quinta-feira, 22 de novembro de 2007

A arte a nú - parte 1

Aviso à navegação: posso ter induzido em erro em relação ao objecto deste post. É que este post não é sobre fufas, mas sobre arte. A minha visão da arte! Dito isto, acho que já ficou estabelecido que eu sou míope (pelo que a minha visão do que quer que seja não é necessariamente grande coisa), que eu não percebo a ponta de um corno de arte (e de pouca coisa de pouca coisa em geral), o que nunca me impediu de emitir uma opinião. Dar à língua, portanto. Ou no caso, dado o veículo de comunicação ser o escrito... dar ao dedo! E olhem que com a quantidade e qualidade de imagens que recolhi, acho que isto vai ser mais uma saga que um post! Ou seja, várias não-rapidinhas em vários actos! Como todas nós gostamos! E aqui vai a primeira parte!

Ora bem, normalmente a arte moderna consegue despertar em mim várias emoções: enfado, vontade incontrolável de me enrolar a um cantinho e dormir o sono dos justos, vontade de me rir, vontade de chorar pelo tempo perdido e um eventual interesse moderado. Ocasionalmente há qualquer coisinha que goste, mas acho que isto de arte já não se restringe aos circuitos espartilhantes das galerias e museus. Em alguns casos é pena, porque assim o mundo seria um pouco menos feio!

Este post fala um pouco acerca da violenta reacção de protesto contra uma certa pseudo-arte que anda por aí. E vou desmascará-la! Não só isso, como vou ainda mostrar como se faz arte a sério.

No Público de 9 de Novembro:

“O que estão 18 mulheres a fazer sentadas, de olhos fechados, num longo banco preto no meio da feira ArteLisboa? A dormir? A pensar? Têm a cabeça apoiada no ombro da mulher que está à sua frente, e há uma pequena máquina de filmar apontada. Ahh, e, vendo melhor, há um homem com ar oriental a olhar atentamente. Às 19h30, o homem avança e diz que terminou.“

Confusos? Eu também! Continuando:

“A performance do coreano Kyungwoo Chun começou às 19h15, e havia mais duas previstas para essa noite - foi um dos acontecimentos da inauguração da ArteLisboa, na quarta-feira ao fim do dia, na FIL. O convite era simples: "Escolhe uma pessoa que não conheças. Sentem-se uma em frente à outra. Apoia a cabeça no ombro direito da pessoa que está à tua frente. Mantenham-se descontraídas durante 15 minutos"."

Portanto, é mais ou menos isto (não consegui tirar a imagem original).


“O artista já fez a mesma performance em Seul e Barcelona, e o resultado, explica a galerista, é um trabalho sobre "as relações entre as pessoas e o significado do tempo, a necessidade que temos uns dos outros". Os quinze minutos são o tempo suficiente para as pessoas poderem relaxar, as cabeças tornam pesadas no ombro de quem está à frente, e só assim se pode perceber se "a relação com o outro é um apoio ou uma carga"”.

Ora bem, isto é uma grandecíssima treta, que eu já explicarei num dos vários actos desta badalhoquice... digo, blogue!

Ainda por cima, diz uma tipa:

“"Ele é um filósofo! Não acham?", pergunta, no final, entusiasmada, Cristina de la Fuente, a responsável da Arteko, a galeria de San Sebastian que representa Kyungwoo Chun.”

Ora aqui está um caso crónico de uma mulher com falta de sexo! Ao fim de um tempo afecta os neurónios! Não, filha, não é um filósofo: é um coreano com a mania que é artista e que nem categoria tem para ser tarado sexual! Põe 18 mulheres a jeito e só consegue fazer isto?? Daah! Ao menos percebeu a importância dos 10 minutos e até os prolongou para 15. Mas 15 minutos de nada é... nada! Um dos únicos casos em que uma rapidinha seria preferível à coisa feita em condições. E depois entramos no reino do não-ser, mas não vamos entrar em badalhoquices!

Depois a notícia tinha mais umas paneleirices sobre instalações, recreações, experimentações e desconstruções. Ou seja, nada que interesse. O que me preocupa é que ele conseguiu vender a mesma treta de falta de interesse em vários sítios, um dos quais Lisboa onde me parecia haver um público com elevada cultura badalhocal. Suponho que não me enganei, mas que simplesmente aquela cena de arte andaria mal frequentada.

EU PROTESTO!!!! Andam a dar subsídios a gajos destes para fazer destas tretas e chamá-las arte?? O que é que eles percebem de arte? Nada! Eu também não, pelo que me considero igualmente em condições de receber dinheiro pelo que não percebo!

Arte que é arte tem nudez! Isso já sabiam os antigos (ora vejam as imagens dos frescos de Pompeia que eu aqui reproduzi), mesmo porque parece que o sexo não é uma invenção recente! A arte moderna ainda mais nudez tem, muitas vezes nem sequer se percebendo qual é o objectivo (o que é parte da piada!).

