o destino será na certa lindo na mesma.

Novo interesse em Serralves

Não fui fazer nada de novo a Serralves: fui ver os jardins, de máquina fotográfica na mão e com a firme intenção de ir ver a exposição que já lá está há um tempo e que me parece não ter interesse maior que uma rapidinha e um post trocista.

Costumo medir em parte o meu humor pela quantidade de fotografias que tiro, havendo oportunidades de fotografia. Devo ter tirado umas 100. Não sei o que é que isto diz, mas em 98% das fotos que tirei, o objecto era eu. Virei a máquina para mim e fotografei o meu rosto de vários ângulos e a várias luzes.

Apercebi-me que era essa a parte mais importante da visita quando me acabou a bateria: não tinha mais interesse, por isso vim-me embora sem ver exposição nenhuma.

As fotografias não estavam melhores nem piores que em outros dias. Eu não estava mais bonita nem mais feia que nos outros dias. Mas gostei mais de me fotografar e das fotografias. E, como muitos artistas que para aí andam... não quero saber que compreendam a minha arte: eu gostei e já me chega e sobra.

Escreverei um post mais tarde com as fotos que de facto posso mostrar (claro que nenhuma minha). Estava um dia glorioso em Serralves.

Já agora, fica a informação: para a semana que vem Serralves está aberta 40 horas no sábado e domingo. Todo o dia e toda a noite... o Sr. Serralves é potente, carago! Se puderem vão, que vai valer a pena.