sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Se a outra era provocação, esta vai estourar mesmo

Eu tenho uma vaga ideia de como de faz um filho. Pelas minhas contas, envolve duas pessoas, badalhoquice, troca de fluidos e um ginecologista/obstetra (assim simplificando as coisas). Mas concentremo-nos só nas duas pessoas: em princípio um pai e uma mãe, certo? E vamos deixar de parte divórcios e mães solteiras por este ou aquele motivo.

Pronto, estamos em contexto. A dada altura os petizes (ou gremlins, como diz o meu "marido" Bacardi) adoecem, certo? Agora expliquem-me uma coisa:

Porque é que, invariavelmente, de cada vez que a criança adoece quem falta ao trabalho é a mãe???

Eu juro que isto é um mistério maior que a do ginecologista.

66 comentários:

Boop disse...

Hummmmmm....

E os avós????

Abobrinha disse...

Boop

Admite que não há avós, mas só o casal e que tem MESMO que ficar um deles em casa. É que quero mesmo saber a resposta a esta questão. Ontem a minha mãe deu-me uma resposta, mas não me convenceu.

NI disse...

Pois eu nunca tive ninguém que tomasse conta das minhas filhas.

Foram poucas as vezes, felizmente, que as minhas filhas ficaram doentes. Dessas vezes fiquei eu em casa por uma razão muito simples: a minha cara-metade ajuda-me em tudo no que diz respeito às lidas de casa, mas é um zero à esquerda na cozinha. Se ficasse ele em casa a doente piorava de certeza. Mas não tenho qualquer dúvida que se for necessário ele fica.

Então, temos um trato: se uma delas fica doente, eu fico em casa. Mas se tiverem que ir a médicos, festas de aniversários e afins, lerpa o pai.

Em casa as responsabilidades são partilhadas.

pinxexa disse...

Bobinha minha querida Bobinha!

Não sei responder a esta tua pergunta tão díficil até porque no meu caso quando eles adoecem sou eu que fico em casa sempre que é o remédio (snif, snif, sou uma mãe sozinha), MAS sei dar-te a receita de uns morangos afrodisíacos que fiz para a minha sobremesa de hoje. Se servir, diz qualquer coisa!

beijo

Eu Mesma! disse...

pois minha linda...
esse é daqueles factos que devem estar associados a...

já que estiveste 9 meses com ele na barriga agora faltas tu ao emprego e vais tu estar horas a fio na estefania!

continuo a achar que seria um poquito mais justo nãos sei... alternados?????

pois...
aparentemente os homens dizem a frase...

mas ele está doente... precisa dos miminhos da mamã....

enfim!

Abobrinha disse...

NI

Lá está: partilhar! Não é levar tudo ao tostão, mas partilhar. Parece-me um bom trato! E se funciona, melhor ainda!

Tinta Permanente disse...

Ni
A frase típica de "ele ajuda"... porquê? O verbo "ajudar" não choca? Parece que a mulher é o centro e precisa de ajuda?
Mas oh Ni ... "ajuda" não soa mal?? É que só oiço essa expressão entre as minha amigas e não pecebo... Olha e ao contrário, "eu é que ajudo" não se usa porquê???
Beijinho

PS - Descupla lá Abobrinha esta questão.

Abobrinha disse...

Pinxexa

POis, a porra toda é que parece que ninguém sabe a resposta.

Dito isto, a cena dos morangos parece-me mais interessante um pedaço e pode levar a actividades fazedoras de filhos: chuta!

Abobrinha disse...

Eu Mesma

Não compreendo. Juro que não compreendo. Dito isto, só posso dar opinião porque até nem sou mãe e sou tia desocupada e "não entendo; quando um dia for eu é que vou saber dar o valor".

Às vezes se as pessoas se alheassem da própria vidinha e olharem para os outros ganhavam mais...

Objectivamente falando, esse da barrigona não seria argumento para ter créditos na questão de ficar em casa com os filhos doentes? Ou também "não percebes porque não os tens e quando os tiveres é que sabes dar o valor"?

