domingo, 19 de agosto de 2007

O conceptualismo da arte na hermenêutica civilizacional das conquistas libertárias das sociedades matriarcais inuit

... ou traduzindo: não tem nada a ver... mas é impressionante, não é?!

Para falar verdade, é bem mais impressionante que a exposição de uma tal Luísa Cunha na Casa de Serralves!

No site de Serralves descreve a exposição do seguinte modo:

"Luisa Cunha (Lisboa, 1949) é uma das artistas mais singulares e inovadoras do contexto artístico português. Revelada na década de 90, a sua obra tem-se desenvolvido em diferentes media, como a escultura, o som, a fotografia e o vídeo, mas partindo sempre de enunciados linguísticos.

Esta exposição, exibindo uma parcela considerável da sua obra vem finalmente permitir um confronto do público com as várias vertentes do seu trabalho e com a diversidade dos seus processos criativos, bem como um inédito confronto entre as próprias obras que foram sendo exibidas de modo avulso ao longo dos últimos 15 anos. "


Eu traduzo:

"artistas mais singulares e inovadoras" significa que é tão genial que ninguém (leia-se: eu e a parte da minha família que foi comigo ver a exposição) entende porque é que aquilo é arte. Ora como é tão estranho, deve ser inteligente!

"Revelada na década de 90" não sei o que significa, mas não deve ser importante. Terá tirado a burka?

"diferentes media, como a escultura, o som, a fotografia e o vídeo, mas partindo sempre de enunciados linguísticos"

- a parte de escultura foi muito apreciada pelos meus sobrinhos, que tinham conceptualizado e percepcionado coisas daquelas numa fase muito importante do seu desenvolvimento cognitivo, comportamental e social: a pré-escola!

Logo, os meus sobrinhos são artistas e eu não sabia (pensava que, especialmente o pequenito, era mais para o terrorista). Eu já sou mais javarda: dei por mim a olhar para uma sequência de 3 botões pregados à parede e apreciei muito a profundidade da obra... até me ter apercebido que aquilo era qualquer coisa relacionado com a instalação eléctrica ou para segurar uns fios noutra exposição. Ou seja, os meus sobrinhos são mais espertos que eu, o que eu já desconfiava.

- o som consistia de uns altifalantes (comprados na loja dos 300, digo eu) que diziam baboseiras e nem se ouvia bem. Mas atenção: era a voz da artista! E em americano! Que é para ser chique. Uma das instalações era um desses altifalantes numa folha de jornal que também tinha areia. Não sei o que significava, mas de certeza que era genial e artístico!

- a fotografia. Esta foi genial, tenho que admitir: duas fotos exactamente iguais lado a lado de um cartucho usado de caçaceira! Azul! Da cor do meu saco do IKEA (mas por quem vos é mais sagrado, não me denunciem às Finanças!).

Uma legendada "o objecto procurado e fotografado" e a outra "o objecto encontrado e fotografado". Eu e a minha irmã ainda tentamos brincar às diferenças, mas apercebemo-nos rapidamente ao fim de 20 minutos que aquilo estava viciado: nós somos muito perspicazes!

- o vídeo era uma sala escura com a fulana a dizer umas coisas em inglês que NÃO SE ENTENDIA e a passar duas cenas de 5 segundos cada, num dia de chuva... genial! Se bem que um pouquinho conceptual a mais para os gostos de algumas pessoas com mau feitio e sem a percepção libertadora e inovadora da arte: eu, por exemplo!

Não diz ainda que tinha um radiador a óleo (estava um calor simpático)... fora da casa!!! Não me perguntem porquê!!! E tinha uma outra obra que falou à minha sobrinha com muita saudade: grafismos do número 1 em verde. Ou isso ou a artista estava a tentar que o pessoal acreditasse que os 10 quadros com erva pintada em várias densidades era arte. Não acredito que ela achasse o pessoal parvo, pelo que estou inclinada para os grafismos!

- os enunciados linguísticos não percebi mesmo, mas pode ser que quem escreveu aquilo estivesse a pensar noutra coisa.

O resto do texto acho que fala por si: é mesmo parvoíce! Confronto de quê com o quê?? Ou será que o radiador a óleo estava fora da casa porque se mandou uma boca a um dos altifalantes? Vais daí, os outros que eram pequeninos mas muitos juntaram-se (ver o "Rattatuille"), deram-lhe uma coça, puseram-no a sangrar óleo e ficou fora da Casa de Serralves de castigo! Se foi isso, então retiro o que disse: foi interessante!

