O Público noticia na edição online que foi "Encontrada na Finlândia pastilha elástica com cerca de seis mil anos"... sim... e???
Mais detalhes interessantes:
1. Foi descoberta por "uma estudante britânica da Universidade de Derby, Sarah Pickin"
2. "a goma tem impressa uma marca de dentes bem definida"
3. "A estudante britânica encontrou também um anel em âmbar e um gancho para o cabelo, peças que serão expostas, juntamente com a pastilha de mascar" (preferia o gancho e o anel em âmbar, mas se tivessem descoberto um broche era ouro sobre azul)
4. "Sarah Pickin, que faz parte de um grupo de cinco voluntários da Universidade de Derby, declarou-se "encantada" com a descoberta, que será tida em conta na nota final da sua licenciatura." Palerma! Quem é que a mandou ir para Arqueologia em primeiro lugar? E que mérito teve estar naquele lugar em particular? E se estivesse no outro lado da escavação e a Sharon Brown tivesse descoberto a pastilha elástica? Uma dúvida mais pertinente: isso dá-lhe perspectivas de ser a playmate de Novembro deste ano?
Tudo isto me leva a pensar nos motivos por que tenho andado arredada de canais de divulgação científica: além de blogar como se não houvesse amanhã (o que parecendo que não rouba tempo), não estou interessada em programas como um que começa com a hipótese de o grande dilúvio ter sido uma grande inundação (ou um tsunami, nem me lembro) no mar não-me lembro-o quê. Lógica como sou, entendi que se apresentariam provas... mas quem me manda a mim usar a lógica? A lógica é que eu estive a gastar 30 minutos ou mais do meu tempo a ver uma porra e a financiar cientenimento (pseudo-ciência + entretenimento) e missões caras e com brinquedos sofisticados! Isto entre outros. Daqui a livros que provam a cientificamente a existência de Deus escritas por jornalistas, é um passo (mmmm... algo me diz que este passo já foi dado, mas não me lembro!).
Outros exemplos de cientenimento: bonecada acerca da vida dos dinossauros. Se ainda fosse o Herr Krippmeister a animar uma coisa daquelas, tudo bem (e ia ficar o máximo. Tem qualquer coisa que ver com o canalizador, mas não entendi bem)! Seria um trabalho de arte, e algumas dessas animações são bem giras (para quem gosta de dinossauros, que nem é o caso). Mas não é Ciência! Algumas coisas roçam indecentemente a ficção científica!
Admito estar errada em tudo isto e mais, mas é assim que vejo as coisas. Ai que saudades dos documentários do Cousteau quando era pequenina! E de mais uma panafernália de séries honestas que retratavam a realidade! E que maioritariamente não eram dobradas!
... estou a ficar velha e rezingona! E com mais sono ainda!
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22 comentários:
«2. "a goma tem impressa uma marca de dentes bem definida"
3. "A estudante britânica encontrou também um anel em âmbar e um gancho para o cabelo [...(] se tivessem descoberto um broche era ouro sobre azul)»
Desde que não tivesse uma marca de dentes bem definida... (ouch! :)
Ludwig
Benvindo ao quintalzinho da Abobrinha!
Normalmente não tomo o partido dos meninos, mas neste caso tenho que dizer que têm a minha solidariedade total. A minha posição é que os dentes são meros objectos decorativos nas cousas da sedução (sinal de virilidade ou feminilidade, saúde, disponibilidade reprodutora e essas cenas). De resto... estorvam! Devia ser retrácteis! É esse o passo seguinte na evolução.
O Jorge Fiel prometeu um post sobre sexo oral, mas também me prometeu um post sobre fufas e está em falta! Depois conversamos!
Mas eu acho que estava a falar de ornamentos... ou não? Já nem sei! A badalhoquice confunde-se já com a realidade! Citando o meu amigo Borat: Niiiiiiiice! Iz gud, ai laik!
Olha o Ludwig....
Bom eu cá tinha mas é metido o anel de ambar ao bolso, mas eu não tenho etica nenhuma (o que se explica facilmente, porque trabalho com advogados!)
Pois também tinha pensado na piadinha dos dentes, mas eu sou um bocadinho lenta culpa do teco que ainda está de férias.
Bem abobrinha com a presença do Ludwig é que este blog vai aquecer!!!
BJS
Cara Abobrinha,
Em relação à "bonecada acerca da vida dos dinossauros." resta-me saber ao que se refere.
