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terça-feira, 13 de novembro de 2007

A queca real!!

Finalmente, a pedido de várias famílias, produções Abobrinha apresentam "A queca real", um espectáculo em alguns actos e cheio de badalhoquice. Sexo explícito, nudez, justiça... e uma parolice sem fim!

Atendendo ao público relativamente adulto suponho que todos sabem como se fazem bebés. É através no mui nobre, íntimo e esforçado acto da queca, se bem que depois de ler o post do Desidério Murcho no De Rerum Natura tenha ficado com algumas dúvidas. Uma das quais sendo que não me lembro de o tipo andar comigo na escola, se bem que de certeza que leu humor de fontes idênticas. Isso ou ele tem andado a ler o meu blogue. Ou então, o que eu escrevo aqui é mesmo Filosofia e eu não sabia! Só tenho a fazer o reparo que a imagem de um planeta de José Cids clonados me força a pôr o badalhocómetro a trabalhar horas extraordinárias por não conseguir acompanhar tamanha badalhoquice (não para fazer os clones, entenda-se!).


Entendido que está que se fazem filhos por quecas ou actos médicos equivalentes, não há duas quecas iguais. Mas há quecas reais!


Esperem um bocadinho só por um pequeno parênteses, porque esta do acto médico equivalente parece-me roçar a genialidade (isso! Roça o que quiseres, mas não lhe chames genialidade!). Imaginem um engate com a seguinte linha de pensamento lógico:


-Queres encetar comigo um acto médico equivalente com vista a futura ou hipotética procriação por métodos naturais?

-Depende: só se fores religioso!


-Porquê?

-Gosto mais dos que se ajoelham e rezam!


Como podem ver, a religião não é só beatas! Quando há devoção também há espaço para deus: "oh, meu deus!" é uma exclamação válida quando a oração é bem feita. E respeita a não-crença de ateus porque eu escrevi deus com minúscula.


Dizia eu que se fazem filhos por quecas ou actos médicos equivalentes, não há duas quecas iguais. Mas há quecas reais! As quecas da família. As quecas reais da família real (que giro, q.r.f.r., como f.r.v.r., que em matemática era função real de variável real! Matemática também é badalhoquice!)! Qual é o espanto? Pensavam que um membro da realeza encomendava bebés assim à plebe? Ou que a expressão "sangue real" significava que havia algum tipo de altar da fertilidade em que os membros das famílias reais derramavam sangue e zás! nascia um rebento? Não, os reis e príncipes fazem filhos da mesma maneira que os plebeus: quequinhas, como todos nós gostamos! A badalhoquice é a mesma, os actores é que mudam!


Já estão a ver onde é que isto vai dar, certo? Pois cá está: a queca real, ao vivo e a cores no Abobrinha, como publicada no jornal satírico El Jueves (o jornal que sai "los viernes"!)! Se quiserem passar directamente para a parte da badalhoquice sem o sermão da liberdade de imprensa, é favor saltar 4 (!!!) parágrafos.


É natural que não se tenham dado conta que isto aconteceu, porque isso eu explico: este cartoon bestial foi publicado no dia 20 de Julho a fazer pouco da medida eleitoralista do Zapatero que promete 2500 euros por criança nascida em Espanha. Ao mesmo tempo faz pouco do que quer que faça o príncipe das Astúrias ao pô-lo a dizer "já viste que se engravidares, isto será o mais próximo de um emprego que eu tive?". Não percebo a dúvida, mas compreendo parte da indignação: o emprego do príncipe é mesmo fazer a mulher parir filhos para o suceder na inutilidade do seu cargo, mas é ultrajante dizer que o faz por 2500 euros! Toda a gente sabe que um príncipe custa muito mais que isso, e isso sem contar com o resto da famelga! Insinuar que um príncipezinho minorquinha só custa 2500 euros é um insulto!


Possivelmente por causa deste falso testemunho, todos os exemplares desta revista foram apreendidos, numa manobra altamente eficiente que tem o nome técnico de censura. Mas o pessoal já perdeu a prática com estas cenas da censura, porque a única consequência prática desta porra foi que pessoas como abóboras sem-vergonha reproduzem o cartoon nos seus blogues. Mais: o El País também!


Porque é que acredito que não tenham sabido disto? Porque isto foi noticiado praticamente em nota de rodapé! Se ainda fosse um cartoon acerca de Maomé que fosse condenado por pessoas que não respeitam a liberdade de expressão dos outros, aí sim. Mas a santa Letizia e o S. Felipe não! Isso não pode ser! E, num dos julgamentos mais rápidos da história de Espanha, o cartoonista e o guionista do "El jueves" foram condenados a pagar cada um 3000 euros por ofensas ao príncipe e à coroa espanhola. E eles ainda gozam com a situação! Que mau feitio!


O próprio Felipe sai ao paizinho dele que, num acto de profundo provincianismo e desrespeito pela liberdade e diplomacia mandou calar o Hugo Chavez na cimeira Ibero-Americana quando nem sequer tinha a palavra. O Chávez é um burro todos os dias, várias vezes ao dia, mas é um chefe de estado que estava a ser camelo. Ser camelo por cima dele em vez de agir com a dignidade do Zapatero (e os seus lindos olhos de gato) é só... ser camelo! O rei provou que um burro só por ter uma coroa não deixa de ser burro. O filho irá pelo mesmo caminho? Não sei se terá sequer categoria para tanto, pois não li em lado nenhum que tenha reagido a esta porra do cartoon.


Agora que terminei a omilia, cá vai a badalhoquice! É que eu esqueci-me de escrever que... concordo com a retirada da revista das bancas! É de facto "objectivamente insultuosa" (foi o que argumentaram os juízes) para a família real e eu passo a explicar porquê.


