sábado, 31 de maio de 2008

Comprei cuecas do snoopy. E nem gosto do Snoopy!

Ontem fiz duas coisas que nunca pensei fazer na vida: comprar um botão que seja na H&M e comprar um "tit tube". Mas o que é que vocês querem: ficava-me bem!

Entrei na H&M como de tantas outras vezes, com a ilusão de que eventualmente poderia haver qualquer coisa para comprar lá. Já muitas vezes entrei e saí pelo mesmo caminho, convencida que as modelos e/ou os fotógrafos de moda deviam ser todos presos por publicidade enganosa: às vezes nem é a nossa figura que não é bem assim (o que é perfeitamente normal: somos todos diferentes), mas simplesmente a roupa que é tão fraquinha que não vale o esforço! Mas de algum modo fica bem nas fotografias.

Desta vez fui iludida por um vestido que vi na montra. Com o barulho das luzes ele até parecia giro, mas uma vez na mão parecia que se desintegraria se eu respirasse com muita força. Mas já que ali estava, comecei a ver roupa. Tive que fazer como o cão antes de se deitar a dormir: dar várias voltas antes de começar a encontrar qualquer coisa no meio daquilo que valesse a pena experimentar. É que parte daquilo é uns furos inferior à feira de Espinho! Muito fraquinho!

Vi o "tit tube" e peguei nele porque as cores eram o máximo. Já que ali estava, mais valia experimentar. E por € 6.90 não vai ninguém à falência! Experimentei e constatei que me ficava o máximo! Na volta o problema era dos "tit tubes" que eu tinha experimentado em Inglaterra. Ou de ter desgostado do nome na altura (ou das tits das bifas). Como sou uma exagerada, comprei dois!

Experimentei ainda uns calções que me ficaram o máximo e me fizeram decidir uma compra próxima: auto-bronzeador! É que se eu me aventuro na rua com aquilo, ainda arranjo a cegar alguém: tenho as pernas tão brancas, tão brancas que pior que isto só a neve ou a areia de uma praia tropical para reflectir a luz! Ainda arranjo a ser presa pela ASAE! O pior é que podem confiscar-me os calções, que ainda por cima me ficam bem!

Experimentei mais umas coisas que só tinha a intenção de experimentar e não comprar e dirigi-me à caixa. Foi aí que tive um reencontro com a minha infância: o Snoopy! Aliás, todos os trintões andam a ter encontros imediatos com a sua infância, mas isso fica para outra altura. Eu nem gostava por aí além do Snoopy, mas 5 pares de cuecas por € 9.90 é negócio! Se levasse 10 eram € 12.90, mas eu tenho um limite auto-imposto para o número de cuecas do Snoopy que aguento na minha gaveta de roupa interior e é de 5 (se não era, passa a ser). Estamos em plena crise dos cereais embora eu ande em dieta constato a necessidade de poupar em bens de primeira necessidade (gasóleo incluído, mas não consigo poupar grandemente). Como é óbvio, espero que nessas vossas mentes porcas se tenha feito uma ligação estranha entre cereais, vegetais, comestibilidade e o Snoopy. Se não fez, é porque o texto está mal escrito ou vocês andam a precisar de uns posts de fufas.

Saí da H&M €65 mais pobre. Não comprei nada de muito extraordinário, mas sou capaz de ter gasto pouco dinheiro em coisas pouco extraordinárias, enquanto noutra loja pagaria muito mais. Acho que vou lá voltar mais um par de vezes. Afinal, gaja que é gaja gosta de uma feirinha de vez em quando. Para a próxima acho que vou ver o departamento de roupa de ginástica, que parecia ter umas coisas engraçadas e acessíveis... que é para depois comprar coisas caras noutra lojas: não dou ponto sem nó!

O que leva uma trintona a dizer que comprou cuecas do Snoopy? Bem, digo porque posso! E porque ninguém sabe quem eu sou. E se descobrirem, eu digo que foi a Joaninha a culpada por ter publicado este post. Não me conformo: uma menina casada a escrever estas coisas!!

A segunda experiência mais perturbadora da minha noite de compras foi constatar a inutilidade de comprar umas sandálias muito giras que vi: tenho aí 3 pares que ainda mal usei este ano, por isso parece-me estourar dinheiro desnecessariamente comprar mais sapatos enquanto o tempo não se decide. Eu tenho uma teoria acerca disso, mas fica para mais tarde. No entanto a parte mais perturbadora das minhas compras nessa noite foi na Morgan, quando vi à venda um par de calças com os tomates a chegar aos joelhos... credo... os anos 80 estão de volta! E não é só o Snoopy!

Para quem verdadeiramente gosta do Snoopy e/ou quer voltar aos anos 80 (de preferência sem calças com os tomates nos joelhos) fica este site.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Qual achas que é a forma mais sexy de o teu namorado passar os tempos livres?

Esta foi a pergunta que fizeram um dia destes na Best Rock (ou na Rádio Cidade, não tenho a certeza) a uma série de meninas. Estava meia de espírito ausente, a conduzir (eu avisei que tenho uma pegada de carbono significativa) e nem estava bem a prestar atenção.

Até que ouvi algumas respostas:

1. Quando sai do banho todo molhado, com uma toalha enrolada e vai fazer a barba. Apetece fazer a barba também:

2. Quando está a jogar playstation de boxers. Acho isso super-sexy!

E mais umas totozadas que não me lembro, mas que me fizeram chegar a várias conclusões preocupantes:

1. O pessoal ocupa tempos livres de forma perfeitamente sedentária. Não admira como é que o pessoal engorda, se desleixa e anda deprimido!

2. Algumas pessoas não sabem o que são tempos livres. Ou isso ou o namorado da totó nº 1 só toma banho quando tem tempo... ... o que me faz rezar para o tipo ter muito tempo e/ou não se chegar ao pé de mim. Para o problema de hirsutismo dela (apetece-lhe fazer a barba???) recomendo uma ida a um endocrinologista e tratamento a laser.

3. As pessoas não sabem o que é ser sexy, o que ainda é mais preocupante! Não nego à partida que um homem a jogar playstation de boxers seja sexy (depende das caretas que faça), mas havia tantas mais opções!

Assim sendo, lanço um desafio: que meninos e meninas respondam à pergunta que faz as vezes de título. E que digamo que é passar os tempos livres e ser sexy. Como o objectivo não é entrar na vida privada de ninguém, encorajo o anonimato (de preferência com nicks imaginativos).

Afinfem-lhe!

Os blogues são a origem de todos os males, incluindo impotência sexual, estrabismo e mau sexo

Ok, o título é exagerado, mas também eu. E pelos vistos também foi o programa que deu ontem na SIC, que eu não vi. Mas o título foi só para chamar a atenção.

Tenciono ver o vídeo algures durante o fim de semana e sugiro que façam o mesmo. Podem encontrar aqui e aqui o vídeo. Nesta última ligação têm ainda acesso a outras opiniões sobre o assunto. Se se justificar farei um post acerca do do mesmo.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Falta de educação

Quando se tem algo para escrever, escreve-se.

Quando não se tem, cita-se.

Mas NUNCA por nunca se pode assinar um texto como se fosse nosso... quando claramente não é! Isso é falta de educação! E chama-se tecnicamente plágio.

Mas foi o que aconteceu com textos do Crestfallen (aqui).

Não há barcos para ninguém, não há barcos para ninguém!

Esta notícia fez-me lembrar a anedota da tribo canibal. Essa tribo tinha prendido 3 ocidentais e ia matá-los, come-los e usar a pele para fazer barcos. Mas antes de os matar concedia um último desejo a cada um.

O primeiro quis todas as mulheres que conseguisse f... ertilizar (era sensível à questão da quebra de natalidade). Morreu na mesma, mas morreu consoladinho. E a pele foi para fazer barcos.

O segundo quis toda a bebida que fosse capaz de emborcar. Morreu, mas de tal maneira mocado que a diferença que fez foi nenhuma porque nem deu conta. E a pele foi para fazer barcos.

O terceiro quis um garfo. Um garfo? Um garfo! Sim, um garfo. Quando lho deram desata a espetar-se e a dizer "não há barcos para ninguém, não há barcos para ninguém!".

Pois a LPN - Liga da Proteção da Natureza - diz a propósito da paralisação anunciada dos pescadores que "Parece-nos positiva a recusa anunciada do aumento dos subsídios aos combustíveis para alguns sectores, como as pescas, uma vez que desequilibram a balança em favor das técnicas de pesca que usam mais combustível”... mas que disparate!

Um disparate nunca vem só e continuam: "A não subsidiação dos combustíveis para as pescas promove maior equidade no sector, com maior valorização do pescado na primeira venda. A tutela deve apostar em soluções alternativas, promovendo as pescarias artesanais que consomem menos combustíveis e que, ao mesmo tempo, produzem pescado de melhor qualidade e consequentemente maiores rendimentos".

Eu concordo! Há dados científicos inequívocos que apontam para elevadas emissões de CO2 por parte dos pescadores. É que os sacanas respiram mais que os outros! Mas que lata! Eu sou mesmo mais radical: dadas essas evidências, deviam ser eliminados os pescadores! O governos está a tomar medidas nesse sentido fazendo com que estes morram à fome ou emigrem para onde lhes paguem em condições.

O que não me parece bem é que não os matem em pelotão de fuzilamento ou por injeção letal: dava menos confusão e era um pedaço mais humano. E resolvia-se as coisas mais rápido, de modo que o pessoal do governo e oposição ficaria disponível para fazer coisas úteis como ir para Bruxelas bebericar chá com estrangeiros e fazer-se a altos cargos que "trazem prestígio ao país" (ainda não percebi o que é que isso quer dizer, mas deve ser genial).

Uma pessoa mais moderada diria que a LCN não está a defender a morte dos pescadores mas só a dizer que os pescadores devem pescar apenas com recurso a remos e redes do século XIV, mas eu não acredito que a LCN queira propor um disparate desses! São claramente pessoas com bom senso!

"Ainda sobre a escalada do preço dos combustíveis fósseis, a associação ecologista aconselha o Governo a aumentar o apoio aos passes sociais e aos bilhetes compatíveis entre vários meios de transporte, ao mesmo tempo que alerta para a necessidade de subsídio para a reconversão para formas de transporte com tecnologias mais eficientes". Isto é tudo muito bonito, mas é mesmo só para quem tem acesso a transportes públicos. Não é o meu caso: eu ando de carro porque não posso andar de outra maneira. Parecendo que não, nem todos vivem e trabalham em Lisboa e Porto. Para falar verdade, a maioria dos portugueses está nessa situação. Ainda não entendi se querem matar-nos também à fome e de isolamento ou se nos querem só sacar impostos para... para... para fazer cenas que beneficiem a população (não sei em quê).

