sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Para além do bem e do mal

Por duas vezes a Djinn colocou esta citação do Nietzsche à discussão (aqui e aqui):

"Aquilo que se faz por amor está além do Bem e do Mal"

Da primeira vez apeteceu-me meter o bedelho, mas não tive coragem e o tempo passou (e, como eu disse, há um tempo para tudo). Desta vez não só não resisti a dar uma achega, como coloco a mesma frase à consideração dos meus leitores.

Deixo como abertura o comentário que deixei no tasco dela:

"Não sei se estou a mandar uma argolada, mas interpretei o "fazer por amor" no sentido do que se faz para conquistar o amor de alguém.

Algo no sentido de passar por cima de tudo e de todos porque se quer demonstrar ou conquistar o amor de alguém. É lindo porque demonstra um sentimento tão imenso que não vê barreiras nem limites: está para além do bem e do mal. Mas... há sempre um "mas". E o "mas" são as regras de convivências, a integridade, a legalidade. Mas em teoria concordo. A prática é que pode lixar tudo. Por exemplo, aceitarias que por amor alguém roubasse um anel de diamantes para te oferecer? Ou que magoasse alguém para além do razoável porque esse alguém se tinha colocado no vosso caminho? Está o amor assim tão além do bem e do mal ou não passam de belas palavras?

As questões práticas são muito importantes. Acho que é nesse sentido que eu digo que não tenho um pingo de romantismo: eu sinto as coisas muito profundamente, mas sou muito prática e não me quero perder em sonhos e ideais. Sendo prática, dói-me que não possa de facto perder-me nos sonhos e ideais que tenho. Sofro com a perda da inocência, mas não posso nem quero viver de ilusões.

Dito isto, não acredito que o amor seja uma ilusão: ele há-de aparecer."

Iniciei ainda esta discussão com alguém que me deixa imensamente curiosa. E toda a gente sabe que não há nada mais perigoso que uma mulher zangada... e que uma mulher curiosa!


NOTA: Isto não é uma desculpa para não colocarem questões no consultório sexual! Não tem uma única questão, tenham vergonha!

43 comentários:

Anónimo disse...

'aquilo que se faz por amor' --> Frederico, não tás bem a ver.
Por amor só fazer-se explodir à porta do Ministerio da Educação,.. profs... e tal. Imolar-se depois de bem regadinho com gasolina, protestando contra a falta de ideias ca do burgo.
Porque será que as g---s teem sempre a mania que amor é um sentimento e tal .... lamechices
Dedicado
Valetorno

Abobrinha disse...

Valetorno

A educação não é amor: é obsessão! Mas não vamos falar dessas badalhoquices neste post.

Eu não disse nada de ser só um sentimento: era, aliás, isso que estava à consideração! Ora experimente lá!

mik@ disse...

ola abobrinha :)
o meu pecado capital é a curiosidade :( sou demais até pra meu próprio bem.
anyway... interpretei as coisas de forma semelhante à tua.

o sentimento sim está para além de qualquer razão bem ou mal, simplesmente existe. a conotação depende de nós.

quando se diz "aquilo que se faz por amor está além do bem e do mal", a mim leva-me a pensar em acções. e as acções tem regras e leis... que os sentimentos não têm.
por isso discordo da afirmação.

na verdade é uma questão de português que nos leva a ter diferentes interpretações. também tenho tendência a ver as coisas nos dois sentidos: o prático e o romântico :)

bjinhos

NI disse...

No blogue da Djinn já manifestei a minha concordância com as opiniões emitidas pela Abobrinha e pela Mik@.

Os sentimentos, as emoções são algo subjectivo, daí a sua indefinição e o facto de cada um de nós os sentir de forma muita própria.

As acções que executamos como consequência desses sentimentos e emoções já são valoráveis. Muitas vezes esta valorização depende do meio em que estamos inseridos. Da cultura social vigente na época e no local. O que hoje considerámos "bem", amanhã poder-se-á qualificar como "mal". Mas não são os sentimentos nem as emoções que são alvo de qualificação. São as acções que fazemos em nome de tais sentimentos e emoções.

