quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Barbatanas a 90º - Abobrinha também é cultura

Eu avisei que Abobrinha não era só badalhoquice!

Numa troca de e-mails com uma pessoa que se ofereceu para escrever no blogue/site que eu propus para putos sobre Ciência (e vocês não estão bem a ver como é valiosa a oferta, mas eu hei-de dizer-vos um dia, oportunamente), surgiu-nos uma dúvida existencial:

Porque é que as baleias e golfinhos e outros mamíferos marinhos têm barbatanas horizontais e os peixes (tubarões e outras coisas que nadam para mais tarde ou mais cedo parar no prato de não vegetarianos) as têm verticais?

O que é que justifica os 90º de separação na orientação das barbatanas (ou é mesmo só dois adultos relativamente educados sem mais assunto para conversar?). É evolução pura e simples (para os que acreditam que a teoria da evolução não é só treta de ateus empedrenidos) ou há argumentos de hidrodinâmica?

Está aberta a discussão.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Como ser loura é um estado de espírito

Destaque na TV Guia desta semana: Bárbara Guimarães, toda jeitosa! E é! Não é como as chocas da TV Cabo! Um mulherão! Contudo, diz na capa:

"Bárbara Guimarães mostra o seu mundo secreto"

Aha! Tudo o que nunca quis saber sobre o Carrilho, incluindo como seduzir uma gaja uns anos valentes mais nova (mas isso o meu avô também podia ter explicado, mas já não está... contactável!). Promete!

"Nunca tive vocação para freira"

Nem nós pensamos alguma vez que tivesses tido, filhinha! Escusas de estar descansada!

"A SIC já pagou melhor"

É a vida! Não sei que te diga!

"Tenho celulite como todas as mulheres"

Todas vírgula! Eu não tenho nada por aí além! E depois, só vejo que isso interesse ao Carrilho!

"O meu marido dá-me imenso jeito ao limpar o pó"

Aha! Então foi por isso que casaste com ele em vez do outro que a dada altura andava de cabelo azul! E eu a pensar que era por te filosofar ao ouvido! Chama-lhe filosofar! E a limpar teias de aranha e desentupir os canos, dá jeito?

Lá está, ser loura é um estado de espírito. Mas de uma meia loura que nem categoria para isso tem, a Sra Isabel Herédia, depois de uma queda de burro:

"Estou a fazer fisioterapia e a tomar cálcio"

Fraquinho! A minha mãe conseguia um catálogo de doenças bem mais fixe e com mais pormenores. E daí fica a dúvida: quem é que perguntou???

Isto para mim é uma rapidinha! Apeteceu-me! O post final da pintura segue hoje à noite e o da Cosmopolitan quando me apetecer! Nem um nem outro vão ser rapidinhas, mas como são banalidades lêem-se bem!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Uma multa, uma carteira quer perdi mas não perdi, um trapezista abichanado e um homem sem cabeça

Bem, a isto chama-se não ter segredos e resumir um fim de semana menos a parte da pintura.

Pois no sábado tive mais uma boa ideia (e vocês já perceberam o que é que eu devia fazer quando tenho boas ideias): uma vez isolados os rodapés e lixadas pequenas imperfeições, dar uma voltinha em vez de iniciar de imediato a pintura da casa.

Resolvi ainda (outra boa ideia) ir de carro. Quem sabe o que é estacionar no Porto velho/antigo, imediatamente me diria que a ideia era péssima, mas eu tinha a desculpa que depois iria ao super-mercado comprar umas coisas para comer: a minha casa tem estado uns quantos de furos abaixo de habitável... há já um tempo, por causa da minha mania de adiar a porra da pintura, a ver se ela se faz sozinha, o que não estava nem perto de acontecer. E isso implica que não há nada de comestível em casa porque vou sair daquela para a nova!

Pois tive que fazer como o cão antes de se sentar: dar várias voltas! Encontrei ali um lugarinho mesmo catita e estacionei, toda contente! Fui à minha vidinha, pensando várias vezes: devias estar a pintar, estúpida! Mas o facto de serem mais ou menos 4 da tarde quando saí de casa e de os dias estarem a encurtar (o que poderia implicar uma pitura mais descuidada) serviu-me de consolo.

Voltei para o carro às 7 da tarde, com a consciência pesada, mas relaxadinha... até ver um papelinho do que parecia publicidade preso ao pára-brisas! Aí apercebi-me que a PSP não costuma fazer publicidade! Quando parei no semáforo abri a porta e estiquei-me toda para apanhar o papelinho e ler o desaforo: mal estacionada e ronhonhó do artigo não sei quê e 60 (!!) euros! Ouch! Só podiam estar enganados! Então eu olhei para todo o lado e podia estacionar!

Voltei ao local do crime e lá estava: aqui a cabeça de abóbora tinha estacionado num lugar destinado a deficientes. Estúpida! O pior é que a multa era das 18:00 h!! Ou seja, se eu tivesse vindo embora mais cedo, não se teria passado nada. Para vossa informação, em 14 anos de carta (sim, estou a ficar velha), é a minha primeira multa. Como qualquer primeira vez que se preze (leia-se: em que o parceiro não tem cuidado nem consideração), vai doer (ainda não paguei, mas vou pagar, claro!).

Aqui que ninguém nos ouve, qualquer deficiente que consiga estacionar ali e sair do carro é que merece uma multa: é daqueles sítios horrorosos com pavimento em paralelo e ruas estreitas. Deviam pagar-me por ter bloqueado aquele sítio... OK, fraco consolo... senti-me mal e espero não ter prejudicado ninguém.

As minhas aventuras continuaram quando decidi ir jantar. Quis a sorte que me desse na moina ir primeiro a uma loja... onde vi que não tinha a carteira na bolsa! Como tenho o carro transformado em carrinha de ciganos, pensei que era lógico que a dita cuja estivesse lá aninhada algures entre camisolas da Nike de contrafacção e carteiras Gucci roubadas (mentira: estava a apontar para o saco do IKEA, que não é tão chique mas que eu prefiro, por ser moda casual e vegetariana).

Não fiquei preocupada, pelo que fui ficando por ali mesmo a ver um espectáculo bizarro. Vários até! É que não é todos os dias que a Rua Miguel Lombarda tem uma banda de tipos vestidos como se fossem porteiros num hotel a fingir de chique à Benfica e com um penico na cabeça. Sobretudo um tipo com aspecto abichanado pendurado num trapézio... não creio que se passe coisas dessas todos os dias no Porto. Nem em lado nenhum. No Porto também não é normal ver tipos sem cabeça a passear de guarda-chuva. Mesmo porque não estava a chover!

Para o caso de estarem a tentar discretamente ligar para o Magalhães Lemos (dizem que tem uns jardins bestiais e que é muito agradável, sossegadinho e que dão drogas mais ou menos à fartazana), deixo fotos a documentar o que acabei de descrever. Nem eu me lembrava do semelhante! Afinal era uma cena qualquer de promoção da Famous Grouse, que se associou à abertura oficial das galerias de arte. É que entre Júlio Dinis, a Reitoria da UP, o Hospital Santo António e a rua da Torrinha há ali uma ilha de galerias de arte. Nunca lá fui a nenhuma, mas lembrei-me que o Herr Krippmeister lhes poderia dedicar uns quantos de posts hilariantes. Fica a ideia!

Era só gente chiquérrima e a falar chiquérrimo no meio da rua. E eu a dar mau aspecto no meio daquele glamour todo (mas isso é costume), a sentir-me um pouco solidária com o resto da classe dos pintores de construção civil (uma casta superior, como exposto anteriormente, mas pouco dada à cultura porque tem coisas mais importantes em que pensar).

