Aha! O estabelecimento já está mais compostinho! E nem é permitido fumar, imaginem se fosse! Eu não digo que sigo uma lógica de mercado? Só falta um pormenor: o lucro! Mas isso agora não interessa nada!
Encontro-me agora numa situação delicada: tenho coisas a mais para dizer e tenho que arranjar maneira de as dizer sem espantar a freguesia... mmm... what to do, what to do... já sei, vou optar pela estratégia do costume: vou dizer a primeira coisa que me vier à cabeça! Se sair merda, posso sempre dizer que aqui não se aprende nada!
Mentira: vou tentar sistematizar um pouco sem maçar os leitores (muito).
Vou pegar na conversa que tive com um menino (que pensei que era uma menina) no blogue do Henrique Monteiro e com o Henrique Monteiro, lui même. Já é aí a terceira vez que falo com ele acerca destas coisas do tabaco. Aprecio a calma dele e a fé no bicho homem e nas leis de mercado, mas não compro.
Por partes digeríveis (tão digerível como é um texto aqui do "je"):
1. A imposição do Adónis. Por muito que eu gostasse que se fabricassem Adónis em larga escala, mas com o detalhe e a qualidade de um producto manufacturado (oh, e que manufactura!), não creio que um ginásio ao preço da uva mijona e uma proibição de fumar (fascizóide ou não) alguma vez tenha tido esse efeito. Que pena!
2. A asseptia, essa bela localidade. Podia ir procurar o que significa asséptico, mas vocês têm mãozinhas e diccionários e aqui não se aprende nada. E depois, se fossem mesmo espertos, usavam as mãozinhas para manufacturar Adónis! Mmmm... perdi-me... onde é que eu ia? Ah, já sei! O post chama-se "contra um mundo asséptico". Ora um mundo asséptico é um mundo sem microorganismos.
Primeiro: sabe Deus a quantidade de amibas, bactérias e trolls que por aí andam! De 2 patas, de 4 rodas e mesmo unicelulares (embora obviamente sem mãos de jeito, se bem que a minha Biologia me recorde de uns pseudópodes, que eram uns pseudo-... não interessa). Não sei se é muito óbvio que eu às vezes me disperso um bocado! Onde é que eu ia? Ah! Ora fumar é uma maneira muito eficiente de matar muitos organismos de vários graus de complexidade celular, ou seja, fumar é uma forma (estranha) de asseptização, pelo que o post deveria apoiar a proibição de fumar. Também não sei se dá para ver, mas eu tenho uma lógica frequentemente um pouco estranha, para não dizer retorcida.
Agora a sério, vou reproduzir o que lhe respondi:
"O ar respirável não é um mundo asséptico: é um mundo onde eu posso escolher não fumar. É um mundo onde não se condena um trabalhador da restauração a doenças profissionais debilitantes e consequências na saúde a longo e curto prazo. QUalquer um defende os seus direitos laborais, porque não tem que se sujeitar a qualquer coisa para ganhar o pão; não vejo porque não se pode defender estes trabalhadores em particular.
A lei está bem? A lei não devia existir por ser redundante com o bom senso total e absoluto, mas a falta de bom senso dos fumadores obrigou a esta "opressão", a esta fúria legislativa. Fumar em qualquer espaço fechado não é uma liberdade: é uma violação da liberdade dos não fumadores. E daqui não abdico e nem há argumento para isto!
[...]
Confundir a defesa da saúde com fascismo da boa forma é um disparate. Nada é absoluto e há ainda muito que fazer. Como impedir o tráfico de droga nas prisões, em vez de só promover a troca de seringas. Como educar pais para hábitos de alimentação saudável dos filhos, informando pais e filhos. E não me venham dizer que isto é fascismo: vejo crianças a levar (dadas pelos pais) alimentos altamente processados, cheios de sal e açucar (logo, deliciosos) porque estes querem dar o que é saboroso e fácil. Sabe quem educa um filho ou vê educar um filho (o meu caso) que "fácil" é uma palavra e um conceito muito estranho e que pode dar muito mau resultado.
O que a malta está habituada é ao regabofe e ao abuso. Abuso não é o mesmo que liberdade, mas há quem pense que assim é, para depois suspirar que nos países nordicos é que é, porque têm bom senso (o carago: são é condicionados a seguir regras e a concordar com elas porque fazem sentido).
Mas se é para a javardice, e nesta linha de ideias paternalistas do estado, defendo o levantamento da obrigatoriedade de uso do cinto de segurança em adultos: o estado não tem nada que me impedir de me matar! Se eu quero viver em risco e livre no banco do meu carro, a polícia não tem nada com isso."
Não se queixem: eu escrevi humor antes da seca! E já sabem onde é o livro de reclamações, por isso estejam à vontade!
3. Eu gosto muito de derivas fascizantes, fascizóides e outras coisas que façam bem à saúde (mmm... onde é que eu já li isto?)