Bjs

Djinn disse...

E só para lançar mais confusão :P:P:P vai lá ver o outro post que fiz ;)

Abobrinha disse...

Olá Mik@

Benvinda, moça! Olha que o tema aqui costuma ser mais espremedores de citrinos e outras bacoradas, por isso não te assustes!

Ser curiosa não é um defeito. No sentido, naturalmente, da procura da verdade e não de cuscar o que não lhe diz respeito. A verdade faz feliz e liberta, embora possa fazer sofrer. Por isso sê curiosa e procura sempre a verdade, nem que isso cause dor!

Ser prático é vital. Perder-se em sentimentos e ideias, como eu disse pode ser uma forma de mentira. E eu não suporto mentiras e reajo-lhes mal.

Abobrinha disse...

NI

Exactly! Os sentimentos são muito bonitos, mas o que conta são as acções.

Cometer loucuras por amor tem limites e o sentimento inflamado pode ser usado para o mal. Voltando a um tema que abordei aqui há uns dias, pode argumentar-se filosoficamente que se bate por amor (porque está para além do bem e do mal, porque é demonstração de amor). Mas para isso eu recolhi umas sugestões altamente filosóficas também! Nomeadamente formigas vermelhas, pontapés e depilação com uma broca nos "titis". Há ainda a abordagem da máquina de fiambre... dos pés para a cabeça! Adoro Filosofia!

Abobrinha disse...

Djinn

COmo já disse no teu blogue, és muito mau feitio ;)

Para não me repetir, digo-te que estás o máximo nessa foto que aparece nos comentários! Jeitooooooooooooosa!

Eu Mesma! disse...

bem...
eu confesso que já fui muito romântica...
romântica do tipo de mandar presentinhos por correio e fazer surpresas lindas...

confesso que também já não sou e o mais grave... deixei de achar piada a essas coisas...

sim, acho que ser romantico nos dias que correm, é ter respeito, é estar cá quando precisamos, é adivinhar quando algo de mal nos acontece... é o estar efectivamente e incondicionalmente com alguém...

não, já não é o oferecer uma caixinha de bombons e meia duzia de rosas...

nós, as mulheres, agora... exigimos mais... mais que bens materiais... exigimos "a alma"...

não faço a minima ideia se comentei ou não o teu post mas...

agora sou bem mais prática que romantica e sim... "ele algum dia ainda vai aparecer..." o meu penso que deve andar preso em algum engarrafamento tadito!!!!!!!

Jinhos

Bacardi disse...

O que se faz por amor pode ser bom ou mau à luz de quem não ama. Quem ama e faz algo por esse amor verá sempre esse acto como algo de bom. Difícil é quem está de fora (quem não sente esse amor) ver nesse acto o bem que quem o praticou viu. Se chegarmos a uma compreensão próxima dessa motivação, de tudo o que esteve por detrás desse acto, poderemos até (utopicamente, e nada recomendado) desculpar o pior dos crimes que tem por base o amor. Claro que o amor não deve ser posto à frente de tudo (era bom que assim fosse).

Mas mais difícil do que não sentir esse amor e compreender quem ama é fazer o oposto. Confesso que já dei por mim a ponderar certas acções que, por amor, fariam todo o sentido. Acções essas que iria lamentar imenso ter levado a cabo. É triste mas, ao mesmo tempo, é algo de bom. Faz-nos ver a real dimensão do que é verdadeiramente o amor, do que somos capazes de fazer por ele e, sobretudo, do que somos capazes de prescindir por ele.

Abobrinha disse...

Eu mesma!

Não interessa se comentaste ou não: o que interessa é armar confusão, não sei se já reparaste!

Seja o que for que se faça (oferecer bonequinhos com plaquinhas "és o meu ursinho", trocar juras de amor, fazer cócegas) tem que ser autêntico para ser amor. Não pode ser para iludir, para enganar (ao próprio e ao outro).

Não sei se acredito em almas gémeas. Não tenho a certeza se há alguém por aí para mim, mas uma coisa é certa: se eu não estiver bem comigo, nunca vou sequer dar valor a quem aparecer. E se eu estiver bem comigo, então torna-se mais fácil que alguém se apaixone por mim. Pensa nisso.