Não fui a única a dar mau aspecto: estava a tirar fortografias à ave rara no trapézio quando uma ave (infelizmente não em extinção) se aproxima de mim e diz "havia de ter tirado fotografias era à bocado, quando ele estava de pernas para o ar! Porra, eu nem conseguia subir lá acima! Só olhar para aquilo dá-me vertigens!". E quando eu baixo a máquina digital, o espanto: "olha, vê-se o chão! Que grande máquina!"... é o que dá misturar a nobreza com a plebe. Eu incluo-me na plebe, atenção!

Mas nem só de cultura vive o homem mas também de jantar! E voltei à carrinha dos ciganos para ver se encontrava a carteira. E aí... nem ao pé dos Rolex falsos, nem das t-shirts Dolce & Gabbana, nem dos Expressos de 3 semanas que ia usar para forrar o chão da minha casa/acampamento.

Não entrei em pânico: estava com certeza em casa! É o que acontece quando se tem a casa estilo acampamento de ciganos onde explodiu uma bomba de fragmentação e depois foi montado um estaleiro de obras (não necessariamente nessa ordem)! Voltei fermosa e não segura para casa, onde me dediquei à inglória missão de vasculhar no meio das poucas coisas que lá tinha à procura da porra da carteira. Se fosse o telemóvel era mais fácil: punha um a chamar o outro e ele haveria de denunciar o paradeiro do colega. Mas a carteira... é mais complicado! Não tem sequer GPS! Ora aí está uma ideia!

Por esta altura é melhor que saibam que a descrição do estado da casa não é exagerado mas factual: imaginem os móveis todos chegados para o meio, para deixar as paredes expostas... confuso, não?

Agora estava quase em pânico: uma multa e uma carteira perdida é um bocado de azar a mais! Voltei ao carro, onde depois de uma busca frenética a carteira ficou a olhar para mim com cara de gozo. Mereci! Para a próxima faço as coisas no tempo certo em vez de andar a enconar! E arrumo a mala do carro (o que está visível está perfeitamente aceitável e normal: é só a mala que está um horror).

O resto do dia decorreu sem incidentes, mas isso também se poderá dever a eu ter ido para o centro comercial, comido qualquer coisa em andamento, comprado o que precisava para sobreviver, para me refugiar seguidamente em casa. Jurei a mim mesma que no domingo sem falta pintaria a casa, a ver se começava a viver uma vida de gente!
E isso é assunto para o meu próximo post: o epílogo da minha vida como pintora de construção civil! Que escreverei quando me apetecer (talvez ainda hoje, não sei!). Só depois virá o post da Cosmopolitan.

Pela vossa paciência em ler isto, fica um brinde: arte à moda do Porto. Arte na rua, pelo povo e para o povo (isto parece um bocado esquerdista, mas quero que se lixe!). O Porto não é só uma cidade cinzentona (mas também é!).

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Perguntas cretinas e duas versões de respostas

Pergunta nº 1

Numa loja de lingerie, depois de uma moça ter comprado uma série de roupa interior gira para ela mesma:

- Precisa de alguma coisa para homem?

Pergunta que ela queria fazer:

- Tens gajo ou estás desempregada? Se estiveres, eu vendo-te umas coisas, senão desampara-me a loja!

Resposta que a moça deu:

- Não, obrigada, acho que ele não precisa de nada de momento. Se precisar, depois passamos por aqui. Mas tem coisas giras!

Resposta que a moça queria dar:

- Sim, preciso: de peças para construir um em condições, porque os que vêm já montados de série vêm com um defeito ou outro, ou então nem para sucata servem! E muitos dos mais ou menos ou estão ocupados ou gays.

Mas é claro que não é nada disso que estavas a perguntar! O que queres saber é se eu estou encalhada, minha parva!

Fica sabendo que só porque te contentas com qualquer coisa e usas esse soutien tão empinado e decote à mais-valia-andar-só-de-soutien-que-era-mais-honesto como principal (único?) argumento de venda isso não te faz superior! Pelo contrário: contribuis para baixar a exigência dos homens e depois gajas mais exigentes são chamadas de esquisitas!

E sim, estou chateada pela pergunta! Se eu precisasse de "alguma coisa para homem", pedia, não achas?? Tenho boca para falar! E ficas a saber que não é só para isso que a uso, o que possivelmente é mais do que o que pode ser dito de ti! Daaah!

Pergunta nº 2

Numa reunião de condomínio, confrontando um advogado. As perguntas cretinas são feitas duas moças com muito mau feitio e muita atitude. Assunto: uma indemnização de um funcionário por um despedimento mal feito (posto de um modo muito soft!).

- Sr. Dr., mas então qual foi o motivo que alegou para o despedimento?

- Extinção do posto de trabalho.

- Mas então isso não é legal? Não é assim que se faz?

- Pois, mas a jurisprudência diz que...

- Sr. Dr., não é essa a pergunta! O que eu quero saber é se as coisas foram feitas no devido prazo.

- Sim, pois, não! Quer dizer, a jurisprudência...

- Olhe, mas não havia também lugar eventualmente a processo disciplinar, por todos os motivos que lhe explicamos depois de horas de reunião consigo?

- Sim, a jurisprudência diz que...

- Então está a dizer que se podia ir por um despedimento por justa causa, ter mesmo entrado em acordo com ele e evitar a indemnização, certo?

- Bem, quer dizer, sim. Mas a jurisprudência nestes casos...

- Sr. Dr., mas então (...)

(muitas perguntas, muitas "jurisprudências" e um advogado a ficar de todas as cores depois)

- Então o que nos está a dizer é que o despedimento foi mal feito e em consequência disso estamos a pagar uma fortuna numa indemnização perfeitamente escusada, certo?

- Mmmm... quer dizer... ssssssssssssim...

- Ah! Era só isso que queríamos saber!

Informação complementar: por incompetência de falta de mau feitio de outros, além da indemnização, ainda pagamos ao advogado por serviços que ele obviamente não prestou, além de nos ter prejudicado. Há coisas fantásticas, não há?

O objectivo não era humilhar o homem: era ver se se apurava a verdade e se descobria como sair da situação. Infelizmente humilhamos o homem (lamento, mas ele prestou-se a isso, embora eu não tenha gostado de ver) e não saímos da situação. A solução foi procurar um independente da administração de condomínio, competente e interessado, com quem se pode falar!

Vá lá, algo de positivo saiu disto! Além da cumplicidade que dura até hoje com a outra moça de mau feitio. Colheita de 74 também! Logo, boa pessoa e revolucionária! Mas não fala tão alto como eu, o que é bom porque nas reuniões funcionamos bem em conjunto, mas cada qual no seu registo! Normalmente é ela quem me impede de saltar ao pescoço do administrador de condomínio! E eu que digo o que ela pensa em som mais audível!

Pergunta nº 3

Esta tem preliminares (o que é sempre bom!).

Estou eu na Ribeira do Porto, junto ao Cubo, na praça do dito cujo, na minha fase de má vida (ou boa vida, conforme a perspectiva). Tenho amigos de várias Faculdades, vários cursos, curso nenhum e os respectivos amigos. Os meus amigos, ao contrário do "je", fumam ganza e outras coisas maradas. Os amigos dos amigos a dada altura juntam-se (o que é natural, porque os outros foram fumar às escondidas) e de repente alguém diz: "Eh, pá, não acredito que nos juntamos aqui aí 6 pessoas que nem fumam tabaco nem ganza".