Eu Mesma! disse...

um dia quando formos mães.... logo vamos tentar entender estes detalhes!

:)

Francis disse...

nada que substitua a mãe...

Abobrinha disse...

Tinta

Não desculpo: isto é mesmo para colocar questões e agitar as águas. Este post e os outros. Por isso não tenho nada que desculpar. ;)

Mas acho que tenho a resposta: é o hábito. O que a NI disse no fim é que é mais correcto: "as responsabilidades são partilhadas". OU seja, o que ela queria (digo eu) dizer era "nós colaboramos" e não "ele colabora".

Mas não deixas de ter razão: é um vício de linguagem que revela os nossos hábitos. Há que mudar... daí o post...

Boop disse...

Então a sério:
(e vou falar sem grande experiência pessoal, já que o meu horário de trabalho é muito flexivel e não tenho entidade empregadora a quem dar satisfações! Vale o ponto de vista profissional!)

Uma mãe mtas vezes sente-se na obrigação de ficar.
Esteriotipo? Papel social?
Muitas vezes é a própria mãe que sente que ela fará um trabalho melhor. Que cuidará melhor. Que ela é que sabe.
Provavelmente, no intimo, é isto que ela sente.
E o pai... persente esta "certeza" dela! Quantas vezes se é ele a ficar se vê (ou pelo menos se imagina) sugeito a mil e uma criticas.

Não sei Abobrinha se realmente temos escolha aí.
Ou se o nosso inconsciente não nos prega uma rasteira ao ideal social de igualdade entre os sexos!

De qq forma - eu acho que um pai pode ser tão bom prestador de cuidados como a mãe!

Abobrinha disse...

Eu Mesma

Mas enquando não somos mães... temos que aprender como se fazem bebés... e isso implica muita prática!!! Oié!!!

VCosta disse...

É uma questão que ainda não apareceu na minha vida... mas penso que a maior parte das mães do nosso país faz questão de ficar em casa!

Abobrinha disse...

Francis

Um pai não substitui uma mãe. Um pai é um pai. Uma mãe é uma mãe. O que eu não compreendo é porque é que um pai não cuida de uma criança doente. Os mimos não me convence, porque os mimos de pai são tão bons como os da mãe. E as mães também costumam trabalhar...

Boop disse...

Ou não...
Se calhar não acho!
O pai tem um papel, e mãe tem outro! Porque é que devemos ser iguais?

O pai tem o papel de mostrar que há outras reçlações no mundo para além da mãe.
A mãe... o de cutrir, conter, acolher.

Claro que são papeis partilhaveis, mas não acho que venha benificio para a criança se os papeis se confundirem por completo!

Abobrinha disse...

Boop

Infelizmente vou ter que assinar por baixo do que disseste. Infelizmente mesmo.

Dito isto, não sei se serei igual um dia. Sinceramente, é o mais provável, porque a nossa sociedade mudou, mas nem tanto. Não sei como será nos outros países, mas estava curiosa.

Abobrinha disse...

VCosta

POis... mas porquê?? Essa é a questão. Infelizmente acho que a Boop já a respondeu...

Abobrinha disse...

já LHE respondeu!

Tinta Permanente disse...

Tudo bem. Eu aviso já que se eu precisar de ajuda, contrato uma mulher-a-dias.
De outra forma, se é uma relação a dois, "é uma relação a dois", com ou sem empregada. Não é "eu faço" e o "outro ajuda".
Só de pensar nisto fiquei com vontade de vomitar.

Abobrinha disse...

Boop

Não sei, não sei. Que não são iguais, não são. Mas que têm que ter os papeis mais bem definidos e estudados de modo ao trabalho e a diversão serem mais equilibrados, isso têm.

Boop disse...

Eu queria dizer nutrir

Abobrinha disse...

Tinta

Eu já aprendi a conter esse impulso depois de ver muito pior que isso...

