quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Das lamechices e outras - parte 2

Ainda nem li bem o que escrevi há pouco, mas acho que não respondi ao que foi comentado.

Por partes:

"Com tranquilidade disse...

Abobrinha,

Sobre as cornadas da vida, como sabe, ainda não deu nem recebeu todas. E ainda bem. É a prova de que vive vivendo.Triste seria passar impune às cornadas... aos encantos e desencantos do dia-a-dia."

Verdade. Apanha-se cornadas todos os dias (já disse que o meu signo é touro?). Mas há dias em que um encontrão se sente como um atropelamento por um camião TIR. Ainda não domino inteiramente a arte de pôr uma cara de circunstância e sorrir e alhear-me do que sinto. Quando estou bem (o que vai sendo a maioria dos dias) é bom porque tendo a espalhar boa disposição. Quando estou mal, vê-se à transparência. Mesmo online, o que é assustador e me faz sentir assustadoramente exposta!

Para quem é tão exagerada e tão teatral, sou muito fraquinha quando é a sério. Como auto-defesa tenho que me esforçar mais!

"indomável disse...

'Bobrinha, já i algures que as mulheres hoje são mais desinibidas mas ocas... [....]

A badalhoquice mostra o lado feminino que tem andado escondido por tanto tempo [...]

A lamechice revela quem temos revelado sempre, o nosso lado mais sensível [...]

[...] isso faz de nós os seres completos que os senhores homens adoram mas que temem, por sermos tão complicadinhas.

Ainda assim, como diria um amigo, é melhor que sejamos complicadas do que ocas, don't u think so my dear?"

A badalhoquice é o meu lado brincalhão e provocador. A lamechice está conotada com o lado sensível, de facto. O problema é que muita gente exagera na dose desta última ao ponto de lhe tirar o significado. O limite são as novelas com histórias de fazer chorar as pedras da calçada, com histórias de sentimentos exagerados (fingidos?) e que fazem pessoas imaginar sentimentos que na realidade só queriam ter mas não sentem. Fingir perante os outros é mau, mas fingir perante nós mesmos é verdadeiramente desonesto!

Acho que já respondi ao que os homens pensam e querem e dizem. Não são de confiar, na sua maioria (como em tudo, há excepções, e quando as há são extraordinárias).

Às vezes ser oca e superficial tem as suas vantagens, mas isto sou eu a ver o mundo com os meus óculos negros.

"Joaninha disse...

"[...]Afinal sempre tens um lado lamechas. [...]

Agora só tens é de o encarar de frente, ser lamechas não é tão mau como parece, ou como está conotado hoje em dia."

Joaninha

Antes fosse lamechice pura e dura, mas não é! E hoje não me sinto capaz de encarar grande coisa de frente. Para falar verdade, uma opção é mesmo desaparecer um tempo, porque ando mais instável que o fundo do mar do Pacífico (diz um amigo meu, que mora para aquele lado que de vez em quando aquilo dá uns tremeliques). Isto passa, porque eu sei que passa, mas ando instável e isso é um facto! E não costumo fazer bem a ninguém nessas alturas. Muito menos a mim mesma.

Tenho que parar e pensar. É daquelas alturas que nunca mais chega ao fim de semana para desligar!

3 comentários:

Abobrinha disse...

Para quem está na dúvida, sim, o dia não está a render a ponta de um corno!! E???

Estive a ler ao acaso para trás e tropecei neste post

http://aboborapequenina.blogspot.com/2007/07/so-sprach-tarantino.html

Krippmeister disse...

Gostava de ter uma pérola de sabedoria daqueles à lider espiritual hermita da montanha do tibete, mas não tenho.
Com um bocado de sorte ajuda saber que ao partilhares a "lamechada" no Abobrinha, tens cá deste lado sempre alguém a ouvir.

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

As pérolas são uma seca: brancas, regulares até à náusea e ainda por cima só dão para fazer colares assim um bocado à anos 20. No fundo não passam de berlindes excessivamente caros e com os quais nem sequer se pode brincar. Ou bolas brancas!

Mas se arranjares uma pedra semi-preciosa de sabedoria, aí já é mais giro: menos caras, mais coloridas e de muitas formas possíveis. E irregulares! Das minhas preferidas são a água-marinha e a granada (não sei de repente o nome de mais nenhuma).

Pensando bem, tens deixado dessas coisas.