1. Insinua que o príncipe é peludo. Isso é blasfémia, no mínimo! O príncipe, o sex symbol de Espanha, com pelos nas pernas? Ele é o Adónis de Espanha, o príncipe encantado! Com tantos pregaminhos e com esta carreira de estrela porno, faz a depilação de certeza absoluta! E como pode, a laser! Partes íntimas incluídas!


2. A Letizia não pode ter as mamas descaídas, nem naquela posição: a Letizia não tem mamas de jeito! É crime fazer uma insinuação daquelas! Não se faz!


3. O principe com pneuzinho? Não pode! Pois se ele não faz a ponta de um corno, não há-de passar muito tempo no ginásio ou a fazer tratamentos de emagrecimento? Daaah! Eu não o vi como José Castelo Branco a combinar uma dietinha rica em proteínas (eu não disse nada da origem das proteínas) para tonificar e reafirmar? Esta gente não pensa quando levanta falsos testemunhos destes!


4. Para insinuar que a Letizia possa ter o cabelo tão direitinho em pleno acto sexual era preferível ter chamado paneleiro ao príncipe! Não acredito que o herdeiro real tenha deixado a consorte com este ar de enfado e de cabelo saído do cabeleireiro: como é praticante da nobre e distinta arte da queca real, a esta hora teria a Letizia a trepar pelas paredes, desgrenhada, a deitar os bofes (ou outra coisa qualquer) pela boca e a dar graças ao criador, com letra maiúscula ou minúscula (ver observação sobre sexo e religião). Esta insinuação não vale menos que pena de morte! Por decapitação! Com um machado rombo! No mínimo!


5. Os príncipes, como profundamente católicos que são, tinham ao menos que ser caricaturados na posição do missionário. O que é que o missionário tem que ver com isto gostaria eu de saber. Mas isto são daqueles mistérios que não são para cabeças de abóbora perceberem. Esse e o virar para profundamente católica de uma gaja que se estava tão a cagar para o assunto que o primeiro casamento até foi só civil! Seja como for, caricatura só na posição do missionário e com uma nota de rodapé a dizer que o casal real dá quecas reais em várias posições. A ser verdade o que escreveu num comentário o preclaro António uns posts atrás acerca de recomendações para sexo pós-parto em civilizações pré-colombianas e atendendo a que o pós-colombiano implica espanhol e coroa espanhola e partindo do princípio que os espanhois aprenderam umas coisas com os índios... muita sorte teve o casalinho em ser caricaturado ANTES de fazer o bebé!


E acho que é mais ou menos isso! O Saramago também fez uma caricatura de uma queca real com imensa piada no "Memorial do Convento". Mais tarde, e porque um tipo parece que tinha dificuldade em ler sem pontuação, fugiu para Espanha, esse bastião da... eeeeeeeeeeeee... liberdade... de... expressão! Pois! Mas quem é que disse que ele fazia sentido?


A indemnização de 3000 euros por artista também não é coincidência: é o preço de duas quecas reais (eles têm dois filhos, que custam a criar como os outros) + juros + taxas de justiça! Os espanhóis são muito bons de contas! Por isso é que andam a lixar-nos pela medida grande... ou seja, de novo a queca real! Mesmo assim acho que 300o euros por queca é muito: há senhoras que fazem o servicinho por menos e fica bem feitinho à mesma!


Por isso, meus caros, dada a celeridade da justiça espanhola, não se supreendam se este blogue de repente desaparecer e uma abóbora aparecer brevemente no banco dos réus a responder por injúrias à coroa espanhola. Não, eu não tenho BI espanhol, mas isso é um pequeno pormenor técnico: assim como assim eles já invadiram muito isto!
Uma nota positiva: o facto de o "Contra Informação" e o "Inimigo Público" ainda existirem e não haver notícia de processos judiciais ou encomendas com gatos mortos para a direcção ou para os criativos indica que ainda somos uma democracia funcional. Falida, mas funcional! Ou por outra, tesa!

Coincidência ou não, a infanta Helena anunciou hoje a separação do marido. Cá por mim, depois de ver o cartoon do mano mais novo, concluiu que ele era má língua...
P.S. Isto saiu assim um bocado sério demais. Se vir que tal, vou ter que lançar a piada do 69!

domingo, 4 de novembro de 2007

Badalhoquice na imprensa

Continuo sem inspiração, mas vou tentar compensar com transpiração. Usando um artifício muito moderno, assim muito sociedade do conhecimento, vou optar pelo "copy-paste". E lá vou eu para mais uma revista de imprensa.

Antes de mais, reafirmo a minha falta de fé na Cosmopolitan. Nem aqui figura, por manifesta falta de badalhocómetria suficiente. A Happy, que me sugeriu a Annita, também me deixou €1.5 mais pobre, mas nem por isso mais badalhoca. Uma tristeza!

O Público, contudo, tem sido fértil em títulos-maravilha. A semana passada chamou-me o Joaquim a atenção para um título fantástico:

"Forma de lidar com pilinhas dos bebés não reúne consenso entre a classe médica".


Bem, muito se poderia dizer acerca do assunto, mas não li o artigo por isso não sei do que tratava. E ainda estou com o badalhocómetro muito em baixo! Mas o que dizer deste:




Hoje mesmo, fresquinho! Refira-se que é uma declaração de amor à gaita de foles. Mirandesa. Não sei se é de qualidade superior às restantes, mas aqui estou a apelar à badalhoquice: é que a diferença entre os meninos e as meninas é que os meninos têm gaita de foles e as meninas gaita de beiços! E cada qual toca o que pode e a mais não é obrigado!


O Público tem ainda o destaque para uma exposição muito peculiar... há mais que uma semana, diga-se! Trata-se de uma exposição no Barbican Art Gallery sobre... sexo e arte! Não percebo grande coisa de arte, mas o artigo está ilustrado com figuras tão peculiares como um vaso em que mostra uma grega a apanhar qualquer coisa do chão; ora nesse preciso momento um indivíduo atraca-se a ela como uma lapa! Não se faz: apanhou a senhora desprevenida!