Tinta Permanente disse...

Mas as realidades piores não temos de as trazer até nós.
Eu cá não sou nenhuma escrava. E se um homem me quiser "ajudar", juro que lhe meto os cornos na primeira oportunidade!

Abobrinha disse...

Tinta

Temos se são de tal modo dominantes que não haja escolha. Há coisas que se mudam muito lentamente. E nesse aspecto a nossa sociedade mudou a um ritmo muito rápido e eu vi cada uma dessas mudanças acontecer. Eu mais que tu, possivelmente, porque venho/estou de um meio semi-rural, que se urbanizou rapidamente.

Quanto aos cornos, já vi perdoar traições sob desculpas várias (nenhuma das quais eu aceito). Alguns perdões envolveram manter uma relação, outros quebrá-la mas manter uma "amizade" que me mete nojo. Mas ninguém me perguntou a opinião e a minha não é necessarimente a certa. Só te digo que nos últimos tempos tenho mesmo controlado a minha vontade de vomitar!

E cuidado com o que dizes (o mesmo se aplica a mim): temos um dito cá em cima que é "tudo se paga neste mundo", que significa que muitas vezes se apanha com o mesmo que se criticou nos outros. Suponho que seja derivado do "um dia quando fores tu compreendes". Mas até agora tenho-me safado e mantido a minha dignidade. E digo-te mais: se mais mulheres lutassem pela sua, os homens tinham mais cuidado. E toda a gente lucrava.

COm isto posso ter dado a ideia que sou inflexível e irrascível. Não sou uma coisa nem outra, muito pelo contrário. Tenho defeitos, sou às vezes um bocado repentinosa, mas sou das melhores pessoas que conheço. E quem vir isso em mim só tem a lucrar.

pinxexa disse...

Receita simples: morangos vermelhinhos (com o pé) mergulhados uns em chocolate negro e outros em chocolate branco quente. Deixar arrefecer num tabuleiro untado com óleo. Depois,...depois, depois...é metê-los na...boca...e...e...COMER!

Delííííííciiiiiiaaaaaaaa

Tinta Permanente disse...

"tudo se paga neste mundo", espero que sim. As mulheres não lutam por ter melhor qualidade de vida, passam a vida a desculpar os maridos, coitadinhos.
Depois o casamento colapsa porque "acordaram" e elas notaram que não são umas super mulheres, e que acumularam em si o trabalho, as crianças e a casa. E tratam os maridos como se fossem deficientes !
E é claro que eles gostam, afinal, quem não gosta de se sentar no sofá e de se demitir da família e deixar as tarefas para a mula?

Olha, a mim NÃO ME COMPENSA esse tipo de vida. E EU tenho qualidade de vida e sou feliz. Porquê? Porque não sou mula!

Isto é um autêntico atestado de estupidez que a sociedade passou às mulheres.
Afinal, quem é esperto? E afinal, quem é que se queixa? Isso não é ser feliz, não me venham com tretas! :)

Mas quem é que em pleno juízo quer andar a lutar uma vida inteira ou a remar contra a maré?
Mas pr'a quê? Mas quem é o pacóvio que disse que a vida é uma luta? Mas quem é que não disse que pode ser bastante agradável!

Eu sinseramente. Estou um bocadinho farta das minha amigas mulas e queixinhas.

Storyteller disse...

Eu também sou daquelas que tem de faltar ao trabalho...
Mas como sou muito fina, não vou aos hospitais públicos e perder muitas horas por lá!
Pronto, fica-me mal dizer isto, eu sei. Dada a natureza do meu trabalho...

Abobrinha disse...

Tinta

Ah, sabes, mas isso somos nós que somos tias desocupadas e mulheres rancorosas que dizemos isso... NOOOOT!

VEM A MEUS BRAÇOS!! Vamos para os copos!