Por outro lado, adoro flores e não acho normal que nunca me tenham oferecido flores. São daqueles pequenos mistérios da vida.

Abobrinha disse...

Bacardi

Gostei de ler a tua perspectiva. Ocorre-me ainda outra coisa: mais triste do que qualquer loucura (justificável ou não) que se cometa por amor é ser incapaz de amar. É ser tão racional, tão frio que nem se equacione sequer cometer loucuras por amor.

Eu já cometi loucuras por amor. Arrependo-me de pouca coisa. E já tive gestos que podem parecer de tudo menos de amor, mas estranhamente foram-no.

Abobrinha disse...

E a discussão fica adiada até que a Djinn comente no tasco dela.

Eu Mesma! disse...

abobrinha...
eu acreditava em almas gémeas.. mas o passado ... fez-me desacreditar...

enfim...

quanto a ninguém te ter oferecido flores... acho indecente e incorrecto! Manda aí a tua morada que eu mesma te envio um lindo ramo de rosas!

cor de chá claro:)

Bacardi disse...

Abobrinha

Não acredito que haja pessoas incapazes de amar. Acredito apenas que talvez essas pessoas ainda não tenham encontrado o amor, mas que ele ande por aí à espera/procura delas.

Amar é cometer loucuras. É uma das coisas que torna o amor tão único. É olhar para trás e pensar “não devia ter feito aquilo”, e sorrir de orgulho de o ter feito, porque foi feito por amor. E, por muito irracional que seja a acção, está sempre justificada, por ter sido feita por amor. Se me arrependo de coisas que fiz por amor? Não. Arrependo-me sim das que pensei em fazer por amor e não fiz, por parecerem demasiado irracionais.

Também me parece muito mal nunca teres recebido flores. Quando for para os lados do Porto, levo-te um ramo de rosas. E entrego-to em casa. De joelhos, com (2ª) proposta de casamento incluída :P

Mais a sério, acho que é daquelas coisas que toda a gente deve receber pelo menos uma vez na vida. Mas só tem piada se for de alguém que amas e te ama.

Abobrinha disse...

Eu mesma!

Eu não acredito em almas gémeas: acredito que sou compatível com várias pessoas e que com o grau certo de dedicação, afectividade e compromisso posso ser feliz com alguém. Claro que é necessário duas coisas: quem dê e quem queira receber... e retribua!

QUanto à cor das rosas... podes oferecer-me vermelhas, mas nessa algura vais ter que me responder à pergunta crucial: tens as mamas grandes? Isto é só para descomprimir!

Abobrinha disse...

Bacardi

Não acredito também que haja pessoas incapazes de amar. Mais que não seja a elas mesmas acima de tudo o resto. Claro que estas pisam tudos os outros pelo seu amor.

Essa coisa dos traumatizados pelo amor para mim é grandemente jogo quando usada para justificar a falta de compromisso. Fala a voz da experiência (minha e de outras).

Quanto a andarem à procura do amor, é preciso estar disposto a deixar-se ser encontrado...

O amor e a amizade têm que ser produtivos, construtivos. Por isso, mesmo com o coração despedaçado e a lamber as feridas diversas de uma relação, deve chegar-se a um ponto de equilíbrio em que se retenha o que houve de bom numa relação e sentir-se grato por essas coisas. Aí as loucuras ganham sentido, mesmo que a relação não tenha ido para a frente.

Quanto às rosas, concordo. Daí que seja particularmente doloroso nunca as ter recebido. Mas pronto, é a vida!

P.S: Ficas dispensado de responder à pergunta se tens as mamas grandes se realmente decidires oferecer-me as rosas. De te ajoelhar também: o meu soalho é frio e não te quero com reumatismo por minha causa.

Bacardi disse...

