quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Carta ao Pai Natal - parte 4

Caro Pai Natal

Hoje não tive tempo para fazer o post badalhocal que estou a planear, porque tive muito que fazer. Amanhã vai ser complicado porque além de prever mais trabalho ainda vou ter que ver quem é a senhora que vai dar a conferência em Serralves. Pá, isto está complicado. Eu sei que não existes, mas eu prometi-te uma por dia e não gosto de falhar.

Vai daí decidi contar-te os pontos altos do meu dia. Aqui vai disto:

1. Ouvir Aretha Franklin no carro de manhãzinha em altos berros acorda mais que café. Mesmo assim não me deu para me lembrar de telefonar a ninguém por causa da porra do portão encravado. Ou seja, tenho que aumentar a dose (de Aretha Franklin, que não vem mais café para esta mesa)

2. Vi um tipo que me deve dinheiro e a quem eu queria rebentar as trombas. Mas só o reconheci tarde demais, mas também cheguei à conclusão que não lhe podia rebentar as trombas, o que é uma grande chatice. Mesmo porque era exactamente isso que me apetecia.

3. Ouvi uma pessoa dizer PPD/PSD e a invocar o santo nome de Sá Carneiro ao vivo e a cores e não era o Santana Lopes. Nem queiras saber porquê nem quem (mormente porque não interessa ao menino Jesus nem à vaquinha do presépio).

4. Estive com uma jovenzinha de 50 anos ao frio a conversar de muita coisa. Como momento emblemático de uma conversa educativa e muito instrutiva defendia que para muitos homens um troço de couve pelo cú acima resolvia muita coisa. O mais giro é que se tivesse ouvido a conversa também concordavas. Isto no meio de muitas asneiras ditas a eito! Aliás, tenho passados estas últimas noites com mulheres muito caralhoeiras! Quer dizer, este “passar a noite” não é para ser levado literalmente. E se não tiras esse sorrisinho de “uaaaaaaaaaaaaaaaaaau! Fufas” da cara, tiro-to ao murro! Podes não existir, mas ficas sem os dentes na mesma.

O outro ponto alto foi quando tentou convencer dois sem abrigo que embora fosse melhor pedir que roubar, não era motivo para lhes dar dinheiro. E fê-lo a esbracejar mais do que eu, e é mais pequenina que eu ainda! Um deles a dada altura estava a passar-se porque queria dinheiro (primeiro 5 euros, depois 50 cêntimos, mas depois já queria 1, depois e e depois 3 euros. Se reparares, nos euros insistiu sempre em números primos). A dada altura o outro mandou-o calar e pediu desculpa que ele era maluco. Mas isto contado não tem piada: só visto mesmo! Teve imensa piada, mas agora estou com as mãos e os pés gelados, o que pode ter menos piada amanhã. Vamos a ver!

5. O Millenium BCP teve a lata de me dizer na primeira página do Público que faltam 19 dias para poupar nos impostos de 2007. A minha questão é: o que é que eles percebem de poupar? Aliás, o que é que eles percebem de dinheiro?

E de resto não se passou nada de interessante.

Olha, quero mudar a encomenda de cérebro suplente. Mesmo porque está visto que é difícil encontrar o da Paris Hilton. Quero o do Pedro Santana Lopes, porque também deve estar novo: disseram-me (agora tenho que me documentar) que ele levou uma cabazada do Sócrates em relação àquela cena das equivalências ao 9º ano à la minute. Não pode ser mérito do Sócrates, por lógica pura e simples: ninguém ganha um debate de educação por definição. Ou seja, a única explicação é que o Santana Lopes não usa o cérebro, pelo que o pode ceder aqui ao “je”. Quer dizer, a cabeça de cima não usa... a de baixo não estou interessada.

Já agora, não arranjas uma gaja que me saiba dizer uma loja onde há cosméticos da MAC? Isso é simples! Até um Pai Natal deve desenrascar uma coisa dessas! Claro que isto ser um blogue frequentado também por gajas pode dar o resultado pretendido sem a intervenção do Pai Natal. Mas decidi dar-te o benefício da dúvida. Vai-se a ver, um dia ainda te recomendo aos meus amigos por seres tão porreiraço e me escutares sem refilar.