Quando se abre a boca é preciso ver se é para dizer qualquer coisa de jeito ou se é só para sair CO2, vapor de água, perdigotos e aromas vários. A LPN faz um mau serviço ao dizer bacoradas destas: ambientalismo não é ir viver nú debaixo de um chaparro, comer bolotas e cagar na base da árvore para a alimentar. Ambientalismo é pressionar governos e populações para usar a muita tecnologia que temos à disposição para viver e produzir com qualidade, dignidade e respeito pelo ambiente. Porque não são mutuamente exclusivas, desde que se saiba como governar e viver. Eu tenho uma pegada de carbono monstruosa porque tem mesmo que ser. Seria diferente se tivesse mais meios, o que infelizmente não é o caso. Faço o que posso, mas sei que é pouco.

Contudo, há uma figura no jargão de emissões que é as trocas (ou comercialização, ou assim uma merda) de emissões: um amiguinho emite mais e paga a outro que polui menos a sua quota. Os mesmos dados que apontam para uma elevada emissão de CO2 dos pescadores também indica que membros da LPN têm emissões elevadíssimas. Proponho assim ao governo que mate os membros da LPN em vez dos pescadores. Os meus cálculos indicam que nem é preciso uma limpeza total: se optar só pelos que debitam disparates. E ainda fica com créditos!

Assim, em vez de gritar "Não há barcos para ninguém, não há barcos para ninguém!" podemos gritar com mais vantagem "Não há LPN para ninguém, não há LPN para ninguém!".

Haja paciência...

terça-feira, 27 de maio de 2008

O fim último da vida - a minha reflexão

O post anterior não gerou muita quantidade de comentários, mas gerou melhor ainda: gerou qualidade e "food for thought".

A Joaninha apontou rapidamente a falha maior deste texto: o João Pereira Coutinho (entre outras coisas tem um nome colunável) não define felicidade, só diz que o fim último da vida é a felicidade. Ou por outra o autor até define felicidade sem dizer: é não ter filhos que nos preocupem, é tê-los e não nos preocuparmos com o seu sucesso, é não ter o sucesso como meta. Há outro problema: também não define sucesso. Sucesso é felicidade? Mas se felicidade não está definida! Ou seja, o texto é completamente vazio de sentido. Inconsequente.

A vida é para ser vivida... o que é que isto quer dizer? Que a vida deve ser uma eterna festa na praia com o dinheiro dos pais? Fumar, beber, comer, ser politicamente incorrecto? Que devemos viver desprendidos de pessoas e valores? Pessoas como filhos (e pais? E irmãos? E primos? E amigos?)? Como serão as relações pessoais deste indivíduo (fora a parte dos filhos que confessamente não tem)? Como reagirá ele quando um amigo precisa da ajuda dele e de um apoio? Precisará ele de companhia para ser feliz ou a sua felicidade (o que quer que isso seja) bastar-lhe-á?

O fim último é a felicidade... mas o que é a felicidade? Parece-me mais completa a definição de felicidade da Joaninha: felicidade é espalhar a nossa felicidade pelos que nos rodeiam e fazer os outros felizes (também por nos verem e sentirem felizes). Por o inverso ser verdade, quando magoo alguém sofro em dobro: sofro o sofrimento da pessoa a quem causei dor e pela maldade que fiz em ter causado esse sofrimento. E sofro quando sei que estou a causar dor pelo meu sofrimento, apesar de nessa altura querer partilhá-lo para a tornar mais suportável... o que é um paradoxo. Mas quando estou feliz, sou uma excelente companhia. E, independentemente do que sinta, não viro as costas a quem precisa de mim e do meu apoio (a não ser se sinto que farei mais mal que bem).

O Prozac, ao contrário do que pensa o João Pereira Coutinho, não nos dá uma casa de sonho, um marido de sonho, amigos de sonho, férias de sonho. Nem o Prozac nem uma séria de outras coisas. O Prozac e outros anti-depressivos são como o gesso que se põe numa perna partida: ajuda a sarar um osso partido, mas é para tirar ao fim de um tempo. Se não se puser, o osso pode não curar em condições; se se tirar tarde demais, além de incómodo pode ainda fragilizar o osso de tal modo que parta com mais facilidade. Ou seja, é só para uma emergência. Do mesmo modo, uma vida inconsequente não nos vai necessariamente trazer a felicidade (o que quer que isso seja).

A casa de sonho só é de sonho quando ele é atingível (i.e., se pode pagar). De outro modo torna-se um pesadelo. Um marido de sonho só o é quando é real e não imaginado (quando se sabe os defeitos e qualidades e se aceita como ele é). O emprego de sonho só o é quando satisfaz a nossa necessidade de desafios e respeita a nossa necessidade de uma vida pessoal equilibrada (o que quer que equilibrado signifique para cada um).

Um filho de sonho não é o potro de corrida de que fala o João Pereira Coutinho para a maioria dos pais. Claro que um pai quer que o filho tenha sucesso e tenta dar-lhe meios. O que quer que sucesso seja. E é claro que de vez em quando comete exageros. Os pais erram, por definição. Um pai de sucesso não existe. E no entanto existe um pai feliz, o que parece um paradoxo.

Mete-me ainda impressão a parte em que ele mete meritocracia ao barulho. Mas não temos que tentar fazer o que fazemos bem? Somos todos funcionários públicos à moda antiga (recebedores de salário, não fazedores de coisas)? Não vem grande felicidade da noção de se ter feito bem o que nos foi proposto? Isto faz-me lembrar ditos célebres dos tempos de escola como "não percebia nada daquilo e tive boa nota" ou "ele não é inteligente, é marrão". O primeiro denota uma falta de empenho no que se faz e contentamento por ter pervertido um sistema que premeia o mérito; o segundo tira mérito ao que o tem (esforçou-se), porque quem é bom não se esforça mas simplesmente é bom.

Ou seja, não sei o que quer dizer meritocracia. Mas claramente, e para as coisas irem a algum lado, têm que ser bem feitas. O que pressupõe trabalho, esforço, dedicação. Mérito. Se um só se pendurar no que os outros fazem bem, é uma injustiça; se todos se pendurarem no que poucos fazem bem, o sistema colapsa mais tarde ou mais cedo, porque simplesmente não aguenta.


A parte do desprendimento humano mete-me particular aflição. Porque não está na minha natureza, mesmo sabendo que sofro com isso e quanto sofro. Os homens são animais de bando e este individualismo excessivo, esta busca desenfreada e a qualquer custo que me parece denotar este texto tem consequências. Ou só sentirá solidão quem se permite senti-la? Serão esses os fracos?

Não tenho respostas definitivas e não me parece que um autor francês com um nome chique mas dê. Parece-me que vivendo, pensando no que me faz feliz e tentando fazer os outros felizes posso eventualmente encontrar uma resposta ou várias ao longo da minha vida. Ou pelo menos tentar.

Moral da história: quer-me parecer que o texto do João Pereira Coutinho é inconsequente. Não têm mérito. Assim sendo custa-me ter visto este texto propagado como a boa-nova e multiplicado em blogues como tal. Algo está mal.

O fim último da vida - ponto de vista de um autor francês chique e de quem o leu

Não só o cinema alternativo me parece perseguir, mas as reflexões sobre coisas sérias também. Enviaram-me esta mensagem que me está a consumir por muitos motivos. Não estou com tempo nem com cabeça para pensar nela seriamente e queria saber a vossa opinião.

Mas o meu primeiro palpite é mesmo dizer que este menino (João Pereira Coutinho) estava com uma crise criativa e escreveu o pé que estava mais à mão. E saiu asneira. Asneira porque tornou o discurso absoluto e desencantado mas iludido e refugia-se em autores franceses (para ser mais chique)... já não sei nada!

"O fim último da vida não é a excelência!!!!

'Não tenho filhos e tremo só de pensar. Os exemplos que vejo em volta não aconselham temeridades.


Hordas de amigos constituem as respectivas proles e, apesar da benesse, não levam vidas descansadas.

Pelo contrário: estão invariavelmente mergulhados numa angústia e numa ansiedade de contornos particularmente patológicos.

Percebo porquê. Há cem ou duzentos anos, a vida dependia do berço, da posição social e da fortuna familiar.

Hoje, não. A criança nasce, não numa família mas numa pista de atletismo, com as barreiras da praxe: jardim-escola aos três, natação aos quatro, lições de piano aos cinco, escola aos seis, e um exército de professores, explicadores, educadores e psicólogos, como se a criança fosse um potro de competição.

Eis a ideologia criminosa que se instalou definitivamente nas sociedades modernas: a vida não é para ser vivida - mas construída com sucessos pessoais e profissionais, uns atrás dos outros, em progressão geométrica para o infinito.

É preciso o emprego de sonho, a casa de sonho, o maridinho de sonho, os amigos de sonho, as férias de sonho, os restaurantes de sonho.

Não admira que, até 2020, um terço da população mundial esteja a mamar forte no Prozac.
É a velha história da cenoura e do burro: quanto mais temos, mais queremos.


Quanto mais queremos, mais desesperamos.

A meritocracia gera uma insatisfação insaciável que acabará por arrasar o mais leve traço de humanidade.

O que não deixa de ser uma lástima.

Se as pessoas voltassem a ler os clássicos, sobretudo Montaigne, saberiam que o fim último da vida não é a excelência, mas sim a felicidade! "

Queria saber o que pensam acerca do assunto.

NOTA: Suponho que este texto tenha saído no Expresso, deste autor (já agora, não escolhi o texto da ligação por acaso), mas não estou a conseguir encontrar este texto em particular. Se alguém encontrar primeiro, avise-me.

domingo, 25 de maio de 2008

Como eu não fui ver o Ironman

A última vez que fui ao cinema foi quando fui ver o Persépolis, como vos contei aqui. Já lá foi há um tempito e eu andava meia comichosa para ir de novo ao cinema, por isso lá fui eu direita ao Arrábida que, para quem não sabe, tem 20 salas (lisboetas, roam-se!).

Ora quantidade e qualidade não são sinónimos e depois de tudo espremido não havia um de jeito. E eu com vontade de ver sangue. Ainda estive para ver um em que o presidente americano era baleado (ao menos alguém apanhava um tiro), mas estava muito em cima da hora e fiquei na dúvida se o tipo bateria a bota. Acabei por me decidir por outra especialidade que também aprecio muitíssimo: efeitos especiais! Ou seja, Ironman!

