terça-feira, 6 de novembro de 2007

O peão tem sempre razão


(é o que diz nesta passadeira, mas não consegui tirar a fotografia à frase toda)


... simplesmente por essa altura já pode estar esborrachado debaixo do carro! Mas tem razão, sim senhor! Ninguém lha tira, mesmo porque o sangue é difícil de raspar do asfalto!
Ontem fiz uma coisa que já não fazia há muito: conduzir sem destino! Conduzir só por conduzir, a velocidade constante mas segura (em via rápida, à noite, que dentro da localidade não ando com velocidade e tenho que estar atenta a 50 coisas ao mesmo tempo; sou muita coisa, mas não sou assassina nem irresponsável), de maneira a abafar os pensamentos, os sentimentos e a solidão, que de vez em quando incomodam para além do que é suportável. Existir só, portanto! Existir por existir.
Suponho que há modos de meditação mais amigos do ambiente, mas não posso salvar o mundo sozinha. Sim, eu sei que contribuí para o aquecimento global, mas posso sempre fazer como os outros e culpar os chineses e a sua fome de petróleo pelo que já estava antes de eles começarem a querer viver como nós (menos a democracia, que pelos vistos também não interessa ao menino Jesus nem à vaquinha do presépio: é só para enganar!). Além de que dizem que os chineses têm uma pilinha pequenina! Eu sei que não vem a propósito, mas tinha que meter um bocado de badalhoquice, que senão isto descamba de novo!

21 comentários:

antonio ganhão disse...

Abobrinha, tu tens uma tendência (quase doentia) para assuntos sérios. Mas eu percebo. Com este governo, resta muito pouca badalhoquice. O país já descambou.

Boa intervenção lá no meu sítio.

Abobrinha disse...

António

Au contraire, mon cher! Aquilo é só badalhoquice! Dito isto, sempre foi em determinados aspectos, como os que mencionei no teu blogue! Não têm estes a patente nem os direitos da incompetência e da falta de vergonha na cara (mas não é por falta de tentar, descansa!)!

Estou ofendida: então eu introduzo (salvo seja) o tema das pilinhas pequeninas e só reparas nos aspectos sérios? Descansa que eu tenho um post no forno acerca da minha relação com um cabo de uma vassoura (nada do que estás à espera, garanto!) e hei-de aprofundar a magna e candente questão da arte e da badalhoquice.

Isto tem que ir minimamente a 15 na escala de badalhocómetro! Que só vai até 10, mas adiante!

Patrícia Grade disse...

Abobora da horta,
Devo dizer-te que quando quero reflectir sobre os apsectos sérios da vida, faço-me à estrada de ténis calçados, que é como quem diz, corro!
Conduzir deixa-me stressada, sobretudo porque no sitio onde vivo as cartas de condução são compradas na resistente farinha pensal!
Assim, sendo, corro bem cedo, quando o sol ainda não se lembrou que tem de acordar e a malta está ainda toda na cama, que é para não ter que dar os bons dias a ninguém... sou assim, uma verdadeira eremita mal disposta.
Posto isto e tendo conseguido de uma vez só dar-te uma lição de moral e mostrar ao mundo como sou virtuosa, passo a destilar o meu fel sobre as pilinhas dos chineses... ou então não...
É que hoje conseguiu-me algo de extraordinário... Comentava eu outro dia com o meu parceiro de cama (eheheh, só pra badalhoquice se manter em níveis aceitáveis), dizia eu que comentava que hoje em dia para onde se olhe há uma mulher bonita, com curvas, ou então daquelas que só com saco na cabeça, mas com um corpito aceitável... agora os homens... é que nem um que se aproveita. Veio isto à baila porque, injustiça das injustiças, o marido tem sempre para onde olhar, enquanto eu vou olhando para onde ele olha, porque de resto... prefiro fechar os olhos...
Mas hoje... Hoje regalei a vista e demais sentidos...
Dia de piscina, estás a ver? A malta de tanguinha e fato de banho, e quem estava lá, quem?
Toda a equipa de pólo aquático! Eh pá! Foi cá um festim que nem te conto, por pouco não me deixava afogar só pra ver se algum ia lá salvar-me...
De seguida, já no escritório... até me deu uma vertigem... então não me aparece um sultão a quem só faltava o turbante, a túnica e o cavalo? O corpinho e a cara trouxe-os com ele!
Pensei para os meus botões... este só pode ser o meu dia de sorte... mas como se costuma dizer, não há fartura que não dê em fome... vamos ver como será nos outros dias...
Deixo para mais logo o assunto sério de que falavas no post e que era suposto eu comentar... como ainda estou em êxtase, esqueci-me...