Noutra ilustração um nativo de Pompeia concorda com a afirmação de não há festa sem gaita... de beiços! Esta tenho-a aqui:


Sim, eu sei que isto mal se vê, mas não consegui apanhar a figura maior que isto.
Esta folha serviu para esconder as vergonhas de uns nús masculinos da rainha Victória. Se não me falha a memória, ela teve 9 filhos... digo eu que ela devia saber para o que é que aquilo servia! Parece que, ao contrário da classe médica, ela sabia o que fazer com as pilinhas!
E o que dizer deste comboiinho? Bem mais fixe do que aquele do qual foi atirado o Gandi!
Atenção que isto não é porcaria: é arte! Do mesmo modo, um desenho de um rabo não é um rabo mas um (pelo menos é o que diz o Herr Krippmeister)!
O Expresso tem a sua quota-parte de títulos fantásticos. Como este:
O sobre-título diz: "Medida visa reforçar o papel da família", mas eu acho que é para atrair turistas, ao afirmar que Singapura é uma cidade moderna e sem complexos. Senão vejamos: em que é que o sexo oral e anal contribuem para a família? Em nada! É como disparar munições secas! Não é produtivo! Pode-se argumentar que isto é a interpretação lata demais da afirmação que diz que o caminho mais rápido para o coração de um homem é pelo estómago... o que pode querer dizer que uma gaja tem que aprender a cozinhar... com "o" ou com "u".
Fica-me a dúvida: como é que se fazia antes de ser livre? Pedia-se autorização à polícia ou ia-se à Malásia? E se não é livre... quem é que vai denunciar? Não valia mais a pena proibir os gays? Ou isso ou ir para o Irão (ir... irão... olha que trocadilho fixe!), onde diz o mongo que manda naquilo que não há gays... estou em crer que ele está equivocado, mas ele é que sabe!
Possivelmente ainda, estamos perante um governo de Singapura muito preocupado com o aquecimento global , dado que o Expresso também noticia a afirmação de um tal Alan Weisman:
E é tudo por hoje! Não está ao nível dos posts de fufas (e duvido que chegue a esse ponto tão cedo), mas posso atribuir a culpa à Milla Jovovitch. Como? Porque na tentativa de recuperar a inspiração, fui ver um filme "calmo" (para mim um filme calmo é um filme cheio de sangue, mortes e cenas que tais, desde que de ficção). Ora o Resident Evil 3 - Extinction não é tão sangrento como o 1 (não vi o 2), além de que o gajo giro morre.
E fico por saber como é que se anda de calções e meias de ligas assim para o retro no deserto, mas pronto! É a Milla Jovovitch, por isso tudo se perdoa (mesmo porque um saco de serapilheira nela fica sexy, se for preciso). E porque vai ser mãe. O fim do filme tem que ver com a maternidade da Milla, mas não como vocês julgam. Mas estou em crer que os meninos vão gostar! Ai vão, vão!
Não foi muito inspirado, mas a intenção foi boa! Mas de boas intenções está o inferno cheio, certo?

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Como o José Rodrigues dos Santos perdeu os três

A pedido de várias famílias, um post ligeirinho. Afinal, Abobrinha não é só cultura!

O José Rodrigues dos Santos é o homem do momento. Qualquer coisa com uma cena de interferências políticas na RTP (nãaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaao! Isso nunca aconteceu na vida!), mas coisas sobre as quais não me informei o suficiente para opinar. E como o tema é superficialidade, nem interessam aqui para o caso.

Ora o Zé consegue vir na capa de 2 ou 3 revistas. A Focus (que é uma seca de um franchising da alemã, a última vez que tive a brilhante ideia de comprar aquela porra, há anos) tem como título:

A nova guerra do Sr. RTP - José Rodrigues dos Santos acusa governos de manipulação

Fugiu de Moçambique, casou numa pizaria e usou o metropolitano como limusina na boda.

A última parte pareceu mais interessante (e prova como a Focus deve continuar uma bosta!).

Ora frequentemente a verdade vem da boca dos inocentes. A TV Guia é uma revista saudável e despretenciosa que ainda tem o bónus de nos informar dos resumos das telenovelas e do novo tamanho de copa dos "argumentos" da Floribela e da Solange (bem mais gira e não tem um pingo de choca) e a vida da Bárbara Guimarães (ver o post "ser loura é um estado de espírito). Daí a comprar a revista vai uma diferença, de modo que li o que me interessava no hiper-mercado mais perto de mim.

E o Joaquim a pensar: então e a virgindade do José Rodrigues dos Santos? Calma! Paciência é uma virtude... que eu não tenho! É de ser vegetariana: mau feitio. É um pequeno pormenor que só seja vegetariana há 3 anos e sempre tenha sido impaciente, mas não vamos deter-nos em pormenores.

Ora vamos aos títulos:

Florbela foi a única namorada de José Rodrigues dos Santos.

Aha! Um nome aparentado com Floribela! Cheira a implantes mamários! Nem por isso: era só para dar um ar dramático à coisa. A Florbela é uma loura (possivelmente loura como eu) perfeitamente normal, estilo rústico.

Depois ao lado da fotografia:

A mulher que domina o Zé

Andou ano e meio a tentar conquistá-la

Perdeu a virgindade com ela

Quer um filho, mas ela não deixa

Com este último fiquei preocupada: isto teria implicações a nível da saúde sexual dos dois, ou seria meramente um problema reprodutivo? De um tipo que diz em público com quem dormiu e quantas vezes não seria de estranhar nada!

Estranhei que um homem que quer f.... ornicar a RTP fosse tão atadito! Ao ponto de não conseguir convencer a mulher a ser f... ertilizada! Dito isto, perdeu a virgindade com ela. Não sei para que é que é relevante, mas quer fazer perder os três à RTP!