O filme era às 21:25 h na sala 11. Entrei e cheguei à única conclusão lógica possível quando vi a sala cheia de lugares vazios: ena, cinema comercial é para os parolos! Eu sou a única a querer ver isto! Não quero saber: eu sou parola e quero ver o ironman!

Às 21:25 h entra um casalito. Afinal há mais parolos! Mas o filme não começa. Lógica como sou deduzo: pois, estão à espera que entre mais gente! E de facto entrou, o que provou que havia uma certa lógica na coisa. E continuei a pensar no que me afligia nesse momento (e antes e depois do filme) e que não era quando começaria o Ironman... e continuei a pensar durante mais 20 minutos.

Quando se apagam as luzes, às 21:45 h começam as apresentações ainda a meia-luz e quando se apagam as luzes começa... um filme diferente. Ora eu tinha entrado na sala 11 de certeza, pelo que toda aquela gente tinha de certeza entrado ao engano para ver outro filme que não o Ironman e, por incrível coincidência, o pessoal do cinema começou a passar o tal outro filme. Ou então tinham-me dado o bilhete para o filme errado! Nunca me ocorreu outra coisa, porque sou uma pessoa lógica!

O filme em si era perturbador. Chama-se " a desconhecida" e é italiano. Fala da história de uma daquelas mulheres de que se ouve falar muitas vezes mas ao mesmo tempo não o suficiente: uma imigrande ucraniana que caiu nas malhas de redes de prostituição. E é mais que abusada, com violência e humilhação desumanas e tratada como um animal de criação intensiva, obrigada a engravidar e dar os filhos, que são vendidos. Na história ela segue quem pensa ser a filha mais nova (mas depois corre mal).

Não vou descrever o filme todo porque seria muito extenso. Ao menos alguém morreu no filme (mais que uma pessoa até), que era o que eu pretendia para relaxar. O filme tinha algumas pequenas inconsistências, o que agradeci porque me fez permanecer na confortável sensação de que aquilo seria apenas ficção (quando a realidade é bem pior). As cenas de exploração sexual não são sensuais mas brutais. E mesmo assim completamente escondidas, o que me poupou o desconforto físico que senti no "4 meses, 3 semanas e 2 dias".

Tenho lido demais sobre este mercado de sexo alimentado de mulheres de países de Leste. Infelizmente tudo o que li bate o filme aos pontos. Apesar de tudo foi um bom filme. E com 20 minutos de atraso não valia a pena ir tentar ver o Ironman. Por isso estão a ver: nem que eu queira ver cinema comercial, o alternativo persegue-me. Mas podia ser pior: podia ter tropeçado num filme de Manoel de Oliveira! Mas aí saía antes que ficasse com o resto do cabelo branco do tédio. Já tenho que chegue, muito obrigada!

Quando finalmente saí da sala apercebi-me porque é que não tinha visto o Ironman: porque eu, completamente distraída, tinha entrado na sala 14. O filme para o qual eu tinha comprado bilhete era na sala 11! Gente burra é outra coisa! E a lógica é um lugar estranho...

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tudo sobre os suspensórios do Jorge Fiel

No post anterior pedi claramente para insultarem o Jorge Fiel. A coisa correu mal... ou bem, porque ninguém teve lata de o insultar e ainda mandaram bocas fabulosas ao Boavista (grande Joaninha!). Mas eu ainda não desisti!

Neste post reproduzo (com ligeiras alterações) um comentário que deixei neste post do Jorge Fiel e que me saiu particularmente inspirado (mas com figuras). Resumindo, o homem anda confuso (será dos ares de Lisboa? Estou a falar da poluição, claro!) e encasquetou que os suspensórios podem ser uma opção ao cinto e à sua incapacidade para lhe segurar as calças. Cá vai a minha resposta:


Guru
Você anda a precisar de óculos: o que a Keyra está a usar nessa capa da Interview não são suspensórios mas um soutien. Você precisa de um soutien? Não me parece! Quer dizer... não precisa, pois não?

Já lhe ocorreu que diminuir a barriga possa ser a maneira mais eficiente de se dar bem com o cinto? Ou é muito complicado para si? E pode ter efeitos secundários muito positivos!


Pode ainda aprender muito com as mulheres: as meias de liga são hoje em dia suportadas por fitas de silicone que fazem aderir suavemente as ditas cujas à pele das pernas. Pode mandar instalar dessas bandas de silicone na cintura e pelas pernas abaixo (assim em rodelinhas). Ficaria absoluta e positivamente ridículo, mas ao menos as calças não lhe caem e nunca mais ninguém se lembrará deste post dos suspensórios. É muito mais giro um post com o título "as minhas aventuras com as tiras de silicone e como elas me arrancaram os pêlos das pernas, mas não deixaram as calças cair". Quem é amiga?
Pode não ser tão sexy como isto, mas você só pediu a solução para o look Cantinflas (para falar verdade, nem isso pediu, mas não vamos estar agora com picuinhices).

Há ainda uma alternativa, que vai beber directamente inspiração ao John Major. Diziam as más línguas que o homem caçava as camisas nas cuecas. Fico por saber como é que se levantou esse rumor (ninguém estava lá para ver) e se é verdade porque isso não foi provado experimentalmente. Eu não sou uma teórica mas uma experimentalista. E não foi provado porque as pessoas não tiveram a iniciativa de lhe pedir para chegar qualquer coisa de um sítio alto, o que permitiria tirar isso a limpo. Uma sociedade constrói-se pela capacidade de iniciativa e claramente os ingleses nunca mais vão sair da cepa torta (eu sei que há algo de errado com esta afirmação, mas agora não estou com tempo para ver o quê).

Não tiveram a iniciativa da minha turma de 7º ano, que conseguiu provar experimentalmente que uma professora não usava soutien. Dito isto, fazendo um pouco de esforço de memória, ela só precisava mesmo de uns suspensórios... pensando bem, nem disso! Mas passado uns anos aderiu ao silicone (e não foi nas meias). Cá para nós, fez ela muito bem se se sentia melhor, mas o look recauchutado era tão bom como o original. Ou seja: muito fraquinho. Já agora, a Solange também recauchutou as mamas, sabia?

Dizia eu do John Major: você pode simplesmente adaptar as camisas e pôr-lhes uns colchetes à altura da cintura. As calças ficam firmes e hirtas como uma barra de ferro. Tem dois problemas:

1. Se alguém tentar verificar experimentalmente se você caça a camisa nas cuecas, fica a falar fininho um tempo (mas se não estiver a planear ter mais filhos e a sua mulher não se importar, não tem problema);

2. O filme de ir à casa de banho torna-se uma longa-metragem. Ou seja, evite trabalhar em fábricas que têm o tempo de ida à casa de banho contada (keep your day job!) e comidas "caganeirizantes".

Qualquer um dos problemas fica resolvido com a aplicação de molas ou de velcro em vez de colchetes.

Dito isto, o objectivo inicial era provar-lhe que os suspensórios são ridículos, mas agora fiquei na dúvida. Mmmmm... não, não há dúvida, são ridículos! Esqueça! É mais fácil o look Cantinflas ou perder a barriga.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Toca a insultar o Jorge Fiel - ou liberta o nortenho que há em ti

Eu estou envergonhada! Deprimida! Nem consigo andar com a cabeça erguida na rua tal é a dimensão da vergonha!

Pois não é que o pessoal decidiu brindar o Jorge Fiel com insultos por causa do infame post do Boavista... e nem sabem fazer a coisa em condições? Insultar é uma arte! Mais que carros descaportáveis (por falar nisso ainda não fui ver a exposição) ou outra coisa qualquer que eu tenha classificado como arte neste blogue (que inevitavelmente descamba em badalhoquice ou mesmo só porcaria), um insulto faz parte da cultura de um povo! É mais etnográfico que um "gancho" folclórico, porque ninguém quer ver "ganchos" folclóricos, mas toda a gente diz uma caralhada de vez em quando. Mais: os "ganchos" folclóricos não evoluem e a fina arte do insulto reinventa-se. NÃO DEIXEM MORRER O INSULTO!!!

Os nortenhos são particularmente caralhoeiros, como podem ver neste post (o que eu me ri a lê-lo de novo!). Não digam a ninguém, mas eu não digo muitas asneiras. Acho que faço mal, sinceramente! Mas cada qual é para o que nasce e eu já sou muito velha para mudar. A propósito, a troca de insultos na Bússola anda uma miséria! Mesmo fraquinho: o meu post estava muito melhor (modéstia à parte).

Os insultos fazem bem à alma. Libertam endorfinas e "naftalina" no cérebro, contribuindo para o bem-estar geral e não raro chamar corno ao vizinho alivia a comichão que os apêndices ósseos da própria testa causam. E depois, há mais "cumbíbio" numa troca de insultos que no sofrer sozinho uma afronta.

A afronta em causa foi a descida de divisão do Boavista (ver este post e ligações) e não um post humorístico do Jorge Fiel. Mas ele é que apanhou por tabela. Eu estou escandalizada com a falta de consideração que merece o Boavista: ameaças torpes e insultos de trazer por casa. A grande instituição boavisteira e o Norte em geral merecia que se insultasse o Jorge Fiel com nível (baixo, no caso). Só para verem como isto é fraquinho, mostro o seguinte, tirado daqui:

"Muito bem.Então, não conhece Boavisteiros ? Great ! És um bocado palhaço.E este post da rapariga do continente então bahhhh é de bradar aos ceus de tão piroso !!!"

Quer dizer... "és um bocado palhaço"? Pá, homens de barba rija prefeririam calçar collants cor de rosa, mini-saia e sapato alto e passear na rua nesssa figura que dizer... és um bocado palhaço! E "é de bradar aos céus de piroso" é tão... maricas (com todo o respeito)! E o que é que tem que ver com o Boavista? E isto para não falar no "great" e no "bahhhh"! Que vergonha!

"Sou 100% BOAVISTEIRO e tenho sangue a correr nas veias (não são só os adeptos do salgueiros, leixões ou da merda do teu clube), tanto que se te visse agora à minha frente arrebentava-te o focinho, seu filho da PUTA."

Ora valha-nos os céus... "arrebentava-te"? Um poeta! E outra coisa: eu também tenho sangue a correr nas veias... irei morrer disso ou também sou boavisteira?

