



Desengane-se: aqui não se aprende nada!
Mugatxoquem??? Eu explico:
"Mugatxoan '08 apresenta-se como um projecto em trânsito –o acto de ir de um espaço a outro -, e como o lugar e o tempo em que isto sucede."
Começam a ver que isto é arte porque reune os seguintes critérios: não se entende, não faz sentido e faz um alarido muito grande à vota de coisas que são perfeitamente banais para dizer que é arte. Pois "o acto de ir de um espaço ao outro" é arte. E "o lugar e o tempo em que isto sucede" também. É brilhante! Eu, parola como sou, pensei que o primeiro seria deslocar-se (a pé, de carro, ao colinho de alguém) e o segundo onde e quando. Por isso é que eu tenho que trabalhar para comer enquanto há quem faça arte. Dito isto, comer é típico de parolo!
"Entre 9 de Junho e 20 de Julho, o Arteleku e a Fundação de Serralves vão apresentar as seguintes peças: The breast piece (Praticable), de Alice Chauchat; Ohne Worte, Extracto (Praticable), de Isabelle Schad; Performance, de Éric Duyckaerts; A long way back, de Sandra Cuesta; Shichimi Togarashi, de Juan Domínguez/ Amalia Fernández; Sono qui per l’amore, de Massimo Furlan e O decisivo na política…de Jorge Andrade."
O primeiro deve ser interessante, porque "breast piece" nos remete para mamas. Ora mamas é sempre bom e pode atrair público. Mais que uma bica de água filmada durante 1 minuto e projectada nas paredes do Museu de Serralves. "Ohne Worte" parece-me querer dizer qualquer coisa como "sem palavra" (mas acho que tem um erro de gramática, se bem que já não estou em condições de criticar). Atendendo a muita arte que por aí anda, parece-me razoável. O resto parece-me insípido. Gostava mais da minha instalação nos meus tempos de pintora de construção civil (eu avisei que era parola).
Estas palavrinhas estão aqui, no site de Serralves.
Continuo sem perceber o que é Mugatxoan, mas estas imagens podem ajudar. Ou não.
Lá está: o talento de uns é maior que o de outros e há quem ache que por dizer que um balão com umas palavras é arte, torna-se arte. Ou então a palavra "cabeça" na istalação do balão (ou essa é uma performance?) refere-se à tela acima.
Patrocínio: vários ginásios + a fortuna que o Snoop Dog pagou para se roçar na Nicole.
O que vende o João Pedro Pais? Não sei! Não é pernas! Não é um rabo musculado e assediável. Não é uma voz decente. Não é certamente um conjunto de letras musicais com sentido. Eu não sei o que vende o João Pedro Pais, mas eu não compro! É música? Não creio! Só se alguém mudou a definição de música enquanto eu me ausentei.
Patrocínio: telenovelas fatelas
O que vende a Kylie Minogue? Muita coisa! A Kylie Minogue vende rabos protuberantes, beiços revistos e aumentados e a ideia de que uma mulher praticamente com 1.50 m pode ser um símbolo sexual (OK, de saltos altos!). Vende ainda a ideia de que se pode fazer um upgrade de uma parolona loura com cabelo aos caracóis parecida com a Luciana Abreu pré-silicone a cantar “I should be so lucky” para uma boazona a roçar-se em vários bailarinos e no gajo que cantou “suicide blonde” (eu não digo que ando senil? Falha-me o nome dele). Não creio que tenha sido ela a dar o mote para o gesto (o suicídio), mesmo porque acho que ele na altura namorava coma Helena Christensen (o que ainda tornaria o gesto mais estranho e disparatado, se isso fosse de todo possível).
Patrocínio: várias sapatarias. Atendendo à contenção na quantidade de tecido dos calções, a indústria têxtil devia andar em crise na altura do vídeo apresentado acima.
O que vende o Ricardo Azevedo? A desilusão de saber que um homem morenaço de olhos de gato também pode ser um parolo a dar-se aos ares de Elvis. O Ricardo é músico? Não, meus filhos: é vendedor de telemóveis (embora tenha desfeito a sociedade, que reabriu com nova gerência) e mediador imobiliário! Pior que isso, não fica bem de calças brancas! Ora eu não discuto opções de carreira de homens que fiquem bem de calças brancas, mas o Ricardo não fica bem de calças brancas (muito menos em cima de um autocarro cor de rosa). Música? Mmmmm... para quê?
Patrocínio: TMN, Millenium, ILGA Portugal
O que vende a Carla Bruni? Aha! A Carla Bruni é a verdadeira vendedora! Depois do anúncio ao novo Lância Muse, o BES anda atrás dela para a nova publicidade ao test price. Mas o Sarkozy apanhou-a primeiro, fez um test drive, fechou negócio, pagou a pronto e respondeu com a pontuação máxima a tudo na satisfação ao cliente. A carreira da moça passou ainda pela moda, o que não deixa de ser extraordinário para uma tábua de passar a ferro com a boca mais feia da história da moda. Onde está a música? Bem, eu não sei o que é que ela canta ao ouvido do Sarko... nem quero saber!
Patrocínio: Lância, presidência francesa
O que vende o Paulo Gonzo? Mmmm... não sei! Mas se ele vier vender à minha porta eu não compro! Aliás: não vou estar nesse dia! Dada a concorrência, o Ricardo Azevedo até fica bem de calças brancas. Mais que não seja por não ter piercings que lhe ficam mais que mal.
Patrocínio: nenhum, por falta de interesse.
O que vendem as Spice Girls?
A ideia de que 4 gajas que não sabem cantar “parabéns a você” numa festa de putos podem ter uma carreira musical muito lucrativa, desde que devidamente promovidas. Essa ideia infelizmente pegou e elas nem sequer foram as originais (nem as últimas). Afinal, quatro vozes menos que fraquinhas, mas todas juntas, fazem monte (e alguma edição de som ajuda). Saber que não ler livros poderia ser um item importante no currículo de uma esposa de um futebolista galáctico (eu já estava desconfiada, para falar verdade) e com voz de menina. Que não se pode ser demasiado rica nem demasiado magra (um conceito já conhecido vindo mais ou menos de Inglaterra) nem demasiado parva (um conceito que começa a vingar). Saber que muito dinheiro não compra bom gosto a vestir, nem que se queira muito.
Patrocínio: Uma qualquer editora discográfica, LA Galaxy, fabricantes de sapatos de plataforma, lojas de roupas usadas
O que venderam os ABBA? O kitsh! O festival eurovisão da canção. Mas convenhamos: a música ainda hoje é muito aceitável.
Patrocínio: a costureira experimental deles, Madonna
E podia continuar por aqui adiante! Como vês, Ludwig, o produto de nenhuma destas criaturas é a música. Como isso não se pode inscrever num CD nem trocar em torrentes de bits, não faz grande diferença a pirata... digo... a troca livre de informação. O problema é quando a música é de facto um dos produtos principais! Os mediocres da música não vão desaparecer se os direitos de autor (ou copyright) forem banidos para os infernos. Isto porque pelos vistos o único produto que não se compra (assim, a pagantes!) ultimamente é mesmo música (só se copia). Em contrapartida, para o mercado de pernas, telemóveis, sapatos e outros que tais .... preveem-se dias animados e de alta no mercado. Porque isso o pessoal compra!