E vendia acessórios. Montes deles. Para gajos e gajas. E gajas com gajas. E gajas com gajos.
E era grande. A exposição.
E era na terra do Valentim Loureiro.
Podía-se conhecer o Marco e uns amiguinhos e falar com eles do sabor da chuva e do preço das salsichas (e que caras que elas estão!).
É que o pessoal está habituado a pensar nestes artistas e entertainers só como pedaços de carne, mas não é verdade: eles têm uma dimensão humana muito pronunciada. Se bem que para isso era mais o Márcio. Que também esculpia nos tempos livres. Ou isso ou fazia uma cena qualquer com as mãos que não fixei. Esperto o moço! Uma boa cabeça! E um bom corpo, bem depilado (ooops!).
Uma gaja podia ir lá na boa e ficar completamente à vontade porque não era só badalhoquice. Tinha arte, cinema, música, consultório sexual, aulas de dança, etc. E instalações e performances (estão a ver aquelas cenas de Serralves? Não tem nada a ver: era outra coisa completamente diferente). É que sexo não é só badalhoquice: é cultura, é a expressão mais íntima de todo o nosso mundo e fantasias.
Nestas coisas, normalmente parece que Lisboa é país e o resto é paisagem. Mas não é verdade: os nortenhos e beirões e transmontanos também são badalhocos. O mais possível! E o gasóleo está caro e o alfa pendular também. Há que louvar assim, quem trouxe até mais perto de mim este tipo de iniciativa.
O único contra é que assim torna-se difícil eu justificar... porque é que não fui! Sim, porque o título completo é "como eu fui ao salão erótico de Gondomar em sonhos". E na internet, aqui.
9 comentários:
A propósito, os teus leitores de esquerda ficarão de pé atrás contigo, apenas por teres ido ver o site da exposição (só podes contar com algum piscar-de-olho às escondidas...). Olha a Teresa Horta...!
Mas, já agora que deste a morada, também lá dei um saltinho e fiquei surpreendido com a consciência social dos tipos. Reparaste no preço especial para reformados?!
Joaquim
Não entendi essa da esquerda e do salão erótico. Acho que preciso de um desenho.
Caramba, esqueci-me de falar do preço para reformados e para estudantes (e do facto de os estudantes só terem tido direito a desconto na quinta-feira).
Bah, se quero ver gajas dessas vou ao Doll House e vejo-as no balcão enquanto peço cervejas... fico fodido é quando elas as viram...
Se tiveres visto um programa que deu aqui há uns anos na televisão, em que a poetisa de serviço do feminismo e do PCP, a Maria Teresa Horta, "dialogava" com um "actor", uma "actriz" e um "realizador" portugueses de filmes pornográficos, percebes logo o que eu quis dizer. Se não viste, um dia destes explico-te.
Crestfallen
Sabes, nem todos vivemos em Hamburgo. Por Doll house imagino que seja uma casa da especialidade. Ora conta lá, que isto tem andado pouco badalhoco.
Cresfallen
Há uma vantagem nas gajas virarem a cerveja (desde que seja nelas mesmas): lamber! Não se desperdiça assim cerveja, que a vida está cara!
Joaquim
Nope, não vi. Tens mesmo que me fazer um desenho.
O que me lembro foi de ouvir falar de um congresso ou assim uma cena do BE (tipo um acampamento) em que tinha uma parte para gajos, outra para gajas e outra para gays. Vai assim a esquerda portuguesa!
Eu não lambo qualquer coisa...
Crestfallen
Bem, se tem qualquer coisa na Doll house, digo eu que devias mudar de ares.
Mas tens a tua razão: uma boa boca não é a que come tudo o que aparece à mão, mas a que selecciona o que come. E come devagar, pausadamente. E à mão, que é como se come mulher e frango.
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