"ó meu filho da puta eu quando te encontrar numa das ruas do Porto eu e mais nove boavisteiros vamos-te enrrabar a sangue frio para te lembrares de nós para sempre. Escaravelho de merda."

Isto de insinuar que os boavisteiros são sodomitas e à dezena de uma vez, parece-me pouco lisonjeiro. Particularmente vindo de boavisteiros. Não que eu tenha nada contra (cada qual come do que gosta e eu tenho imensos amigos homossexuais e gosto muito deles, embora nenhum seja boavisteiro), mas não me parece correcto generalizar. Escaravelho de merda não está também correcto: acho que o nome técnico é escaravelho bosteiro e são giríssimos, pelo que como insulto é uma porra.

Estão a ver que eu tenho motivos para andar deprimida: o bom nome do Norte está comprometido! Mais: ferido de morte!

Daí o meu repto: bute insultar o Jorge Fiel pelo artigo sobre o Boavista com nível! O Norte merece e o Boavista também. O Jorge Fiel também, porque é lisonjeiro ser insultado com nível, mas um insulto de outra ordem não ter um insulto decente dirigido a si. Digo eu!

Eu sei que a maioria dos meus leitores são de Lisboa ou grande Lisboa, mas há dentro de cada um de nós um nortenho a querer sair (no caso de mulheres jeitosas, mais a querer entrar, mas isso já é outra história). Libertem o nortenho que há em vós e insultem o Jorge Fiel! Anonimamente e com nicks de arrancar os cabelos de preferência. Só não vale insultar a família (porque isso não tem piada mesmo).



Já agora, um anónimo também me deixou um miminho aqui. Fiquei sensibilizada... mas como insulto é tão fraquinho que fiquei envergonhada.

"a frustada da magri por ai continua a derreter-se toda para si, qual sopeira junto do filho do "senhor""

(magri é o nick fatela que eu uso no Expresso)

P.S: Isto é muito possivelmente uma má ideia, mas eu vou vendo à medida que a coisa for andando.

domingo, 18 de maio de 2008

Pénis doados por pescadores, caçadores e biólogos

O drama do título, como sempre! As alternativas eram:

"O meu pénis dava um museu" - a quantidade de porcarias que se podiam dizer com ganhar teias de aranha e quantidade de visitas... que entravam... e saíam... tornava logo os museus mais interessantes!

"Dador procura-se" - e depois entrava-se em pormenores.

E os pormenores referem-se ao museu do pénis, na Finlândia, como anuncia esta notícia do Expresso. Os mais dotados ficam a saber que uma "cachalota" considera 20 cm um nano-pénis, já que o falo de cachalote que está exposto no museu finlandês tem 70 kg e 1.70 m de comprimento (as especificações de muito caralho que eu conheço e com uma cabeça bem mais pequena).

Não entendo porque é que 60% dos visitantes são gajas: para que é que eu quero ver um pénis num museu? Dito isto, o que é que os 40% de homens vão fazer ao museu? Trocar cromos? Fazer concursos a ver quem mija mais longe? Ou pedir a lupa emprestada a ver se conseguem ver o próprio Zézinho?

Então e o título do post? O título é um acto falhado da notícia em si, pois depois de noticiar a falta de pénis humanos e a possibilidade de 4 dádivas (a saber: um islandês, um inglês, um americano e um alemão), as jornalistas escrevem "Conservados dentro de frascos de vidro ou embalsamados e pendurados na parede, os exemplares são na sua maioria doados por pescadores, caçadores e biólogos"... eu já tive actos falhados menos óbvios! Numa demonstração de cinzentismo, os verdadeiros 4 dadores vão esperar até depois de morrer... fraquinho! O verdadeiro artista faria uma performance de dádiva da virilidade à arte. Artista convidada: Lorena Bobbit...

E depois, esta gente não lê o meu blogue e fica sem saber coisas essenciais! Já agora, não havia um filme chamado Free Willy?? Não sei se tem alguma coisa que ver com este produto...

Se tivesse uma mulher assim rifava-a!

Claro que rifas é coisa de parolos! Hoje há o E-Bay, o Hi-5, os blogues (e há cada um!), os telemóveis e os blackberries. E de qualquer modo, andar a fazer papelinhos com números e um sorteio é ambientalmente pouco correcto.

A frase mais actual seria: se tivesse uma mulher assim punha-a no Ebay. Nessa altura o seu nome seria Paul Osborn e você seria de Blectchley (??????), Reino Unido. Podem ver a notícia aqui e aqui.

Por uma "cheating, lying, adulterous slag of a wife" (há coisas que dispensam tradução e até fica pior) ofereceram-lhe £ 500 100... é dinheiro! Assumindo que isso são € 630 000 e não € 630... isso é muito mais que 17 anos de casamento com um jornal semanário de prestígio. Um bocadinho deprimente, se formos a pensar no assunto.

O que é que dariam por uma mulher séria e fiel? Fica-me a dúvida! Pensei que ter já um registo de livrete desvalorizaria a mercadoria, mas afinal parece que não.

O que me parece é que o tipo devia ter rifado era o cérebro dele com a indicação "como novo": assim como assim parece ter pouco uso. Alternativamente os cornos, mas aí parece-me que o argumento de venda seria fraco: cornos à muitos!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O drama pouco conhecido das etiquetas gigantes das cuecas

Porto, Rua Sá da Bandeira, dia 3 de Maio do ano da Graça de 2008. Fermosa e não segura (estava de saltos altos e a rua é bastante inclinada) descia a rua um vegetal com forma fálica na sua forma de duas patas e sem um computador à frente.

O incómodo dos sapatos altos e a atracção fatal por outros da mesma raça ou outra diferente levaram-me a espreitar para dentro da montra da Fly London. E lá estavam eles: diferentes e confortáveis. E lá estava ele: um naco de carne com duas patas, sentado a experimentar sapatos. Um homem seguro da sua sexualidade, que não se importa de estar de rabo para a rua porque não tem medo de ser enrrabado. Gosto de homens seguros, mesmo que sejam nacos de carne com uma gordurinha a mais e mesmo com um bocadinho de nervinho. Ou seja, que tenham qualquer coisinha para trincar (músculos firmes de preferência, mas não sou esquisita).

Seguro da sua sexualidade, experimentava sapatos. E foi aí que se desenrolou o drama: ao debruçar-se para calçar um sapato mais apertado ou mais trabalhoso eis que a vejo! Triunfante, livre! A etiqueta MONSTRUOSA das cuecas do naco de carne acena-me furiosamente! Não pensei mais em sapatos e passou-me a dor nos pés!

Como interpretar este acenar? Não será como o da criancinha (15 mesitos) que um dia destes muito de manhãzinha na rua me acenou o caminho todo, sorridente. A mãe nem notou porque a menina estava virada para trás e só nós as duas naquele minuto ou dois é que existíamos. Fez-me ganhar o dia! Este era um acenar diferente, sem dúvida.

Analisemos o cenário: peludo! Muito peludo! Um tufo de pêlo também me acenava! Isto era se havia dúvidas que o homem e o macaco são primos. Via-se do pedaço de rabo pertencente ao pedaço de carne mais do que está estabelecido nas normas ISO 69 de higiene e saúde rabal. Se a ASAE entrava no estabelecimento naquela hora íamos ter um problema.

Ocorreu-me que fosse um aceno de triunfo. Uma afirmação: EU SOU! Nem que "eu sou" seja uma etiqueta de cuecas claramente sobredimensionada, o que é importante é ser-se quem se é e assumi-lo perante o mundo! Não era sequer uma etiqueta anónima mas uma etiqueta saída do armário. No caso, da gaveta.

Seria o aceno só um cumprimento efusivo? Um cumprimento normalmente implica um rosto, o que não acontecia naquele caso. Dito isto, na falta de um rosto completo havia ali elementos de um rosto. No caso, bochechas: duas, para ser exacta (o único olho estava escondido). É então possível que o produto que se me apresentava (a etiqueta) fosse só um efusivo cumprimento. Sendo assim, trata-se de um produto de nicho: um cumprimentador de rectaguarda, para salvaguardar os casos em que o proprietário não consegue satisfazer as solicitações à frente e à rectaguarda. Ou seja, podia a desinibição ser afinal simplesmente uma tendência sexual que não me interessa (não na óptica do utilizador).

Podia ser um apelo à eutanásia: quem é que quer viver num sítio daqueles? Passar a vida a interrogar-se sobre quando é que o gajo vai mandar uma bujarda? Ir à máquina de lavar quando é suposto ser lavado à mão! A vida de uma etiqueta de cuecas é perfeitamente pouco compreendida pela Sociologia moderna, se forem bem a ver! Um drama académico!

É um mistério o acenar das etiquetas gigantes das cuecas!

Eu sou uma mulher de causas. E decidi abraçar a causa das etiquetas gigantes das cuecas (eventualmente também um ou outro pedaço de rabo correspondente que valha mais a pena). No fundo, resumidamente (pois...) este é o drama pouco conhecido das etiquetas gigantes das cuecas: para que servirão, se manifestamente nem para limpar o rabo são úteis? E sim, eu sei que acabei de criar uma ocasião excelente para uma piada acerca da possibilidade de eu ter um rabo grande (pelo menos para quem ainda não desistiu de ler!). Mas aviso já que tenho uma caçadeira apontada e não tenho medo de a usar.

Uma mente convencional dirá que uma etiqueta de roupa tem como função indicar a composição, origem, marca e instruções de lavagem. Um par de cuecas não passa de uma peça de roupa. Mas parece-me muito convencional para um peça com tanto potencial (quer vestido, a aconchegar o que deve, quer no meio do chão). Assim sendo, tenho as seguintes sugestões para futuras utilidades das etiquetas das cuecas:

1. Servir de caderninho de apontamentos. Nessa altura será eventualmente útil ter uma caneta por perto. Assim tipo um moleskine íntimo! Grande obras de literatura dali sairiam, não?!

2. Depois do E-book e do audio-book, o cueca-book. Isto seria particularmente útil para quem sofre de prisão de ventre, esse outro drama pouco conhecido! Em suma, uma merda!

3. Manual de instruções. Esta valência tem muito potencial! Não são os homens sempre a queixar-se que as mulheres não têm manual de instruções? Ora lá está: meninas, detalhem o modo de proceder! OK, isto é manifestamente um exagero (entraríamos no campo dos lençóis, e isto para cuequinha fio dental não dá). Assim sendo, coloquem só as instruções da vossa posição ou prática preferida... e renovem o stock de cuecas de vez em quando... depois de usarem e abusarem das outras... até ficarem beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem gastas! Oiéeeeeeeeeeeeeee!!

