Não sei se sou ou não uma pessoa exigente. Há as duas opiniões entre quem me conhece, por vezes conforme as conveniências.
Ser exigente é querer mais do que o que se merece? Então eu não sou exigente: eu recebo o que mereço, e se é um erro isso é doloroso. Mas aceito, assumo e tento corrigir. Tento fazer um esforço para compreender onde errei e não voltar a errar. Pelo menos não ali.
Ser exigente é aceitar tudo? Não creio! Há coisas que eu não mereço e situações com as quais não pactuo seja de que modo for. É ser exigente aceitar algo que não mereço? Não creio! Sou exigente no sentido de tentar resolver as coisas, mas há coisas e pessoas que não querem ser resolvidas. E aí eu desisto. Toda a gente erra (eu incluída) porque faz parte da nossa natureza, mas chutar para canto não resolve: uma pessoa adulta assume os erros e continua em frente.
Odeio desistir das pessoas. Odeio desistir de situações, mas às vezes é a maior prova de coragem: largar algo que nos provoca dor. Já o fiz antes e sei o que dói. E dói muito. Hoje desisti de uma pessoa que me trouxe imensa felicidade a dada altura. Descobri que toda essa felicidade assentava num rol de mentiras que eu mesma desmascarei com grande estardalhaço quando se tornou impossível que essa pessoa assumisse o erro naturalmente. Fiz um esforço, vários esforços até para obter um pedido de desculpas dessa pessoa. Em vão... e se não há nada a perdoar, então eu não perdoo. E não sou eu que pressiono: eu não deixo é as coisas passarem em branco só para ter um conforto falso.
Hoje bloqueei uma pessoa dos meus contactos. Porque não o quero mais ver à minha frente. Porque eu não merecia o que ele me fez. Porque eu merecia mais e não me contento com menos que isso.
Eu não exijo menos do que o que mereço. Ele errou, mas o que fez tinha perdão, como tem quase tudo na vida. Eu perdoaria, mas ele não quer pelo que, por definição, não tem perdão.
Perdoem-me se o texto não faz grande sentido, mas neste momento não estou grandemente em condições de fazer sentido. Só de sentir. E sinto a dor de ter que desistir de alguém definitivamente. Porque definitivamente é muito tempo...
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
18 comentários:
Isto hoje é um dia cabrão...
Beijo Abobrinha...grande...e nada lascivo...ok?! ;)
Sadeek
Não é um dia cabrão: dias cabrões foram todos os outros em que tive a ilusão de resolver as coisas a bem. De resolver de todo as coisas... infelizmente a solução foi a que não queria.
... sei lá, na volta foi um dia cabrão...
Beijinho para ti também.
Carol
Obrigada...
'bobrinha linda
Estive para não escrever nada. acredito que quando não se tem nada de proveitoso a dizer deve ficar-se calado... mas não consegui!
Então aqui vai e perdoa-me...
Não vou mandar-te beijocas e compreensão... não consigo...
Mas posso dizer-te o seguinte... dói, ah pois dói... desistir de alguém que achamos importante, mas que nos magoou, que nos obrigou a fazer algo que abominamos porque detestamos desistir!
mas também te digo que tu estás a sentir o que deves sentir! Tu és forte e vais ultrapassar e vais olhar em frente e vais ver que o trambolhão vai-te tornar mais forte e mais segura e mais previdente... e para a próxima vais estar mais preparada para um golpe assim parecido...
Não te vou dar beijinhos, não te vou dizer que te compreendo porque detesto que sintam pena, ou sequer este tipo de compreensão por mim.
Mas sempre te digo que esta dor que agora te faz ter vontade de gritar e rebentar com tudo o que te aparece à frente, é uma energia que canalizada tem poderes fantásticos!
Grita minha linda, grita e esmurra e corre e salta e dança e ri, ri muito e mostra quem és! Porque eu costumo dizer que quem me perde é que fica a perder...
... e bola pá frente!
Abobrinha,
Como deves imaginar, quanto mais não seja pela idade que tenho, conto com algumas desilusões e desenganos na minha vida.
Muitas vezes questionei-me porque razão seria tão propensa a esse tipo de situações.
Até que um dia li uma frase de Deepak Chopra (penso que era assim que se chamava)e que defendia mais ao menos isto: "seja qual for o relacionamento que você atraiu para dentro de sua vida, numa determinada época, ele foi aquilo de que você precisava naquele momento".
Esta frase fez-me reflectir.
Para os nossos padrões individuais haverão defeitos imperdoáveis mas aprendi a relativizar as coisas (algo que só com a idade vamos conseguindo). Por outras palavras, não guardo sentimentos negativos em relação a ninguém porque por muito mal que alguém me tenha feito eu aprendi algo com o relacionamento que tive com essa pessoa, até porque eu própria contribui para esse relacionamento.
Nota - Desculpa o testamento mas hoje estou para aqui virada.
Um beijo
Pois...mas o dia em que tomamos consciência de que todo o nosso esforço foi em vão é, para mim, um dia mesmo daqueles...