Joaninha disse...

Abobrinha,
Eu também fazia isso, nos tempos em que estudava, lá para trás do sol posto, que é como quem diz em trás-os-montes. Porque aí, apartir de uma certa hora podias andar Km sem ver uma alminha pelo caminho. Aqui em Lisboa, esta bela cidade, é impossivel, chegas ao fim com uma camada de nervos pior do que quando saiste. Por isso optei pelo ginasio. Malhar e relaxante;)
Quando estou lá no meu cantinho da serra, faço como a indomavel, calço os tenis, mas não corro, ando que me farto e depois sento-me num penedo e fico ali à espera que se faça luz. resulta!

antonio ganhão disse...

Abobrinha, cabo da vassoura? Foste dar um passeio?

Indy, pois, os lobos maus já não são o que eram... depois esses tipos todos muito enxutos, musculados, sem uma barriguinha de respeito são muito efeminados, são como os chineses.

antonio ganhão disse...

Joaninha, também não é assim que apanhas o lobo mau... ele anda mais na cidade do que na serra.

Krippmeister disse...

Tenho uma amiga que atravessa as passadeiras na maior das descontrações porque diz que "se for atropelada a culpa é deles". Pois eu cá sou da opinião que a partir do momento em que me passa um autocarro por cima, não me interessa grandemente de quem é a culpa, principalmente porque o meu maior problema é mesmo o de virar puré de Krippahl.

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

A tua amiga não tem noção da regra mais importante e não escrita do código da estrada: o carro maior tem sempre prioridade! É particularmente importante no caso de camiões. É uma regra que observo com o maior cuidado e que faz com que (até agora) só tenha tido 2 acidentes: um parada e outro quase parada. Mesmo assim dá para sentir a força do embate, o que é absolutamente assustador.

Puré Krippahl ou puré Abobrinha é sempre desinteressante.

Dito isto, passaste ao lado da problemática das pilinhas pequenas.

Abobrinha disse...

Indomável

Tens que me dizer onde é a tua piscina. Na minha (e na anterior) é só farroncas! Ao ponto que eu a dada altura deixei de levar lentes de contacto: qual era o interesse de gastar um perfeito par de lentes em vistas tão pouco interessantes? Assim ao menos posso manter um certo optimismo e pensar que não vejo nada de jeito porque sou míope.

A equipa de pólo aquático da minha piscina consiste de putos de 14 anos. Eu sou muita coisa, mas pedófila não é uma delas. E mesmo assim... são feiotes!

É muito difícil conhecer gente nova nesta fase da vida. Claro que gente interessante é mais difícil ainda. E depois, alguns escapam-se-nos por entre os dedos.

Abobrinha disse...

Joaninha

Quando morava no Porto tinha mais o hábito de caminhar sem destino. Mas isso era porque podia: com ruas iluminadas sentia-me segura e ainda gozava de um certo anonimato.

Agora que voltei à terrinha, andar à noite ou de manhãzinha implica algum risco pela falta de passeios e pela coisa de "o que é que andavas a fazer àquela hora da manhã/noite a caminhar sozinha"? Tudo se sabe.

Depois, o carro tem a vantagem que podemos soltar hurros de dor sem que nos ouçam sempre que esta é tão grande que não deve ficar contida dentro. Numa zona residencial é mais complicado porque chamariam a polícia.

E também não mencionaste a problemática das pilinhas pequeninas nem o aquecimento global!

Abobrinha disse...

Joaninha e Indomável

O exercício físico é, sem dúvida, um anti-stress potentíssimo. Quando uma vez me chateei com umas amigas e me apeteceu bater-lhes (justificava-se, acreditem!) andei uns dias a malhar forte e feio. Uma vez fiz aí umas 3 horas de aeróbica... mas nada de cócegas ao espelho: no duro mesmo, que aquele professor era louco! Como estava em pico de forma, aguentei. No fim parecia que lhes tinha dado a sova que me apetecia dar (e que mereciam).

Infelizmente não estou no meu pico de forma, mas estou a caminho do pico possível (a idade não perdoa). E estou a sentir-me mais satisfeita com isso, porque afecta outros aspectos da minha auto-estima.