Se for em relação a "documentários" cujas sequências não têm fundamento paleobiológico, concordo absolutamente.
A questão fundamental que se coloca na maioria desses casos (e falo por experiência própria) é que o público não está interessado em conhecer o processo conducente ao produto final e igualmente não querem saber de todas as reticências que nós, paleontólogos, colocamos a esse mesmo produto final.
Ninguém quer um dino sem cor, embora não hajam provas directas das cores dos dinos; apenas se pode inferir e especular sobre essas características.
Tal como a maioria das pessoas não questiona a validade científica da maioria dos procedimentos técnicos do CSI, também ninguém questiona a maioria dos produtos audiovisuais que envolvem dinossáurios.
Cumprimentos
Luís Azevedo Rodrigues
Caro Luís
Era EXACTAMENTE isso que eu queria dizer, mas não consegui ser tão rigorosa!
Bonecada é bonecada, paleontologia é outra completamente diferente. E cada qual no seu ligar! Eu cresci com Ciência, não com cientenimento e vou ter que fazer um esforço extra para que os meus sobrinhos tenham acesso a Ciência a sério. Não é que não haja opções, mas nem todos terão a capacidade de distinguir o trigo do joio. Espero ser capaz de mostrar o que interessa aos meus pequeninos (que já me pediram uma coisa relacionada este fim de semana).
QUanto ao CSI Miami, não dúvidas: não tem Ciência nenhuma! Só má ficção e um ruivo a precisar de botox e protector solar 80+! Que é para não falar na desordem obsessiva-compulsiva de andar sempre corcunda, a menear a cabeça a pensar que tem estilo e a tirar e meter os óculos.
O CSI NY e o Las Vegas parecem-me equilibrados em termos de ciência, mas gostaria de saber as falhas que aquilo tem em termos científicos. Por exemplo, a linha temporal daquilo é nebulosa: dá a sensação que se faz um exame de DNA (normal e mitocondrial) enquanto o diabo esfrega um olho, quando eu tenho ideia (não sei se estou certa) que demora uns 3 dias pelo menos. Há um tempo "googlei" "erros no CSI", mas não me apareceu nada. Sugestões?
Dito isto, parece-me educativo explicar que os dentes estão a mais em algumas manobras de sedução íntimas... não tem grande Ciência, mas a vida não é só Ciência!
Ou por outra: ele é reprodução, mitose, meiose, fecundação,... afinal até é Ciência! Que pode ser danificada por uns dentinhos mal colocados e mais assanhados!
Um dos livros que folheei neste dias é "A Medicina Segundo Dr. House", em que são analisados alguns dos procedimentos e patologias que aparecem nesta série.
Em relação a erros no CSI não conheço nada publicado.
Cumprimentos
Luís Azevedo Rodrigues
Só assim de cabeça:
Quando pesquisam as impressões digitais ou as estrias da bala na base de dados vê-se no monitor as imagens das dedadas a passar muito depressa, tipo slides das férias as 72rpm. Que raio de maneira de pesquisar uma base de dados.
Só sabem os resultados das análises quando saiem na impressora. Dá mais suspense, mas é uma bela treta. E gasta papel sem necessidade.
Pegam numa foto digital de uma camera de vigilância rascosa, ampliam, ampliam, ampliam, e em vez de um pixel do tamanho do ecrâ vêm a cara do assassino reflectida na parte de trás duma colher de sobremesa do restaurante do outro lado da rua.
Pegam num boneco de plástico, põem-no mais ou menos no sitio onde a vítima foi assassinada, espetam sem grande cuidado um ponteiro laser no boneco e zás, vai direitinho à janela a três quarteirões dalí de onde o assassino disparou.
Enfim, gosto do CSI. É uma das minhas séries cómicas favoritas :)
Ah, quase me esquecia do meu preferido. Põem na maquineta o tal pó misterioso que encontraram na vítima. Aparece uma moleculazinha a rodar no ecrã, o o nome 2-3-bitretil-invento-mentirol. Ao que um diz com ar de cientista não é aquele composto ultra secreto só sintetisado na empresa do gajo com quem falámos mesmo agora antes do intervalo?
É. Bora lá caçá-lo.
Genial.
Realmente a da ampliação de imagens sem perda e, na maioria dos casos, ganho de resolução é fantástico!
A partir dos dados 3D que recolho nos fósseis de dinossáurio já me perguntaram se podia saber o que eles estavam a fazer quando morreram.
Na maioria dos casos respondo- "a morrer!"