Perguntamos à minha pequenina se ela tinha gostado da arte e ela disse que aquilo era um bocado esquisito. Moral da história: a minha pequenina nunca será crítica de arte... uffff, que alívio! Ia ter que deserdá-la, mas assim já não é preciso!

Dito isto, os jardins continuam lidos (obras de arte) e a Casa e o Museu de Serralves são lindos todos os dias várias vezes ao dia, independentemente da quantidade e qualidade de palermices que lá se exponham. A loja do Museu é também um espectáculo. Arriscaria a dizer que tem peças mais giras que muitas expostas. Algumas delas obras de arte em si mesmas, como as malas LA.GA (design nacional, ficam a saber) com vários padrões.

Enquanto via a exposição só pensava:

1. O que diria o Herr Krippmeister disto?
2. Rir-se-ia ele mais alto ou menos que eu?
3. Faria tantas caretas como eu?

... ou será que ele é um artista civilizado e eu é que sou uma selvagem?

12 comentários:

Krippmeister disse...

Sabes que o mais interessante nesse tipo de exposição de arte contemporânea pseudo-conceptualóide da treta é observar a malta que lá está a apreciar aquela merda. Geralmente malta pedante que coça a barbicha intelectualmente enquanto tece elaboradas intrepretações de uma merda que nem a mulher que fez aquilo sabe o que é.

"Diferentes media" quer normalmente dizer que o artista vai experimentando de tudo um pouco para ver se consegue ser mínimamente interessante nalguma técnica, mas sem grande sucesso.

Ah, e o confronto com o público acontece quando a malta percebe que gastou tempo e dinheiro para ver aquela merda. Mas como tu dizes, valeu pelo passeio.

Krippmeister disse...

Não sei se me ria mais alto que tu, mas caretas faria com certeza :-)

Joaninha disse...

Olá Abobrinha,

Já viste o novo look do Joaninha?

Powered by Herr krippmeister!!

Agora quanto á arte pseudo-intelectual, não entendo nadinha de arte e então desse tipo de arte....Para mim um lavatório é um lavatório, mesmo que esteja exposto no Museu de Serralves e tenha um titulo pomposo.

Abobrinha disse...

Olá Joaninha

Já tinha visto e é o máximo!!! Será que se eu pedir com jeitinho ele faz aqui umas obras no meu quintalzinho? Se bem que o que eu estava mesmo mais precisadinha era de uma ajuda a pintar a casa!

Está o máximo o teu blogue novo! Aquele cãozinho também é teu?

Abobrinha disse...

Já agora, o meu post artístico vai envolver uma prima de uma joaninha. Ainda estou a inspirar-me... (e a trabalhar, que algumas pessoas não estão de férias!).

Anónimo disse...

ahahahahahah!!!!!!!!! realmente ninguém deveria enviar um convite ou similar de exposição para a Srtª....
Mas quem escreve assim é o curador (não separar as sílabas)da amostra... (imagine o resto)...
bom, quem pode traduzir em frases mais singelas é o seu Guru!!!

Anónimo disse...

deixo um site para seus sobrinhos.

da PRÉ ESCOLA!!!!!!!!!!1

http://www.ibmcomunidade.com.br/KIDSMART/

Anónimo disse...

tem uma coletânea de jogos.

Joaninha disse...

Bom dia Abobrinha,

Aquele cãozinho era meu sim, era o meu cocker freddy que morreu o ano passado com a provecta idade de 19 anos. Era um maluco que abria frigorificos e fornos e que adorava a praia e o mar!

Acho que se pedires ao Herr Kripp com muito jeitinho........

Abobrinha disse...

Olá Joaninha

Au! Perder um cão de 19 anos... é duro! Eu perdi um gatinho de 2 anos que volta e meia se enroscava comigo a dormir e desfiz-me a chorar! Mas a Pipa é linda!

Eu até pedia ao Herr Krippmeister para me alterar o blogue, mas não quero distrair o génio enquanto cria: quero ver o Jack in the box novo!

Joaninha disse...

Pois é, foi muito duro. Era um cãozinho muito especial e dormia enroscadinho no meu colo. Coisa que a Pipa também faz.

Estamos todos ansiosos pelo Jack in the box, estou a ver!!

Abobrinha disse...

Porque é que ninguém comentou as malas LA.GA ainda?