Imediatamente a seguir a ter dito isto, aparece um tipo rafeiro do pior que formula a pergunta cretina:

"-Queres ganza? Queres ganza" (que soa como "kés gánza, kés gánza" por causa do sotaque cerradíssimo)

Ao que a vossa abóbora de eleição responde com a mesma delicadeza que se estivesse numa loja de decoração e design na Foz perante um designer de interiores gay e cheio de trejeitos:

"- Não, obrigada, já temos!"

Bem, seria complicado explicar que nenhum de nós fumava tabaco nem ganza, não acham?

Pergunta nº 4

Outra da mesma altura de má vida. Também com preliminares.

Um amigo está a fazer Erasmus na Holanda e traz de lá uma folha de não sei o quê (não interessa o que é, só sei que se fuma. Estávamos no café Luso (quando aquilo estava aberto) e eles iam começar a fumar aquilo lá dentro.

A vossa abóbora de eleição protesta, e que não sei quê e que temos que ir lá para fora porque é proibido.

Chegados à rua, passam-me o charro.

"-Para que é isso?" - pergunto eu.

"- Então... não queres? Foste tu que insististe para virmos cá para fora!"

"- Vocês sabem que eu não fumo! Eu não disse que queria fumar isso cá fora! Eu disse que queria vir cá para fora, que era para dar mais o ambiente de ser proibido. Mas não quero isso!"

Fica ao vosso critério decidir de quem foi a pergunta cretina!

Bem, chega de histórias! Vou regressar ao que tenho que fazer, mesmo porque isto está a correr melhor! E isto já está muito comprido e o Pharphalho depois queixa-se dos "lençóis" de texto! Se bem que, se tem alergia aos lençóis... problema dele!

Para o fim de semana prometo uma leitura crítica da Cosmopolitan e da problemática dos rabos arrebitados. Isto SE E SÓ SE pintar a porra da casa!!!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Jovem procura pintor de construção civil para relacionamento sério - parte 5

Agora sim, vou ao busílis do título (era para ter apagado no post anterior, mas deu-me a preguiça).

Conclui-se assim que:

1. Eu estou bem nas obras. Pelo nível da linguagem, acho que alguns de vocês já andariam desconfiados!

2. Eu sou uma mulher de muitos talentos. E que gosta de fazer publicidade a si mesma!

3. Uma das três:

3.a. Eu tenho espírito de pintor de construção civil e estou a anunciar a posição aberta (salvo seja) para um relacionamento sério;

3.b. Ando à procura de um relacionamento sério com um pintor de construção civil para não ter que passar por nada disto de novo. Mesmo porque me ficou a doer o pescoço porque além de meia totó sou pequenina e preciso de uma massagem;

3.c. A OMS recomenda pelo menos 8 horas de sono a trintonas desequilibradas psiquiatricamente;

3.d. A privação de sono é lixada (e faz com que trintonas que não fecham bem a mala deixem de saber contar).

4. Tenho a certeza que havia mais qualquer coisa, mas já não me lembro.

Portanto, resumidamente é esta a minha posição sobre a pintura de contrução civil, sua importância sociológica, sexual e também na migração dos estorninhos desde o Rio de Janeiro à Chechéno-Ingúchia, com passagem pela Ossétia do Norte para formalidades alfandegárias.

É possível que o sono me faça pensar direito... mas também é possível que isso seja simplesmente... uma impossibilidade!

Dizei de vossa justiça.

Jovem procura pintor de construção civil para relacionamento sério - parte 4

Ora o título deste post não é inocente (embora os mais mal intencionados estivessem já a ver que eu ia chutar para canto ou dizer que era só para enganar): já lá vou!

Ora eu sou uma mulher de muitos talentos. Completa, portanto! E tive a brilhante ideia de pintar uns metritos quadrados com uma virginal e fresca tinta. E se bem o pensei, melhor o comecei a fazer (ainda não acabei).

O sentido de oportunidade nunca foi o meu forte (isso e capacidade de síntese, mas tenho mais talentos, como o de falar longamente de banalidades como se de facto estivesse a dizer qualquer coisa e acomodar discursos inteiros embrulhados em parênteses). Só assim se explica como é que um cristão se lembra que é boa ideia começar a isolar os rodapés à meia-noite. E nem me perguntem porquê, porque não vale a pena. Digamos que a inspiração surge quando menos se espera!

Só isto seria grave, mas depois de percorrer este longo calvário decidir molhar o pincel e fazer cócegas à parede... não é de alguém com as ideias completamente no sítio. De uma cabeça de abóbora, portanto! Aqui como o "je". Mas foi o que fiz!

Pareceu-me que o trabalhinho estava muito mal feito e estava a desanimar. O que me ia entretendo eram os jornais: sabiam que as Scarlett Johansen não se considera parecida com a Marilyn Monroe (apesar de ter acabado de provar que era loura natural)? E que a escrita de ficção portuguesa está a sair do armário (deve ser do meu: está cheia de coisas)? E que diz-me com quem dormes, dir-te-ei como escreves (mmm... se der para fazer ao contrário, o que é que isso diz de mim?)? E podíamos estar aqui a noite toda, não tivesse eu entrado em modo de zombie.

Moral da história: pensei que eu era como um desses meninos condenados a uma carreira desinteressante. A pintura de construção civil nunca me quereria nas suas fileiras. E fui dormir para afogar as mágoas! 3 horas inteirinhas! Diga-se que com a ramada de sono que eu estava, quase não deu para molhar os pés, quanto mais afogar seja o que for!

De manhã, ao contrário do que muitas vezes acontece (quem já não se deitou com um príncipe e acordou com um sapo? Mmmm... bem... eu! Mas isso é porque não bebo bebidas alcoólicas e sou muito criteriosa com quem meto na cama... adiante!), o que vi de manhã era bem mais agradável do que o que tinha visto de noite! A tinta tinha assentado e estava com um aspecto saudável, limpo e virginal. Isto mesmo tendo ficado um pelo (unzinho só) do pincel pregado à parede (e vocês pensavam que o pincel não tinha pelos... mas não é esse!).

Ou seja, tenho futuro como pintor de contrução civil. Ou então, várias hipóteses se põem... já a seguir a um curto intervalo!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Jovem procura pintor de construção civil para relacionamento sério - parte 3

A pintura tem o seu clímax quando, molhado o pincel e usado onde era preciso e como era preciso o pintor de construção civil agarra na trincha! E passa ao ataque! À bruta, como qualquer parede quer e gosta!

O pintor de contrução civil mergulha a trincha e retira o excesso de tinta... e PIMBA! Para trás, para a frente, num movimento firme e um pouco bruto mas com um toque paradoxal de elegância, delicadeza e mesmo sensibilidade, o pintor de construção civil ataca a parede. Esta permance impávida e serena, confiante nas mãos rudes do nosso heroi! As paredes louras olham distraidamente para o tecto e replicam convencidas de que estão a dizer uma grande coisa: "beje! Vou pintar o tecto de beje!".

Para cima e para baixo, para cima e para baixo, movimentos ritmados! Pára. Mais tinta! Para cima e para baixo, para cima e para baixo. Ai, queirido, tenho aí uma rachadela estreitinha que me está a fazer comichão... ai, ai, siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiim, era mesmo aí, continua amor!

Depois de dias de preliminares e horas e horas de trabalho em que não pode parar (senão a tinta não liga e ficam emendas), o pintor de construção civil pára, exausto! Saca de um cigarro, e vai fumar lá para fora enquanto a parede fica a arfar de contente e espera pela secagem. Aí não quer que ninguém lhe toque, para manter a memória das mãos do pintor de construção civil.

E depois queixam-se as mulheres de ouvirem piropos nas obras! De facto, tão grande talento tem que ser recompensado NO MÍNIMO com favores das damas! Só gente com muito má índole não reconhece este simples facto! Ou inveja.