4. Kama Sutra. Isto é uma oportunidade para a indústria têxtil e um bom exemplo da cooperação entre a indústria e o Governo: o sussexo comercial faria o que as medidas governamentais não conseguem a nível de incentivos à natalidade.

E por aí adiante! Apelo a mais sugestões!

Já agora partilho convosco um detalhe que nunca revelei: o destino das etiquetas das minhas cuecas. É fácil: tesoura com elas!


E, meninos... ficam a saber que não é inteiramente mau ter receio que alguém vos ataque por trás. Sobretudo se tiverem calças com a cintura demasiado descida! Se forem primos de um macaco, então esperem até as luzes estarem mais baixas (ou até ela tirar os óculos ou lentes de contacto). Outra coisa: se quiserem construir parques infantis, prefiram o suor do corpo que vem do trabalho honesto e não cedam à tentação fácil da pornografia soft... pelo menos não antes de me enviarem umas provas para eu avaliar...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Assim é que se vende calendários!!!

Afinal a imagem que tentei meter no post dos lésbicos tinha um erro e por isso não carregava. Já lá está, mas agora não ia ter o impacto que merece. Vai daí, dediquei-lhe um post!

Digo eu que assim é que se vende calendários para fazer parques infantis! Também não sei porquê (aceita-se palpites), mesmo porque as tipas não estão de salto alto... nem têm grande aspecto de se dedicarem a bolos...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Nem mais um parque infantil para Espanha

No Expresso
"Na pequena localidade de Serradilla del Arroyo, o cerca de 400 habitantes ficaram espantados com a ousadia destas mulheres que decidiram despir-se de preconceitos a embarcar numa sessão fotográfica erótica. Contudo, o calendário acabou por não ter o volume de vendas esperado e a iniciativa culminou numa grande dívida à gráfica que o imprimiu. "
I wonder why...


(também aqui)

domingo, 11 de maio de 2008

Eu sou lésbica!

Hoje acordei a sentir-me muito John F. Kennedy. Presidente norte-americano até lhe passar uma coisinha má pela cabeça (no caso, uma bala), comeu muitas gajas inlcuindo (alegadamente a Marilyn Monroe) e pai de um homem lindíssimo mas que me parecia ter essencialmente areia na cabeça e obviamente não sabia voar (ou suicidou-se quando se apercebeu do ridículo que era chamar-se John John). Numa nota de interesse absolutamente nenhum, o O JFK é um dos raros personagens a dar o nome a um aeroporto e que não morreu de avião; em vez disso essa morte saltou uma geração. Mas isso agora não interessa nada.

O Joãozinho K foi a Berlim e botou faladura no dia 26 de Junho de 1963. Para quem é novo demais, Berlim já foi Berlim Oriental e Berlim Ocidental. Fui lá há uns 4-5 anos e ainda se notava muito a diferença, mas não sei se ainda é o caso. Berlim Ocidental era um marco de liberdade e yada yada yada, leiam na wikipédia que eu agora não estou para vos aturar. O que interessa é que o Joãozinho disse em Berlim “Ich bin ein Berliner” para dizer que apoiava os berlinenses na época da Guerra Fria (devia ter ido em Agosto: é cá uma tosta!). Dada a fama do homem, possivelmente apoioaria mais os berlinenses portadores e utilizadores de gaita de beiços que os de gaita de foles: era muito musical (deu música à Marilyn, pelo menos).






É nesse espírito que eu repito: eu sou lésbica! E... o que é que uma coisa tem que ver com a outra? A preclara Allanah lembrou-se de mim (mmmmm... niiiiiiiiice!) quando leu uma notícia sobre fufas (mmmmm... melhor ainda!). Concretamente sobre os habitantes de... Lesbos! Oh diabo! Pensei que ela se ia atirar a mim! Que peninha! Bem, a esperança...

E em apoio aos habitantes de Lesbos eu digo aos quatro ventos: eu sou lésbica!

A notícia reza que os habitantes da ilha de Lesbos (os lésbicos, portanto) se envolveram numa disputa (alguém tem que explorar o potencial desta palavra um dia destes!) com as fufas por causa do nome.

A origem do nome lésbica vem de uma poetisa, Safos, natural de Lesbos, como podem ler na wikipédia. Daí que também se designem as fufas por sáficas... o que não interessa rigorosamente nada: eu fiz a ligação à wikipédia para que vocês dessem de trombas com esta imagem. Imagem em que se prova que as lésbicas são extremamente religiosas: ajoelham-se e rezam com bastante regularidade. E depois ainda por aí más línguas a apregoar o ateísmo... francamente! O que o mundo precisa é de mais oração (ou de dar de trombas com... bem... com...). E verdadeiros artistas: o Édouard-Henry Avril é uma moca! Isto sim, é arte!


Os lésbicos estão chateados porque é embaraçoso ser chamado por uma preferência sexual. Tomando como universo de amostragem o meu blogue, digo eu que nenhum português se importaria de ser chamado lésbico. Mas o meu blogue só é frequentado por pessoas de mente porca, e não sei se isso é representativo do universo português (infelizmente). De onde se conclui que os lésbicos não merecem o nome que têm e o problema está ao contrário: as lésbicas é que têm que retirar o nome a quem o não merece. A mim podem-me chamar lésbica à vontade! Se for a Solange só exijo que ela me tente apalpar ou pelo menos olhe para mim ar de quem lhe está a apetecer, ainda que não seja verdade.

Voltando ao Joãzinho Kennedy, correu o mito urbano que ele se teria enganado e que “Ich bin ein Berliner” quereria dizer “eu sou uma bola de berlim” (não é bem isso, mas é um bolinho muito parecido com a nossa bola de berlim e possivelmente a origem é a mesma). Isso é uma ideia para os lésbicos: façam um bolinho tradicional da ilha e chamem-lhe um lésbico. Depois podem perder o tempo deles em coisas mais construtivas como processar um doce. E deixar as fufas em paz a fazer o que interessa: rezar (de trombas!) e arrastar mais mulheres para o “dark side”. Assim diminui a concorrência.

E qual é o problema de ser chamado por uma preferência sexual? Se ainda fosse uma doença sexualmente transmissível ou uma disfunção eréctil ainda seria um problema, mas por uma preferência sexual tão fixe (eu não gritaria “eu sou uma clamídia”)? São mesmo parvos! Lá está, não são habitantes de Lesbos mas de ilha de Parvo, como os do Media Markt.

Voltando aos nomes, devia haver uma ilha chamada Príapo, mas na prática não pode ser: iria ser invadida por homems a pedir residência só para poderem ser chamados priapistas. Homens! Só pensam no pau (ou seja, têm todos o secreto desejo de ser porteiros). Mesmo quando um ataque de priapismo pode não só ser doloroso como, no limite, implicar a amputação do pénis! E nesta parte, em bom português, perderam muitos homens o tesão!

Num último remate, e para recuperar algum (ahem) entusiasmo (e porque tenho comissão em várias agências de viagem), Berlim está pejado de fufas! Ou seja, é caso para muita gente andar aí a dar uma de John F. Kennedy. A alguns a bala não seria mal pensado de todo.



Então em que é que eu me identifico com os habitantes de Lesbos exactamente? Não digam a ninguém, mas é em... absolutamente nada! Mais: acho que a cisma dos lésbicos com o nome não passa de uma... paneleirice (com todo o respeito aos homens homem-sexuais). Eu queria mesmo era um título chamativo! A ver se engano alguém. Por outro lado, se enganar alguém, esse alguém não me interessa porque é obviamente pouco inteligente... ... ora porra, eu sou cá uma complicada! Não admira porque é que ainda sou solteira! E sim, eu sei que esta última afirmação me vai trazer comentários indesejados, mas eu tenho tomates para eles! E quem pensar algo pejorativo relacionado com essa afirmaçao coisas não vale os tomates de um gato! Isto sim é selecção natural!


Já agora, uma opinião: isto foi badalhoco ou ainda tenho que descer mais o nível? Pela minha parte fiquei satisfeita com o texto! Coisa que ultimamente me tem acontecido poucas vezes.

Dois casos de abuso de liberdade de expressão e tentativa de entrar na intimidade de outros

É público que eu tenho andado com um probleminha com um certo e determinado comentador que foi daqui erradicado, como se pode ver aqui, aqui, aqui e aqui. Problema que diz respeito à confusão instalada entre o que é e não a liberdade de expressão do outro e como esse me afecta.

Para quem acha que eu sou exagerada, deixo os seguintes casos recentes. Não que sejam comparáveis, mas eu não quero que sejam.

1 - Ricardo Araújo Pereira impõe uma providência cautelar contra a revista TV Mais por mostrar fotografias da casa dele. A coisa já seria grave se ele não estivesse ameaçado por um grupo de extrema-direita, mas ele está. O Ricardo e os restantes membros dos Gato Fedorento são figuras públicas, mas não querem ser fotografados na rua em situações que não têm que ver com o seu trabalho. Têm esse direito, ora bolas!

Se a TV Mais quer fotografias de quem não se importa com a devassa da vida privada, que siga a Fernanda Serrano, que ela não se importa. Eu proponho que a próxima fotografia seja do tumor que ela pelos vistos tem (disse que tinha cancro da mama) quando for doado ao banco de tumores, acompanhado de uma explicação técnica sobre o mesmo e o título "este é o tumor que queria matar a Nandinha". A Nandinha já tem experiência de bancos: fez publicidade ao BPI, curiosamente quando rapou o cabelo por causa de um papel de alguém que teria cancro, por isso está habituada e não se ia importar. Mais: ia adorar!

E para quem achou o último parágrafo tétrico (eu, pelo menos, achei um bocadinho), recordo que a Nandinha não tem pejo em se expor em tudo o que diz respeito à sua vida e à da sua família. O exemplo disso foi o funeral do sogro. Não é o caso do Ricardo, que inclusive está em perigo de vida e leva isso muito a sério.