Uma leitura mais atenta revela que não é bem assim, mas pensando bem até é e muito pelo contrário! O que se passa é que realmente o Zé só andou com a Flor(i)bela e perdeu a virgindade com ela. Claro que há sempre a velha questão: fora escrever um post superficial, em que é que isso contribui para a minha felicidade? Estou em crer que nada! E depois, não tenho grande impressão de quem discute a vida sexual em público. O que me faz é impressão, mas isso são coisas que não posso contar, porque 1. vocês não iam acreditar no que volta e meia me contam e 2. eu ia sentir-me embaraçada demais ao contá-lo!

A história do filho afinal é alarmismo: o Zé já usou o Zézinho para pelo menos perder a virgindade e fazer duas filhas. A Flor(i)bela é que não quer ter um terceiro filho, mas o Zé quer! Não admira como é que ele anda tão zangado com a RTP: um ego tão grande não deve admitir ser contrariado. E vinga-se no pé que está mais à mão!

Trocando cromos com a Focus, "confirma-se" a cena da pizaria e do metropolitano (e em que é que isso contribui para a minha felicidade. Mas a TV Guia revela-se mais da intimidade do casal:

"Não faz nada em casa, não gosta" conta a mulher. "Todos os dias de manhã, por volta das oito senta-se ao conputador e escreve os livros".

Para quem se estava a questionar sobre a melhor maneira de não fazer nenhum em casa e ainda fazer uns troquitos por fora, lá está: escrever os livros! Ou pelo menos fingir! Revela ainda a TV Guia que ir às compras é com ele e que até sabe distinguir as melhores comidas, tanto as corriqueiras como as "gourmet"... mas por esta altura já alguns dos meus (poucos) neurónios se tinham auto-suicidado (muito mais grave que se terem simplesmente suicidado!).

Moral da história: a TV Guia está na vanguarda do jornalismo nacional. Estou em crer que o Zé se estava a fazer a um lugar (de chefe, claro!) na TV Guia.

Mas como é que se expõe detalhes destes da vida privada em público? E pensava eu que o pior problema do Zé era ter orelhas de abano (que já reparou), uma cabeça com um formato estranho, um tique nervoso que lhe dá para piscar o olho no fim do telejornal como se me conhecesse de algum lado e dizer "mánchestâ iunóited" em vez de "manchéstér unaited". Sim... pensando bem, são muitos problemas! Os dois primeiros não são da responsabilidade dele, mas os dois seguintes já são! Depois eu é que falo de badalhoquices!

Mas preocupante mesmo é o motivo por que eu resolvi dedicar um post à virgindade do José Rodrigues dos Santos. O motivo é simples: a Cosmopolitan deste mês não tem um único artigo que valha a pena dissecar (logo, não comprei a dita cuja: a vida está cara e a secção de moda não me interessa). Tem títulos como "o que não pode fazer quando tenta emagracer", "como eles se apaixonam - porque é que ele demora tanto a dizer-lhe que a ama" e "como ser promovida"... paneleirices! Nada que interesse à mulher nem ao homem modernos! Temos que fazer um abaixo-assinado: mais badalhoquice para a Cosmopolitan!! E uma mordaça para o José Rodrigues dos Santos.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Importa-se de repetir???

Tem havido grande confusão em muitos quadrantes sobre se o Al Gore deveria ter ou não recebido o prémio Nobel da Paz. Pessoalmente não percebo qual é a confusão, acho que o merece e espero que leve a água ao seu moínho (para meu próprio bem e das gerações que eu quero que me sucedam), mas deixamos isso para outra altura.

Contudo, se é que era necessário, ficamos a saber que a excelência científica e a moral ou pessoal não são necessariamente relacionadas. Assumindo que o James Watson não está senil (há muitos anos, pelos vistos).

Não é que o James Watson não merecesse o prémio Nobel da Medicina que lhe foi atribuído em 1962, mesmo porque a maioria da malta sabe a importância do DNA e da sua estrutura (a não ser criacionistas e louras que dizem que é tudo uma bonecada para enganar o povo), mas... não havia necessidade desta porcaria (também aqui, no Público)!!! Por outro lado, lembra-me disto, o que poderá evidenciar que o Watson é um criacionista encapotado, saído do último pote da criação (sim, porque de evolução... estamos mal!). Senão, vejamos (do artigo do Sunday Times)

The 79-year-old geneticist said he was “inherently gloomy about the prospect of Africa” because “all our social policies are based on the fact that their intelligence is the same as ours - whereas all the testing says not really.".

He said he hoped that everyone was equal, but countered that “people who have to deal with black employees find this not true”.


He says that you should not discriminate on the basis of colour, because “there are many people of colour who are very talented, but don’t promote them when they haven’t succeeded at the lower level”. He writes that “there is no firm reason to anticipate that the intellectual capacities of peoples geographically separated in their evolution should prove to have evolved identically. Our wanting to reserve equal powers of reason as some universal heritage of humanity will not be enough to make it so”.


Além de dar uma no cravo e outra na ferradura (ou por outra, não acertar uma!), as afirmações deste senhor não estão suportadas por evidências científicas (a não ser que a falta de inteligência dele para contratar "employees" seja uma evidência científica)... e conheço outros estudos menos necessários que este, mas de repente tenho dificuldade em lembrar-me de quais. Um deles é identificar o gene do preconceito e da estupidez pura e dura (em pretos, brancos e tons intermédios: não sou racista)! Dito isto, se formos a seleccionar, bem que acabamos com um mundo muito vazio. A parte boa é que resolvia grandemente o problema da poluição, mas não vamos por aí!