OK, agora a sério, há coisas que têm que mudar. Há coisas que exigem compromisso. Também já vi mulheres a serem pouco razoáveis em relação a quem limpa um bocado de merda no chão quando essa (como diz o outro) não era a questão essencial: a questão essencial eram todas as outras. E já vi muita mulher a acreditar em almas e bondades que não existem em pessoas que não as têm.

Insisto: temos que ser mais exigentes com os outros e connosco mesmas e não usar o subterfúgio de "quando fores tu, compreendes". Só assim é que a coisa evolui. Às vezes olhar para o lado e aprender com os outros ajuda. Em vez de desvalorizar a experiência dos outros, só porque não passam por elas.

Toda a mãe tem que ser um pouco super-mulher... mas todo o pai tem a obrigação do mesmo, e não de ir para os copos com os amigos e apreciar o traseiro de toda a cerigaita e colega de trabalho... apreciar traseiros alheios é recomendável... mas tem que ser para os dois!

... como é, vamos para os copos ou não?

Abobrinha disse...

Storyteller

Tu não contas: não estão dois. O que eu falo é do caso em que estão os dois!

Boop disse...

Receita dos morangos anotada!

Abobrinha disse...

Pinxexa e Boop

Pois, o que interessa são os morangos!!!

E depois dos morangos, acho que se convence um marido ou companheiro a fazer o que quer que seja...

VCosta disse...

Acho que há relações diferentes... e cada um tem é que se entender com a parceira, as mulheres por vezes tb são escravas da casa pq são fanáticas pelas limpezas!
Por vezes ando eu a arrumar o quarto e a mulher começa logo a dizer, mas onde é que aprendeste a arrumar?! Eu nunca vi arrumar desta maneira...
Eu sempre arrumei à minha maneira... e sempre hei-de arrumar!
Escusado será dizer... quem quiser ao contrário que o faça!!!
Mas então e os putos... ñ foi aí que a conversa começou?! Quem fica a cuidar dos putos?!

Salto-Alto disse...

Boa pergunta! Ó gente com pila, então como é? ;p

Tinta Permanente disse...

A sociedade (tu incluída) é que chamam às mulheres que não são mulas, mulheres rancorasas. Aí é que está a diferença. Porque os homens não são todos iguais e há homens para mulheres não-mulas (como eu ).

:) Beijos

Bruno Fehr disse...

É simples minha cara:

Quando o filho adoece e surge a oportunidade de não ir trabalhar e ter a falta justificada... a mulher é a primeira a chegar-se à frente e se o homem insiste em ficar em casa em vez dela, arrisca-se a duas semanas sem sexo!

NI disse...

Tinta, ele ajuda-me como eu o ajudo. Aqui, o termo ajuda é igual a partilha.

Quando decidimos partilhar uma vida em comum, decidimos implicitamente a ajuda biunívoca.

É claro que geralmente sou eu que cozinho (e este "é claro" apenas significa que ele é um zero à esquerda porque já por diversas vezes tentei ensinar e ele só faz disparates). Em contrapartida é ele quem trata das roupas (já não me lembro de colocar uma roupa na máquina ou de a passar a ferro, isso é com ele).

:-)

NI disse...

E algo muito importante: eu não peço para ele me ajudar. Ele faz como eu faço. Tão simples quanto isto.

Não foi por acaso que durante 20 anos lutei, e consegui, por alterações legislativas que acabassem (pelo menos na lei), com a discriminação sexual.

:-)

Tinta Permanente disse...

Boa Ni! Haja alguém como eu que não se submeta a humilhações e desrespeito. Bem hajas! Este Portugal precisa de mais mulheres como tu.
Bjs

pinxexa disse...

Ó more, os morangos é DURANTE!!!!!!

Abobrinha disse...

Tinta

Só vim cá dar uma escapadinha para esclarecer uma coisa: eu não me chamei nem a ninguém mulher rancorosa. Eu disse o que me disseram um dia como indirecta porque pensaram que eu não teria gajo e nunca teria tido. Como se eu tivesse que provar alguma coisa a alguém.