Depois quando a consciência aperta lá lhes dou uma pequena introdução à Tafonomia e que se pode inferir muito a partir do cadáver (ou do esqueleto fossilizado).
Mais irritante mesmo é falar com alguns jornalistas - depois de muita conversa, científica e da experiência sobre escavar na Patagónia, o título que resolveram colocar foi algo do tipo "Paleontólogos não tomam banho durante semanas!!"
Enfim...
Eu gosto da cenas da ampliação das fotos, adoro quando eles identificam o assassino atravez da imagem refletida no olho da vitima que estava a 1 KM de distancia......é lindo!!!
Dito isto gosto muito das series do CSI tirando o CSI miami mas é porque o tipo ruivo me dá nos nervos, mas vejo na mesma porque é bom para ronronar, posso passar pelas brasas sem ficar triste por perder bocados do episodio:)
Pessoal
As rádios (todas) são obrigadas a passar música portuguesa (tudo bem, desde que não seja João Pedro Pais, que me enerva ainda mais que o Horatio Caine!!).
Sendo eu subversiva até aos quintos dos infernos (não ganho muitos amigos desta maneira), porque não (além da mui nobre causa de atirar a Maya para o desemprego) exigir produção nacional de programas de Ciência??
Afinal de contas, plano tecnológico não é só dar computadores e banda larga... ou é?
E que tal fomentar a criação de conteúdos científicos na internet??
Num episódio do CSI Las Vegas os tipos pegaram numa imagem dum carro que estava de lado e rodaram o carro em 3D para ler a matrícula. Cena fixe para um episódio do KITT, mas no CSI chateia um bocado.
Raramente vi os tipos do CSI fazerem alguma coisa de real a nível de video forensics. Omais próximo que se faz na realidade passa pela aplicação de filtros para reduzir o ruído, mudar a luminosidade, ou aumentar a focagem, mas sem nunca inventar informação onde ela não está. Mas uma boa parte do trabalho de tratamento de imagem para investigação é estabilização do video, reconstrução de panoramas e demultiplexing. Este último é especialmente importante nos casos em que há várias câmeras a gravar na mesma tape (multiplexing). Cada uma grava apenas um determinado números de frames de cada vez. O software ajuda a separar a filmagem de cada câmera e editar o filme de forma coerente.
Desculpem lá a seca mas tinha que dar o meu bitaite...
Luís
Blogue interessante! A ver com mais calma, a ver se aprendo qualquer coisa.
Tomar banho é anti-ecológico. Assim como alguns jornalistas e desinformadores no geral. Mas às vezes um bom título é chamativo, sei lá! Mas se precisares de alguém para cavar âmbar ou carregar as malas para a Patagónia, grita!
Vi esse livro do Dr House, mas não estou interessada em doenças: já me chegam as que conheço e a que preferia não ter sido apresentada (nenhuma grave para o meu lado).
Lembro-me uma vez de ter achado que havia uma gaffe de todo o tamanho no CSI Las Vegas: uma mulher com aquela doença que não conheço o nome que dava pêlos por todo o lado (rosto incluído). A doença existe, acho que é transmitida pelas mulheres, mas... só se manifesta naquele grau com homens (por falta da "cópia de segurança" do cromossoma X). Aliás, sei que há dois moços com essa doença. Irmãos, nem sei se não serão gémeos.
A das fotos nunca me convenceu, mas podia ser que eles soubessem alguma coisa que eu não sei!
Herr Krippmeister
Andavas desaparecido, rapaz!
A questão é: dá para, a partir de uma ranhosa imagem de um vídeo de segurança mostrar a cara da Marisol a comprar cannabis... reflectida nos vidros escuros de um carro? O que é mais engraçado é que eu (que sou exagerada) não conseguiria inventar esta: vi mesmo!
Essa de rodar 3D a imagem para ver a matrícula está ao nível das imagens virtuais no futebol!
Eu tinha acabado de escrever um comentário enormesco e a máquina comeu-o... fiquei desanimada!
Mais tarte reescrevo.
Luís
Tomar banho é anti-ecológico e mau jornalismo também (destruir searas é defendido por alguns como ecológico, ainda não percebi bem porquê). Dito isto, não negue à partida a Ciência de um bom título. Acho que cheguei a ler esse título, mas não li depois o conteúdo. Desde que o conteúdo esteja conforme, nada contra. O Jorge Fiel é o mestre na arte de bem "titular"... mas ele também escreve um blogue de badalhoquices! Mas é rigoroso e metódico nas mesmas.