Estou a ver que a problemática das pilinhas pequenas não sensibilizou ninguém. Tenho que me debruçar sobre o pau da vassoura, porque não quero que saia tão desinspirado como estes posts.

Patrícia Grade disse...

abobrinha,

A equipa de polo do LDC (leia-se Louletano Desportos Club) é constituida por fulanos bem compostos na casa dos 20/30. Quanto à compustura, caro Antonio, deixa que te diga que estes fulanos não são só musculo, muito embora as barriguinhas sejam mais do tipo tablete de chocolate, o que a bem dizer, vem de encontro a duas das minhas predilecções - o prazer da observação e o prazer do chocolate. Como asporante a escritora, tenho a obrigação de ser muuuuuiiiiito observadora. Ora convenhamos que, quando o "objecto" observado pouco tem de inspirador, a observação é menos assídua e o contrário é também verdadeiro!
Assim, a equipa de polo da minha piscina provocou em mim uma maior assiduidade nessa maravilhosa arte que é... a observação atenta do especime humano (sobretudo quando os abdominais se mostram assim tão trabalhadinhos... e os glúteos, as coxas, os bíceps, triceps e demais família muscular...).
Quanto ao restante pacote, não posso garantir que as pilinhas dos chineses sejam assim pequeninas, uma vez que apesar de por aqui haverem lojas de chineses como cogumelos, os ditos senhores não andam por aí a pavonear essa parte da sua anatomia. Mesmo porquê, a acreditar em ti, abobrinha, não teriam muito que mostrar.
Já quanto à equipa de polo... digamos que tangas de natação são peças de vestuário muito reveladoras... mas eu sou uma menina tão boazinha e tão respeitadora...

Joaninha disse...

António!!

Eu já apanhei o Lobo mau faz tempo, e olha que ele não era assim tão mau como isso, mas enfim ;)
Se for ao meu blog, está lá é o primeiro a contar de cima;)(passo a redundancia)

antonio ganhão disse...

Joaninha, as mulheres são assim! Apanham o lobo mau e depois domesticam-no.

Barriga tipo tablete de chocolate. Brilhante descrição. Boa Indy.

Abobrinha disse...

Joaninha

Lobos maus não se apanham: evitam-se ou abatem-se!

O problema são os lobos bons (ou os carneiros?): não consigo apanhá-los também. São raros e não querem nada comigo, como eu já disse antes. Se apanhaste o teu, cuida-o e trata-o bem! E parabéns.

Krippmeister disse...

É uma apanhadoira a nossa Joaninha.

Abobrinha disse...

Indomável

Tabletes de chocolate? Que horror! Isso engorda! Agora a sério, sou mais de colecionar pormenores em vez de perfeições. Atrai-me mais o global, o conjunto que acaba por definir a pessoa que a conformidade com os cânones da beleza ou da inteligência. Dizer que se encontra beleza em tudo não é bem o que quero dizer, mas consigo ver por vezes características em pessoas que não são óbvias à vista desarmada. Algo entre capacidade de observação, não julgar a pessoa só pelo que aparenta à superfície e paciência em ver como algumas pessoas se vão revelando.

Um dia destes (mas isto foi um evento absolutamente extraordinário, excepcional mesmo para mim) olhei para um conjunto de pessoas que não conhecia de lado nenhum (numa fila num cinema ou coisa que o valha) e pensei: mas que conjunto extraordinário de características este grupinho tem! O que achei excepcional, no meu ponto de vista (porque aprecio o exotismo) é que eram todos brancos e de cabelo castanho. Ou seja, em teoria parecidos comigo. Nem era um grupo de pessoas extraordinariamente bonitas. SImplesmente reparei na diversidade de narizes, olhos, formas de olhos, cabelos... e naquele momento achei-os todos lindos! E são! Não são só lindos o Brad Pitt e a Angelina Jolie! Claro que estarem a sorrir acrescentou beleza ao rosto daquelas pessoas.

Pi pi pi pi pi pi pi... alerta lamechómetro!!! Acabou de passar o vermelho!

Dito isto, se for à piscina do louletano (é um bocado longe, mas...) vou de lentes de contacto! Conheci um jogador de pólo aquático quando andava na Faculdade. Era completamente marado!

Uma vez apanhei-o no salão nobre da Faculdade na tomada de posse da Associação de Estudantes: uma masturbação colectiva dos meus coleguinhas, que se aproximavam trajados do presidente da mesa (outro que tal) ao som de um solene "e toma posse como (cargo qualquer) o senhor (fulano)". O rapaz batia palmas como que histérico e gritava de cima de um sarcasmo cheio de nível: possui-me, possui-me!

