sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Filmes da minha vida

Sou mais cinéfila que uma pessoa de música. Não tenho o filme da minha vida e não me obriguem a escolher 5 filmes que me marcaram porque a resposta é que nenhum deles me marcou. Eventualmente uma coisita por outra me lembra algo ou me dá uma lição.

Também não sou de ter frases célebres de filmes e aborrece-me coisas como fixar frases do estilo "we'll always have Paris" ou "you do know how to wistle, don't you? Just put your lips together and blow". Mas que merda é esta? O que é que isto quer dizer? Encontro mais significado no "now I understand the divorce" da Carrie quando viu a exiguidade do armário de sapatos da casa nova (que estava à venda por causa de um divórcio), mas isso é porque eu não sou bem apertada do juízo (se é que havia dúvidas).

Contudo, hoje duas frases me vieram à ideia de dois filmes altamente alternativos.

"It's not in your nature"

Disse o personagem que interpretava o Forrest Whitaker no "Jogo de lágrimas" (Crying game) a propósito de um terrorista do IRA se excitado com a fotografia da namorada dele. Algumas pessoas com o bom gosto e sorte de terem apanhado este filme sabem que a boazona da namorada do moço era uma mulher de tomates (literalmente)... mas enganava bem!

"Tu as l'option d'ètre intégre!"

(quem perceber mais de francês que eu que me corrija por favor se me enganei)

Sábias palavras da avó da Marjane no filme Persepolis (ver este post), que se aplicam a tudo e todos (mulheres de tomates incluídas).

Acho que toda a gente deve ver estes dois filmes, por estas lições de vida e pela qualidade dos filmes em si. OK, e também para distinguir um transsexual quando têm um à frente (é que aquilo estava muito perfeitinho, enganava qualquer um!).

Vendo ou não os filmes, permanecer fiel à sua própria natureza é essencial para se ser feliz e fazer os outros felizes. Claro que isto pressupõe reconhecer qual é a sua própria natureza. E em qualquer situação, ser íntegro! Nem quando apetece não ser e quando é a opção que mais custa!

Hoje, com grande dor fiz as duas coisas. É agri-doce porque a via mais fácil pareceria (e seria certamente) mandar ambos estes princípios às malvas. Mas mantive-me firme e sei que foi a melhor opção. Estou a sofrer, fiz sofrer, mas as coisas vão-se resolver e no fim vai haver gente feliz com lágrimas. Eu estou lavada em lágrimas, mas sei que (globalmente) fiz bem. Não se pode pedir mais! Fico sozinha, mas não fui contra a minha natureza e não perdi a integridade. E não perdi a fé nos outros nem (mais importante) em mim!

Estou só mas estou bem. Estou a sofrer que nem um animal mas estou estranhamente bem! E pus em palavras o princípios que norteiam a minha vida e espero manter até morrer bem velhinha. Nem que me custe muito... nem que fique sem mais lágrimas para chorar...


Não era esta a versão da música que me recordo, mas esta serve para ilustrar (tem ali um som metálico a mais, mas não faz mal). Ouçam a música que é linda!




Outra coisa que eu não tenho por hábito é prestar atenção às letras. Mas vou abrir uma excepção, porque estou tão sensível e por se encaixar quase que nem uma luva ao espírito do que me aconteceu.

"I know all there is to know about the crying game
I've had my share of the crying game
First there are kisses, then there are sighs
And then before you know where you are
You're sayin goodbye

One day soon I'm gonna tell the moon about the crying game
And if he knows maybe he'll explain
Why there are heartaches, why there are tears
And what to do to stop feeling blue
When love disappears

I know all there is to know about the crying game
I've had my share of the crying game
First there are kisses, then there are sighs
And then before you know where you are
You're sayin goodbye

Don't want no more of the crying game
Don't want no more of the crying game
Don't want no more of the crying game
Dont want no more of the crying game"

E digam-me lá se isto realmente parece um gajo! Mas é!

1 comentário:

Bruno Fehr disse...

De facto parece-me um gajo!