2- O Jorge Fiel é uma moca, como todos nós sabemos. O blogue dele tem andado menos participado porque ele tem escrito menos. Volta e meia vou lá ver se há novidades e se ele respondeu aos comentários. Quando vi uma série de comentários no post da rapariga da camisola cor de rosa pensei que haveria desenvolvimentos em relação ao conteúdo da camisola e precipitei-me para ler. Quando li coisas sobre o Boavista vi logo o filme: uns ressabiados, danados por o clube descer de divisão por corrupção, lançam-se sobre o Jorge Fiel por não gostar do clube, como disse com muito humor e muito nível neste post que publicou há um ano, quando ainda estava no Expresso (o meu nick lá é Magri, mas há séculos que lá não escrevo nada). Aliás, de cada vez que ele publicava coisas sobre futebol o nível baixava... mas não da mesma maneira que baixava quando ele falava de sexo, o que é grave!

O Jorge Fiel é opinioso. Tem o direito a sê-lo e a exprimir a sua opinião e sabe disso. Ninguém tem que concordar. Mas ninguém tem o direito de o ameaçar, com ou sem nick. Estou com receio por ele: é uma figura pública, tem a sua fotografia escarrapachada em vários sítios e o pessoal do futebol é perigoso. Tenho medo por ele, sinceramente. Jorge, cuide-se!

A quem reclama por eu e outros usarmos um nick e não o nome, pergunto que diferença faz usar Abobrinha e Nuno Andrade: Nunos Andrades há muitos! E eu não ameaço ninguém na net. Mas sou ameaçada, embora só eu o sinta.


Não sendo o meu caso tão grave, cada qual sente as suas. E ser perseguida sistematicamente por um indivíduo é coisa que me afecta os nervos.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Qual é o melhor emprego do mundo?

Há quem goste do seu emprego, há quem odeie, há quem não lhe aqueça nem arrefeça desde que o patrão pague (há quem tenha a sorte de o patrão pagar).


Mas todos temos um emprego de sonho ou uma ideia de emprego de sonho. E o que será? Polícia? Ladrão? Porteiro num bar de strip? Cientista espacial? Ai senhor, vocês são mesmo parolos!

Não: o emprego de sonho de qualquer homem é... ser porteiro de uma garagem ou estacionamento públicos! Acham que me passei de vez? Não, meus lindos: é o sonho de qualquer um levantar o pau todo o dia, todos os dias, várias vezes ao dia! Não só isso: depois de levantar o pau, todos se vão... ou vêm? Não é relevante!


E sim, isto é uma rapidinha! É para aquecer para os próximos posts, nos próximos dias! Oiéeeeeeeeeeeeee!
E que grande pau!

Size matters!

Isto é que é um título chamativo, não? Tudo para dizer que o parafusinho que encontrou caminho para a minha bolsa nunca poderia ser meu (a propósito, a minha máquina de calcular morreu!).

Este, em contrapartida, é um bom candidato para parafuso em falta. Justificava qualquer coisinha...

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Abobrinha não é só apagadora de comentários

OK, confesso: a minha primeira tentação foi apagar o comentário do Joaquim. E conseguia safar-me com essa maldade: era só atribuir ao suspeito do costume. Mas eu ia apagar porque até corei! Não por ser púdica mas por ter sido ultrapassada! Isto faz-se??? Ser mais badalhoca que a dona do blogue? Isto é um dia negro para a Abobrinha!

Ora leiam:

Joaquim Simões disse...

Revelaste-me um irmão nessa foca! Quando eu tinha os meus 12 anos, fartei-me de chatear os meus pais (coitaditos!!) porque achava que se a pata que eles tinham na capoeira fosse fecundada com esperma humano, talvez pudesse criar-se... o Pato Donald!

E pensavas tu que conhecias um tipo equilibradito!Mas a pata ainda era mais maluca do que eu! Imagina que teve uma paixão (correspondida) por um galo! Tão, tão correspondida que um dia em que ela voltou para casa, depois de uma ausência de três meses (perdeu-se e foi parar à capoeira de um vizinho mais longínquo, que não sabia de quem ela era), correram de imediato um para o outro e foi logo ali uma foc..., não uma fod..., não... isso!

Infelizmente, os meus pais não tinham um espírito experimentalista e aqueles ovos nunca foram chocados...A partir de hoje o meu blog irá ter mais ou menos visitas? Aceitam-se apostas.
7 de Maio de 2008 0:57


Abobrinha disse...

Joaquim... estou tentada a apagar este comentário... mas não por ter bolinha.

Estou tentada a apagar este comentário porque estou INVEJOSA de não me ter lembrado dessa do Pato Donald!!! E agora que está escrito não posso dizer que fui eu a autora.

Isso da pata é normal: diz quem sabe mais que eu que eles desenvolvem atracção sexual por quem os cria. Manipulado pode dar origem a enamoramentos por objectos inanimados como comedouros ou bolas de plástico(se os bichos não forem criados por um outro animal), um pouco como fetichismo. Não sei se isso é imprinting ou se tem outro nome.

Suponho que os ovos da pata fossem estéreis, mas há casos viáveis: garnizas com galos (e vice-versa)... mas essa do Pato Donald... não sei se posso deixar passar!



Pronto, agora vou ter mesmo que resistir à tentação de apagar aquele comentário e reclamar a autoria de uma ideia genial... às vezes detesto ser boa pessoa!

terça-feira, 6 de maio de 2008

E ainda diz o outro que a prova da evolução é que gaivotas dão gaivotas! - ou o estranho caso do "c" mal estacionado

Um dos argumentos criacionistas mais fortes é que a prova mais convincente de que os evolucionistas dispõe é que moscas dão moscas e as gaivotas dão gaivotas... e esse argumento acabou de cair pela base!

Uma foca de 100 kg tentou provar que focas não dão só focas e pinguins não dão só pinguins: dão foquins ou pinocas (mmm... isto com outra letra também fica fixe...). E vai daí, PIMBA! Toca de montar um pinguim de 15 kg e deu-lhe forte e feio! Ou isto ou a foca está a precisar de uns óculos.

Entrevistada pelos etólogos, e como só fala inglês, a foca replicou: I wanted a skinny bird with short legs and a tight pussy: I wanted to give her a funny walk. E contou ainda que para a próxima vai tentar um relacionamento sério com um gato, depois de se ter apaixonado por um ao ler o blogue de um vegetal sem juízo e com um historial em usar a palavra pussy sem problemas de maior.

Ora os factos não dizem nada: as interpretações é que contam. Os etólogos, como de costume, interpretaram mal! São evolucionistas e têm fé exclusiva nas causas naturalistas e dizem que o comportamento foi resultado de frustração sexual. Ora os etólogos é que estavam carentes, depois de semanas e semanas de observações no terreno e sem acesso a fêmeas da própria espécie. Vai daí, escrevem esta barbaridade:

"Nesta região, são frequentes as agressões das focas, na qualidade de predadores, a pinguins da espécie envolvida. Pode ter sido o caso, mas o animal era jovem e a tentativa transformou-se em comportamento sexual, talvez porque a foca ainda não tinha idade para conseguir acesso a fêmeas da sua própria espécie (daí a tese da frustração)."

Leia-se: sexo por todo o lado menos com eles. Vai daí, tentaram destuir a reputação da foca. Isto faz-se? São estas coisas que mancham a reputação dos cientistas (isto e a brincadeira que fizeram para compensar a ausência de fêmeas da própria espécie).

Não é conhecido ainda o resultado da cópula*. Em todo o caso, ninguém pode dizer que não tenha dado alguma evolução: ninguém estava lá para ver! Mas o nome "foca" tem claramente um esguio "c" mal estacionado que deixa de fora um bojudo "d". O que, para um animal tão corpulento e para o previsível resultado do acto sexual seria bem mais apropriado!

Mas é seguro dizer que o evolucionismo está claramente em crise porque fod... focas não dão só focas e pinguins não dão só pinguins! Dão quecas! Puras e duras, como todas nós gostamos!

Numa notícia de última hora, a pinguim irá a Oprah para contar tudo sobre sexo inter-espécies e como está envergonhada de se ter dirigido para o mar sem ao menos deixar o e-mail ou o telemóvel à foca.


*Na realidade, o artigo diz "Afinal, a foca macho executou frenéticos movimentos pélvicos, tentando a cópula com o pássaro, mas sem a concretizar. Depois, a foca regressou ao mar e ignorou a sua vítima", mas isto é claramente uma mentira evolucionista: ninguém senão os etólogos estavam lá para ver e eu não confio em voyeurs.


E acho que isto inaugura o consultório sexual animal... estou lixada!

Para quem ainda duvidasse...

... esta é a prova de que tenho um parafuso a menos (no mínimo)! Não sei de onde veio, mas estava na minha carteira!

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Porque é que eu não quero ver o Leprechaun nem pintado de azul

Acredito que haja quem pense que eu estou a ser exagerada ao apagar sistematicamente os comentários do Leprechaun. É uma conclusão honesta, mesmo porque eu própria a dada altura também pensei o mesmo. E fui EU que o censurei.

Na realidade é estranho e eu nunca fiz isso antes. E olhem que tenho já um historial interessante de insultos neste blogue (que nem um ano tem!). Mas a insultos eu respondo! O problema mesmo é a perseguição: o filho da puta mandou-me e-mails, postais electrónicos com poemas (que eu não abri porque isso gera um aviso de recepção e isso seria dar-lhe importância). Não respondi a e-mail nenhum porque não quero e porque me assusta! Quer entrar na minha intimidade, quer saber onde moro, diz que me ama... que nojo!

Só para verem o desiquilíbrio do tipo, leiam isto: "Aliás, eu também já teria escrito à Cristy ou à Karin, se tivesse os mails delas. Se bem que pouco revelem de si nesses curtos comentários esparsos. Há também uma Joaninha, que até é um nome querido, mas que por qualquer razão não me seduz..." Isto foi uma das muitas coisas que ele me disse numa série de e-mails enormescos. Inicialmente lia-os, mas depois a vontade de vomitar passou a ser forte demais.

A realidade é que o Leprechaun tem-me perseguido no meu blogue e em todos os outros: publicitou o meu blogue num qualquer fórum do sapo, deixou comentários a seguir aos meus e a assediar-me (no mau sentido) no blogue do Jorge Fiel, do Nuno Coelho, no De Rerum Natura, do Ludwig, do ZumZumMatamoscas... que eu tenha dado conta!!! E a fingir uma intimidade que não temos nem quero ter. Isto não é um comportamento nem pouco mais ou menos aceitável e lembra-me porque é que eu mantenho o anonimato.

Na realidade o Leprechaun precisa de TRATAMENTO PSIQUIÁTRICO! Se és tolo vai tratar-te! Mas deixa-me em paz! Se algum dia me chegas a descobrir a identidade (seja por que motivo for), eu juro que chamo a polícia! DESAPARECE-ME DA FRENTE! Entretanto apago os comentários... mas aviso já que os tenho todos guardados... just in case!