Na minha opinião, traumas de amores perdidos só duram se quisermos. Há alturas em que não conseguimos pensar em mais nada, mas é aí que devemos fazer qualquer coisa por amor a nós próprios: sair com amigos, dedicar tempo aos nossos hobbies, enfim, ocupar o tempo e a mente com coisas novas. E é sempre importante conhecer pessoas novas, mudar de ares. Quem sabe se a nossa verdadeira cara-metade não está a tomar um copo com aquele amigo nosso que nos convidou para tomar um copo, mas recusámos porque estamos a curtir a depressão?

Pessoas que se amam apenas a elas acabarão por nunca ser tão felizes como quem ama outro tanto (ou mais) do que a elas próprias. O equilíbrio entre estes amores pode ser complicado, mas tem de ser atingido. Se amamos demasiado os outros, ficamos dependentes e vulneráveis. Se nos amamos demasiado a nós próprios perdemos a capacidade de amar os outros.

Concordo plenamente que se deva reter tudo o que decorreu bem numa relação. Mas, pessoalmente, prefiro dar mais importância ao que decorreu mal. Isto porque aprendemos com os nossos erros. Se nos lembrarmos do que decorreu mal, podemos crescer como pessoas, tornamo-nos pessoas melhores. Assim, da próxima vez, não cometeremos os mesmos erros.

Quanto ao teu PS.: insisto na proposta de casamento de joelhos. Como és capaz de concordar que é injusto nunca teres recebido rosas, e contentares-te com uma proposta de casamento feita de pé? Casamento tem de ser pedido de joelhos. Ou isso ou em blogs onde a autora indica que não se aprende nada. Tudo o resto é pura falta de romantismo.

Eu Mesma! disse...

36 b...

mas o que é que o tamanho das mamas tem a ver com a cor das rosas??????

hoje tens que ir devagar comigo... perdi o teco numa discussão familiar com a minha vizinha do 1.º andar (atenção eu moro no 3.º...) que resolveu por musica de "ai ai ai minha machadinha" hoje às dez da manhã!

para a próxima ligo para a PSP!

Eu Mesma! disse...

bem....
mas o Barcardi continua com o pedido de casamento...

mas olha...
falta a bela da pedra! sem pedra.... não há pedido, seja de joelhos seja de pé!

por tnt chega em menos de 24 horas! :)

Abobrinha disse...

Bacardi

Mencionas várias vezes a palavra equilíbrio e é a mais pura verdade.

Tem que haver um equilíbrio entre chorar um amor perdido e ficar preso a ele, pelas mesmas razões que enuncias. Aliás, disse algo parecido à "Eu mesma!" a respeito de um menino aceitar o convite dela para tomar um café: ao fim de alguns convites o café fica frio.

Há que encontrar o equilíbrio entre largar a ideia de um amor que não volta e ser-lhe indiferente (se é assim tão indiferente, terá existido mesmo?). Pior que isso é sentir que o que pensamos que era sentimento da parte do outro não era nada. Ser reduzido à sua insignificância é muito mau, acredita! Mas é algo com que tem que se viver e seguir em frente à procura de mais. Acreditando que ser reduzido à sua insignificância não é um estado permanente mas transitório, fruto de algo que correu mal e não de realmente merecer esse tratamento.

Sim, dedicarmo-nos a nós, a sermos felizes e a gostarmos de nós mesmos é fundamental. Para nós e para quem possa olhar para nós. Se bem que depois de um desgosto amoroso a pessoa ande um pouco de lado, sem acreditar bem no que acabou de lhe acontecer. É preciso estar muito bem consigo mesma para engolir em seco e retomar de onde se deixou e nem sempre a pessoa está assim tão bem. De novo: equilíbrio!

Quanto a reter o bom e o mau, concordo de novo contigo. Mas o mau acho que é o primeiro a manifestar-se e a doer tanto que se pode tornar ensurdecedor. Depois de digerido o mau é que podemos concentrar-nos no bom. Que é para voltar a acreditar. Pelo menos é a fase em que estou...

Abobrinha disse...

Bacardi

Eu sou mais prática que romântica. Como já disse, para não me perder (ainda mais) em sentimentos e idealismos que podem magoar. Daí que tanto o pedido de casamento como o casamento em si não sejam essenciais: o que me interessa é a sinceridade de sentimentos e a dedicação do outro. Tudo o resto é acessório. Mas olha que um pedido de casamento enquanto se espreme citrinos... teria o seu romantismo!