Voltamos ao início (vocês já começavam a pensar que ia deixar esta ponta solta... ora ponta... mmmm... não interessa!): ser pintor de contrução civil é uma forma séria de sobredotação. Ou seja, não é para quem quer, mas para quem pode! São poucos os eleitos! E é disso que os pais de gerações de meninos têm andado a proteger os seus rebentos: da frustração de descobrirem que afinal não são competentes!!

(continua... sim... há mais)

Jovem procura pintor de construção civil para relacionamento sério - parte 2

(continua)

Vejamos as vantagens da pintura de construção civil:

1. Molha-se o pincel quase todos os dias e em ambiente laboral, sendo-se pago por isso;

2. Anda-se sempre com a trincha na mão;

3. Viaja-se muito;

4. O código de vestuário é uns furos abaixo de casual;

5. Não se pode trabalhar quando chove;

6. Os preliminares são muito exigentes e quando bem efectuados fica a sensação de um trabalhinho bem feito!

Estas são as partes boas! Fosse isto um recrutamento de emprego, haveria filas (bichas eventualmente também, à conta da parte do pincel e da trincha) à porta! Afinal, aquilo até parece fácil!

Aha! Aí é que bate o ponto (ou a ponta, mas para isso é preciso ser um bocado tarado ou estar na especialidade errada de construção civil ou ballet)! É que aquilo é tudo menos fácil! E nesta segunda parte do post (não sei de quantas vai constar, porque eu sou um bocado inconstante e dormi 3 horas mas tomei cafeína por via intra-venosa) vou demonstrar isso mesmo!

Comecemos pela parte que já engasga alguns homens: os preliminares. Ah, pois é! Pensam que é molhar o pincel, dar à trincha e pronto? Mais: instruções é para gente com mau feitio e que pensa que é esperta! Pintor de contrução civil aprente o mister como aprendeu a fazer amor: pergunta aos colegas como é! E depois troca impressões enquanto fuma um cigarro!

Os preliminares dividem-se em duas partes: tapar rachadelas (para paredes mais maduras, é sempre preciso um retoque que não é numa parede virgem) e isolar com fita adesiva crepe as partes que não se podem sujar. Lá está outra vantagem dos pintores de contrução civil: são muito metódicos e no fim deixam sempre tudo muito limpinho (sim, eu sou uma exagerada e nem sempre vejo muito bem, motivo pelo qual me desgraço a comprar lentes de contacto e óculos!!).

Não é qualquer um que tem esse cuidado! Tudo isto demora muito tempo, mas o pintor de construção civil é paciente! Aquelas mãos anseiam pelo deslizar da trincha pela parede virgem (ou já mais experiente, tanto faz e é um grande desafio) e não se precipita. Ao contrário do que é habitual em outras actividades humanas, as rachadelas têm que secar, já que húmidas fazem com que o trabalhinho fique mal feito. E estorvam! A fita crepe evita as doenças no restantes materiais e a prenhez destes. Não sei porquê, mas estava a fazer uma analogia.

A seguir vem o acto em si. Começa-se com pézinhos de lã, a fazer umas coceguinhas nos cantinhos, mas de modo a ficar tudo já muito bem lubrificado: as esquinas das paredes, tão sensíveis à carícia do pincel, os cantos das tomadas eléctricas (com os buracos tapados, que é para prevenir manifestações de prazer mais explosivas) e... os interruptores. Oh, sim, os interruptores. Depois de bem cobertos, começa a farra!

Jovem procura pintor de construção civil para relacionamento sério - parte 1

Ou como é que nem sempre as coisas parecem melhor à noite que de manhã.

Eu volta e meia tenho boas ideias e às vezes tenho mesmo muito boas ideias. O manual de instruções que deram aos meus pais quando eu nasci dizia para me deitar a dormir nessas alturas, porque a regra era que a seguir vinha asneira.

Infelizmente, o manual ficou acidental e irreversivelmente danificado quando eu de propósito forcei o gato a comê-lo. O desgraçado andou a arrotar pontos de exclamação meses e meses a fio e a tossir bolas de pêlo com parênteses! Para vegetariana, eu às vezes sou um bocado violenta! E já vem de criança! Daí a teoria que sou mutante, porque os meus pais são pessoas perfeitamente normais e com bons instintos. Mas isso fica para outra altura!

Uma das minhas últimas boas ideias foi pintar eu mesma 30 e tal metros quadrados de parede. Rachadelas incluídas. Para quem pensa que isto foi um apelo à badalhoquice, parabéns! Também foi para dizer que as paredes cederam ligeiramente (o que é mais do que se pode dizer às vezes de mim quando emburro para uma ideia) e teve que se tapar as rachadelas.

E pronto! Uma boa ideia é pior que um vírus! E eu fiquei contaminada!

E qual é o sentido deste post? Podia-se argumentar que o mesmo que dos anteriores: nenhum que faça grande sentido nem diferença à humanidade nem ao nível médio das águas do mar. Mas não vamos por aí!

O que se passa, meus caros, é que toda a vida jovens brilhantes foram desviados da carreiras aliciante e altamente criativas como pintura de construção civil para outras tão cretinas como design, informática, Ciência e Medicina. Só para mencionar umas quantas! O argumento: "filho, estuda, que é para não teres que ir trabalhar para as obras e um dia seres alguém!". O que eu descobri, meus caros, é que a verdade escondida era outra!

A realidade é que os nossos pais tinham já subido a um patamar de consciência superior! Um que permitia ver todas as vantagens de ser pintor de construção civil e a profunda inaptidão para essa carreira por parte da maioria das almas.

(continua)

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Frígida?? Eu?

Ora bem, este é o título de um destaque da Elle deste mês e não tem nada a ver comigo. Ou até tem, mas daí não tem, mas pode ter, mas só em certas ocasiões muitos especiais - quer dizer, especiais no sentido de falta de especialidade - e mesmo assim não porque eu salto fora, mas... esperem um bocadinho... (respira fundo)... vamos começar outra vez! É o título que me perturba! Eu sabia que devia ter comprado a Cosmopolitan!

Dizia eu que comprei a revista por causa do título de um dos destaques (tenho um blogue para manter!), sabendo embora que devia ser publicidade enganosa! E foi certinho: o título não faz juz à peça (deve ser só para chamar a atenção), a saca de verniz vermelha que vem com a revista é uma vergonha e a Catarinha Furtado na capa não augura nada de bom (ao menos não estava a falar em tirar o plástico, como na revista do Público o fim semana passado, mas já lá vamos).

De saco de verniz estamos conversados: é efectivamente uma merda e um desperdício de recursos. Um saco, por assim dizer, frígido! O saco do IKEA (que eu tenho usado e abusado) é muito mais sexy).

Quanto à magna e candente questão da frigidez... digamos que a única parte boa é a foto que ilustra o artigo: umas cuecas de mulher dentro de um bloco de gelo. O destaque remete-nos para a página 136... só! Quer dizer, um tema tão quente (salvo seja) e tem direito a uma miserável página! Mas o pior nem é isso! Há pessoas com capacidade de síntese (não sei se já repararam, mas eu não sou uma delas!), por isso uma página podia ser o suficiente! Em vez disso, o artigo é menos que superficial e cai em quase todos os lugares-comuns (não todos porque manifestamente não há espaço). A saber:

1. "Os casos". Dá um toque de realismo! Fala de um homem de 92 que faz amor com a nova namorada... de 93! De 10 em 10 dias e a rapariga ainda está para as curvas! Pá, acredito que seja possível, mas digamos que não deve ser a regra! O que nos leva sempre para aquela de "(suspiro!) quem me dera ser assim! Eu não merecia ser assim?". E depois, para um artigo que tenta abordar de modo quase sério a questão da intimidade, fazer a apologia do "truca-truca" até aos 92... não é por aí!

