terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Carta ao Pai Natal - Parte 6

Caro Pai Natal

Hoje senti um amor e uma compreensão muito grandes pelo mundo (acho que foi de comer muitas bananas), pelo que te peço desculpa se tudo isto cheirar muito a lamechice. Mas é o que me vai na alma. Se é que as abóboras têm alma.

Sabes, Pai Natal, há gente que passa muita necessidade neste mundo. E não só fisicamente: há quem engula sapos vivos todos os dias e ainda assim sorria com todos os dentes que tem! Há empregos lixados! Com "f" grande!


E há verdadeiras víboras que estão sempre a morder-nos os calcanhares para onde quer que nos viremos.


Há sempre quem ignore a nua realidade e vire as costas aos problemas. Porque afinal é Natal. E está visto que há vantagens em ser loura. Entre outras coisas, não se importa de considerar o braço como uma espécie de ramo de árvore de Natal (o pau do pinheiro foi censurado).


Há mesmo a abordagem "sou corno mas sou feliz". Pode não ser a abordagem correcta a todos os problemas que se nos apresentam e denotar mesmo um certo comodismo pseudo-burguês, mas... olha, cada qual é para o que nasce! E há quem não mereça mais que uma testa enfeitada! Se for assim tão jeitosona e morenaça, isso nem precisa de ser mau!


Mas esta sociedade que promove a exploração do homem pelo homem encerra em si dramas imensos. Há pessoas que disfarçam a necessidade com pequenos subterfúgios inocentes. Imagina, por exemplo, o drama de uma mãe que não tem dinheiro para comprar roupa para a sua filha que já está crescida e com corpo de mulher e finge que isso é moda! A rapariguinha até vai de olhos postos no chão com a vergonha! Isso ou está ao telemóvel com outra loura (nunca sei distinguir bem entre os dois casos).
Pensa ainda em quem sai de casa só com o que tem no corpo. Ou menos. E uma cadeira. Não é por mais nada: faz claramente mal às costas! Além de que a modelo claramente não pode pagar sessões de solário para apagar as marcas do bikini (e o fotógrafo não sabe mexer com o fotoshop para corrigir isso). A dimensão da miséria humana (e da falta de qualificações em design gráfico por uma certa e determinada franja de população) são gritantes! Como aqui não dá para gritar, ponho pontos de exclamação!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


A sociedade não se compadece ainda da Natureza e promove o aquecimento global, com sucessivos recuos nas camadas de gelo. Quando tal temos mais umas camadas de ambientalistas pré-históricos descongelados dos confins das montanhas! O planeta não aguenta com muitos mais ambientalistas destes!


Sei que és muito sensível a estas questões, especialmente depois de as tuas renas se terem sindicalizado e reivindicado folga na noite de Natal (olha que raio de dia para pedirem folga!). Como o engarrafamento de ambientalistas nús nas montanhas, não sei como é que vais fazer snowboard. Fica a questão de como é que entregas prendas nos trópicos, mas isso agora não interessa nada: se queres que te resolva esse problema, paga-me (olha que na volta foi isso que chateou as renas).

Mas olha que acho que já achei os responsáveis pelo degelo! O que é mau para o planeta pode por vezes não ser catastrófico para os homens. E depois, o mundo aguenta com mais uns ambientalistas descongelados e com alergia à roupa.

Finalmente as minhas preocupações mais importantes vão para a falta de amor no mundo. O azevinho é nesse aspecto um acessório essencial em qualquer festa de Natal (especialmente quando o pessoal já bebeu uns copitos): às vezes um beijinho só ajuda a quebrar o gelo. Desde que, claro, não perturbe o degelo dos ambientalistas.


Toda a gente precisa de um colinho de vez em quando. Seu maroto, isso estás tu fartinho de saber, e dás colinho a toda a gente. Já agora, foste tu que lhe deste esse chinelos horríveis? Pior que isso só mesmo os crocs! POrque é que ela está com o dedinho nos lábio? Esqueceste-te do telemóvel no bolso, foi?

Bem, cada qual dá o que pode e a mais não é obrigado!


Mas sobretudo o que é preciso para sobreviver neste mundo cão é à-vontade em qualquer situação, um sorriso sincero, vontade de brincar e estupidez natural.

Desculpa de novo se te macei com as minhas divagações filosóficas. Dito isto, se não existes não vejo o inconveniente. Se existes e ainda me aturas, deves ser mesmo boa pessoa.
Melhores cumprimentos

Abobrinha

6 comentários:

Anónimo disse...

Boas festas, chatice atômica!
deu para dar uns sorrisos amigáveis.
Feliz abobrinhas p/ 2008.
Fui.

Abobrinha disse...

Raiodesol

Benvinda de volta!! Ainda bem que deu para rir. É que para aprender não dá, como eu aviso sempre!

Mas eu ainda não acabei o tema Natal. Nem perto disso!

Anónimo disse...

Cada vez que leio o post oscilo entre o aquecimento e o arrefecimento local.

antonio ganhão disse...

E isto deve ser um conto de Natal... e uma mente perturbada! O que o Pai Natal tem que aturar!

Abobrinha disse...

Osvaldo

Foi o objectivo do post (é fácil dizer isto depois de o comentário feito, certo?). É um post maníaco-depressivo com um quê de esquizofrénico (só para desenjoar).

A imagem dos japoneses foi um sucesso! O mais giro é que nem eu sei como é que lhe deitei as mãos. Who cares?

Abobrinha disse...

António

Ainda bem que o Pai Natal não existe! Se existisse bem que estava lixado!

Mente perturbada, eu?? Mas... só agora é que se nota? Diabo, estou a perder qualidades!