Com os melhores cumprimentos

Abobrinha

P.S: Hoje não há fufas para ninguém

10 comentários:

Manuel Rocha disse...

Olá de novo, carissima "refilona"!

Aqueles tipos da "treta" não percebem nada de horta, vê-se que estão fora do meio...

Quando a estas cartas são uma terapia de riso continua.

Gosto de gente bem disposta !

Continua assim !

ablogando disse...

No meio da falta de tempo dei um pulinho para rever os amigos. E só li este texto!
Abobrinha, é do melhor que tens escrito! A inveja até me fez perder as cores!
A sério, não invejei nada! Está magistral! Quero mais!
No domingo vou então deixar aqui o comentário sobre arte&fufas. É que, como diziam os gregos da velha Atenas, "tu mereces-me!"
Até lá.

ablogando disse...

Fui num instante ao meu blog e fiz-te publicidade! Ah! E fiz-te também um new look... Foi de boa vontade e com muito carinho.

Abobrinha disse...

Joaquim

Está o máximo! Mas vai ver a versão do Ludwig (post acima)!

Também tem umas coisas que tenho que ler com mais atenção no teu estaminé. Vai aparecendo!

Tisha disse...

Uma pessoa já não pode ter trabalho durante um dia ou dois que quando cá chega nem sabe para onde se há-de virar! Isto de dares uma por dia ao Pai Natal é bom mas não sei se tenho pedalada pa tanto!

Abobrinha disse...

Manuel

Não, os da Treta são boa gente e percebem de hortinha. Não concordamos em mais que muita coisa, mas aprendemos uns com os outros e é um prazer discutir com elevação. E isso é que interessa.

Gosto de estar bem disposta. Iria mais longe: prefiro estar bem disposta a estar lixada (especialmente quando é com "f" grande). Partilhar a boa disposição sabe particularmente bem e é um pouco como duplicar o sentimento.

O inverso é quando se está na fossa. Já partilhei aqui esses momentos (embora em abstracto) e também tive ajuda e reclamações que não envolveram a manipulação da caçadeira: sentiram a minha tristeza e incentivaram-me a sair da fossa o mais depressa possível (isso e posts de fufas).

Não é que as coisas más passem assim com duas tretas, mas este tipo de ajuda junto com a necessária sacudidela ajudaram a suavizar a coisa. E depois, o tempo cura muita coisa!

Estranho como se pode ter esse tipo de solidariedade de malta que não se conhece, mas que sente a nossa dor à distância.

Abobrinha disse...

Joaquim

Diabo, o primeiro comentário não saiu! Dizia mais ou menos isto: bem, se continuo com tantos elogios ainda dou cabo do computador a babar-me! Mas não sei do que tens que ter inveja. Só se for de eu andar com mais tempo.

Aguardo o comentário da arte e fufas!!!

Abobrinha disse...

Gipsy Queen

Lá está: o problema é mesmo trabalhar muito! É um erro!

Agora a sério, eu mesma estou a ficar muito cansada. Não é de blogar, mas de andar a dormir pouco possivelmente. Mas isso resolve-se facilmente! Há coisas piores!

Krippmeister disse...

Parece-me que foi um dia interessante. Mas perfeito perfeito teria sido dar o tal bufardo na tromba do caloteio, e juntar talvez uma pitadinha de fufas :-)

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

És tão previsível: fufas! Olha, por uns dias não vai haver. Mas não te preocupes que este blogue segue uma lógica de mercado. Ou seja, o que vende é o que sai, se bem que volta e meia eu introduza (salvo seja) novos produtos!

Neste momento o Pai Natal tem tido saída. Se é assim com um ancião obeso e cleptomaníaco (depois vês), estou ansiosa pela Páscoa e... pelo respectivo coelhinho... eje!