Uma outra coisa que o senhor Watson se esqueceu é que o continente com a maior diversidade genética é África... pelo que "pretos" é assim a modos que para o vago! Brancos também: eu não sou da raça daquele tipo, obviamente! A não sei que haja aqui uma citação completamente fora de contexto, e nessa altura tenho que dar o braço a torcer! Mas não creio!

Há ainda outro aspecto que eu não domino: geneticamente o que é uma raça??? Socialmente eu sei, antropologicamente sei um pouco menos, mas geneticamente uma diferença de pigmentação será suficiente para definir uma raça? Sei vagamente o conceito de haplogrupos, mas não é a mesma coisa. Para falar verdade, não é do mesmo campeonato nem da mesma modalidade.

Outras pérolas do grande murcão no mesmo artigo do Sunday Times:

"Dr Watson is no stranger to controversy. He has been reported in the past saying that a woman should have the right to abort her unborn child if tests could determine it would be homosexual.

In addition, he has suggested a link between skin colour and sex drive, proposing a theory that black people have higher libidos.

He also claimed that beauty could be genetically manufactured, saying: “People say it would be terrible if we made all girls pretty. I think it would be great.” "

Ora comentai. Amanhã, se tiver tempo, vou postar um 2 em 1 vindo desse templo de sabedoria que é a TV Guia...

Artigo no Sunday Times: http://www.timesonline.co.uk/tol/news/uk/article2677098.ece

sábado, 6 de outubro de 2007

"Chupa-me meu boi" e outras histórias sobre a interacção oral na alcova

Preclaros e preclaras

Este é o meu 100º post! Fantástico... como é que consegui escrever 100 postas de disparates (comentários excluídos) e ter quem me lesse! Como este blogue nasceu do Roupa Para Lavar, o blogue onde tudo pode acontecer, decidi eleger para título do 100º post o título que o Jorge Fiel prometeu mas não cumpriu, escolhendo um mais "neutro" como "A problemática da vocalização durante a cópula". E ainda conseguiu chegar a 99 posts sem usar uma única vez a palavra "mamas" no título. O que não seria grave, se não tivesse usado todas as outras. É uma mancha no currículo, mas há pior!

No post "A problemática da vocalização durante a cópula", o auto-proclamado genial inventor da Roupa Para Lavar descreve as desventuras de um ex-colega de trabalho, incomodado com um entusiástico "chupa-me boi!" que ainda por cima lhe metia impressão pelo errado da coisa (e pelo facto de conseguir ouvir isso através da parede, como se estivesse na casa dos vizinhos). Pensava ele que um boi era incapaz de chupar. Ora respondi eu:

"Guru

O seu preclaro ex-colega estava mal informado em relação aos bois. Não o censuro, dado que as (ahem) vocalizações alheias são capazes de dar cabo dos nervos e mesmo do discernimento de qualquer um. Fica a saber que os bois e suas companheiras não só chupam como lambem e têm uma língua muito grande e forte. Nada mau para um vegetariano! Viver num meio semi-rural tem estas coisas.

Só para apagar o fogacho de quem esteja já mais entusiasmado, não se ensaiam nada de se cagar pelas pernas abaixo e usar a causa como limpa-pára-brisas! Além disso, como têm não sei quantos estómagos (3 ou 4?) também estão sempre ou a comer em primeira mão (a ervinha propriamente dita) ou em segunda mão naquela de "olha, aquela ervinha que ontem comi às 10:34 ao pé daquela macieira soube-me mesmo bem. Apetece-me mais um bocadinho!". E pimba! Toca de ir ao estómago que está mais à mão para a ir mastigar! Dito isto, têm uns olhos lindos e húmidos um focinho amoroso!

Os roedores é que têm particularidades curiosas, como não serem capazes de vomitar. Muito se poderia dizer acerca disso, mas só acrescento que são modelos excelentes para doses letais de venenos porque sabe-se exactamente o que entra, porque é igual ao que se ingere (como oposto ao que ter que subtrair o que sai, como num mamífero).

Desconheço se os roedores serão adeptos do sexo oral, dadas as tacholas com que vêm equipados de série. Imagino que seja possível, mas que requira muito cuidado. Os coelhos machos têm ainda o hábito de se caparem uns aos outros (concorrência, e já sabem a fama dos coelhos). Suponho que isso não conte como sexo oral, mas imagino que o "castrati" vocalize. Mais fininho, naturalmente! Em contrapartida não se cagam pelas pernas abaixo como os bois, mas cagam umas bolinhas. Bolinhas que perdem quando se metem em wicked games. Vá-se lá entender esta gente! Ora a isto chama-se um turn-off!"

E pronto, tanto dou uma no cravo como uma na ferradura! Deixo-vos a vós a (ir)responsabilidade de irem ou não mais longe na magna e candente questão da interacção oral na alcova. Recordo que interacção oral tem duas vertentes e que é falta de educação falar com a boca cheia!

Como 100º post está fraquinho, mas não fui suficientemente provocada para dar continuidade à magna e candente questão dos rabos arrebitados, em versão badalhoquice. Ou seja, a culpa é dos leitores e não da cabeça de abóbora (mas estou a dar-me à preguiça, é verdade)!

quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Jovem procura companheira com rabo arrebitado... por motivo nenhum em particular!

Mais uma vez um título para enganar e uma saga de posts sobre a mesma coisa (chama-se a isto tecnicamente “fazer render o peixe”, um conceito que mesmo uma vegetariana domina).