E isso lembra-nos aquelas cenas de: "faz mal fumar e ser obeso. Olha, um vizinho meu fumava que nem uma chaminé e ocupava três cadeiras e tem 92 anos e ainda dá umas trancadas na namorada nova que é um ano mais velha que ele!" Ou seja, como argumento é fraquinho!

2. A medicina. Dá um toque de credibilidade. Vai-se ao manual (ou à wikipédia, que está na moda) e transcreve-se. No caso: "as doenças físicas ou mentais, os problemas e as preocupações podem provocar uma diminuição da líbido". E pronto! O doutor falou!

Quero contudo partilhar uma parte que está bem escrita (não sei se saiu da wikipédia, mas a wikipédia também tem coisas boas): "a sexualidade feminina precisa de atenções para desabrochar. Quando ele apenas procura satisfazer o seu próprio prazer, está a negligenciar o da sua companheira, tão diferente do seu. O resultado é óbvio: o homem, apressado, chega ao fim antes mesmo que os sentidos da mulher tenham sido despertados."

E depois o inevitável cliché: "as relações sexuais tornam-se sinónimo de trabalhos forçados, que ela vai tentar evitar por todos os meios (a desculpa clássica da dor de cabeça!)". Dor de cabeça os tomates: as exaquecas como meio de evitar a segunda parte da palavra são mito urbano! Mas melhora de novo: " Quantas mulhers nunca tiveram um orgasmo ao fim de anos de vida em comum?".

No final do artigo vem de novo a medicina a falar de forma vaga em depressões. Chamo a atenção para o facto de alguns anti-depressivos provocarem diminuição de líbido em algumas pessoas. Ou seja, faz bem por um lado mas mal pelo outro. Um pouco como tudo!

3. As pontas soltas. Aqui o título é "os filhos"... e não diz coisa com coisa, por isso nem vale a pena. Anda à volta da degradação do aspecto físico das pessoas com o tempo e das ocupações e preocupações do dia-a-dia, mas muito fraquinho!

4. A atribuição de culpas. Aqui ao menos atira para os homens, que não têm atenção para com as mulheres. Menos mal! Mas não é só isso! O que é que causou isso? Alguns homens não terão que ser educados a falar de sexo? A falar com mulheres? A pensar um pouco como mulheres? A andar mais devagar? A dominar a arte do dirty talk? Dizer só "a culpa é dos gajos" não ajuda em muito. E depois, pode ser "culpa" da inibição das mulheres! Que se ultrapassa! Como? Isso é que é importante! Ou seja: resumindo e baralhando, o que interessa é que é tudo muito mais complexo e merecia um título honesto e/ou um artigo bem mais aprofundado e bem escrito!

E é tudo! Acho que já gastei o mesmo número de caracteres que o artigo e disse qualquer coisinha mais. O artigo é assinado por S. S., o que me deixa na dúvida se será um macho ou uma fêmea. O Jorge Fiel, que é menino, escreveu há uns 3 meses um post com o título "para acabar de vez com a secura vaginal", com muito mais informação, rigor e dirty talk (muito necessário para activar a zona erógena mais poderosa das mulheres: o cérebro, a imaginação). E o que é mais, é que este veio 2-3 semanas depois de um outro em que se fazia a apologia de os meninos "perderem" pelo menos 10 minutos em "coisa e tal" com as meninas. Mas os 10 minutos eram um limite mínimo!!

Infelizmente não consigo encontrar a ligação para nenhum destes posts dele por causa da reformulação do site do Expresso, pelo que deixo um outro também excelente sobre a problemática das vaginas sugadoras. Se vir que tal, faço uma cópia do que ele escreveu para poderem apreciar badalhoquice e verem onde é que este blogue se inspirou (e porque é que cai sempre e inevitavelmente para a badalhoquice!!

Uma última nota: este post não está perfeito! Não é exactamente o que queria, com os termos que queria, com o sarcasmo e humor que queria. Mas aí é que entra a idade e as suas vantagens: capacidade de entrar em compromisso. E este post é um compromisso entre o que quero dizer e o tempo que tive para o dizer. E atentem que foi escrito às prestações. Não é perfeito, mas a perfeição é um objectivo vago, não um concreto. É mais um caminho que um fim! E também em relações humanas se tem que ter isso em consideração.

Voltarei ao assunto da Catarina Furtado e da Cosmopolitan mais tarde... se me apetecer!

sábado, 8 de setembro de 2007

A importância dos 20 cm

Estou envergonhada! Eu sou pequenina, mas nunca pensei que tivesse que dizer do meu objecto mais másculo e que tanto prazer me dá (e que já tem uma rodagem simpática): querido, faltam-te 20 cm!

Estou a falar, naturalmente, do meu carro! A culpa até foi minha: não calculei bem a distância (mas sou mais ou menos competente a fazer manobras) e o sofá que comprei no IKEA ficava com o rabo de fora. 20 cm, para ser mais precisa! E eu sabia que devia ter posto barras de carga no bicho. Falhando tudo, ficava bem mais bonito e aerodinâmico!

Contabilidade de grávidas: 5. Algumas não juro que não fossem só gordas. Uma delas não teve o bebé ali mesmo não sei como: estava com um barrigão enorme e já a modos que para o descaído!

Ia contabilizar as crianças, mas às 20 parei. Para a próxima contabilizo os espanhois. É que, parecendo que não, a Galiza é já ali! Acho bem! Não podemos ser só base operacional da ETA! Portugal também é lojas de design!

Uma coisa é certa: respeito as grávidas que lá estavam por estarem grávidas... e por aguentarem o barrigão no meio daquela confusão! Bolas! Eu estava quase a parir a minha paciência e os meus pés!

Mas estou satisfeita com as minhas compras!!! Apesar da falta dos 20 cm. Já assegurei o meu carrinho que não foi culpa dele mas meu (o que temos que fazer para os homens não serem inseguros). Como prova, amanhã vamos ter uma conversinha: eu, ele, um balde com água e sabão... e um pano! Eu esfrego-lhe as costas e ele leva-me onde eu quero em segurança!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Falta de assunto, falta de bom senso ou ambos?

Não, não sou eu que estou com falta de assunto: é a comunicação social portuguesa!

Costumo (quando vejo) ver as notícias na RTP1, mas acho que vou rever essa rotina. Das 13:00 às 13:20 h foi Madeleine, Madeleine, Madeleine! Mas descobriu-se o assassino? Descobriu-se que foi raptada por terroristas? Pela máfia de Leste? Por extra-terrestres? Que afinal ganhou o Euromilhões e fugiu dos pais e do mundo para uma ilha deserta descoberta ela mesma há 2 meses e por isso só agora chegou a carta?

Não: vieram as análises de Inglaterra? E o que dizem as análises? Que há mutantes na família? Que se encontrou a cura para as doenças auto-imunes? Que a história da evolução das espécies é treta e que afinal o mundo foi mesmo feito em 7 dias de 24 horas terrestres cada (mais uns trocos porque alguém calibrou mal o relógio e desde então as coisas têm andado um bocadinho confusas?

Podem dizer tudo isso e muito mais. Ou não! O que se passa é... nada! Os resultados das análises estão com a polícia.