Dito isto, continuo a não achar normal nunca ter recebido flores.

Abobrinha disse...

Eu mesma

A pergunta das mamas grandes vem a respeito deste post e de uma tradição de temas envolvendo fufas neste tasco. Isto era só para o caso de teres dúvidas acerca de como eu sou louca!

Eu Mesma! disse...

pergunta basicamente burra....
como é que se colocam links nos comentários???????

ops....
essa não sei fazer!
mas vou ver o post e depois comento!

Bacardi disse...

Eu mesma:

este link. Lá tens um exemplo sobre como se colocam links no texto.

Abobrinha

Não podemos ser indiferentes a um amor que sentimos, só porque essa pessoa nos deixou. Mesmo que pudéssemos, não é saudável e, no fundo, ninguém quereria isso. Já amei e já sofri bastante por isso. Mas não mudaria nada e, como já disse, não me arrependo de nada do que fiz por amor, apenas do que não fiz. Para mim, dizer que amei alguém é talvez o maior feito que poderei alcançar nesta vida. Vivi bons momentos por amor, e já estive em buracos bem fundos por amor. E sei que os momentos bons fazem parte do passado e não do presente. E sei que, quando saí dos buracos, sai mais forte.

É possível que alguém nos faça sentir insignificantes. Mas isso é apenas porque gostamos dela, porque a queremos muito. Isso faz com que a sua opinião conte muito para nós. É sinal de que precisamos de um “reality check”, de redefinir as nossas prioridades como sendo nós próprios e não os outros. E, por muito que alguém te faça sentir assim, acredito que os amigos conseguem dar a volta a tudo isso e voltar a colocar o teu ego bem lá em cima ;)

Embora concorde contigo no resto, discordo na última parte. Para mim, quando termina uma relação, o que houve de bom vem sempre ao de cima primeiro, e que houve de mau tende a ser desvalorizado. Só com o tempo as coisas recuperam o seu devido equilíbrio, e só aí poderemos aprender verdadeiramente a lidar com a situação.

Eu Mesma! disse...

Bacardi...
confesso que não percebi um boi do teu link...

explica lá melhor rapaz!

Bacardi disse...

<a href="URL">Texto</a>

Onde está URL metes o endereço. Não esquecer de incluir as aspas
Onde está Texto, metes o texto que queres que apareça.

Abobrinha disse...

Bacardi

Tudo o que dizes é verdade e mentira e exactamente o oposto. Possivelmente é isso que significa o "para além do bem e do mal": o que se faz para trair um amor é sempre mais grave do ponto de vista de quem foi traído e o que foi feito por amor é mais inflamado do que o que parece para um estranho.

No meio de tudo isto tenho a minha experiência e ela tinha sido até ao último relacionamento de que eu demorava tempo demais a recuperar. Enquanto que a maioria dos homens demora pouco (normalmente até encontrarem outra cama, se já não o fizeram). Mas isso é a minha experiência, não tem que ser a tua. E cada qual tem a noção do que é tempo a mais.

Depois, em relação aos amigos, há uma discussão anterior à tua entrada no meu tasco (não muito: ainda foi em Novembro). Disse lá que uma das maiores provas de amizade de uma amiga minha foi ter-me mandado calar com quanto a minha última relação me fazia sofrer: deu-me a noção do que era tempo a mais. E era: a coisa não valia mesmo a pena e eu não ganhava NADA em estar a chafurdar na merda.

De modo que tenho que encontrar o meu caminho e recuperar no tempo certo: não viver numa superficialidade que não é da minha natureza, ao mesmo tempo que não me afundo na minha própria profundidade. Porque amigo nenhum me vai buscar ao inferno. E namorado ou ex-namorado nenhum, pelo que não adianta de maneira nenhuma: é erguer o queixo, ver quem nos rodeia e retomar onde se deixou a vida.

Eu Mesma! disse...

assim sim! vou tentar!

