domingo, 19 de outubro de 2008

Mais um novo dia

Despois de me cansar propositadamente para não ter dificuldade em adormecer acordei para um novo dia.

Tenho motivos para sorrir, alguns externos a mim. Como a amiga que faz contorcionismo para me falar do único sítio onde tem rede e me confirma que não estou louca, à que me faz um chazinho e scones quentes (nota mental: manteiga não é para mim, definitivamente), à que quer que eu vá com ela tomar um copo (não tinha energia e não estava em condições para pegar no carro de novo).

Mas sobretudo tenho que sorrir porque não me traí a mim mesma nem a outros. Não havia era necessidade de tanto espalhafato, sinceramente! Agora só precisava mesmo de um pedido de desculpas sincero e de saber porquê. Ou melhor... não preciso sequer disso... mas sabia bem! Preciso é de saber que a outra pessoa está bem.

E recomeço. Como se fosse a primeira vez. Mais uma vez.

8 comentários:

Bruno Fehr disse...

Tenho que admitir, que fiquei deveras curioso em saber onde é que a tua amiga tem rede... :D

Orá aí está um grande problema, tu estás mal e mesmo assim preocupada com a outra pessoa. Pensa um pouco mais em ti e depois pensa nos outros. Então estás assim tens de ser um pouco egoísta para recuperar.

Abobrinha disse...

Crest

Não fiques curioso porque não foi bem contorcionismo (eu é que fui um bocadinho exagerada). Além de que a minha amiga é casada.

Não consigo ser só egoísta. Mas tenho, de facto, que pensar um pouco mais em mim. É um equilíbrio delicado, porque posso cair na pena de mim própria, o que pode ser um poço muito fundo do qual é difícil sair.

Às tantas tenho que aceitar as coisas simplesmente como naturais. E pensar que, com tudo o que de mau me tem acontecido nestes anos, nunca me passaram pelas mãos situações como outras que vejo. É pobre consolo, mas um estranho incentivo para ser como sou: se houver mais uma pessoa séria no mundo, talvez ele seja infinitesimalmente melhor.

Mas ser sensível custa!

Salto-Alto disse...

O terceiro parágrafo deste teu texto mostra a mulher que és. Parabéns!

Bruno Fehr disse...

"Não fiques curioso porque não foi bem contorcionismo (eu é que fui um bocadinho exagerada). Além de que a minha amiga é casada."

Eu também nao pedi o numero dela, nem qualquer tipo de informações, mas isso nao invalida a minha curiosidade sobre tao estranho comportamento :)

"É um equilíbrio delicado, porque posso cair na pena de mim própria, o que pode ser um poço muito fundo do qual é difícil sair."

Mas isso pode e dever ser controlado, pois se comecas a sentir pena, significa que nao estás a lutar muito para recuperar a pessoa que és.

"É pobre consolo, mas um estranho incentivo para ser como sou: se houver mais uma pessoa séria no mundo, talvez ele seja infinitesimalmente melhor."

O problema das pessoas, é que a maioria desilude, e contra isso... batatas!

Abobrinha disse...

Crest

Não te preocupes, estou a lutar. Depende essencialmente de mim, mas tenho tido amigos e vou sair melhor disto.

Eu também não sou perfeita. E eu não preciso da maioria das pessoas: só preciso de um núcleo duro que valha a pena. E com muito custo tenho vindo a construir esse núcleo duro. Que pode cair a qualquer momento, eu sei, mas é assim a vida: nada vem sem esforço e nada dura para sempre.

Abobrinha disse...

Salto-Alto

Estou a agarrar-me a esse terceiro parágrafo. E há quem (conhecendo-me) me tenha reconhecido verdade nesse terceiro parágrafo. Não se deve fazer as coisas em função do reconhecimento dos outros, mas neste caso em particular era importante e aconteceu. É particularmente doce saber quem me reconheceu essa característica (além de mim, naturalmente).

COmo disse, não sou perfeita nem para lá caminho. Mas estou a caminho de ser uma pessoa melhor...

Joaninha disse...

As amigas fazem pino e contorcionismo e maratonas sempre que necessário, é mesmo para isso que servem.

Beijos

Abobrinha disse...

Joaninha

Não todas: só as muito boas amigas é que fazem isso. As outras desaparecem quando cheiram problemas...

Obrigada, linda!