Vem esta saga a propósito de um artigo da Cosmopolitan portuguesa intitulado “como se consegue o rabiosque perfeito”. Três considerações:

1. Rabiosque o carago! Só porque os ingleses chamam ao rabo toosh, booty e outros, não torna o termo “rabiosque” aceitável. Deixo aos meninos a escolha do “petit nom” preferido;

2. O artigo é uma porra! E vou dissecar isso mesmo “resumidamente” (lembrem-se da minha definição de “resumo”, a propósito do filme da Lady Chatterley) neste post;

3. A edição portuguesa da Cosmopolitan é uma revista muito educativa e ensina tudo sobre manualidades que dão valor acrescentado a qualquer mulher aos olhos de qualquer homem sexualmente activo: crochet, tricot, baínhas abertas, ponto matiz (o meu preferido: parece uma pintura com linhas), ponto cruz (que odeio, especialmente aqueles quadrinhos horrorosos), ponto grilhão, bilros, vários crivos, bordado inglês, da Madeira e Castelo Branco! Um dia destes tinha mesmo um artigo sobre patchwork, que me fascina e que quero (re)iniciar (o “re” é relativo, mas isso agora não interessa)! Mas sobre sexo... nada! Ninente! Nicles! Nicht! Rien!

À edição inglesa, em contrapartida, só falta a versão interactiva e o personal trainer! O que eu estou arrependida de não ter trazido umas quantas de Inglaterra! Mas o papel pesa toneladas e nem uma gaja pode ter tudo! Dito isto, estou muito a fim de comprar a cosmopolitan todos os meses para fazer a revista de imprensa, a bem da vida sexual das portuguesas e dos seus companheiros. Depende da vossa receptividade e aceito sugestões e críticas!

O artigo começa em derrapagem, continua em derrapagem e acaba em derrapagem. Ou seja, tem como vantagem (única, diga-se!) ser coerente! Nem sei por onde lhe hei-de pegar!

Ora bem, comecemos pelo início!

“Os seios sempre foram tidos como o exemplo perfeito da feminilidade. Mas porque os tempos mudaram, a atenção das mulheres concentra-se agora no rabo. Hoje querem-se arrebitados e a moda já chegou a Portugal”.

Beeeeeeeeeeeeeeeeeeeeem... Vamos por partes e ignoremos a falta de concordância gramatical (uma gralha acontece a qualquer uma e “herrar é umano”!

O exemplo perfeito da feminilidade é, por exemplo, não ter ideias peregrinas como esta: que ser feminina se resume a um aspecto só. Gaja que é gaja sabe que menos que perfeita não pode ser... para as revistas femininas e as outras gajas e gajos que não interessam ao menino Jesus. Gaja que é também esperta, chega à conclusão rapidamente que a perfeição está no museu de arte clássica e concentra-se em ser interessante para além do aspecto. Isto enquanto o cuida! Isso é que é ser feminina!

A atenção das mulheres está em todo o lado. Aliás, gaja que é gaja pensa em várias coisas ao mesmo tempo (a não ser cabeças de abóbora a dever umas horas de sono à cama e com muitas coisas em mente).

O “hoje querem-se arrebitados” é mais tarde contrariado no mesmo artigo, na secção “uma paixão com história”, onde fala da Antropologia (essa bela localidade) e como explica que a penetração era ancestralmente feita por trás (bem me parecia que a Antropologia era assim a puxar à badalhoquice) para depois passar para a penetração frontal. Gostava de saber exactamente a que hommo sapiens assim para o fóssil é que foram perguntar isso, mas adiante! Além de que esta gente não anda a ver muitos filmes pornográficos! Depois ainda fala das Vénus pré-históricas, de vários séculos de pintura de mulheres voluptuosas e acessórios de moda que fingiam rabos que na realidade não existiam (anquinhas, espartilhos, etc) e décadas de moda de grandes rabos já no século XX. Ou seja, “hoje” é relativo!

Suponho que a criatura que escreveu o artigo não tenha reparado que está num país latino, onde a maioria das mulheres não tem vocação para tábuas de engomar! Daí que “a moda já chegou a Portugal”... não vem inteiramente a propósito! Se a criatura olhasse em volta, veria possivelmente que a maioria das mulheres portuguesas têm ancas largas e rabos consideráveis. Como de resto os homens sempre gostaram e as mulheres nunca se convenceram, por causa de revistas de moda foleiras e roupas que querem que as mulheres se façam para a roupa em vez de se fazerem para as mulheres! O que (parecendo que não), não está certo! Mormente porque as mulheres pagam pela roupa e a roupa não contribui com um tostão para as mulheres! Ah, e porque as mulheres têm sentimentos, mas não nos vamos deter em paneleirices!
Ou seja, ainda não chegamos ao artigo sequer e isto já está feio!

O artigo em si tenta fazer é dizer às mulheres o que fazer e porquê. O “porquê” é fácil: porque as revistas de moda assim o dizem (ou porque não há mais que escrever?)!

Diz o artigo que se “usam” rabos grandes, de preferência arrebitados. Ora um rabo, uns seios, umas pernas não são acessórios de moda: são herdados dos nossos pais e desenvolvidos por nós (dentro das nossas limitações). Quando muito, os cabelos serão um acessório (porque mais moldáveis), mas mesmo assim ninguém se faz por suas mãos. Sendo assim, dizer que “as nádegas se querem voluptuosas, de preferência arrebitadas, nem que para isso seja preciso recorrer à cirurgia plástica” parece-me... nem sei! Desonesto? O que se faz ao rabo cirurgicamente modificado quando a moda de Primavera/Verão 2008 ditar rabos tipo tábua de engomar?

São apresentadas alternativas cirúrgicas (sempre com grande superficialidade) e a alternativa mais chata: a ginástica e o estilo de vida saudável! Ora, além de o rabo não ser um acessório de moda, o corpo não é um trapinho que se possa recortar e cozer, conforme se escreve nas revistas. Eu tenho uma alternativa mais radical: cada qual governa-se com o que tem e tenta fazer o que pode com o que tem. Só em caso de deformidade ou profunda insatisfação com algum aspecto do corpo se recorre a alguma coisa mais radical. Mas isto sou eu aqui a dizer!