Eu Mesma! disse...

concordo com o que dizes mas...
é sempre bom termos um ombro... termos amigos...

e para mim amigo não é aquele que sai comigo à sexta e ao sábado e com quem se apanha bebedeiras...

para mim os meus grandes amigos... são aqueles que têm a capacidade de me dizerem as verdades.... mesmo quando estas doem ouvir...

e sim... e depois darem o ombro... porque apesar da verdade puder ser verdadeira.. por vez doi aceitar... :)

Eu Mesma! disse...

Consegui! Boa! Obrigado bacardi!

Bacardi disse...

M’lheri (isto com sotaque soa tão melhor :P)

Não poderia concordar menos com a tua perspectiva de os homens demorarem menos tempo a recuperar. Acredito que disfarcem melhor e que tenham menos problemas em estar na cama com uma a pensar na outra. Mas, a partir daí, dependerá de pessoa para pessoa. E já vi em amigas minhas muito mais força para ultrapassar este tipo de situações do que vejo em mim mesmo. De resto, o ter alguém na cama é igual para ambos os lados. Se não te incomodar teres alguém na tua cama que não é a pessoa em quem estás a pensar, verás que ajuda a não ter tanta saudade. Tens carinho e sexo, e são duas coisas menos das quais sentirás falta na outra pessoa.

Não gostaria que me mandassem calar, mesmo que achassem que ando a sofrer há demasiado tempo por amor. Fizeram-me isso há pouco tempo, e irritou-me bastante. Sim, às vezes tenho dias nostálgicos e só me apetece dizer que a minha vida é uma merda. Nesses dias espero dos meus amigos um pouco de companhia, de conforto, de um ombro amigo. Porque se um amigo chegar ao pé de mim e me disser que está super bem-disposto só porque acordou assim, não o vou mandar calar e dizer que é uma cena estúpida e passageira, e que amanha essa sensação terá passado.

No fundo, concordo plenamente com a intenção que a tua amiga teve para contigo, mas discordo com o modo como fez as coisas. Às vezes precisamos de ser abanados e de acordar para a realidade. Mas há maneiras e maneiras de fazer as coisas.

Eu mesma:

Amigos nunca são os que vão para os copos connosco, do mesmo modo que, para mim, namorada não é aquela que me dá beijos e um par de pernas abertas. Amigos são aqueles que, quando estamos mal dispostos e os mandamos à merda, nos convidam a ir com eles. São os que aturam as nossas bebedeiras e não nos deixam a dormir num banco de jardim (não, nunca me fizeram isso). São as pessoas que nos acompanham nos momentos bons e maus. São os que dão o ombro e uma caixa de 500 lenços de papel extra absorventes e com creme hidratante, para poderes secar as lágrimas todas e não ficar com a pele e a pintura (no vosso caso) arruinada :P

Eu Mesma! disse...

isso mesmo!
embora confesse.... que os meus amigos já me deixaram a dormir na casa de banho do Lux...

bons tempos! tinha eu uns 25 ou 26 anos :)

Abobrinha disse...

Eu mesma

A minha amiga estava também a sofrer e o facto de eu estar assim punha-a num estado de que ela mesma queria sair. Ela projectou em mim o que queria para ela. Diga-se que foi positivo: a pessoa que eu chorava não valia a pena, por isso era verdadeiramente um desperdício de emoções.

Dadas as circunstâncias foi mesmo uma prova de amizade, acredita: fiquei mais positiva em vez de remoer em algo que não tinha absolutamente nada para dar. O relógio não pára! E eu estava (e estou) precisada de ir para os copos e conhecer gente. E é também isso que ela me dá.

Eu Mesma! disse...

Abobrinha
eu já sofri muito por amor e digo sem sentir culpa... existem momentos em que precisamos de sentir essa dor e estarmos sozinhos a sofrer...

como também existem momentos para sairmos, e conhecermos pessoas...

eu sou da opinião que ambas as facetas devem ser testadas... mas existem os momentos certos e as alturas em que realmente devemos sair..

eu nunca sai quando os meus amigos me obrigavam... sou teimosa e acabava por não me divertir... em oposição... o tempo que passava sozinha a pensar nas situações tristes... deu-me força para enfrentar essas mesmas situações no futuro.

por isso linda...
faz aquilo que sentes no momento que o sentes e não faças nada, mas nada, por obrigação para com os amigos...

eles serão os primeiros a entender a tua posição, mesmo que não o digam...

