domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sábado à tarde

Velhos casais, pais divorciados com filhos, grupos de amigos e turistas. Todos apreciam as vistas do café e do lanche uns dos outros e já não dos cigarros.

Estacionaram os carros onde puderam, para aproveitar o sol que já parece de Verão. E ganham uma cor dourada ou uma face ruborizada, dependendo do sol e da pele.

Adolescentes de saia curta e laços no cabelo pavoneiam-se sob o olhar atento de todos os grupos e indivíduos presentes. E mesmo dos ausentes, que o desejo por algo intocado é estranhamente universal.

Mulheres sem segredos e homens que os pensam saber passeiam lado a lado. Ignoram-se.

Um olhar apressado pensa reconhecer um amigo. Não sabe se é mas parece e não arrisca. Entretanto anoitece.

O sol esconde-se e à noite uns procuram outras luzes, outros o sossego e o sussurro de uma televisão que debita mentiras e sons indistintos de uma vida que não é nossa.

Noutro local grupos de turistas, artistas e outros afins. Uma senhora com óculos de massa escreve poesia numa folha estreita de papel. Brinca com versos que põe na boca das personagens que vê e que inventa. Do que pensa, do que sente aquela gente que nada lhe é, mas que com ela naquele momento partilha um espaço, um café.

Um grupo de espanhóis fala alto. Para eles o mundo é um palco e eles a atracção.

2 comentários:

Tisha disse...

Gostei munto, CARAGO! ;)

Abobrinha disse...

Gipsy

Oube lá: assim é que é, já sabes falar, carago!

(vou almoçar)