Então como é que se perde 20 minutos a falar do que não se sabe? Não sei! Mas consegue! Consegue-se pondo um reporter excitadíssimo (pastilhado ou com falta de sexo?) a fazer a revista de imprensa do Reino Unido (menos mal: ontem insinuou que no laboratório lhe fizeram ameaças à integridade física!) e entrevistou umas pessoas. Pérolas dessas intervenções:

- Os jornais dizem que PODE haver novas detenções em Portugal (Pode? Pois pode! Também pode não haver! E o Elvis PODE ser um extra-terrestre. Como diz o Jorge Fiel: títulos vaca!)

- Os jornais dizem que as análises podem ter informações importantes (Ver acima. Hmmmmmmmmmmm!)

- O Reino Unido está em suspenso, à espera dos próximos desenvolvimentos. (Não creio! Ademais, a morte da Santa Diana ainda está fresquinha de 10 anos e uns dias! E já começou o campeonato de futebol!)

Liguei para a SIC, que já estava à volta de assaltos e essas coisas. Não sei como está o Helder Rodrigues, o piloto das motos que ontem estava malzinho. Espero que não ganhe notoriedade à la artista, porque significa que não poderá correr mais por impossibilidade técnica.

Mas desanimei: interromperam um directo em Viana do Castelo onde foi assaltado o museu da ourivesaria tradicional para... mostrar a carrinha com a mãe da Maddie a sair para a polícia de Portimão. Só isso!

Não desliguei porque o senhor (tenho que descobrir o nome do homem) que é/era dono do museu da ourivesaria tradicional deu uma lição da arte de bem entrevistar em toda a sela.

Entrou logo a matar:

- O senhor estava atrás do balcão quando se deu o assalto?

- Ouça, não invente: eu não estava aqui e você sabe! Eu vi tudo depois pelas câmaras de segurança!

1-0!

- Disseram-me que o senhor pondera fechar o museu.

- Fechar o museu? O museu está fechado por natureza: eles levaram tudo! O que é que eu vou pôr lá? Fotografias dos vianenses de boca aberta a olhar para o que não está lá?

3-0 (a parte das fotografias conta como golo)

- Acho impossível como é que isto acontece quando Viana está cheia de polícias por causa de (uma coisa qualquer que não me recordo, mas é um evento europeu). Os polícias armados com fisgas, como é que vão fazer face a bandidos armados com metrelhadoras?

5-0 (Se repararam, não houve uma pergunta e as fisgas merecem golo também)

E depois (um homem adulto) conteve-se e conseguiu não desatar a chorar quando falou em anos e anos de pesquisa e coleção e no valor sentimental e não só da coleção. OK, essa parte não teve piada nenhuma, por isso não entra para a contabilidade.

Ficou na SIC.

Já não me lembro do motivo dos 20 minutos na RTP1: era alguma telenovela em tempo real? Ah! Parece que foi uma menina que desapareceu! Ora porra! Isso também não tem piada! Nem com o costumeiro "ah, e é porque era estrangeira, linda, branca e de olhinhos de gato". Haja decência! Haja bom senso! Haja paciência (que me falta com este calor atroz!).

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Red Bull Air Race Porto e Gaia parte 6 - as bocas

Red Bull não é só aviões tipo Gloriosos Malucos das Máquinas Voadoras: também é o povão que emoldurou o vale do Douro e os seus ditos e feitos. Sem gozo, "moldura humana" foi a expressão acertada para o que se passou no sábado! E eu estava lá! Num dos melhores sítios! Para o ano estarei lá de novo, mas a pagantes!

As bocas do piorio

1 - Prémio sai de Lisboa de vez em quando, seu grunho, ou como um alfacinha idiota olhou para os barcos rabelo pensou que aquilo era mais que turístico !!

“O quê? Não me digas que eles ainda transportam o vinho do Porto nestes barquinhos!”

Tipo: daaaah!! Os barquinhos têm nome! E toda a gente sabe que o vinho do Porto vem às costas de trabalhadores escravos que descem da Régua a pé e não em barcos rabelo!!!

2 - Prémio para a próxima vê se aprendes alguma coisa sobre o que vais fazer antes de propriamente o fazeres, ou como o camelório que está a fazer a entrega dos prémios se vira:

“Porto Gaia está de parabéns!”

O quê??? Que cidade é essa??? Pensei que eram as mulheres que não sabiam ler mapas!!! Vai para a escola! E nem tens a desculpa de ser estrangeiro!

3 - Prémio para debitar lugares comuns eu também fazia isso e mais barato e ainda sou mais bonita que tu, ou como o mesmo grunho ainda consegue mais um disparate (e isto porque eu entretanto fugi!):

“Porto Gaia precisa de mais iniciativas deste tipo”

Tenho uma ideia melhor: damos-te Red Bull e pode ser que voes daqui para fora! E não voltes! E se voltares avisa que é para eu não estar!

Agora as do “melhorio”: do povo ao pé de mim! É que eu sentei-me ao pé de uns tripeiros divertidíssimos e de uns não tripeiros muito simpáticos.

Bocas às várias equipas técnicas:

4 - À volta das 10:00, 10:30 h, de cada vez que passava um barquinho no rio:

"Olha a hora!!!"

De facto, as pessoas importantes já lá estavam há muito: nós!!!! Fiquei a saber que uns estavam lá desde as 6:00!!! Bolas! Quem gosta, gosta!

5 - "Saiam da frente, estupores!" - para os que passsavam à frente, a impedir que a malta malhasse para o rio!

6 - "Tira o cabelo da frente dos olhos!" - O que não seria descabido de todo, não fosse o tipo (um da equipa técnica) ser completamente calvo e nitidamente não perceber português. Sendo assim, fica por explicar porque é que ele se riu!

7 - "Anda aí com o rato morto pendurado!" De facto, o microfone parecia um rato morto! E depois, a malta queria era aviões (mas o que estava a filmar era muito bem apessoado!).

Durante a exibição dos aviões da Breitling

8 - A dada altura um avião vira-se de barriga para cima:

"Esta é a parte em que ele vomita: baaaaaaaaaaaaaaaaaaaah! E depois quando endireita... é uma badalhoquice!"

9 - "Agora vai mandar um míssil!"

10 - "Estes gajos a pintar a estrada eram um espectáculo: direitinhos, com um fio, no meio da estrada!"

11 - Dois aviões da formação da Breitling voam para cima e como que se enrolam um no outro, de maneira quase romântica:

"Agora é o acasalamento! Depois dá daqueles aviõezinhos de modelagem!"

Vários:

12 - "Vêm aí dois aviões! Não: o outro é uma gaivota"

13 - De cada vez que um avião comercial passava:

"Agora é aquele a fazer o percurso!"

14 - Mirando as taínhas/tubarões:

"Põe a minhoca de fora, pode ser que o peixe salte!"

15 - "Pouco barulho que eu quero ver!"

E finalmente, a verdade sai da boca dos inocentes:

Estas saídas são quase todas de um puto com aí 5-6 anitos. Reguila até não poder mais! E com toda a pinta de estar mais que habituado a ir ao Dragão.

16 - "Muito bem! Tiraste o outro do caminho!"

17 - Um dos aviões dá umas piruetas e vê-se o piloto a acenar nos ecrãs gigantes:

"Não sei o que é que queres! Não és o melhor!"

18 - Apanhei esta conversa a meio, mas é qualquer coisa como mudar de clube. Isto só visto a lábia, a altivez e a linguagem corporal do puto:

"Se mudar vou para cima, não vou para baixo! Como não tem mais nenhum acima, não mudo!"

19 - Na entrega dos prémio:

"Meninas da Red Buuuuuuuuuuuuuull! Ó meninas da Red Bull morenas e jeitosas! Ó meninas da Red Bull todas boniiiiiiiiiiiiiiiitas!"

Isto é: já tem a escola toda!

20 - “Mamã, aquilo é chichi??”