Paciência amiga...agora deixa o tempo curar as feridas...
BEIJO
Indomável
Obrigada. Não me apetece esmurrar nada: senti isso na altura em que descobri a mentira (se o apanhava à minha frente na hora desfazia-o!!!), mas nunca mais senti isso. Sinto só a pena de ter que desistir... acho eu... não sei...
NI
Eu não tenho moral para criticar testamentos. Não sei se reparaste, mas os meus posts raramente são rapidinhas. ;)
Mas eu não concordo lá com o guru, e parece-me um pouco fatalista. Pior que isso, dá a sensação de ter eu a culpa. Ora eu não tive culpa: fui enganada, repus a verdade e como "paga" tenho uma falta de intenção de pedir desculpa e consequentemente do pedido de desculpa em si. É suposto não só eu aceitar o que aconteceu como também engolir em seco e levá-lo como natural? Não creio!
Eu não merecia nada disto: não atraí um relacionamento baseado em mentiras porque sempre fui honesta (brutalmente honesta até). E merecia sair disto a bem, porque também me esforcei. Para ouvir coisas como "isso é chantagem emocional". Chantagem emocional os tomates! Eu não pedi isto e merecia mais!
A única coisa que eu atraí, de facto, foi uma situação de rotura. Mesmo assim tentei trazê-la a bem e naturalmente. E falhei. Tentei reparar o mal que foi feito (não por mim) e dei-me mal também.
E não tenho fé nenhuma que o culpado se dê mal: há pessoas que se dão bem a ser cabrões. Mas como disse no post de há 2 semanas e pouco, mantive-me fiel a mim mesma. Não fiz mal a ninguém. Não me adiantou nada, mas fiz o que estava certo. E quem sofre sou eu...
Sadeek
Sim, foi mesmo um dia mau. Mas evitou dias de mais enganos... pelo menos para mim.
Desejo que ele se dê mal. Do fundo do coração, mas não tenho fé.
O processo de cura começou. Mas já começou antes: começou no dia em que tentei descobrir de quantas maneiras estava a ser enganada.
Mas dói...
Respeito a tua opinião mas tenho uma postura diferente. Faço questão de não viver com o mal dos outros.
E não é por isso que me respito menos, acredita.
:-)
Beijos
"respeito"
NI
Para eu desejar que uma pessoa se dê mal é preciso muito! Acredita que foi depois de muito tentar remediar as coisas, de dar muitas oportunidades. Este querer que a pessoa se dê mal tem outras nuances, que não posso especificar. Acredita que não é algo que eu diga com frequência e da boca para fora. Simplesmente porque não é da minha natureza.
Eu não sou má pessoa. Mas não tolero que me façam mal. Não tolero que me tentem enganar e sobretudo não tolero que me tentem enganar mais que uma vez e me façam sentir culpada. Eu tenho limites e foram ultrapassados...
Eu não vivo com o mal dos outros, pelo contrário. Eu vivo com o bem dos outros. Mas exijo que desejem o mesmo para mim.
Doi...e para isto não há "paracetamol"...
Agora amiga...é como já te disse...é deixar o tempo curar as feridas... :S
BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOO
Abobrinha, correndo o risco de parecer insensível, digo-te: eu desisto das pessoas!
Sim, desisto das pessoas quando sinto que as pessoas desistem de mim!
Portanto, esquece, e segue em frente! Ou como se diz na terra da minha avó: "ADELANTE! QUE DETRÁS HAY GENTE!"
Bjinhau!
Sadeek
Obrigada. Isto vai lá!
Gata
Não é a primeira vez que eu desisto de uma pessoa. Mas é raro e de cada vez que o fiz foi em situações limite. Não me parece que revele insensibilidade da minha parte. Pelo contrário.
Mas adiante: não posso nem quero continuar assim!
Nessas coisas devo ser diferente da maioria.
Se algo do gênero me sucedesse e visse que a pessoa não estava interessada em assumir o seu erro e pedir desculpa por isso, acredita que no minuto seguinte (Mas acredita mesmo!) já nem do nome dela ia conseguir me lembrar.
Partilho a filosofia de que neste mundo existem 2 tipos de pessoas.
As que se interessam por explicações e as que não se interessam.
As que se interessam, a gente dá e perde tempo com elas.
As que não se interessam, a gente borrifa-se para elas, são pó.
De que serve tentar explicar/discutir algo a alguém que não está disposto a ouvir-te?
Nunca me canso de afirmar:
As pessoas só tem a importância que lhe damos.
Sim...é tão linear quanto isso.
Desconheço quem seja essa pessoa, mas se sentistes que fizestes bem, é bem possível que estejas certa e o importante é que te sintas bem agora.
Bjs
Pensador
Eu tentei. E tentei. E tentei. Não funcionou! Não tenho culpa...
Mas sinto-me bem por ter tentado. Melhor por não ter sido enrolada na teia seguinte que ele me ia lançar. Acabou.
Enviar um comentário