Ou como é que nem sempre as coisas parecem melhor à noite que de manhã.
Eu volta e meia tenho boas ideias e às vezes tenho mesmo muito boas ideias. O manual de instruções que deram aos meus pais quando eu nasci dizia para me deitar a dormir nessas alturas, porque a regra era que a seguir vinha asneira.
Infelizmente, o manual ficou acidental e irreversivelmente danificado quando eu de propósito forcei o gato a comê-lo. O desgraçado andou a arrotar pontos de exclamação meses e meses a fio e a tossir bolas de pêlo com parênteses! Para vegetariana, eu às vezes sou um bocado violenta! E já vem de criança! Daí a teoria que sou mutante, porque os meus pais são pessoas perfeitamente normais e com bons instintos. Mas isso fica para outra altura!
Uma das minhas últimas boas ideias foi pintar eu mesma 30 e tal metros quadrados de parede. Rachadelas incluídas. Para quem pensa que isto foi um apelo à badalhoquice, parabéns! Também foi para dizer que as paredes cederam ligeiramente (o que é mais do que se pode dizer às vezes de mim quando emburro para uma ideia) e teve que se tapar as rachadelas.
E pronto! Uma boa ideia é pior que um vírus! E eu fiquei contaminada!
E qual é o sentido deste post? Podia-se argumentar que o mesmo que dos anteriores: nenhum que faça grande sentido nem diferença à humanidade nem ao nível médio das águas do mar. Mas não vamos por aí!
O que se passa, meus caros, é que toda a vida jovens brilhantes foram desviados da carreiras aliciante e altamente criativas como pintura de construção civil para outras tão cretinas como design, informática, Ciência e Medicina. Só para mencionar umas quantas! O argumento: "filho, estuda, que é para não teres que ir trabalhar para as obras e um dia seres alguém!". O que eu descobri, meus caros, é que a verdade escondida era outra!
A realidade é que os nossos pais tinham já subido a um patamar de consciência superior! Um que permitia ver todas as vantagens de ser pintor de construção civil e a profunda inaptidão para essa carreira por parte da maioria das almas.
(continua)
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2 comentários:
Design nem é assim tão mau. Várias são as ocasiões em que o designer se vê perante a oportunidade de molhar o pincel.
Herr Krippmeister
Ora aé está uma questão: aproveitar cada oportunidade, criar mais oportunidades, seleccionar de todas as oportunidades as mais oportunas ainda, todas ou nenhuma das anteriores?
Percebeste? Nem eu! Mas ao menos tens a desculpa que não foste tu a escrever essa cena!
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