NOTA: Atingi o meu limite: alguém POR FAVOR me ensine a bloquear o IP do Leprechaun!

domingo, 4 de maio de 2008

Rapidinha a Serralves

Nem só de rapidinhas a Lisboa vive uma Abobrinha: também dei uma rapidinha a Serralves. É que, como tenho o cartão de amiga de Serralves, posso entrar e sair quando quero e me apetece, pelo que fui gozar os rendimentos para os jardins.

Ainda pensei em visitar a exposição, mas pensei que os 15 minutos que ia dedicar àquilo seriam demais para um dia tão bonito lá fora e fui tomar um chazinho à casa de chá do Siza. Um bom investimento: os anti-oxidantes e o sossego hão-de ter-me acrescentado mais uns minutos de vida. Pena estar nervosa porque tinha o computador sem bateria e perdi irreparavelmente a discussão no blogue do Ludwig, pelo que a vantagem se anulou.

Ou seja, fica a exposição para a próxima. Em princípio para o próximo fim de semana e vou ver se peço os meus sobrinhos emprestados para ter a perspectiva de duas crianças que ainda por cima são como a tia: sem papas na língua!
De qualquer modo fica a fotografia que demonstra que o Porto está claramente à frente de Lisboa (e do mundo!) em termos de design: depois do descapotável, apresento-vos o descaportável! Ou seja, sem tejadilho nem portas! Digam lá se não é muito à frente! Meus amigos, portas é para os parolos!

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 6

Na zona de Belém fiz o óbvio: comer um pastel de Belém!

E passeei. Não muito, porque os meus pés tinham inchado um pouquinho por causa do calor e da catrefada de quilómetros que tinha andado.

Descobri que há um acordo ortográfico... diferente... para os lados de Belém. Acabei por me recolher lá numa sombrinha e gozar os rendimentos a ler um livrinho.


Ao voltar para a zona da Expo houve um pequeno problema que se deveu à minha impaciência: devia ter apanhado o autocarro 28 para o Oriente, mas a placa com o tempo de espera do 28 indicava 16 minutos. Uma pessoa normal teria esperado, mas eu comecei a bufar e a pensar em alternativas.

Como o meu objectivo era mesmo passear de transporte público, achei que era razoável apanhar um qualquer com 3 dígitos até uma paragem que não me lembro do nome e apanhar o metro daí, mesmo sendo uma grande volta (mas mesmo grande!). Pois aí é que a coisa falhou: a paragem não fazia interface com o metro mas com o comboio! E eu não tinha bilhete válido para o comboio!

Pelo caminho descobri que o Instituto Nacional Naval de Guerra fica no nº 69 A... gostava de saber o que tem no 69 B...

Não dei a viagem por perdida, porque andei numas zonas fixes e noutras menos fixes (acho que andei, por exemplo, pelo casal ventoso). Fui dar a uma paragem ao pé do aqueduto. Depois de constatar que teria que pagar comboio para ir ter a sete rios (lisboetas, já repararam como é que dizem "rio"?) e daí de metro, decidi voltar para trás no mesmo autocarro. Em vez disso o condutor disse-me para apanhar um outro até ao Marquês e daí o metro para o Oriente.

De novo um belo passeio com motorista particular. Isto é atendimento VIP! Passei pelo Centro Comercial Amoreiras e pelo jardim da Estrela. No Marquês já me orientei perfeitamente para ir para o Oriente. E senti que não saia mais burra de Lisboa: ao menos o sentido de orientação tinha sido obrigado a trabalhar!

O resto do dia foi passado na Expo, a gozar de novo os rendimentos.


The end!

Considerações finais:

1. No outro dia doíam-me os chispes porque andei de carago. Fiz as contas e devo ter gasto mais ou menos o mesmo que para uma mensalidade de ginásio, mas a paisagem foi mais gira.
2. Não há lisboetas na rua, mas só nos centros comerciais... assustador... e faz-me pensar no meu próprio comportamento para os meus lado.

3. Não sei porque é que não tirei mais fotografias.

4. Não foi um relato por ai além. Talvez por a visita não ter sido por aí além: eu sei porque fui eu que a fiz. Mas soube-me bem e cumpriu o objectivo. Nunca calhou ter vivido em Lisboa nem ter estado lá mais que de passagem. Gosto de viajar e conhecer sítios, por isso não me parece bem que não conheça a cidade mais importante do país. Hei-de voltar por mais uns dias e connhecê-la a sério. De transporte público, com calma e um roteiro mais ou menos definido.

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 5

Da Graça subi mais pouca coisa, mas comecei a ficar aborrecida e decidi fazer uma coisa que raramente faço: seguir a multidão. No caso a multidão dirigia-se a um eléctrico que fazia o percurso inverso ao que eu fiz a pé. Como dizia nos Lusíadas "oulá Veloso amigo/ aquele outeiro é mais fácil de decer que de subir" (é possivelmente a única parte dos Lusíadas que me lembro de memória). E olhem que o Veloso amigo nem sequer tinha o eléctrico. Só aí me apercebi do que tinha andado.

Definitivamente a Praça do Comércio é um problema: chegada lá fiquei na dúvida de novo para onde diabo deveria seguir. Para cima já tinha ido, para trás não me parecia opção por aí além. Para a frente metia-me rio adentro e não estou suicida. Restava uma opção: para o outro lado, na direção de Belém.

Fui a pé, durante um tempo só paralela o rio e depois comecei a ziguezaguear. Entrei mesmo no urbanismo da Lisboa mais antiga e gostei francamente. Já fiz posts idênticos acerca do Porto (sigam a etiqueta "Porto" e encontram um par deles). O meu plano era dizer-vos o que tinha encontrado, por ordem, mas não tenho memória para tanto. Sei que seria capaz de reencontrar o que vi, mas só se estivesse mesmo lá: o meu sentido de orientação é in situ.

Encontrei a loja Paris:Sete... um perigo... para a carteira... e lembrei-me da Allanah e do seu gosto pelo design. Allanah: não vás lá! É um perigo! A minha sorte é que estava fechada. E eu não estava com vontade de gastar dinheiro: ando um bocado choca.

E agora vem a parte de fotografia urbana!

Parte 3 (e última) de "até para ser cão é preciso ter sorte"... o que é que tem na cauda daquele cão????


Aqui se ensinava há muito tempo como funcionar com uma cabeça de cada vez. Escola masculina... pá, só se o ensino fosse gratuito mesmo!

Isto é deprimente! Não pela mensagem, mas pelo conteúdo "sê tu mesmo" vê-se que o autor é o Marco do Big Brother (pena que "ele mesmo" seja um canastrão que não se ensaia nada em bater em mulheres) mas pelo veículo: então no tempo dos novos poetas e artistas urbanos este tipo cola um autocolante tipo cromo? Até fiquei envergonhada!


Estes tipos estão mais evoluídos qualquer coisinha e já escrevem em paredes. Mas no Porto eles usam stencil ou outras coisas menos em série mas muito mais aceitáveis que um escrevinhar primitivo. E a própria mensagem é assim um pouco... pá... fraquinha!


O povo pode ser mudo, mas cego não é. Não tem é latas de tinta para tapar estas porcarias. Mas depois entendi: isto é a rua das gaivotas. Uma vez que as gaivotas não foram competentes para cagar esta rua, as pessoas encarregaram-se disso!


Mais à frente fiquei deprimida com a toponímia alfacinha: isto é o típico caso de um "s" mal estacionado. Ou o verdadeiro empata-fo... então "travessa dos pecadores" não seria muito mais fixe? Eu acho!

Encontrei ainda o museu de arte antiga. Acho que estava fechado, mas também não me apetecia estar fechada num edifício, por isso não tentei sequer entrar. Fiquei com a nítida sensação que estaria no Príncipe Real, pelo que o Museu de História Natural estaria perto. Mais tarde confirmei que tinha razão, mas para a próxima já sei. A vista da zona do Museu de Arte Antiga era linda, mas estranhamente não tirei fotografias. Não sei explicar porquê.

Nesta altura começou a doer-me as pernas... muito! Desci a escadaria e andei de novo paralela ao rio até dar de trombas com o Ministério da Educação. Quando me meti numa paragem de autocarro é que me apercebi de que tinha andado de carago: é que estava ao pé da ponte 25 de Abril!

Meti-me no autocarro até Belém. (continua)

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 4

Cheguei à Praça do Comércio sem um botão comprado e ainda sem cafeína na veia. Isso pode justificar a minha incapacidade para me orientar na rede de autocarros. Mas isso seria se eu não vos confiasse que eu tenho dificuldades com esse particular em qualquer cidade, seja Berlim seja mesmo o Porto.


De novo duvidei da existência real dos lisboetas porque toda a gente que ali estava tinha aspecto de estrangeiro e/ou um mapa e guia na mão. Mesmo assim, seria um pouco inútil perguntar indicações quando a minha dúvida era mesmo: para onde é que eu quero ir?


Assim sendo fiz o que vim fazer a Lisboa: perder-me! Mas a pé! E comecei a caminhar sem destino.


Subi, subi, subi, venci hordas de turistas e continuei a subir. Encontrei uma igreja que me pareceu familiar de uma ou outra visita com os meus primos, mas continuei a subir. Indicações para o Castelo de S. Jorge, mas não era ali que me apetecia ir. Desviei-me e continuei a subir. Encontrei um miradouro familiar (mas falha-me o nome) e abanquei numa esplanada com vista para o rio para descansar os pés e finalmente comi qualquer coisa e injectei vestígios de cafeína na corrente sanguínea.


O tempo estava agradável e o ambiente também até que se sentaram uns turistas ruidosos ao pé de mim. O ruído não me incomodou nem um bocadinho e pareceram-me romenitos (percebia uma palavra por outra no meio de qualquer coisa que parecia pronúncia russa ou portuguesa). O que me fez desandar dali foi mesmo uma cigarrilha mal cheirosa do que estava colado a mim. De vez em quando penso que a proibição de fumar em espaços fechados foi excessiva, mas este tipo de "respeito" por quem não fuma nem quer põe-me no sítio.


E subi, subi até que tirei a fotografia do gatinho que coloquei na parte 1 desta rapidinha. Subi mais um bocadinho e fui ter à igreja da Graça. Igrejas são como os chapéus: há muitas, por isso fui sentar-me no miradouro onde tirei esta fotografia à paisagem. A fotografia é uma merda porque não faz justiça à paisagem. Mas dá para ver que o dia não estava assim tão glorioso. Mas também me mete alguma confusão: o que é que justificava a ausência de lisboetas? Ocorreu-me que andem tão cansados da cidade que não a apreciem. E Lisboa é linda.