Uma menina amorosa de 3 aninhos pergunta à mãe se a água nos laguinhos na zona de restauração (que realmente está estagnada e com mau aspecto) é chichi de gaivota. A mãe ri-se e explica.

"Não, filha! Isto é a água que só é mudada de vez em quando. E de vez em quanto as gaivotas realmente fazem chichi!"

That's all, folks!!!!

Red Bull air race Porto e Gaia parte 4- A verdadeira corrida

13:26 - Há um sururu e de repente uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii... passa um avião todo nervoso por lá fora!!!! No sítio onde estou ele tem que dar a cabeça ao "air gate", por isso vejo as tripas ao avião.


E depois o sobressalto: oh, não! Ele vai bater na ponte!! Mas... vuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuum!!! Faz um loop perfeito e volta para trás! E lá vai ele todo nervoso de novo! E vê-se o rasto de fumo do outro lado!


E depois uiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii lá vem ele outra vez! Ai a ponte! E lá se safa a desgraçada de novo! Vira-se um "lá tinha o Eiffel que a construir de novo". Aí esclareço: o Eifell fez a D. Maria, a antiga ferroviária que acho que não está a fazer nada de momento. Mas é linda! Não sei quem fez a D. Luís, mas já soube.


E pronto! Quando tal vem outro! E outro! E outro! E eu rapidamente chego à conclusão que é melhor deixar-me de fotos porque os desgraçados andam muito depressa e eu não tenho máquina nem talento para acompanhar! E estou com pouca bateria.
As que deixo é mesmo por descargo de consciência, mas há montes muito melhores na net. Talvez picando na montagem se veja alguma coisa de jeito (teve que ser assim, por causa de diminuir o número de imagens e a resolução).


Esta não ficou muito mal! Mas não mostra o que vi de modo nenhum! Dito isto, nenhuma mostra!

A pedido de várias famílias, uma jeitosa. Não sei se seria nortenha, porque os sotaques pareciam-me muito equilibrados. Mas obviamente não trazia chapéu!

E ainda as famosas taínhas! É cada tubarão!!!



Correram inicialmente 12 marmanjos. Depois foram eliminados 4 e correram os 8 sobrantes.

14:07 - Intervalo. Quer dizer, da competição! Entram os jactos da Breitling, de que não tenho fotos. Fiz vídeos, mas não sei partilhá-los. Nem interessa: não daria para mostrar o que aqueles malucos fizeram! LINDO!!

14:32 - Acabou a exibição dos Breitling e começa a prova dos 8 apurados. Estou de novo farta de aviões, mas tirei umas coisas com o zoom. Claro que com o gás que aqueles desgraçados iam, a maioria das fotos apanhou um rasto de parafina queimada!


Pontaria do carago, apanhei o vencedor mesmo a jeito! Foi nesta altura que comecei a ver onde se controlava o tempo. E também nesta altura reparei que havia um "abobrinha": um piloto meio francês meio russo, o Nicolas Ivanoff, da equipa 300SR, com uma pintura parecida com as cores deste blogue. Tinha que ser exótico!

14:44 - Uma exibição de um helicóptero e uns meninos da Força Aérea Portuguesa que desceram numas cordinhas para a primeira plataforma e sairam rapidissimamente de lá para fora. Também não tenho fotos: só vídeo.

Perdi-me com o tempo, mas já estava um bocadinho para o derretida! E ainda nem sabia que parte era literal: tinha queimado as costas porque não cheguei lá com o protector solar e ainda não tinha dado conta! Não sei bem a que horas acabou a corrida e reparei agora que não anotei o tempo do vencedor. Mas nessa altura também já me pareciam todos iguais!


17:12 - O pessoal começou a desmobilizar. Fazem bem: preciso de esticar as pernas! Refira-se que entretanto passei para a 1ª fila!!! Leia-se: ia malhando ao rio! Os três vencedores aproximam-se da margem de Gaia vindos da freguesia de Massarelos: as coisas que eu aprendi ao ouvir o apresentador (que de resto não ouvi durante a prova. Quer-me parecer que não perdo grande coisa). Eu registei não só a chegada como a entrega dos prémios.


A entrega dos prémios registei com alguma dificuldade porque... sou pequenina!




17:26 - Desmobilização! Alto! Quero ir à casa de banho! Destinho: Pizza Hut!


Ah, e tal, só podem ir à casa de banho clientes. Acho muito bem, mas estou aflitinha. Vai daí: "sabe, eu até estou na fila, mas estou aflitinha e tenho que ir já". Pois claro que posso entrar: pedi com tanta piedade!


E ainda ganhei um bónus: o "emplastro" a pedir moedas e a celebrar a estupidez de quem goza com um indivíduo com um atrasinho. Mas é assim! E eu não fui melhor: tirei uma foto e nem moeda lhe dei (tinha deixado a carteira com os meus amigos, mas também não daria!).


17:49 - Ainda ali estou , porra! Uma última foto ao lixo e fico sem bateria!



Estranhamente chegou-se bem a casa!


Amanhã é dia de trabalho. À noite vou tentar colocar a galeria de bocas e cenas tristes.


SMOKE OOOOOOOOOOOOOOON!!!

Para o ano há mais. Mas para o ano acho que vou a pagantes!

domingo, 2 de setembro de 2007

Red Bull air race Porto e Gaia parte 3 - antes dos propriamente exactamente, mas já em Gaia

08:24 - Desaguei oficialmente em Gaia, domínio do Luís Filipe Meneses, com a vista que se pode ver nesta foto. Reparem na falta de luz: é cedo e a ponte e a escarpa fazem sombra!!! Reparem nas fotos que tirei depois e na diferença de luminosidade! No sábado esteve um dia com luz à Lisboa!!! Perfeito!

08:26 - Este povo já lá estava. Reparem no pormenor da senhora a fazer crochet! 08:27 - As duas gaivotas estão ali desde as 4 da manhã. Estão em acesa discussão sobre se se vê melhor de cima do "C" ou de cima do "A" das caves Calem!

08:35 - Abanco oficialmente ao pé da senhora dos croissants (engordam imenso!). Desaguaram ao pé de mim uns lisboetas que vinham muito prevenidos: nem dinheiro ("pá, tenho que ir ao multibanco!"), nem comida ("desculpe, onde é que comprou esse croissant?"), água nem vê-la, banquinho muito menos. E tenho a nítida sensação que um me tirou uma foto ao meu rabo! É o que dá a merda das máquinas digitais e telemóveis todos apaneleirados!

Os nativos, pelo contrário, além de madrugadores estão prevenidos! Mas dá-me a sensação que ali não vou ficar bem: a vizinhança (nativos e não só) não me parece civilizada (estavam sempre a ver quando poderiam dar o golpe e sentar mesmo na beirinha. A vista da ponte da Arrábida e da D. Luís não me pareceram justificar o sítio. Mesmo porque não estava ao pé de nenhum dos obstáculos. Decidi sair dali. E depois, aqueles croissants engordam só de estarem a olhar para mim!

Estava perto das casas de banho portáteis, mas ocorreu-me: as casas de banho dos restaurantes arecem melhores! E decidi ir para lá. A foto dos meus pés é no novo sítio.

08:49 - Negócio é negócio: quem não trouxe cadeirinha paga € 5 por duas! Mulher prevenida vale por duas! E eu preveni-me!

09:19 - Abanco oficialmente na 3ª (!!!!) fila. Comecei a ver aviões de imediato, mas foram só os de brincar de um menino de 5-6 aninhos que era um amor. Diga-se que não era eu que trazia um menino para uma coisa daquelas, mas isso sou eu! Mas ele aguentou-se muito bem!