Na secção “as famosas dão o exemplo” fala-se da Jennifer Lopez, Salma Hayek, Eva Longoria e da Beyoncé Knowles... latinas e negras... exemplo o tanas! A isto chama-se ser-se como se é (o que está certíssimo!)! Se bem que em algumas fotografias da Eva Longoria ela não tenha gordura suficiente no corpo para ter sequer um rabo decente; em contrapartida nessas mesmas fotografias parece ter uma cabeça estilo chupa-chupa e uns olhos que ocupam a cara toda! O que é uma pena, porque é uma mulher linda, mesmo assim!

A calinada do dia vai para a frase “veja-se o caso da Dove, que em vários anúncios celebra o corpo feminino em todo o seu esplendor, o que inclui ancas e nádegas bem definidas”... ora bem... o mote da Dove é “por uma beleza real” e mostra mulheres reais (o oposto é perfeitas). Mulheres reais por vezes têm celulite, rabos ligeiramente flácidos, excessos de gordura em qualquer lado, sardas, rugas... e sentem-se inseguras com a perfeição propagandeada pelas revistas de moda ao alcance de qualquer uma, nem que tenha que recorrer à cirurgia estética! E para isso usam estas revistas miúdas de 15 anitos a fingir terem 35! E inseguras. E escolhidas entre 1000. E carregadinhas de maquilhagem e efeitos especiais e retoques de photoshop! Aliás, há uma publicidade da Dove em que se mostra uma modelo perfeitamente normal e borbulhenta a passar por um processo longo de transformação de patinho feio em cisne.

O golpe de misericórdia no artigo é o fim: “o que pensam eles”. Quer dizer... e o que pensam elas??? Bem, o que pensa esta já sabem vocês!

OK, isto foi assim um bocado para o sério e ainda por cima sem imagens (sorry!). Mas hoje não estava inspirada. Amanhã há mais! Só para compensar, deixo uma foto ligeiramente afufalhada da Eva Longoria com o mulherão da Felicity Huffman! Quem é amiga, quem é?

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Frígida?? Eu?

Ora bem, este é o título de um destaque da Elle deste mês e não tem nada a ver comigo. Ou até tem, mas daí não tem, mas pode ter, mas só em certas ocasiões muitos especiais - quer dizer, especiais no sentido de falta de especialidade - e mesmo assim não porque eu salto fora, mas... esperem um bocadinho... (respira fundo)... vamos começar outra vez! É o título que me perturba! Eu sabia que devia ter comprado a Cosmopolitan!

Dizia eu que comprei a revista por causa do título de um dos destaques (tenho um blogue para manter!), sabendo embora que devia ser publicidade enganosa! E foi certinho: o título não faz juz à peça (deve ser só para chamar a atenção), a saca de verniz vermelha que vem com a revista é uma vergonha e a Catarinha Furtado na capa não augura nada de bom (ao menos não estava a falar em tirar o plástico, como na revista do Público o fim semana passado, mas já lá vamos).

De saco de verniz estamos conversados: é efectivamente uma merda e um desperdício de recursos. Um saco, por assim dizer, frígido! O saco do IKEA (que eu tenho usado e abusado) é muito mais sexy).

Quanto à magna e candente questão da frigidez... digamos que a única parte boa é a foto que ilustra o artigo: umas cuecas de mulher dentro de um bloco de gelo. O destaque remete-nos para a página 136... só! Quer dizer, um tema tão quente (salvo seja) e tem direito a uma miserável página! Mas o pior nem é isso! Há pessoas com capacidade de síntese (não sei se já repararam, mas eu não sou uma delas!), por isso uma página podia ser o suficiente! Em vez disso, o artigo é menos que superficial e cai em quase todos os lugares-comuns (não todos porque manifestamente não há espaço). A saber:

1. "Os casos". Dá um toque de realismo! Fala de um homem de 92 que faz amor com a nova namorada... de 93! De 10 em 10 dias e a rapariga ainda está para as curvas! Pá, acredito que seja possível, mas digamos que não deve ser a regra! O que nos leva sempre para aquela de "(suspiro!) quem me dera ser assim! Eu não merecia ser assim?". E depois, para um artigo que tenta abordar de modo quase sério a questão da intimidade, fazer a apologia do "truca-truca" até aos 92... não é por aí!

E isso lembra-nos aquelas cenas de: "faz mal fumar e ser obeso. Olha, um vizinho meu fumava que nem uma chaminé e ocupava três cadeiras e tem 92 anos e ainda dá umas trancadas na namorada nova que é um ano mais velha que ele!" Ou seja, como argumento é fraquinho!

2. A medicina. Dá um toque de credibilidade. Vai-se ao manual (ou à wikipédia, que está na moda) e transcreve-se. No caso: "as doenças físicas ou mentais, os problemas e as preocupações podem provocar uma diminuição da líbido". E pronto! O doutor falou!

Quero contudo partilhar uma parte que está bem escrita (não sei se saiu da wikipédia, mas a wikipédia também tem coisas boas): "a sexualidade feminina precisa de atenções para desabrochar. Quando ele apenas procura satisfazer o seu próprio prazer, está a negligenciar o da sua companheira, tão diferente do seu. O resultado é óbvio: o homem, apressado, chega ao fim antes mesmo que os sentidos da mulher tenham sido despertados."

E depois o inevitável cliché: "as relações sexuais tornam-se sinónimo de trabalhos forçados, que ela vai tentar evitar por todos os meios (a desculpa clássica da dor de cabeça!)". Dor de cabeça os tomates: as exaquecas como meio de evitar a segunda parte da palavra são mito urbano! Mas melhora de novo: " Quantas mulhers nunca tiveram um orgasmo ao fim de anos de vida em comum?".

No final do artigo vem de novo a medicina a falar de forma vaga em depressões. Chamo a atenção para o facto de alguns anti-depressivos provocarem diminuição de líbido em algumas pessoas. Ou seja, faz bem por um lado mas mal pelo outro. Um pouco como tudo!