Acrescente-se que ele não era da minha Faculdade. Que também tinha gente meia marada. Mas a seu tempo!

E tinha uma musculatura... nossa!!!!

ZumZumMataMoscas disse...

Aboborinha,

Essas suas escapadelas para conduzir sem destino têm uma explicação muito simples.

O facto de, como você já reconheceu, estar a ter dificuldade em encontrar os lobos (espero que não se esteja a referir à selecção de rugby, pois aquilo são para aí uns 30 gajos todos pequeninos, e não consigo imaginar o seu estado depois de um "encontro" com eles), sejam eles bons ou maus (isso depende do ponto de vista), é o que a está a levar a essas súbitas jornadas de condução.
São impulsos subconscientes que lhe provocam essas vontades de conduzir sem destino e durante largos períodos de tempo pois, durante essa condução, o acto de manipular a caixa de velocidades provoca-lhe um prazer inconsciente e acalma-lhe outros desejos.


PS - Em relação às pilinhas pequenas dos chineses, isso não é um problema que me aflija.

Patrícia Grade disse...

Minha amiga cor de laranja,

as tabletes de chocolatem quando comidas com moderação trazem muita satisfação. Já diria o meu filho, isto rima e é verdade.
O meu marido não é nenhum modelo, mas eu continuo a olhá-lo como se fosse um Adónis. Como é isso possível, dizes-me tu?
Porque o que me fez apaixonar por ele não foi a sua aparência, foi uma mistura de elementos que não sei muito bem assinalar, mas que existem ainda...
Os meninos de que te falei, são apenas um regalo para os olhos. A minha paixão pelo homem com quem partilho a vida, os ideiais, a cama, os filhos, as discussões, as birras e o meu enorme mau feitio nada tem a ver com a aparência.
Nem eu sou de julgar o livro pela capa. Não gosto mais desta ou daquela pessoa pela sua aparência.
Mas... bom, como hei-de dizer isto de uma forma clara...
Sabes aqueles dias em que tudo te parece muito cinzento e sem graça? E depois olhas para o céu e vês uma manchinha de azul, uma flor acabada de abrir, ouves o chilrear de um passarinho? Viajas para outro lugar e tudo te parece mais bonito porque diferente?
Pois é essa a sensação. Só um regalo para a vista, que não implica em nada com todas as tuas crenças. E confesso, é também uma vingançazinha pessoal. É que os homens olham sempre para o lado. Para eu poder fazer o mesmo, é melhor que seja para material de 1ª qualidade.

Abobrinha disse...

ZumZum

Não fosse ser informático, o meu amigo seria psicólogo. Mas há uma falha na sua lógica: o meu carro é automático!

Não, as minhas escapadelas emissoras de CO2 (nada de fazer piadas com gases) são simplesmente uma maneira de fugir do que não quero encarar. POr vezes encarar determinadas coisas é tão doloroso que a fuga se torna mais fácil, se bem que temporária.

Como já disse, não quero nada com lobos maus nem com cãezinhos (embora por vezes me comporte como um, o que me irrita): procuro gatinhos, mas esses só me procuram quando querem. Com a vantagem que os gatinhos quando se dão, dão mesmo e completamente!

Contudo, estamos como na idade média, quando os gatos quase se extinguiram devido ao hábito peregrino de os matar porque acompanhavam as bruxas. Ora nem as senhoras eram bruxas (por vezes seriam só mulheres fora do convencional) nem os gatos faziam mais que bem: companhia e vigilância aos ratos. Os ratos, sim, prosperaram com a falta dos gatos, numa ironia suprema. O que também é um paralelo interessante com os dias de hoje...

P.S: O meu carro não é automático mesmo: era só para enganar.

Abobrinha disse...

Indomável

COmpreendo o que disseste perfeitamente embora conheça duas mulheres que dizem declaradamente que só se sentem atraídas por homens lindos de morrer. Estranhamente, nenhuma delas vale o mesmo nem se dá bem com esse tipo de abordagem e não têm resultados palpáveis... em mais que um sentido!.

Mas ao menos são honestas, o que é mais do que o que se pode dizer de muitos homens. Que também não valem o carreto, mas mesmo assim escolhem o material em função de ser ou não vistoso. Embora não o confessem. Mas é assim, o que é que vamos fazer? Não se mudam as regras do jogo por decreto.