Este post é a resposta ao Sadeek ao post anterior de ódio ao Natal.
"E com este teu post não consigo fazer nenhuma graçola...bahhhh...para que foste postar isto, pá?! "
Postei isto para ter tempo de me lembrar de mentir no Natal e fingir a tempo de não mostrar aos que me rodeiam como estou sozinha e triste. Talvez consiga lutar a tempo e divertir-me sinceramente e esquecer o ódio que tenho ao Natal.
Postei porque ontem me deitei de novo a chorar e porque estou a chorar neste preciso momento (mas isto passa!). Por isto e por mais motivos, apesar de ter passados ontem um dos dias mais divertidos de que tenho memória, de hoje estar de férias e estar prestes a ir visitar pessoas de quem gosto muito e com quem não quero ser má companhia em Lisboa.
Postei isto porque estou a sofrer, peço ajuda e só consigo respostas como "estás a fazer chantagem emocional". Como se fosse fingida a dor que sinto, como se fosse falsa... que é coisa que não sou! Sou verdadeira e profunda, por isso sofro e muito! E porque assim sou me custa mais deitar as coisas para trás das costas!
Porque na vida real tive uma pessoa que me disse à bruta para eu parar de falar do que me incomoda e quanto, porque senão deixava de falar comigo porque eu a deprimia. E tem razão: ela não é minha psicóloga e tem os seus próprios problemas, não precisa dos meu também.
Porque eu sou a Abobrinha tresloucada e bem disposta que apresento aqui, mas tenho o meu lado negro sempre a espreitar: o lado negro de quem não é por vezes capaz de ver a sorte que tenho e as pessoas fantásticas que me rodeiam. De quem tem momentos em que só é capaz de ver como estou mal. E tenho que lutar constantemente contra o meu lado negro (e neste preciso momento estou a perder), porque senão ele engole-me.
Postei isto porque neste preciso momento não me lembro de disparate nenhum para escrever, que tenha piada e que quebre a minha própria má disposição.
Porque tenho apanhado com muitas nos últimos anos e volta e meia fraquejo. Mesmo assim estou melhor, mas tenho que desenvolver couraça para aguentar com todas as outras pancadas que a vida me dará!
Porque preciso de ajuda... mas é mais fácil ignorar-me, achar-me louca e preserva-se!
POrque volta e meia me odeio!
Porque estou sozinha! E porque quando estendi a mão para ajudar uma pessoa que estava sozinha ele aceitou essa mão que lhe estendi. Para agora ma rejeitar! E eu nem pedia muito! Ou será demais? Porque nem o consigo odiar (seria tão mais fácil). Porque seria muito mais fácil odiá-lo! Mas odiar-me-ia a mim mesma se o conseguisse fazer! Porque mesmo assim consigo preocupar-me com ele, com o seu bem estar e... nada!
Porque me devia preocupar mais comigo mesma!
Porque este Natal vai ser igual aos outros todos. E mais do mesmo é muito mau!
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19 comentários:
Se eu soubesse não tinha perguntado... ;(
Sadeek
A culpa não é tua: eu é que não devia escrever estas coisas porque o objectivo maior do meu blogue é pôr-me a mim e a quem visita bem dispostos e não aturar com as minhas neuras. Mas de vez em quando sai isto!
Por outro lado, ainda bem que perguntaste: foi maneira de eu fazer sair o que tinha entalado há um tempo.
Em todo o caso, pica na etiqueta "Natal" e vê as cartas que escrevi ao Pai Natal no ano passado: até a mim me põem mal disposta!
Eu compenso para a semana com posts de ir às lágrimas... mas de rir! Prometo!
Admiro é a coragem de fazer este post. Eu também os escrevo mas nunca os publico. Talvez um dia eles sejam publicado num blogue "Só me apetece deprimir".
Percebo o que dizes...
Depois de grandes tempestades, vêm tempos de grandes bonanças!