Abobrinha disse...

Bacardi

Eu falei no geral. Também conheço homens tão profundos como eu e mulheres que são autênticas vacas superficiais (ou tão só com mais rápido poder de cura).

Sim, eu também ouço e tento levantar a pessoa em vez de mandar calar. Mas repara que com sofrimento a mais ou durante tempo a mais, as pessoas tendem a afastar-se. Nem que involuntariamente. Foi neste aspecto que a minha amiga foi honesta: em vez de se afastar discretamente, olhou-me nos olhos e mandou-me calar. E está comigo.

Isso dos amigos verdadeiros e dos namorados eu também acho... mas já fiquei sozinha (de uns e outros) com frequência. Dói! Faz pensar o que se tem de errado, se se quer demais, se os outros é que não têm o suficiente para dar... mas o resultado é estar sozinha na mesma.

A dada altura pensei para comigo que só se pode pedir dos outros o que eles nos estão dispostos a dar e é mesmo assim. Mas a realidade é que ter a consciência disso não diminui a solidão nem um bocadinho. A solução? Ter uma base de dados de amigos suficiente para poder saltitar.

Abobrinha disse...

Eu mesma

Este caso foi o oposto: eu preciso dela para sair (mas não só). Eu não posso fechar-me em casa e chorar: isso mata-me! Preciso, tenho necessidade física de estar ao pé de pessoas, de falar com pessoas, conhecer gente nova ou pelo menos estar fora de casa.

Foi daí que surgiram muitos posts acerca do preço e da necessidade do gasóleo: preciso de o gastar para ter vida social. Mas preciso de ter vida social. Para ir de novo à luta, porque não ganho NADA em pensar para trás, em sentir seja o que for pelo que já foi.

Eu Mesma! disse...

isso quer dizer que já estás preparada para sair e viver...:)

boa!

o importante é realmente... estares nessa fase... e saberes realmente o que é melhor para ti :)

e penso que se a tua amiga foi mulher o suficiente para te mandar calar... deve ser uma mulher fabulosa! Isso é das coisas mais dificeis de se fazer... aos amigos claro!

Abobrinha disse...

Ah, só um exemplo: a NI tem um post em que desafiou os leitores a deixarem uma frase sobre o amor. Em princípio não vou deixar nada: ia-me deprimir...

Abobrinha disse...

EU mesma

Sim, ela é fabulosa. Somos amigas há pouco, mas gosto mesmo muito dela e somos muito compatíveis.

Eu Mesma! disse...

nada disso...
deprimir porque?

Exemplo de uma frase de uma gaja que conhece todos os homens loucos e psicóticos do mundo... (a sério.... eu devo ter locuraimãn!)...

Amor é....
Quando alguém nos diz que estamos lindas e nós nos sentimos um farrapo...

Amor é...
quando alguém sente o que vamos dizer ainda antes de nós sequer pensarmos no que pensamos...

Amor é....
estarmos lá e alguém estar cá... não para sempre... mas enquanto o sempre durar....

Amor é...
olharmos ao espelho e sorrirmos!

(inspirada não?????)
(deve ser da loucura da idade!)

Eu Mesma! disse...

isso é o mais importante...
é entre amigos existir respeito e compatibilidade!

Bacardi disse...

Minhas lindas e doces meninas (e espero também que muito vitaminadas, senão ainda me raptam):

Definições de amor são o que não falta para aí. Frases giras, algumas até poéticas, escritas do fundo do coração de quem amou. Mas o que é certo é que quem nunca amou nunca vai compreender estas frases. Por isso, para mim, amor é o que existe para lá de cada uma das palavras do português e de cada uma das imagens do mundo. É o que está além de todos os sentimentos, sentidos e sensações. Amor é amor para quem já amou. Amor é indescritível para aqueles que nunca o sentiram.