No miradouro tem uma esplanadinha onde me dei conta de uma estranha dinâmica entre pombos, pardais e humanos: os humanos fazem migalhas que são disputadas por ambas as espécias de pássaros. E eu vi claramente visto um pardal a roubar uma batata frita a um pombo em voo picado enquanto este via a banda passar (fotografia nem pensar: foi muito rápido!).

Para tirar esta fotografia de um pardal a banquetear-se com as migalhas desta mesa foi um problema. Tanto que só apanhei o bicho já em pleno voo, e no canto da fotografia.



Este pombo é que anda a fumar um bocado demais. Ainda bem que não frequenta ambientes fechados, senão ia ser um problema. Aqueles pulmões devem estar mais pretos que o carvão!




(Continua)

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 3

A primeira parte da viagem foi fácil porque as opções eram muitas e variadas: ou ia do Oriente à Alameda ou do Oriente à Alameda. Escolhi ir do Oriente à Alameda, o que me pareceu uma opção acertada.

Lá chegada a opção recaiu sobre a direção do rio e de um nome conhecido: Baixa-Chiado. Compras são sempre apelativas! Pensava eu, mas não foi bem assim. E precisava de um café. A brasileira seria um sítio decente para um café, mas dada a multidão desisti. Há algo de profundamente errado em ter tanta gente na rua às 10 e tal da madrugada!

Curiosamente, os únicos portugueses que lá tinha eram uns que estavam a vender um ramo de espigas de trigo e um movimento que estava a tentar sacar a minha assinatura para formar um novo partido político. E eu com pouca paciência para os aturar. O que me fez lembrar uma cena há uns anos, em que saí com os meus pais e uma "funcionária pública" (não sei o que era, podia ser limpadora de retretes) estava a tentar angariar assinaturas para se candidatar a Presidente da República.

Como cidadãos tentamos obter informações acerca do posicionamento da criatura em relação a um par de temas. A posição era qualquer coisa como "o que é importante é dar-se com todos". Mas quem eram todos? Quando lhe perguntamos se "todos" era mais este ou aquele político ela foi vaga. Quando chegou a vez do Putin a senhora olhou para nós com incredulidade. Quem era o Putin? Suponho que não será preciso dizer-lhes que não houve assinatura para ninguém!

Já agora, alguém me sabe explicar porque diabo devia eu ter comprado um raminho de espigas de trigo?

Ainda pensei que deveria ver um sindicalista por outro (era 1 de Maio!), mas não vi nada! O máximo que vi foi ao fim do dia um com um boné do Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas e com os joelhos todos lixados, possivelmente de uma grande caminhada. Vai mal o sindicalismo em Portugal!

Sem cafeína o meu cérebro começou a fraquejar: para onde iria eu? Fiquei meia perdida, porque raras vezes me vi em Lisboa completamente sozinha, sem primos tios ou amigos para me orientar e fui parar à rua Augusta, onde se deu a parte 1 de duas do drama "até para ser cão é preciso ter sorte".

Sucede que estava eu meia perdida no meio de uma mole de gente anónima quando um cãozinho me dirigiu um sorriso (de cão) enorme e se precipitou para mim como se fôssemos grandes amigos desde há muito. Só a trela o impediu, claro! Era lindo, castanho cor de mel, pêlo curto e bem tratado (acho que não era labrador: era muito esguio) e claramente novinho. Os olhinhos dele pareciam os de uma criança e tinham a alegria de uma criança. Como a que um dia destes no Porto, ao colo de alguém que atravessava a rua no sentido oposto a mim apontou para mim e se riu como que a dizer-me que queria brincar comigo. Como eu não só não tinha trela como excesso de liberdade de movimentos e estava a precisar de um amigo, abri um sorriso ao cãozinho e dirigi-me a ele para lhe fazer uma festa.

Não me apercebi imediatamente porque é que o bicho estava a ser puxado e ele ainda conseguiu meter as patas às minhas pernas e eu consegui fazer-lhe uma festinha. Pensei que o dono tinha pensado que eu não queria fazer festinhas ao bicho ou que me incomodaria que ele saltasse para cima de mim, o que objectivament era uma parvoíce porque eu tinha-me dirigido ao animal. Mas as dúvidas ficaram desfeitas quando às inteções do dono quando ele se debruçou sobre o bicho para o afastar de mim. Nem para mim olhou e estava visivelmente aborrecido.

Quando um animal destes (o de 2 patas) tão ostensivamente me rejeitou um carinho de um animal racional (o de 4 patas), fiz a única coisa que podia: caminhei no sentido em que ia em primeiro lugar, pela rua Augusta abaixo. Olhei para trás 2 ou 3 vezes, umas das quais porque o animal (de 4 patas) ganiu porque o de 2 patas lhe tinha batido. O de 2 patas continuou debruçado sobre ele um monte de tempo. Não sei se o animal de 2 patas era assediável (para falar verdade, só reparei que era mais ou menos tão alto como eu e branco), mas com esse tipo de atitude nem valia a pena. Até para ser cão é preciso ter sorte!

Mais abaixo a parte 2 do mesmo drama: um cigano tocava acordeão com um cãzinho bebé com uma lata pendurada nos dentes. Não era o mesmo que tinha tentado sacar-me dinheiro no metro com o cão empoleirado no acordeão. Mas o que acontecerá aos cães quando forem grandes demais para empoleirar no acordeão? Na volta é melhor nem pensar!

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 2

Antes de mais, a planta na imagem no post anterior é de uma plantinha espetada na grelha de um carro. Não sei o nome técnico da planta, mas aqui chamamos-lhes "maios". E porque é que a criaturinha enfeitou o carro com aquela merda? Porque de 30 de Abril para 1 de Maio as bruxas andam por aí só não entram se tiverem os maios a impedi-las... ... ... isso era o que me diziam quando eu tinha 5 anos, 2 canais de televisão, não sabia ler nem escrever, não havia internet e era um bocadinho mais parola. No século XXI isto justifica-se tanto ou menos que racismo. E é só para vocês verem que eu estou rodeada de parolos.

A minha visita a Lisboa foi planeada ao pormenor. O plano era: não há plano! Ou melhor, era um pouco mais detalhada: comboio para baixo, transporte público+sapatos para Lisboa e comboio para cá. Fácil, não? Não tinha plano, não tinha destino. Não fui sequer a este site ver a cobertura de rede de metro. Para quê? Se eu não tinha destino, qual era a utilidade?

Chegada ao Oriente fui logo para a estação de metro, onde tirei um cartão Lisboa Viva, válido por 24 horas na rede de metro e de autocarro. Não resisto a mostrar esta fotografia que demonstra a minha capacidade avançada de planeamento: há quem diga que para ir do Porto a Lisboa é preciso passaporte! À cautela levei o meu! Bem, na realidade ele ainda está estacionado na carteira porque tenho tido preguiça de o tirar desde que ele foi emitido, mas isso não tinha tanta piada, pois não? A fotografia foi perfeitamente acidental: guardei o cartão na mesma parte da carteira e só depois me apercebi da piada.




Já agora, o cartão é válido por 1 ano, por isso vou continuar com ele na carteira a ver se lhe dou uso (e se não der, ele é lindo de qualquer modo, por isso não parece mal). Com sorte entretanto lembro-me de guardar o passaporte noutro lado qualquer. Já agora, Ludwig, ficas a saber que eu também me vi um bocado aflita com a porra do sensor numa ocasião. Não esfreguei, mas enervei-me um bocado quando aquela porra me começou a apitar no autocarro e eu com a certeza de que tinha um bilhete válido.

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 1

Por falta de tempo não vou escrever agora texto. Mas deixo duas fotos. A primeira, tirada ao pé de minha casa prova que eu vivo no meio dos parolos. Alguém sabe o que isto é? Se eu disse que era dia 1 de Maio, ajuda?


A outra fotografia foi tirada ao pé do largo da Graça e é de um gatinho amoroso e roliço (como se quer um gatinho) por quem me enamorei. Estava sossegadinho no parapeito a gozar os rendimentos, de olhos fechados e nariz no ar a cheirar o delicioso aroma de sardinhas que vinha algures de longe. E ainda diz o outro que as pessoas não são animais! Às vezes o problema não é esse: o problema é que não temos categoria para tanto!


Como dizia eu já há um tempo, everybody wants to be a cat!

De ser só mais um número

Às vezes ser só mais um número não é sinal de indiferença. Pelo contrário. Neste contador, neste momento o número é 1519... é muito!

Hoje estou mais sensível a isto porque ontem não tropecei no último número de colhidos por comboio (parece que neste caso particular foi um suicídio). E sabem porquê? Porque quem o apanhou não foi o Alfa que me levava mas o intercidades que ia à minha frente. Não sei qual é o número de pessoas colhidas por comboios em Portugal, mas por ler nos jornais parece-me excessivo (bem, 1 seria excessivo). E a maioria não são suicídios, creio. Por exemplo, este caso lembrou-me outro em Espinho há coisa de meio ano e que também falhei por pouco.

E os acidentes de automóvel. E os atropelamentos (claramente excessivos)... para quando um body count desses, para que as pessoas se apercebam que estamos em plena guerra civil?

Não são só números, mas os números deviam ser estudados para que não se transformem em mais números e mais pessoas.

COnsultório sexual - semana 14

A semana passada não houve respostas ao consultório sexual por falta de quórum, mas ainda não desisti da iniciativa.

Antecipando uma série de posts que vão surgir brevemente (no sentido lato, porque vou ter um fim de semana e uma semana complicadas), o tema deste consultório sexual é as rapidinhas. Sim, eu hoje (bem, ontem, que hoje já é dia 2) fui a Lisboa dar uma rapidinha! Claro que quem tem a falta de juízo de me ler há mais tempo já sabe que uma rapidinha para mim é... relativo...

Um sub-tema pode ser "até para ser cão é preciso ter sorte", porque será um dos temas abordados na minha rapidinha (duas vezes...). Também há gatos envolvidos.

Toca a abadalhocar!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O Porto na vanguarda da Cultura

Afinal era isto que andavam a fazer os putos do Carolina Michaelis! E a escola compreendeu? Não! (continua um dia destes)

Uma questão de riscas

Mas se até este sabe que as riscas horizontais engordam...
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