O que “só” tens de fazer é “aguentar o barco” até lá!
(http://lanca-em-africa.blogspot.com/2008/10/h-alturas-em-que-tudo-parece-correr-mal.html)
Se puder ajudar nalguma coisa, diz!
***
Eu é a passagem de ano que me deixa deprimido.
Não há que ter vergonha ( mas eu tenho, eheh)
Olá Abobrinha, tenho tantas coisas para dizer sobre os seus textos, primeiro que adoro, segundo sobre o natal, te entendo. Não comemoro desde que meu irmão faleceu. Enfim, mas outro dia passo com mais calma, ando numa correria, sou atriz e trabalho feito maluca aqui em São Paulo. Mas quero muito trocar várias idéias com você.
Um beijo e um ótimo final de semana.
Quanto ao que disseste no teu poste...
"Porque na vida real tive uma pessoa que me disse à bruta para eu parar de falar do que me incomoda e quanto, porque senão deixava de falar comigo porque eu a deprimia. E tem razão: ela não é minha psicóloga e tem os seus próprios problemas, não precisa dos meu também..."
só te posso dizer uma coisa...e digo-te de quem já passou por fases com sentimentos semelhantes aos teus e que passou por dias cinzentos, de solidão e de desespero e que por vezes ainda os tenho... apenas te digo...
essa pessoa real não é tua amiga.... os amigos não nos podem dizer quando chega e basta o sofrimento... os amigos devem estar ao nosso lado mesmo que o nosso sofrimento seja demasiado intenso e dramático para eles...
se não compreendem o desespero e a nossa vida.. então... nao sao amigos...
só isto ...
Crest
Coragem? Não sei: é defensável que seja cobardia ou falta de capacidade de aguentar com as coisas sozinha. Mas... olha: está dito, está dito! Voltarei a isto noutra altura, possivelmente (de preferência à reflexão sobre o assunto, não à depressão).
Sadeek
Comparada com a tua, a minha parece-me ser um bocado tempestade num copo de água.
Obrigada de qualquer modo. O mesmo digo: se precisares de alguma coisa, grita.
Info-excluído
Então, homem? Falhando tudo, deita-te a dormir na noite da passagem de ano!
Deprimida na passagem de ano fiquei quando a Câmara do Porto não lançou fogo de artifício. Não que eu tenha o hábito de ir para aqueles lados na passagem de ano, mas porque deu má imagem do Porto.
Por falar nisso, tenho que começar a planear a coisa.
Ju
Que gostes dos meus textos só denota bom gosto, uma cultura muito acima da média e capacidade intelectuais a roçar a genialidade ;)
Curiosamente tenho uma posição relativamente tranquila em relação à morte: encaro-a como uma inevitabilidade, como parte da vida. É frequente não me recordar do dia exacto da morte de uma pessoa, mas em contrapartida não deixo de me lembrar do dia do aniversário. Porque morrer qualquer um morre, mas nascer é que é extraordinário.
Não significa que não sinta quem partiu (muito pelo contrário), mas prefiro celebrar a vida deles.
Vai passando por aqui. COm excepção destes posts que me dá para escrever de vez em quando (dias maus), isto costuma ser bem disposto!
Eu mesma
Benvinda! Pena ser em dia de "chuva".
Ora aí está uma boa questão: o que é ser amigo e quais os limites. Tenho que te dizer que não sei a resposta, mas repara que ela teve a opção de desaparecer pura e simplesmente. Em vez disso deu-me um abanão e foi honesta comigo.
Já tive abanões de outras pessoas (um dos quais me acordou de um sono que ameaçava tornar-se profundo demais). Já dei eu mesma abanões que deram algum resultado. E já tive "amigos" que simplesmente desapareceram sem me dizerem nada.
Continuo sem te dar uma resposta, mas dou uma outra achega: se continuo com posts destes deprimo-me (odeio olhar para o blogue com estes títulos e estes textos) e acabo por afastar a freguesia. Nenhuma das opções é grande coisa.