Como uma ópera que fui ver há um tempo na Casa da Música (Medea), em que a propósito de absolutamente nada uma gaja novinha (e jeitosa!) fica completamente descascada em palco! Pode ter contribuído para o prestígio da ópera e para o aumento do número de fregueses dessa bela arte e da casa da música, mas... ... não me convenceu. Mesmo porque eu estava distraída a ver quando é que davam os calores a um pianista com bom aspecto, mas com um cabelo tipo cogumelo (venenoso? Who cares?) e cara de louco. Claro que nada disso aconteceu, mas eu e a amiga que foi comigo temos a posição que se desejarmos muito uma coisa, ela acontece. Até agora não deu resultado, mas estamos esperançosas na mesma: gaja que é gaja mantém a fé! De novo, protesto: então a arte agora, além de falta de nudez, agora discrimina na nudez quando realmente a há? Mau!

Portanto, falava eu da nudez na arte... e é aqui mesmo que vou ficar, porque o post das fufas fica... para amanhã, se tiver tempo e inspiração! Está a marinar!

P. S. 1: Como qualquer estabelecimento comercial, o estabelecimento Abobrinha tem livro de reclamações (que guardo junto da caçadeira, carregada com tiros de zagalote). Estejam à vontade para reclamar da eventual falta de qualidade do post, ou mesmo da falta de badalhoquice. Não me responsabilizo é pelas consequências.


P. S. 2: Só para não ficarem a seco (por assim dizer), cá vai uma foto de uma fufa: a Rosie O'Donnell. Não é difícil de ver que a partir daqui é sempre a melhorar! Um dia destes vou mostrar a nova ilustração possível para o livro "O adeus às armas". Um verdadeiro manifesto anti-bélico! O verdadeiro "make love, not war", mas sem o cheiro a sovaqueira e charros!


P. S. 3: Para não ficarem de mal comigo, encontrei outra foto de um trabalho do coreano. Mais interessante qualquer coisinha, mais que não seja porque insinua fufice e tem rabos. Dos que interessam na óptica da maioria dos meninos, claro. Mesmo assim, continuo a achar que ele sofre de falta de sexo! Mas não se esqueçam que tenho outras fotografias e com um elevado teor badalhocal para apresentar nos próximos dias, por isso sejam cuidadosos nos comentários...

9 comentários:

antonio ganhão disse...

Miúda, não protestes tanto! Isto abre novas perspectivas: até o teu blog pode ser considerado, com alguma benevolência, arte... ou talvez não.

Krippmeister disse...

As coreanas têm pêlo na venta! Bem, talves não na venta...

Abobrinha disse...

António

Eu estou sempre a refilar, não ligues. É parte do meu encanto natural! Mas é só na brincadeira.

Considerar o meu blogue arte ou mesmo não é forçado: aqui não se aprende nada! Mas a malta diverte-se, vem aqui na mesma e faz amigos. Só por aí vale a pena puxar pela cabeça para escrever umas badalhoquices, não achas?

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

És um artista, não haja dúvida! Pois eu não consigo distinguir uma coreana pelo rosto e tu distingue-las pelo rabo e pela (ahem) venta! Fantástico! Já agora, a da PSP seria japonesa ou chinesa? Sabes o que dizem das PSP chinesas, não sabes?

Não creio que seja pelo na venta: é um bushism!

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

Estás a perder qualidades (ou a precisar de óculos): as cidadãs da última imagem (não juro que sejam coreanas) têm imagens de cariz religioso. E tu não te lembras de uma piada ateia? Estás a ficar muito molezinho! Com todo o respeito pela tua PSP, claro!

Nuno Baptista Coelho disse...

Pequena cabaça,

Sorry, não tenho tido muito tempo online recentemente, e sei bem que estou já a comentar fora do penico, visto que já existem posts mais recentes. Quero contudo agradecer os teus amáveis comentários no meu blog, bem como lamentar a falta do teu texto mais longo, que se perdeu. Sei bem o que isso é, e é essa a razão do comentário anterior, fruto de um suicídio voluntário do sistema – eu também tinha escrito mais. Mas o que escreveste já foi muito. A sugestão de escrever um livro, sobretudo, foi muito importante para mim. Talvez por isso, este comentário poderá ser pontualmente afectado por uma inusitada seriedade, que a tua bondade por certo desculpará.

Muito dentro da linha da doutrina que conheces – e que impingiste a tenros infantes, in illo tempore – o homem e a mulher foram feitos para se juntarem, e procriarem. É claro que deus, como bom negociante que era, não faria tal proposta sem uma boa contrapartida, que interessasse esse Adão arraçado de judeu, e essa sopeira que era Eva. A contrapartida mantêm-se nos nossos dias, e tem um nome – bebés. Sim, são chatos, não nos deixam dormir, e passam a maior parte do tempo a cagar, em dispendiosas fraldas, a dispendiosa comida que trabalhosamente ingeriram. Sim, não nos deixam dormir, e depois dormem quando deviam estar acordados. Que raio é que existe neles, que nos faça apreciá-los? Confesso que não sei, mas o facto é que são óptimos. São queridos, e são deliciosos, mesmo quando não os comemos, o que nem sempre é possível.

