domingo, 4 de maio de 2008

Dei uma rapidinha a Lisboa - parte 5

Da Graça subi mais pouca coisa, mas comecei a ficar aborrecida e decidi fazer uma coisa que raramente faço: seguir a multidão. No caso a multidão dirigia-se a um eléctrico que fazia o percurso inverso ao que eu fiz a pé. Como dizia nos Lusíadas "oulá Veloso amigo/ aquele outeiro é mais fácil de decer que de subir" (é possivelmente a única parte dos Lusíadas que me lembro de memória). E olhem que o Veloso amigo nem sequer tinha o eléctrico. Só aí me apercebi do que tinha andado.

Definitivamente a Praça do Comércio é um problema: chegada lá fiquei na dúvida de novo para onde diabo deveria seguir. Para cima já tinha ido, para trás não me parecia opção por aí além. Para a frente metia-me rio adentro e não estou suicida. Restava uma opção: para o outro lado, na direção de Belém.

Fui a pé, durante um tempo só paralela o rio e depois comecei a ziguezaguear. Entrei mesmo no urbanismo da Lisboa mais antiga e gostei francamente. Já fiz posts idênticos acerca do Porto (sigam a etiqueta "Porto" e encontram um par deles). O meu plano era dizer-vos o que tinha encontrado, por ordem, mas não tenho memória para tanto. Sei que seria capaz de reencontrar o que vi, mas só se estivesse mesmo lá: o meu sentido de orientação é in situ.

Encontrei a loja Paris:Sete... um perigo... para a carteira... e lembrei-me da Allanah e do seu gosto pelo design. Allanah: não vás lá! É um perigo! A minha sorte é que estava fechada. E eu não estava com vontade de gastar dinheiro: ando um bocado choca.

E agora vem a parte de fotografia urbana!

Parte 3 (e última) de "até para ser cão é preciso ter sorte"... o que é que tem na cauda daquele cão????


Aqui se ensinava há muito tempo como funcionar com uma cabeça de cada vez. Escola masculina... pá, só se o ensino fosse gratuito mesmo!

Isto é deprimente! Não pela mensagem, mas pelo conteúdo "sê tu mesmo" vê-se que o autor é o Marco do Big Brother (pena que "ele mesmo" seja um canastrão que não se ensaia nada em bater em mulheres) mas pelo veículo: então no tempo dos novos poetas e artistas urbanos este tipo cola um autocolante tipo cromo? Até fiquei envergonhada!


Estes tipos estão mais evoluídos qualquer coisinha e já escrevem em paredes. Mas no Porto eles usam stencil ou outras coisas menos em série mas muito mais aceitáveis que um escrevinhar primitivo. E a própria mensagem é assim um pouco... pá... fraquinha!


O povo pode ser mudo, mas cego não é. Não tem é latas de tinta para tapar estas porcarias. Mas depois entendi: isto é a rua das gaivotas. Uma vez que as gaivotas não foram competentes para cagar esta rua, as pessoas encarregaram-se disso!


Mais à frente fiquei deprimida com a toponímia alfacinha: isto é o típico caso de um "s" mal estacionado. Ou o verdadeiro empata-fo... então "travessa dos pecadores" não seria muito mais fixe? Eu acho!

Encontrei ainda o museu de arte antiga. Acho que estava fechado, mas também não me apetecia estar fechada num edifício, por isso não tentei sequer entrar. Fiquei com a nítida sensação que estaria no Príncipe Real, pelo que o Museu de História Natural estaria perto. Mais tarde confirmei que tinha razão, mas para a próxima já sei. A vista da zona do Museu de Arte Antiga era linda, mas estranhamente não tirei fotografias. Não sei explicar porquê.

Nesta altura começou a doer-me as pernas... muito! Desci a escadaria e andei de novo paralela ao rio até dar de trombas com o Ministério da Educação. Quando me meti numa paragem de autocarro é que me apercebi de que tinha andado de carago: é que estava ao pé da ponte 25 de Abril!

Meti-me no autocarro até Belém. (continua)

2 comentários:

Anónimo disse...

vamos lá, um video blog está a calhar!! titulo "peripécias em lisbon"

Rui leprechaun disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.