É só que eu achei que tinha sido óbvio que eu estava no gozo. As mulheres solteiras, como as casadas, são rotuladas com facilidade. E eu conheço os rótulos todos ou quase todos. Escapo a alguns, mas de outros não me safo... enquanto que um homem... um homem é um homem!

VCosta disse...

Um HOMEM é um HOMEM carago!
Esta é muito boa...
Esqueçam isso, cada um(a) que olhe por si.. mania de todas as pessoas/relações terem que ser iguais!!!
As relações são como os carros...
Todas iguais na teoria, porque depois na prática todos a pintam e equipam à sua maneira...

VCosta disse...

Abobrinha... esquece os rótulos!!!
Despe e siga (na boa, claro...)

Abobrinha disse...

VCOsta

Eu luto contra os rótulos. Mas não os posso esquecer, porque eles estão aí. Posso lutar para os mudar e para uma emancipação que começou na época da minha mãe e ainda não foi concretizada completamente.

E sabes que mais? Tenciono divertir-me no processo! Ai não!

Quanto às limpezas, não sou fanática por nada: tenho um excelente feitio, por vezes estouro com pequeninas coisas mas depois passa. Há que atingir um equilíbrio em tudo... mas isso não pode passar por a mulher ser relegada SEMPRE para as tarefas servis enquanto o homem tem as costas sempre folgadas e se cultiva em vários campos (e em alguns casos deixa a semente). Ah não!

Abobrinha disse...

Salto-Alto

Good point: alguns têm pila... e terão tomates??

Abobrinha disse...

Bruno

Sei que estavas no gozo. Mas há um problema: falta-se mas depois tem que se fazer o trabalho na mesma ou delegar em alguém... que fica furioso/a e descarregará na mãe à primeira oportunidade. E não no pai que é, obviamente, co-autor da criança.

QUanto às 2 semanas sem sexo, desconfio que os termos do negócio não serão bem esses... mas também desconfio que há muita gaja que aceitaria 2 meses ou 2 anos sem o "frete" do sexo. Mas isso já é outra história!

Abobrinha disse...

Pinxexa

VEM A MEUS BRAÇOS, MORE!!!

Morangos... é antes, é durante, é depois, é quantos ele aguentar! Essa é que é essa!

Boop disse...

Eh pá!
Tanto comentário!

Há sem dúvida empregos dos quais apetece fugir e qq razão serve.
Mas não serão todos! Nemsequer a maioria.
Quero acreditar que ainda há muita gente com sentido de responsabilidade. Mas aí... chocam as duas responsabilidades - a materna e a profissional.

Abobrinha disse...

Boop

Concordo e repito o teu comentário... mas e a responsabilidade do pai? Tanto pessoal como profissional? E a responsabilidade para com a companheira, para ajudar profissionalmente a companheira que tem que trabalhar ou não deixar o trabalho todo para os colegas porque o petiz está doente?

O puto não tem culpa de ter sido feito, merece todo o miminho do mundo, mas... ele pode vir do pai ou da mãe, caramba! Estou-me a repetir: as mulheres também trabalham! E muito! Há qualquer coisa de errado aqui, bolas!

Abobrinha disse...

Tinta

Quando li o teu comentário escapou-me a parte que interessa: "há homens para mulheres não-mulas". É que ESSA SIM é a questão essencial: as mulheres têm que exigir que os que não são assim mudem para homens que respeitem, partilhem e não corneiem (questão de respeito, entre outras coisas).

E isto passa por vezes por castigar exemplares que abusam da sorte em vez de lhes passar a mão na cabecinha (uma das duas à escolha ou ambas). Isto de ser compreensiva nem sempre é grande sistema! E o crime continuará a compensar! Enquanto compensar, os homens só serão homens de tomates (e não só de pila) se quiserem.

Boop disse...

Questões que têm de ser levantadas!
Mas provavelmente até a entidade empregadora aceita melhor que uma muolher falte para assistência à família do que o homem, ou não?

