quarta-feira, 19 de novembro de 2008

De falar ao coração de uma mulher

Neste post do Lança em África diz um anónimo (pelos vistos uma anónima) a dada altura:

"O culto do "sofrimento" atrai-me, sei lá, acho o máximo. "As" mulheres "adoram" homens que choram, sensíveis... "Estão sempre prontas" a deixa-los chorar na mam... Desculpem, no ombro, amigo."

Há mulheres sensíveis e há homens sensíveis. Creio, só com base na observação, que as mulheres são mais solidárias nestas coisas.

É facto conhecido meu há muito tempo que um homem que está numa relação com uma mulher e se vai queixar a outra mulher da que tem no momento... meninas... isso é engate! É fugir, porque é fingimento puro e duro. Não acreditam? Não acreditem se não quiseres, mas podem estar envolvidas no processo de trair outra mulher. E uma mulher não faz isso a outra! Simplesmente não faz! Ninguém é santo, as pessoas sentem-se atraídas por pessoas comprometidas e não há amores para sempre, mas há situações que gritam "mentira".

Um homem livre é outra coisa, mas como já disse, usar o que ficou magoado com outra(s) pode também ser jogo e "legitimidade" para magoar a próxima (leia-se: nós, as que lhe damos ouvidos). É que ninguém tem que pagar pela história dos outros.

Insinuava a criatura anónima que haveria no post do Lança em África falsos sentimentos. É possível! Muito possível! Estatisticamente falando, provável até! As pessoas mentem (a si mesmas inclusive)! Todos mentem! Confiar é bom, mas pode ser usado contra nós e será usado! Mas puxando os fios certos, a verdade vem ao de cima! Vem sempre, porque na maior parte das vezes não se consegue esconder.

Já fui enganada mais que uma vez em mais que um jogo de homens (e fui-o recentemente). Mas sempre, sempre descobri! Tarde demais, porque já estava envolvida. Mas recuso-me viver na desconfiança: envolver-me-ei sempre que ache que pode valer a pena, nem que seja para bater com a cabeça na parede.

O que me recuso é o oposto: confiança cega em nome de um tal de "amor". Amor tem que rimar com confiança, nem que seja à força de vários acordos ortográficos. Dito isto, quando dito fininho porque a tomatada está apertada por ter que forçar a confissão de uma mentira... rima tudo!

No caso em concreto, sinceramente a acusação do(a) anónimo(a) soa-me a despeito. Posso estar errada! Mas se fosse uma situação de vida real e me dissesse respeito, podem crer que eu tirava a limpo!

15 comentários:

Sadeek disse...

E isto é para provar o ditado do "no amor e na guerra vale tudo?!?!"

BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOO

Abobrinha disse...

Sadeek

Da parte da anónima, possivelmente (mas o Lança em África activou a moderação de comentários). Da minha parte é para provar o oposto: não vale tudo! Há coisas que são simplesmente inaceitáveis. E quem não aceita isso, simplesmente não vale a pena.

Sadeek disse...

Pois...nalguma coisa havia de concordar contigo (para além de que o meu é o melhor rabo blogosférico)...e também acho que não vale tudo...

Mas olha que isso das mulheres não o fazerem umas às outras...pelo contrário...nisso os mais solidários somos nós, pelo menos no que toca às mulheres dos amigos. Já vocês...seja o que fôr... ;)

Abobrinha disse...

Sadeek

Regra geral é assim, mas... não ponhas as mãos no fogo! É que eu conheço histórias! E que histórias! Seja como for, é mau! Muito mau!

E o teu rabo...

Sadeek disse...

Coisa que já aprendi à muito...não meter as mãos no fogo por ninguém (nem por ti mesmo)... e é claro que é mau embora ás vezes pareça pior do que aquilo que realmente é...mas isso já dava para outras conversas....

E toda a gente está sujeita a cair em tentação...lá está, o fazer isso de forma recorrente e premeditada é que realmente me choca...

BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOOOS

Abobrinha disse...

Sadeek

E quantos não premeditam tudo desde o primeiro dia (ou antes!)! De cada vez que penso "já ouvi de tudo" aparece-me mais um caso novo. Acreditar no amor ouvindo certas coisas é quase mais um salto de fé que outra coisa! Mas há boas pessoas, porque sei que as há!

É melhor parecer pior do que o que é para respirar fundo do que apanhar o choque de saber que é pior do que o que se tinha imaginado. Digo eu!

Mas estavas a falar de meter as mãos...

Sadeek disse...

Claro que há os que premeditam. Há de tudo. faz parte da natureza humana, acho...entristece-me...mas já nada me choca...

E sim...é pior como dizes...