O que é um fascismo? Sinceramente agora fiquei na dúvida. É como a mãe que dá o recado à filha que o noivo nutre por ela um amor platónico (antes da noite de núpcias). Pergunta a filha "mãe, o que é um amor platónico?", ao que esta responde "não sei, mas por via das dúvidas é melhor lavares o cú".
Onde é que eu ia? Que mania de me perder no que estou a dizer!
Lá está, o ponto é que eu não entendo o que tem esta lei de fascista! Vamos assumir que um fascismo é impor a vontade de uns sobre os outros (estou em crer que não é isso, mas vamos passar à frente, que eu não tenho a noite toda). Vou passar a outra citação aqui do "je":
"Eu repito: "Um dono de um restaurante ou café continua a ter o direito de deixar fumar. Desde que tenha e/ou crie para isso condições. Caramba, parece-me simples!
Vou fazer um desenho: sem as medidas previstas na lei não há condições para se poder fumar porque dá cabo da saúde das outras pessoas. Logo, deve acatar-se a lei!
Perceba uma coisa: o fascismo dos fumadores acabou! E é uma coisa boa! Habitue-se! Não foi substituido por um fascismo de não fumadores: foi substituído (à força) por regras de convivência que respeitam todos. O que forçosamente implica deslocar alguns para conviver de outro modo. Porque assim tem que ser."
4. Comentarei, até que os dedos me doam! Para grande desilusão dos preclaros leitores, não fui eu nem uma gaja a escrever isto: foi um gajo. Fora a clara badalhoquice da mente porca aqui da Abobrinha, é só para mostrar como a malta anda entretida com coisas de pouco interesse. E depois, se comenta é devido à nova lei: uma vez que tem a mão mais livre, pode comentar mais... ... OK, talvez haja virtudes no vício do tabaco!
5. Prémio eu gosto muito de batata frita. Aqui vou só transcrever o que escrevi:
"Caro Henrique Monteiro
Vamos ver o que disse no ponto 3: "No momento em que o Estado justificar que aqueles que seguem uma alimentação errada (ou não fazem desporto) gastam mais dinheiro ao SNS pode entender estar na sua competência legislar sobre o assunto. Ora esse é o perigo da porta que se abriu."
Você é um homem de visão. Mas neste caso viu longe demais: essa porta nem à vista está, quanto mais pensar em abri-la! O estado está a punir os fumadores com impostos (o tabaco deve ser baratíssimo sem impostos) para desencorajar os fumadores e eventualmente para fazer face a algumas despesas) e a proteger os não fumadores. Isto não é o mesmo que pôr taxas moderadoras mais altas para fumadores nem impedir o acesso a tratamentos para os mesmos. Se isso acontecer (e há-de concordar que está a milhas disso), então justifica-se todos os insultos que este assunto tem gerado e mais. E aí eu junto a minha voz aos demais!
O caso dos fritos, do exercício e de tantos outros tem que ser pedagógico: passar a informação é a obrigação do estado. Permanecer ignorante ou ignorar as evidências apesar de serem conhecidas é uma opção. Ninguém mexeu nestas verdades. Simplesmente impediu-se que quem não quer fumar o faça. E desde que haja condições de higiene e ventilação, pode-se fumar dentro de portas. Do mesmo modo que só quem cumpra determinados requisitos de higiene possa ter estabelecimentos de restauração. Senão fecha! Parece-me justo e não asséptico."
Há ainda o argumento dos saltos altos, mas isso fica para outra altura.
6. Fascistas são os construtores! Isto, claro, se ainda alguém estivesse a ler e se eu soubesse o que é ser fascista!
"[...] Ninguém negou direito a opção nenhuma: todos podem colocar espaços para fumadores, desde que criem condições. Mas as condições são muito exigentes!
Do mesmo modo, qualquer um tem a opção de comprar uma vivenda por 400 mil euros... mas quem é que a pode pagar? Fascistas estes indivíduos da imobiliária, não acha?
[...]
Onde eu tentei chegar com o exemplo da vivenda foi que pode ter-se as coisas... desde que haja condições de várias ordens. Por exemplo, monetárias. Não é sério (nem nunca foi) ter pessoas a fumar dentro de uma sala sem exaustão. O preço de uma secção de fumadores é uma exaustão em condições. A exaustão custa dinheiro. Ora se se pagar a exaustão, pode ter-se espaço para fumadores [...]. Sendo assim, todos estão felizes! Aliás, fumar custa dinheiro. Muito, para falar verdade, pelo que também não é para qualquer um. "
Ora bem, isto está a ficar um bocado seca e eu estou a espantar a freguesia. Acho que não justifica contar a piada do 69, mas ficam a saber que eu ainda tenho mais argumentos!
Façam favor de comentar... se entretanto não tiverem morrido de tédio... eu mesma estou assim meia enjoada deste comentário e fui eu que o escrevi! Mas... não me doem os dedos, se era isso que estavam a pensar... ...
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