E depois, há que relativizar tudo. E não morreu ninguém nem para lá caminha... ... mas o próximo homem que me magoar... arrisca-se a ficar sem "titis"... é uma ameaça!
«..Porque estou sozinha! E porque quando estendi a mão para ajudar uma pessoa que estava sozinha ele aceitou essa mão que lhe estendi. Para agora ma rejeitar! E eu nem pedia muito! Ou será demais?..»
- Abobrinha, Quando damos algo com intenções de cobrar alguns beneficios mais tarde, por mais pequenos que eles sejam, será sempre pedir demasiado.
Dar é mesmo isso, apenas dar sem nunca esperar nada em troca...porque caso contrário seria emprestar, trocar, alugar, vender, etc...
Ele aceitou a tua mão,certo. Mas pergunto, ele pediu-te essa mão?
Parece pouco como pergunta mas a resposta faz toda a diferença.
Abobrinha, percebo bem o teu estado de alma (se percebo!), mas tens que aprender a ser um pouco mais pragmática na tua vida.
Questionas-te demasiado.
Bjs
«..essa pessoa real não é tua amiga.... os amigos não nos podem dizer quando chega e basta o sofrimento... os amigos devem estar ao nosso lado mesmo que o nosso sofrimento seja demasiado intenso e dramático para eles..»
- Eu mesma, discordo em absoluto.
Quando alguém tem uma ferida, o amigo não pode de modo nenhum alimentar essa ferida, caso contrário a dita pode grenar ou transformar-se em cancro.
Uma ferida deve ser curada de imediato com a "dose" medicinal necessária. Não se pode estar constantemente a abrir a ferida, senão ela nunca cura ou leva muitos anos a fazê-lo.
Um amigo tenta curar a ferida e de seguida tenta criar uma espécie de vacina para evitar que ela seja atacada no futuro sempre pela mesma doença.
Tenta lhe criar defesas!
Sei que essa coisas nem sempre são bem compreendidas (principalmente para quem gosta de sofrer ou de ter problemas), mas aquela pessoa que disse á Abobrinha "à bruta" para ela parar de se lamentar, revelou (pelo menos para mim) ser uma excelente amiga.
Cumprimentos e desculpe esta intromissão.
Folgo em saber que consegui "desentalar-te" qualquer coisa...AHAHAHAH
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOO
Pensador
Na altura estendi-lhe a mão porque o senti a sofrer! Senti que lhe fazia bem. Ainda hoje, sem esperar nada de volta me preocupo com ele, só porque sou assim.
Ninguém espera nada de volta, mas só dar, dar, dar a dada altura consome e a pessoa pergunta-se se só há isso na vida. E porque não receber também? E não será mais lógico receber de quem recebeu?
Esta é para amim outra daquelas falsas questões: claro que faço as coisas só por fazer, sem intenção. Mas isso não justifica que nos puxem o tapete debaixo dos pés. Nunca justifica!
Só mais uma coisa: estou a ser mais pragmática, acredita. Mas pior que pensar demais: sinto demais! Mas está a passar!
Pensador e "eu mesma"
Há que ver dois aspectos na atitude da minha amiga: ela foi honesta e não rejeitou a minha companhia. Simplesmente disse-me que eu tinha um lado depressivo e um animado, e para eu enxotar o depressivo de ao pé dela.
Ela disse-me o que pensava e não o que eu queria (ou pensava querer) ouvir. Já eu uma vez disse a outra amiga (um bocado à bruta) o que pensava e não o que ela queria ouvir e ela deixou de falar comigo, o que revela grande maturidade (minha também, porque não vi que o que ela queria era que eu lhe passasse a mão na cabeça quando ela não tinha razão).
Resumindo: gostei do abanão e estava a precisar dele, sinceramente! É que tristezas não pagam dívidas. Sobretudo quando causadas por quem não me merece!
Sadeek
Francamente, um homem casado!
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