Portanto, se me pagares o mesmo que me pagaria o Luís Filipe Menezes (faço-te um descontinho de 10% e não exijo despesas de representação, que a vida está cara para todos) escrevo-te o blogue e as notícias.
Já agora, se precisares de alguém para transportar as malas para a Patagónia, lembra-te dos amigos!
Já agora, a de o que estavam a fazer quando morreram é genial! Mas repara que pode ser ignorância pura e dura como pode ser desiformação de verem a bonecada.
De memória lembro-me de uma... (o que era aquilo?) coisa (documentário, filme?) em que um actor conhecido que me falha o nome narrava a saga de um pobre dinossauro, de como caçava com os amiguinhos, como fugia aos maiores e a fazer adivinhar um evento trágico "Hollywood style"... e no fim de uma série de eventos pouco interessantes, mas dramáticos, mostrava como finalmente o nosso herói teve a sorte de não morrer num deslizamento de terras.
Tudo isto era entremeado com momentos de documentário onde os cientistas descreviam a viabilidade daquela história. Acontece que eu não gosto de ser enganada (ver post de hoje), mas a alternativa era a Floribella ou o Malato (a TVI não conta como opção) porque os canais de cabo estavam em baixo.
(repeti ali a parte do banho, mas pensei que tinha sido comido ontem pela falha de rede. Adiante!)
Há ainda o Jurassic Park, o único filme que me ia fazendo voar pela porta fora ao fim de 2 minutos. Se não fosse por ter pago 500 paus na altura, tinha saído mesmo.
Não sei se viram, mas a primeira cena do Jurassic Park é a transferência de um dinossauro (acho que um velocirraptor) de um contentor para outro, mas gera-se uma folga na ligação. Ao que se segue uma cena violentíssima só com um espirrito de sangue, mas em que se adivinha um homem a ser comido às prestações por um animal selvagem! E era um filme para maiores de 6! Se mostrasse a mama da Laura Dern, já seria para maiores de 16 no mínimo! Haja paciência! Haja decência!
A parte da Ciência não vamos nem falar, que é para não nos chatearmos.
Como é óbvio, acabei de ver o Parque Jurássico I, mas não dei mais dinheiro a ganhar ao Spielberg!
Em contrapartida, fui ver com a minha sobrinha (na altura com 3 anos e filha única) a exposição dinossauros no Porto e ela gostou. Gostou muito do boneco de uma família de triceratops (os que comem ervinhas), mas ter o T-Rex aos berros fez-lhe alguma confusão. Nesse aspecto o meu sobrinho é mais sanguinário e era capaz de ter gritado "mata, mata" a ver se o robot se entusiasmava e comia os triceratops e mais um visitante por outro!
Cara Abobrinha,
Por partes e de forma rápida antes que te "chegue a mostarda ao nariz e desates a falar à tripeira":
-quanto ao escreveres-me o blog; não me roubes um dos prazeres que tenho que é o de escrever. Apesar de me sentir mais e mais culpado devido ao tempo que roubo à produção da Besta(leia-se tese de doutoramento), ainda assim a produção de palavras escritas é o que me vai dando algum ânimo.
Encontro-me é aberto, diria mesmo ansioso, a sugestões e textos que queiras colocar no Ciência ao Natural.
Mesmo, mesmo!
-o transporte de malas para a Patagónia está temporariamente suspenso devido à Besta (ver acima).
Cumprimentos e espero notícias e colaborações
Luís Azevedo Rodrigues
Olá Luís
Tenho que ler o teu blogue com calma, mas os olhos também comem. E nesse aspecto está excelente.
Raios partam a besta! Mas nem só de besta vive o homem, mas também dos pequenos prazeres da vida, como blogar e comentar badalhoquices com abóboras e pêssegos carecas.
Darei sugestões, não te preocupes: o que não me falta são ideias. Aliás, uma já vai assim à borlix: porque é que, depois do De Rerum Natura (excelente, e foi curiosamente aí que comecei a marcar o Herr Krippmeister... go figure) a malta não se junta para fazer um blogue de divulgação científica para putos? Não é novidade que duas cabeças (ou 3 ou 4 ou 5) pensam melhor que uma? Deste modo, em vez de refilarmos (atenção, era para mim!) em em relação ao que não há, criávamos! É um pedaço mais construtivo e eu tenho 2 sobrinhos para criar (cientificamente falando).
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