O preclaro Laredo, preocupado com a minha senilidade escreveu:
"Arranja qualquer coisa de jeito para ocupares e espevitares o cérebro, não percas tempo com blogs, por exp"
Este post começou por ser um comentário a esta provocação, mas evoluiu e ganhou vida própria e importância para um post independente.
Os blogues que tenho na lista à esquerda e mesmo este (onde não se aprende nada!) são das coisas que mais me estimulam o cérebro. Sim, às vezes perco-me com eles, mas a maioria das vezes não é uma coisa má.
Tanto os mais "sérios" como os mais no gozo constituem uma rede social estendida que eu mesma criei, com mais ou menos intencionalidade. Como um café (lembram-se de eu ter falado no "Piolho"?) em que meto conversa seja com quem for e onde metem conversa comigo. Os blogues mudaram a minha vida e acho que para melhor. Não substituem de todo a "vida real", mas é tão real a interação que a nível de ideias que nestes blogues tenho com pessoal real como se estivéssemos a tomar um café e a conversar.
Cada resposta que dou, cada post que escrevo obriga-me a puxar pela cabeça, a pensar, a esforçar-me por ser original, por fazer sentido, por ser divertida, por ser séria, por pensar, por não pensar. Obriga-me a mostrar um pouco sem mostrar demais (sem mostrar nada que não queira tornar público, o que nem sempre consigo).
Obriga-me a ler, mas não me obriga a ser acrítica e concordar com ninguém. Ou a discordar só para fazer parte da maralha, que só está a bem a dizer... mal! Permite-me (mas não me obriga) participar de discussões.
Como balanço, posso dizer que os blogues mudaram a minha vida para melhor, precisamente por me permitirem exprimir. A minha vida inspira o blogue, mas o blogue inspira a minha vida.
A brincadeira começou com o blogue antigo do Jorge Fiel, o "roupa para lavar" no Expresso, que agora mudou de casa (para os blogues do sapo) e de nome (para "lavandaria") mas não mudou de interesse nem de talento do autor.
Como não há bela sem senão, a origem e a temática deste blogue implicaram que me escondesse desde início atrás de um nickname. Pensei várias vezes deixá-lo cair, mas nunca o fiz e vou descobrindo todos os dias porquê. Não acredito que seja capaz de manter o segredo para sempre, mas sei que as coisas mudarão quando a minha identidade cair, pois passarei a ter menos liberdade de expressão. Por muito moderna que seja a nossa sociedade, uma gaja não escreve coisas destas com total liberdade.
Aliás, como prova o meu post anterior, raramente uma gaja pode sequer existir com toda a liberdade: há sempre um gorduroso a tentar ter piada ou a sua sorte! Mas há piadas e piadas e eu sei mais que bem o que alguns homens devem pensar da Abobrinha. Alguns escrevem-no, mas eu vou chegando para as encomendas. E tentar a sorte é uma coisa, pensar que se domina as gajas é outra. Se/quando a minha identidade se descobrir, o desafio será diferente.
Dito isto, sempre fui de esticar os limites! E se não escrever sobre estas coisas, escrevo sobre outras: o mundo não se acaba nas badalhoquices... embora sem badalhoquices acabe mesmo! Não sei qual será o futuro deste blogue, ou se será mesmo só ser apagado. Mas as coisas nunca mais serão as mesmas e eu escreverei sempre!
Outra coisa que sou é um pouco espalhafatosa, por isso desconfio que quando a minha identidade cair, será com um grande estouro! A questão é não ser apanhada pela onda de choque.
2 comentários:
voto por continuares assim. bye rds
Ah! O Piolho não é muito longe do Nakité... olé! :)
Olha, por certo deve mesmo ter sido o café que mais frequentei em toda a vida. E também o Convívio em Júlio Dinis. Tempos doces em que ainda eras um anjo por aterrar! ;)
Humm... o anonimato da Net. Há pouco, pensava se já conheceste pessoalmente alguém de entre os leitores deste blog ou dos outros que frequentas. Creio que sim, com tantas viagens a Lisboa... :)
Quanto a mim, há mais de 2 anos que não me encontro com ninguém desconhecido, o que sempre demonstra uma certa senilidade... ei! outra serendipidade!!! :D
Jovenzinha reservada...
Rui leprechaun
(...badalhocamente ousada! :))
Enviar um comentário