Esta era a minha vista. As pessoas ao meu lado são o máximo! Mandavam cada boca! Mas isso fica para outra altura! Uma coisa é certa: não me aborreci! Por exemplo, a partir mais ou menos das 10:00-10:30, de cada vez que passava alguém no rio gritavam: "Olha a hora!!". De facto, nós já lá estávamos! Por nós, podia começar! Fiquei a saber que alguns abancaram ali às 6:00!!!! Quem gosta, gosta! E eu fiquei cliente!

11:27 - Oh, não! Quero ir à casa de banho!!! E agora? As pessoas começam a acumular!!! Aí entram as minhas aptidões de negociadora: já fiz amizade com o povo à minha volta e eles guardam-me o lugar e as tralhas! Inclusive a dada altura emprestei-lhes o meu banquinho: preferi sentar-me no chão a ficar sem circulação e toda torta por causa de estar sentada naquela posição.

Sair de onde estava e passar umas pontes de madeira foi um desafio (tem uns laguinhos muito bonitos na frente dos restaurantes com umas pontes. Obviamente não foram feitos a pensar nestas coisas). Aqui ser pequenina é uma vantagem: serpenteio entre as pessoas. Também tive treino nestas coisas na Queima das Fitas.

Parece que não fui a única a pensar em fazer uma mijinha. Apesar de tudo, até me despachei bem!

11:34 - Os meus amigos de Lisboa chegam a Gaia. Durante quase 1 hora guiei-os e consegui que se esgueirassem de modo a quase ficarem ao pé de mim. Na realidade ficaram a cerca de 4 metros de mim, mas só os vi no fim de tudo. Se não era eu, viam a coisa de muito longe. Mas quem tem amigos não morre na cadeia! Nem deixa de ver o Red Bull Air Race!

11:56 - Voltei! Consegui voltar ao meu sítio! Não vem muita mais água para esta mesa: é perigoso demais.

12:36 - Estou oficialmente aborrecida! Quero-me ir embora! Não quero saber de aviões nenhuns! Se não fosse por mais nada atirava-me ao rio e nadava até casa! A paciência nem sempre é uma das minhas virtudes.

12:43 - O helicóptero da Red Bull dá umas voltinhas de apresentação. Como é bem educado "cumprimenta-nos" com uma vénia... e correspondente deslocação de água, ou seja, "chapiscou" para cima de nós! Obrigada! Foi refrescante!

Já não me apetece ir embora! Entrei oficialmente no espírito dos gloriosos malucos das máquinas voadoras. Lembram-se desses desenhos animados? "Muttleeeeeeeeeeeeeey, doooooooooooo somethiiiiiiiiiiiiiiiiiing!"

13:02 - O helicóptero sobe e sobe e deixa cair um pára-quedista. Não tem asas, mas tem fumo, um pára-quedas e uma pontaria bestial: não é que cai direitinho na primeira plataforma a contar da ponte D. Luís? Mostro a foto, mas está muito longe e nem sei se vale a pena.


13:15 - O helicóptero da Red Bull faz o percurso dos gloriosos malucos das máquinas voadoras. Looping incluído!! Fantástico! E nem sabia eu o que estava para vir!

SMOKE OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOON!!!!!!

Red Bull Air Race no Porto e Gaia Parte 2 - na ponte D. Luís

Há alturas em que estar calada não é pior: aproveitem só as imagens que tirei ao passar pelo o tabuleiro inferior da ponte D. Luís.

Já agora, era por baixo desta ponte que os aviões eram para passar para iniciar e terminar a corrida.







Red Bull Air Race no Porto e Gaia Parte 2 - ainda do lado do Porto

Começar do início é capaz de ser boa ideia! Bute! Vou começar por fazer o relato por ordem cronológica e com fotos e depois meto as bocas. Começo pelo lado do Porto.

6:30h (!!!!) - Será que se eu pedisse com jeitinho eles adiavam isto para amanhã para eu poder dormir até ao meio-dia?? Não? OK, então eu levanto-me! Mas sob protesto!

A “mala” está feita e contém umas leiturinhas, telemóvel, máquina fotográfica, protector solar, uma cadeirinha de 3 patas, um boné, uma comidinha e uma aguinha.

07:36 – Desaguo na Ribeira do Porto. Longe para burro. Se não fosse por mais nada, atirava-me ao rio e nadava para o outro lado! Mas não vale a pena: perco o passeio! Pois, já vi desculpas mais fracas, mas não me lembro assim de repente de nenhuma!

Estou feliz por estar contente porque nunca ninguém se lembrou de usar uma saca do IKEA como mochila! Ao fim de 28 minutos apercebo-me porquê: é uma péssima ideia porque rebenta com a pele! Especiamente quando tem montes de tralha dentro e estamos camisola de alcinhas! Passei a usar a saca como os outros: às vezes ser convencional pode ser uma vantagem.

Objectivo: passar para Gaia antes das 08:30, porque senão ao tabuleiro inferior da ponte fecha e fico presa do lado do Porto. Por muito que goste do Porto, a vista melhor é da zona paga ao pé da Alfândega (para a qual eu não tenho bilhete) ou algures do lado de Gaia. É que a zona da corrida faz “cotovelo”! O rio é lindíssimo, mas serpenteia, o que não é grande coisa para a visibilidade de quem quer estar o mais perto possível dos aviões! O truque é: compromisso! E eu quero estar perto dos aviões.

As fotos mostram Gaia vista do Porto e a ponte da Arrábida, por onde entram os aviões. Não sei se por cima se por baixo, porque não tinha ângulo de visão para tanto no sítio onde fiquei.

07:44 – Aha! Cagadeiras! Nota mental: entrar em modo noite do arraial académico. Para quem nunca foi à Queima das Fitas do Porto, é terça-feira depois do cortejo. No meu tempo a Queima era no Palácio de Cristal e eu fazia o possível para não ter que ir à casa de banho: a visão daquelas casas de banho dava-me calafrios!

Moral da história: ia 5 vezes à casa de banho no “Piolho” antes de rumar ao Palácio! E funcionava! Diga-se que era esforço de uma só noite, porque eu só ficava tanto tempo na terça-feira. E mesmo assim só porque havia Quim Barreiros e porque era um péssimo dia para levar o carro para o Porto.

No outro dia... vinha “cedo” de autocarro! “Cedo” tanto podia ser no autocarro das 7:00 ou 7:30 como no do meio-dia depois de um pequeno-almoço no Piolho com estudantes sóbrios, bêbedos, bons ou maus conversadores e as prostitutas que faziam aquela zona e tomavam cafézinho ao nosso lado.


07:53 – Diabo, isto está a demorar! Se não paro de admirar a natureza, bem que fico deste lado! Joaninha, como é que os teus sapatinhos se iam portar aqui nesta estrada de paralelos?

Isto é a estrada que passa ao lado da Alfândega. À tarde não se via o alcatrão: estava a estrada cheia de povo!
07:57 – Diz o relógio da Breitling! E eu passo pela zona VIP, onde de facto se devia ver muito (mas creio que não tudo). A outra foto mostra a torre Red Bull.

08:08 – A protecção civil e um cãzinho apressado .


08:11 – O Palácio da Bolsa / igreja de S. Francisco ainda sem povo. Pudera! Nem todos andam na rua a esta hora!

Fica ainda a vista de um “coiso” da Red Bull completamente erecto, do mercado Ferreira Borges (ainda sem povo) e de uma placa com publicidade ao vinho do Porto. Começam a ver porque é que demorei tanto tempo, certo?

08:18 – Fim do túnel da Ribeira à vista. E Gaia é mesmo ali!

08:22 – Vitória!!! Estou a entrar na ponte!!!

(Continua)