MAs mais do que o que se passa no tecido empresarial, estamos a falar da herança emocional e cultural.
A lei é clara (pelo que eu sei) e qq um dos pais pode ficar em casa.
Aliás tenho a ideia que neste e noutros temas, ligados À família e aos menores, a lei portuguesa é até muito bem estruturada e equilibrada.
Mudar a lei não é dificil... mas os mitos de uma sociedade - aquelas coisas indiziveis mas sabidas e sentidas por todos... mudam muito, muito devagar!

Abobrinha disse...

Boop

A entidade empregadora e quem fica a fazer o trabalho de quem faltou aceitam melhor que NINGUÉM falte. E é assim que tem que ser: tem que se produzir, certo? Mas com isto prejudica-se a carreira e a reputação de trabalho da mulher e não a do homem. E com isto se favorece cada vez menos a admissão de mulheres com filhos ou sem (porque os pode ter um dia).

Tenho para mim que as questões se têm que discutir. Na sociedade, abertamente, e em cada lar. Em ambos os sítios... com muita calma e ponderação. Não é a fazer malabarismos com licenças de maternidade/paternidade que se incentiva a natalidade: isso é deitar areia para os olhos das pessoas!

Anónimo disse...

Isso não é verdade. Ainda esta quinta e sexta o meu marido ficou com os putos cá em casa para eu poder ir trabalhar. Também já tem deixado de trabalhar para os levar ao médico. O facto dele trabalhar por conta própria em em casa ajuda um bocado, mas não invalida que ao fim do dia esteja com os nervos em franja quando eu chego a casa. E tb não invalida que não me ligue de 2 em duas horas para o trabalho a perguntar qual é o medicamente que tem que tomar o A, e a que horas medi a febre ao B.
Mesmo no creendo en brujas, que las hay, las hay.

Anónimo disse...

Mas ainda cá volto. É um facto que quando eles estão mesmo mesmo doentes, tipo com 39 de febre e assim, só me querem a mim. Nessas alturas, eu não estou descansada no trabalho, porque se de repente a febre sobe mais há que ir para o hospital com as criaturas e além disso, não me parece correcto ter filhos para os descartar nestas alturas.
E quanto ás entidades empregadoras: ou o nosso estado reconhece claramente o valor de haver crianças neste país, e aí faz uma política activa de conciliação entre a carreira e a família (já que os putos além de não se criarem sozinhos darem um trabalho do caraças, mesmo quando partilhado) ou vamos mesmo continuar a caminhar para ser o país da união europeia com menor taxa de natalidade entre os seus naturais. Porque ter filhos cá é definitivamente um luxo a que muitas pessoas não se podem dar.

ablogando disse...

Olha, 'Bobrinha, não sei nem pretendo fazer mestrado na matéria. Mas uma coisa te digo: se perguntarem à criancinha (macho fêmea ou nem por isso) o que prefere, se ficar aninhada, seja para curtir a doença seja a arranjar ânimo para se curar mais depressa, ao colo do pai ou almofadada pelas glândulas mamárias maternas, por mais diminutas que estas sejam, qual que pensas que será a resposta? Às vezes o hábito e o costume têm razões que a razão desconhece... De vez em quando, no entanto, pode contrariar-se o rebento, que é para ele começar a perceber que ter mãe não é só um direito, mas também e cada vez mais, um luxo. E que os luxos conquistam-se, que isto não há almoços de borla.

Carol disse...

Nem pensei que li os comentários anteriores... Era muita coisa e hoje não estou para aí virada!

Porque é que isso acontece? Porque as mulheres, muitas vezes, assim o querem!
Eu não sou casada e não tenho filhos, mas vejo o que se passa com casais amigos. Eles já não têm muita vontade de ajudar, porque se acham desajeitados mas elas estão sempre a dizer que eles não sabem fazer nada, que para fazer mal mais vale serem elas a fazer tudo and so on... Depois, queixam-se que são umas mouras de trabalho!

Carol disse...

