Eu prometi gajos, eu dou gajos! Bloguisticamente falando, of course! O que vocês se esqueceram é que a minha lógica, a maioria das vezes, é assim... como é que eu hei-de dizer... um bocadinho... estranha! Bizarra! Algo... retorcida!
Já aqui foi abordada a questão fundamental de até que ponto podem ir irmãos no seu amor pelo outro filho do seu pai e/ou da sua mãe. As manas Cruz estão dispostas a fazer várias figuras (digamos) parvas (depois de namorar com o Tom Cruise, estranhamente faz sentido), o Herr K. está disposto a copiar os posts do irmão em solidariedade com este, para que um totó que ameaçou o primeiro se aperceba que fez figura de urso, a Allanah está disposta a fazer a Joaninha matar-se de cima de uns saltos de 11 cm só para ser sexy (diabo, esta parece que ficou um bocado ao lado) e eu estou disposta a muita coisa pela minha irmã que agora não interessa (entre outras coisas porque ela não sabe deste blogue e até arrancava os cabelos se soubesse) e que hoje poderá implicar ficar até às tantas acordada.
Tudo isto são miudezas quando comparadas com um outro par de irmãos. Os irmãos Broschi (isto é impressionante: eu nem sequer inventei isto!): Riccardo e Carlo. Num filme que me fez andar nas núvens uns tempos com a beleza da música e da história, vi uma versão mais ou menos romanceada (e é a essa que me vou referir) da vida do Carlo e da relação de profundo amor com o seu irmão Riccardo.
Carlo Broschi é um nome promissor (mas isso só porque este blogue está cheio de mentes porcas; e isso porque eu as cultivei). A carreira foi-o certamente: Carlo foi um ídolo da sua altura. Uma espécie de "pop star" do século XVIII. A fama, a fortuna e preocupação nenhuma com ficar calvo, de modo inteiramente natural e mais que seguro (quer dizer... mais ou menos). Por esta altura algumas pessoas já se estarão a atirar para o chão a rir porque se aperceberam que eu estou a falar de Farinelli. Suponho que o rapaz não terá rido quando lhe colheram a horta, sobretudo porque na altura não havia anestesia. Mas depois deve ter-se habituado (digo eu).
Fica a lição: quando se põe gajos a fazer coisas de gaja (no caso, falar fininho), corre mal. Hoje por acaso ia pondo um a falar fininho, mas nem foi por nada que tivesse feito: simplesmente virei-lhe as costas e deixei-o a falar sozinho. Quando a intenção é chatear, há pouca coisa pior que isso! Mas isso agora não interessa nada.
Vi o filme há séculos e não bate inteiramente certo com esta história do rapaz. No filme como eu me lembro, o Riccardo e o Carlo estavam a passar por um período de grandes dificuldades financeiras quando o Carlo, que tinha uma voz lindíssima, adoeceu. Vai daí, o Riccardo... zás!... e o Carlo continuou com voz de menina.
No filme o Carlo tem as gajas todas, mas é o Riccardo que tem que acabar o serviço (I wonder why!). O Carlo, naturalmente, é quem as atrai, pela sua beleza andrógina e a sua bela voz. Dois pelo preço de um.
A cena que aqui coloco recorda-me como o francês é uma língua que me faz tremer que nem varas verdes, desde que não falada por um fulano que esteja a tentar imitar o Farinelli sem a parte da castração (e daí, pela maneira de falar de alguns, não estou disposta a jurar): a voz do actor é bestial. Mesmo quando releva ao Carlo que o Riccardo é que lhe arejou os tomates (há gente que não serve para a agricultura, não há hipótese, e o corte dos fundos estruturais e a PAC não ajudam).
A parte do amor fraternal (tanto quanto me lembro do filme, porque já o vi há séculos) foi não só o Riccardo ter sacrificado a virilidade (do irmão, o que é manifestamente mais fácil que sacrificar a própria virilidade), embora o tivesse feito porque precisava de comer, mas também o perdão do Carlo ao irmão. Compreendeu e desse revés fez uma força e brilhou com todo o brilho que só um brilhante castratto podia ter na altura.
Chamo a vossa atenção para a segunda música, onde Farinelli canta Handel. A música chama-se "Lascia ch'io pianga", ou seja, deixa que eu chore. Digo eu que no filme é uma mulher que canta... mas eu já vi muita coisa e já pouca me faz admirar!
Para quem ficou traumatizado, fica esta versão.
Fica o alerta: a agricultura é uma arte nobre e que não se deve descuidar. E o cabelo... não é assim tão importante!