Falava e falo...nunca por nunca meto as mãos por quem quer seja (eu incluído, obviamente, porque não sou melhor que ninguém) ;)

BEIJOOOOOOOOOOOOOOOOO

Abobrinha disse...

Sadeek

Uma amiga minha casada disse-me uma coisa extraordinária: se a pessoa pensa que não cai nunca em tentação... é a maneira mais rápida de isso acontecer!

Refira-se que a moça era de uma cultura completamente diferente da nossa, mas pensava de maneira muito semelhante a mim. E reforçou a minha ideia de que o bom senso é fundamental em todas as situações e o antídoto para muitas embrulhadas.

NI disse...

A idade dá-nos algumas vantagens. Uma delas é aprender a não julgar ninguém. É que é muito fácil criticar os outros segundo os nossos padrões quando não passámos por situações semelhantes.


Mas concordo com a Abobrinha quando diz que o essencial é ter bom senso porque, de facto, há situações que pura e simplesmente, fogem fora do nosso controle.

Não somos apenas animais racionais.

Somos animais com sentimentos, com emoções e, por vezes, só o bom senso é capaz de transmitir algum equilíbrio.

Bjs

Abobrinha disse...

NI

Essa de julgar é complicada: eu julgo, mas tenho em conta todos os factores de que me posso socorrer. E tento agarrar-me ao bom senso e lembrar-me dos meus princípios. E de que toda a gente erra!

MAs a premeditação, NI, é imperdoável. Não é só um erro que acontece a qualquer um!

Claro que somos animais de sentimentos. E temos que nos lembrar dos sentimentos dos outros e de como odiaríamos que nos fizessem o mesmo!

Sadeek disse...

QUem pensa isso é louco. Ou mentiroso. Só pode.... :P

AlfmaniaK disse...

Gostei da subtil noção de amor que passaste (isto tem hífen?), mais engraçado foi quando pensei em quantos pais amam os filhos e não conseguem confiar neles, ou em casais que defendem o ciúme miúdinho - como quem diz "saudável" - como prova de amor.
Mas sim, amor é confiança... ou pelo menos é acreditar! Isso pressupõe cegueira, mas enfim...

Abobrinha disse...

AlfamaniaK

Benvindo! Excelente nick, diga-se! Faço já o mesmo aviso que faço a toda a gente: aqui não se aprende nada!

Em relação a definições, não sei se defini se não o tal de "amor". Estas coisas são fluidas e definições podem ser usadas contra nós, porque por uma vírgula pode não se ajustar, o que implica logo que não é válido (leia-se: treta!). A minha posição é que, desde que não se magoe ninguém, tudo bem!

Em relação a confiança, ela nunca pode ser cega. Mesmo porque podemos entrar noutra definição de cegueira: não querer ver! E isso é doentio! Em tudo há pequenas nuances e (como diz na música que coloquei há um par de posts), há "little lies". As "little lies" podem ser até benévolas (ninguém é um livro aberto e nem convém) e evitar sofrimentos maiores, mas passar para "big lies" já é um salto muito grande.

O caso do amor paternal é curioso. Digo eu normalmente que há entrega e atitudes que de facto só são compatíveis inteiramente com amor de mãe/pai. Daí que seja particularmente chato quando há essa quebra num amor tão... umbilical.

Mas é tudo normal debaixo do sol! E de cada vez que eu penso que já vi e ouvi tudo, ouço mais relatos de arrepiar os cabelos!

Volta sempre!

AlfmaniaK disse...

...e voltei! :)
Sobre as little lies, a problemática é que o salto para as big lies, por vezes revela-se como um pequeno salto. É triste, parece que gostamos de viver com falsas verdades.
Mas, para mim, está tudo bem, desde que não me magoe... claro!

Abobrinha disse...

Alfmaniak

E fizeste bem, embora aqui não se aprenda nada!

Há também uma outra música que aguarda um post que é o "Everybody hurts". O sofrimento é uma constante na vida de todos, de um modo ou de outro. Quando se deixou de sofrer, ou se está drogado ou morto! É assim tão simples!

Acho que gostamos de viver com pequenas/grandes ilusões. Coisas como que um dia acabará a fome no mundo, que o amor verdadeiro existe e o encontraremos, que o Benfica ganhará o campeonato ou que a selecção nacional realmente não tenha apanhado uma rabecada de 6-2.

Mas ilusão ou fé em algo é o mesmo que falsa verdade? Não creio! Mas aí entramos no tal terreno escorregadio que são as tais malvadas das definições.

De novo, o essencial é não nos magoarmos nem aos outros que nos rodeiam. Porque eu vim ao mundo para fazer os outros (e a mim) feliz e não ao contrário. E espero que mais pessoas pensem assim!