Nem pensei que li os comentários anteriores... Era muita coisa e hoje não estou para aí virada!

Porque é que isso acontece? Porque as mulheres, muitas vezes, assim o querem!
Eu não sou casada e não tenho filhos, mas vejo o que se passa com casais amigos. Eles já não têm muita vontade de ajudar, porque se acham desajeitados mas elas estão sempre a dizer que eles não sabem fazer nada, que para fazer mal mais vale serem elas a fazer tudo and so on... Depois, queixam-se que são umas mouras de trabalho!

Salto-Alto disse...

Então, andas muito "caladinha". Está tudo bem? Beijocas!

Abobrinha disse...

Marycarmen

Acho que a única concilição que as empresas podem fazer é mesmo fazer é proibir as crianças de adoecer. Porque se um empregador precisa de um colaborador é porque ele faz falta. Por definição. O que se passa é que é preciso que quem está compense.

Daí a minha guerra: fazem falta as mulheres e os homens, não só os homens. Por isso desculpa, mas o teu marido não faz mais que a obrigação dele ao ficar em casa com eles, porque pode. Que não espere uma medalha por isso!

Ou seja, o esforço tem que ser feito pelo país... casal a casal!!! E não com palermices como aumentar o tempo em que o pai ou a mãe ficam em casa de licença de parto. Isso fará com que as mães se tornem AINDA MAIS indesejáveis!

Abobrinha disse...

Joaquim

Os meus parabéns: acabaste de passar um atestado de incompetência afectiva a muito pai. QUe era onde eu queria chegar!

Mas não é assim tão simples: as crianças crescem e se a mãe é só quem cozinha e dá miminhos na doença... fica só quem cozinha e dá miminhos na doença e não quem se respeita e a quem se vai pedir opiniões sobre como se fazer respeitar no trabalho. Por exemplo.

COmeças a ver a importância deste post, certo?

Abobrinha disse...

Carol

Pior: há homens que manipulam para serem enxotados desses papeis. Já se falou um pouco disso na discussão anterior.

Mas sim, é complicado e quando um dia for eu mãe, hei-de cometer muitos erros. Possivelmente alguns dos que eu mesma apontei como graves.

Mas o que interessa é ir corrigindo a coisa! COm tempo, que é sempre como se fazem as coisas.

Anónimo disse...

Postas as coisas nesses termos então não é de ter filhos mesmo. Mas também não é de adoecer, tirar férias, ir ao dentista, ir fazer o cartão de cidadão, ou qualquer outra coisa que a pessoa necessite pelo simples facto de estar viva.
Passam a meter uns beliches nos locais de trabalho e a gente dorme lá, e de vez em quando vai a casa. É ver a taxa de divórcio a baixar, cada vez que um casal se encontra é uma festa!

Anónimo disse...

"quem se respeita e faz respeitar no trabalho"...
Aqui no meu não se respeita grandemente uma mãe negligente...

Abobrinha disse...

Marycarmen

Ter filhos é uma loucura e pronto! Tanto quanto sei, o truque (de ter filhos, como de tudo o resto) é o compromisso entre o bom e o possível.

Com o último ponto é que tocaste de novo NO verdadeiro ponto sensível: um homem negligente é perfeitamente aceitável. Achas isso normal? Eu não acho! E mulher nenhuma deve achar! Muito menos tolerar e desculpabilizar!

Anónimo disse...

Fosga-se, ó abobrinha, mas mesmo quando eles partilham de facto as tarefas, e partindo do princípio de que não pode calhar sempre ao mesmo, calha-nos de vez em quando a nós! Da mesma maneira que acho que o facto de ter filhos não justifica tudo, se uma criança está doente está doente, porra.
Ou se reconhece socialmente que a reprodução e os cuidados ás crias são um direito humano inalienável ou mais vale darmos um tiro nos c***** de uma vez, que isto de ter como único objectivo na vida encher os bolsos de uns tantos (poucos) bacanos para mim, pessoalmente não dá.