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24 comentários:
Aboborinha,
Você anda a pensar em fazer de Riccardo em relação aum qualquer Carlo que anda por ai?!
Não me estou a referir em acabar os serviços que o Carlo inicia, estou a falar em agricultura!!!
Veja lá no que se mete e, por favor, mude de assunto que este tema dos "castrati" deixa-me um pouco doente.
http://zumzummatamoscas.blogspot.com/
ZumZum
Este foi outro post que me surgiu do nada. E assim que o pensei tive que o pôr cá para fora.
Se ler com atenção, eu incentivo as boas práticas agrícolas e que a malta evite o arejo. Claro que eu compreendo que a mensagem lhe tenha passado ao lado... é natural...
Mas ouça a música, que é linda. E é cantada por uma gaja, tenho a certeza.
Tens a certeza que "Lascia ch'io pianga" não quer dizer "larguem-me a piranga!"?
Herr K.
Tenho: por esta altura já não adianta. Nem que larguem, nem que não largem é igual: já não funciona e não há peças (c'os diabos, outra palavra traiçoiera). Ou seja, o leite de burro é um problema.
Já agora, o que diabo se passou no teu estabelecimento com as imagens? Tenho um probleminha técnico também a resolver: queria que os meus posts antigos aparecessem 10 a 10 em vez de tudo à molhada. Não me consegues resolver isso? Prometo que não ofereço mais "passagens nos glúteos" (sobretudo quando foi uma gralha, porque eu queria oferecer era uma massagem nos glúteos).
Abobrinha,
Minha menina, quando te pedi gajos era gajos mesmo, não era gajinhos sem instrumento !!!!!!
MAs pronto, estás perdoada se bem que já estoirei o labio outra vez por tua culpa.
Pronto e agora que já te dei lenha para me queimares estás à vontade
Joaninha
Pelo contrário: muito gajo há aí sem instrumento e não canta tão bem. Daí a relevância deste post!
Não apreciaste o potencial do 2 em 1, mas eu perdoo-te porque és jeitosa e não dizes que eu tenho um rabo gordo.
De qualquer modo, já me apercebi que o que eu escrevo é arte: é muito rebuscado e não se entende. É que só pode ser!
Abobrinha,
A minha crueldade extrema é aplicada apenas aos homens, na a utilizo em mulheres e muito menos em mulheres com olhos de gato. Uma gaja sabe bem a unhada que pode levar se o tentar ;)
Claro que é arte, mas ainda tens duvida!?
Ora bem...
Eu estou com a joaninha, apesar do 2 em 1 que é fenomenal, há instrumentos que por muito que tentemos substituir são insubstituiveis! E depois, beleza nadrógina não é bem o meu estilo... eu gosto mais de um maxilar bem definido e abdominais em forma de tablete de chocolate. Homens com cara de mulher não são muito... como hei-de dizer? Ah! Já sei! Apetitosos! Já que falamos de fruta, não é?
Arte... sim, arte... bem, com olhos de gato também eu digo que o que escreves é arte... e eu também não te digo que tens o rabo gordo, se bem que uns gluteos bem definidos e rechonchudos também vinham a calhar...
Mas sem a beleza andrógina, por favor...
Vê se te esmeras da próxima, está bem?
(o que as gajas querem é a abobrinha badalhoca, tás a ver?)
E o meu post? Onde está o meu post?
É sempre assim! Prometem e depois, nada.
Olha, Abobrinha, eu gosto muito de ti mas acho que tu és uma má influência junto de certas meninas...
A Joaninha fica irreconhecível, até o Bigu cora! Só que debaixo daquele pelo todo não se nota.
A Indy, já não me surpreende… sempre a comentar nos outros blogs (também comenta em tudo o que é lugar e por vezes esquece-se de comentar no meu!)
Enfim… as mulheres na blogoesfera bem que podiam ter tido um pouco mais de imaginação a reinventarem-se.
Tenho de ir que já estou atrasado.
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Joaninha
Respeitinho pelas mulheres de olhos de gato... acho bem! Se bem que uma unhada com aquelas unhas-publicidade-aos-CTT... filha, podemos negociar... ...
Indomável
Arte é arte. Beleza é beleza. Não a sei definir, mas sei reconhecê-la quando a vejo (e sei reconhecer olhos de gato quando os vejo). Posso não saber apreciar arte contemporânea (segundo o Jorge Fiel, pode dever-se a não me dopar), mas sei reconhecer beleza em várias vertentes. Daí que ter-me achado bonita 2 vezes este fim de semana tenha sido significativo.