Eu tenho três, sabes? Um é adulto, a segunda é adolescente, e o terceiro faz esta semana 5 anos. Dão-me cabo do juízo. Dão-me cabo da carteira. Chego a desejar estar morto, de preferência a ter de viver com eles. E não sei como poderia viver sem eles. Escrevi um post sobre o mais novo, há algum tempo, no meu blog de tarifário livre. Se tiveres curiosidade, podes vê-lo em http://sepulcro.blogs.sapo.pt/arquivo/784886.html .

Perdoa o despropósito deste comentário, mas é que dei comigo a ler o teu diálogo com a Joaninha (vénia, e cumprimento), e cheguei à conclusão que tu devias ter filhos. A sério, devias. Não me refiro aqui, como é evidente, à sagrada procriação da espécie, como se fossemos animais de cobertura. Não me refiro também ao santo matrimónio, pois não acredito que seja santo, nem que um casal se entenda melhor, pelo facto de um padreca os pôr na lista de contribuições. Não, não estou a falar de nenhuma dessas coisas. Só acho que tu deverias ter filhos. Tu mereces isso, e o mundo também.

Tenho a certeza de que negarás esta afirmação. Tenho a certeza de que estarás a mentir. O que, de resto, é um direito que te assiste. Desculpa o comentário, o próximo será muito mais dentro dos limites. E será também badalhoco, não, não como esta treta!!!

Abobrinha disse...

Nuno

Não há nada a negar, mesmo porque eu mesma disse que era louca. Completamente louca! Aqui é o ponto em que tenho que ser cuidadosa para não me revelar demais, porque afinal qualquer um pode ler o que aqui escrevo, mas vou tentar escrever o que penso sem me revelar demais.

Não sei se mereço ter filhos, por asneiras que fiz ao longo da vida. Chegar à terceira década tem a desvantagem de que se tem história de vida. FOrçosamente erros a lamentar, caminhos que se podiam ter percorrido e a noção de que nem tudo está aberto e o futuro não nos pertence tanto como devia. E eu não caminho para mais nova, por isso vai ser lindo chegar a décadas mais avançadas, como é meu desejo!

Poderá ter havido alguma falta de sorte, mas não sei se justificará coisas que me acontecem. Ou não, no caso. Não sei sequer se conseguirei ter filhos do modo que Deus (ou a Natureza, com todo o respeito pelos ateus) mandou: vejo mulheres a mais com a minha idade ou mais novas a praticar e praticar a queca com fins teoricamente reprodutivos... e não sai nada!

A muitos níveis fiz asneiras. Sempre quis crianças na minha vida, mas só quando as tive mais presentes me apercebi exactamente do quanto as queria. E não fiz nada acerca disso. E o que haveria de fazer? O que se pode fazer? Não sei! Continuo a não saber!

Como eu mesma digo, os pais nunca fazem nada certo. Por definição. Ou seja, estou na posição certa para ser mãe (atenção, nada de badalhoquices: estou sentadinha, sossegadinha numa cadeira, com o computador no colinho!). E no entanto, como toda a gente sabe, é preciso alguém para ajudar nesta empreitada!

Há também outros aspectos da minha vida em que me sinto estéril e que me causam muita insatisfação, mas viver é uma arte e tenho que aprender a vivê-la, certo? Vivi muito tempo sem a noção de que o tempo passava, mas com a perfeita sensação que ele realmente passava. Mas como o pensamento era demasiado pesado para aguentar, fui-o abafando. As crianças nesse aspecto acordam-nos e fazem-nos apreciar todos os minutos de vida como se fossem únicos. Como na realidade são! As crianças fazem-nos ver muita coisa e eu amo-as por isso e mesmo só porque sim.

Mas há outros caminhos e hei-de explorá-los. Porque mais depressa me vejo a passar o resto da vida sem um companheiro que sem filhos. E os meus sobrinhos (que eu amo como se fossem meus) não são meus filhos e não posso tratá-los como tal. Simplesmente porque não está certo nem eles o permitiriam porque amam os pais e eu amo a minha irmã acima de quase tudo na vida.

Mas nada de confusões em relação ao que eu ensinei na catequese: eles eram muito pequeninos para eu lhes explicar como se faziam os bebés. Uma, curiosamente, perguntou (a miúda era esperta que nem um alho), mas eu disse para ela perguntar à mãe. Tenho a certeza que perguntou e não se ficou por uma explicação parva como cegonhas e coisas dessas.

Entretanto li o texto que indicaste acerca do teu pequenino. E repito: tens que escrever qualquer coisa mais profissionalmente. Eu ainda tenho a ilusão de que ensino alguma coisa aos meus pequeninos, mas sei que revejo e reaprendo e questiono coisas por causa daquelas duas pequenas pestinhas amorosas. E que ganho com a alegria de viver daqueles dois.

Como eu digo, Abobrinha não é só badalhoquice! Mas também é e estou a ficar preocupada com a falta de comentários badalhocos! Afinal, os filhos não se fazem com o coração só!

T disse...

Quem diria !

T disse...

Quem diria !