Toda a gente sabe que eu não pesco um boi de arte (basta ver os meus posts sobre o assunto). Mas já percebi que a arte é incompreensível e às vezes não é mesmo para compreender. Daí que o Ministro da Cultura esteja no bom caminho para ser artista, porque disse num encontro com o Ministro brasileiro da Cultura que serviu "para acertar projectos para o desenvolvimento de uma política comum da cultura baseada na Língua Portuguesa":
"Queremos criar práticas e políticas culturais que nos aproximem daquilo que cada um de nós é, que facilitem o nosso conhecimento, a nossa relação, a nossa expansão, partindo do desenvolvimento da língua enquanto instrumento de liberdade e de expressão e instrumento de identidade"
Até "a nossa expansão" entende-se, mas eu não sei o que é uma língua enquanto instrumento de liberdade e daquela coisada toda. Aliás, consigo pensar numa coisa, mas isso envolveria badalhoquice do pior ou "pierçings"! Daí que se consegue dizer meia frase a não fazer sentido, deve ser meio artista! Tem que se esforçar mais um bocadinho!
Dizer "Eu farei tudo o que puder politicamente para que nós consigamos aprofundar o conhecimento da Língua Portuguesa e a sua divulgação enquanto língua de instrução, de comércio, de contacto, de relação, de identidade e de expressão" poder-me-ia levar a pensar que a minha interpretação badalhoca estava certa: instrução, comércio, contacto, identidade e expressão... tudo compatível com a fina arte do cunnilingus! Se é assim, eu "acordo ortograficamente" e comprometo-me a tentar arranjar outros acordantes, numa corrente de bem-estar nacional e prestígio para o país.
Pensei confirmar que afinal era de badalhoquice que se estava a falar quando o Sr. Ministro afirmou: "Há resistências de algumas pessoas, e não são muitas, que têm uma relação emocional, clássica, física e sensorial com a Língua"... o "clássica" era só para enganar, porque isto ou é definitivamente arte (não é para entender) ou eu tinha razão e isto era sobre sexo oral!
Depois percebi que estava completamente enganada quando li: "Mas ninguém será abatido, preso ou punido se não aderir às novas normas. O Acordo é uma simplificação da Língua". Não: isto afinal é um procedimento simplificado para fazer assaltos no mundo lusófono!
Em todo o caso, é um alívio que ninguém me queira dar um tiro por não escrever "ótimo"! E daí, podemos virar isto de novo para a arte e fazer do abate de um não crente no acordo ortográfico uma performance! Como disse, o Ministro tem grande potencial como artista!
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