Não me lembres que ando a dar umas baldas ao ginásio. Tenho andado fisicamente um bocadinho em baixo, mas eu recupero. Além disso, subo e desço escadas até vir o homem da fava rica todos os dias: ajuda!
Joaninha e Indomável
Vocês não estão a ver o potencial de um castrato: só preliminares! E enquanto houver língua e dedo... é naquela! É como uma refeição só de sobremesas (ou só de entradas, se bem que entradas pode ter uma conotação assim... sei lá!).
E depois, há muito gajo aí que só sabe mesmo cantar ao ouvidinho... ao menos este canta bem! Mesmo porque o irmão era bem giro, com aquele ar de cãozinho abandonado. Eu que até gosto de gatos, não digo que não a um cão abandonado... de 2 patas... mas tem que me saber cantar ao ouvidinho. E música que me faça dançar, não é música qualquer!
JP
Benvindo ao MEU blogue para comentar o MEU texto.
Pois desconhecia o pontapé do ministro da saúde. Não cantava bem nem me encantava. A sorte é que não estou doente e não tenciono estar tão cedo (e de qualquer modo não acredito no SNS). Paz à sua alma.
Levar uma bolada na tomatada parece-me doloroso. Muito mesmo.
Pá, não sei o que é passar fome e o que é aceitar práticas anti-naturais como perfeitamente legítimas. De qualquer modo, canto melhor que a minha irmã. Mas quase te garanto que nenhum contra-tenor consegue cantar assim (mas não sei, sinceramente).
Acho que não percebes nada de "ingrícola": arejar não é apanhar ar mas "dar-lhe o arejo", que basicamente significa estragar. Mas podemos fazer piadas com regar a horta. Muuuuuuuuuuuuito!
Filho único? Aha! Aha não sei porquê, mas apeteceu-me! Olha, entre outras coisas, a herança é só para ti!
António
Eu disse que o post NÃO era dedicado a ti! Que era para não haver confusões.
Eu sou SEMPRE uma má influência: agitadora desde que nasci! Ou não tivesse eu nascido dias depois do 25 de Abril.
As meninas podem não ter sido influenciadas por mim. Podem ter (eventualmente, mas isto é só um palpite) pensado por elas mesmas. E podes (também é assim só uma suposição) não ser o centro da vida das meninas. Das MINHAS gajas! Todas minhas! É o que eu digo: gajas que pensam são um perigo!
Gajas de saltos altos ainda são um perigo maior: parecem mais ameaçadoras. E não há pior para um homem que uma mulher que lhe faz frente. Culturas e culturas (a o nossa incluída há não tanto tempo assim) puseram muito eficazmente a mulher "no seu sítio", que era para elas não se esticarem. Mas... isso tente a acabar!
Herr K.
Mais uma vez fiz figura de ursa: já tinha isto de 10 a 10 páginas. O que eu tinha feito era carregar em "2007" e esperava que aquilo desse de mês a mês (estranhamente este blogue nem 1 ano tem), mas ele tentou mostrar TODO o 2007, o que é uma perfeita enormidade (tanto em texto como em figuras).
Mas realmente dá para ver de 10 em 10 posts. Vou ver se arranjo uma maneira de sistematizar o que escrevi até agora. Pode não interessar à vaquinha do presépio (que é uma invejosa, sempre a diminuir o mérito dos outros com aquela indiferença).
Estou a pensar (eu avisei: mulher que pensa é um perigo) promover a eleição do melhor post ou fazer posts por pedido (achas que acrescente o NIB ao fim, a ver se alguém considera isso um trabalho que merece ser pago?).
Estou ainda a pensar fazer um dia de consultório sentimental: Abobrinha responde... a tudo!
Olhem que, para um tema tão impopular, este post foi um sucesso... maior que o do meu pacote... ... ...
Espera aí... então um gajo sem tomates é melhor que o meu pacote? Mau! Algo vai mal na horta da Abobrinha!
Não fará muito com a sua liberdade a mulher de saltos altos...
Eu não sou o centro do mundo? Pfff. Deixa-me rir! Essa foi boa.
António
Rir é o melhor remédio.
E quem canta seus males espanta (que o diga o Farinelli).
E no meio é que está a virtude.
E quanto mais alto se sobe, mais doem os saltos quando caem sobre o pé de algum menino mais incauto.
E estás a carburar um bocadinho mal.
Fico sempre a bater dos platinados quando me sinto amado!
Vou passar aqui mais xxxxxxx
desde que soube que apreciava
Broschi.
Pinto Vermelho
Entendeu mal: eu dediquei-lhe a parte do Farinelli, não do Broschi. Cuidado com a gripe das aves! Elas "andem" aí! As "piruas"!!!
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