3. As pontas soltas. Aqui o título é "os filhos"... e não diz coisa com coisa, por isso nem vale a pena. Anda à volta da degradação do aspecto físico das pessoas com o tempo e das ocupações e preocupações do dia-a-dia, mas muito fraquinho!

4. A atribuição de culpas. Aqui ao menos atira para os homens, que não têm atenção para com as mulheres. Menos mal! Mas não é só isso! O que é que causou isso? Alguns homens não terão que ser educados a falar de sexo? A falar com mulheres? A pensar um pouco como mulheres? A andar mais devagar? A dominar a arte do dirty talk? Dizer só "a culpa é dos gajos" não ajuda em muito. E depois, pode ser "culpa" da inibição das mulheres! Que se ultrapassa! Como? Isso é que é importante! Ou seja: resumindo e baralhando, o que interessa é que é tudo muito mais complexo e merecia um título honesto e/ou um artigo bem mais aprofundado e bem escrito!

E é tudo! Acho que já gastei o mesmo número de caracteres que o artigo e disse qualquer coisinha mais. O artigo é assinado por S. S., o que me deixa na dúvida se será um macho ou uma fêmea. O Jorge Fiel, que é menino, escreveu há uns 3 meses um post com o título "para acabar de vez com a secura vaginal", com muito mais informação, rigor e dirty talk (muito necessário para activar a zona erógena mais poderosa das mulheres: o cérebro, a imaginação). E o que é mais, é que este veio 2-3 semanas depois de um outro em que se fazia a apologia de os meninos "perderem" pelo menos 10 minutos em "coisa e tal" com as meninas. Mas os 10 minutos eram um limite mínimo!!

Infelizmente não consigo encontrar a ligação para nenhum destes posts dele por causa da reformulação do site do Expresso, pelo que deixo um outro também excelente sobre a problemática das vaginas sugadoras. Se vir que tal, faço uma cópia do que ele escreveu para poderem apreciar badalhoquice e verem onde é que este blogue se inspirou (e porque é que cai sempre e inevitavelmente para a badalhoquice!!

Uma última nota: este post não está perfeito! Não é exactamente o que queria, com os termos que queria, com o sarcasmo e humor que queria. Mas aí é que entra a idade e as suas vantagens: capacidade de entrar em compromisso. E este post é um compromisso entre o que quero dizer e o tempo que tive para o dizer. E atentem que foi escrito às prestações. Não é perfeito, mas a perfeição é um objectivo vago, não um concreto. É mais um caminho que um fim! E também em relações humanas se tem que ter isso em consideração.

Voltarei ao assunto da Catarina Furtado e da Cosmopolitan mais tarde... se me apetecer!

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Falta de assunto, falta de bom senso ou ambos?

Não, não sou eu que estou com falta de assunto: é a comunicação social portuguesa!

Costumo (quando vejo) ver as notícias na RTP1, mas acho que vou rever essa rotina. Das 13:00 às 13:20 h foi Madeleine, Madeleine, Madeleine! Mas descobriu-se o assassino? Descobriu-se que foi raptada por terroristas? Pela máfia de Leste? Por extra-terrestres? Que afinal ganhou o Euromilhões e fugiu dos pais e do mundo para uma ilha deserta descoberta ela mesma há 2 meses e por isso só agora chegou a carta?

Não: vieram as análises de Inglaterra? E o que dizem as análises? Que há mutantes na família? Que se encontrou a cura para as doenças auto-imunes? Que a história da evolução das espécies é treta e que afinal o mundo foi mesmo feito em 7 dias de 24 horas terrestres cada (mais uns trocos porque alguém calibrou mal o relógio e desde então as coisas têm andado um bocadinho confusas?

Podem dizer tudo isso e muito mais. Ou não! O que se passa é... nada! Os resultados das análises estão com a polícia.

Então como é que se perde 20 minutos a falar do que não se sabe? Não sei! Mas consegue! Consegue-se pondo um reporter excitadíssimo (pastilhado ou com falta de sexo?) a fazer a revista de imprensa do Reino Unido (menos mal: ontem insinuou que no laboratório lhe fizeram ameaças à integridade física!) e entrevistou umas pessoas. Pérolas dessas intervenções:

- Os jornais dizem que PODE haver novas detenções em Portugal (Pode? Pois pode! Também pode não haver! E o Elvis PODE ser um extra-terrestre. Como diz o Jorge Fiel: títulos vaca!)

- Os jornais dizem que as análises podem ter informações importantes (Ver acima. Hmmmmmmmmmmm!)

- O Reino Unido está em suspenso, à espera dos próximos desenvolvimentos. (Não creio! Ademais, a morte da Santa Diana ainda está fresquinha de 10 anos e uns dias! E já começou o campeonato de futebol!)

Liguei para a SIC, que já estava à volta de assaltos e essas coisas. Não sei como está o Helder Rodrigues, o piloto das motos que ontem estava malzinho. Espero que não ganhe notoriedade à la artista, porque significa que não poderá correr mais por impossibilidade técnica.

Mas desanimei: interromperam um directo em Viana do Castelo onde foi assaltado o museu da ourivesaria tradicional para... mostrar a carrinha com a mãe da Maddie a sair para a polícia de Portimão. Só isso!

Não desliguei porque o senhor (tenho que descobrir o nome do homem) que é/era dono do museu da ourivesaria tradicional deu uma lição da arte de bem entrevistar em toda a sela.

Entrou logo a matar:

- O senhor estava atrás do balcão quando se deu o assalto?

- Ouça, não invente: eu não estava aqui e você sabe! Eu vi tudo depois pelas câmaras de segurança!

1-0!

- Disseram-me que o senhor pondera fechar o museu.

- Fechar o museu? O museu está fechado por natureza: eles levaram tudo! O que é que eu vou pôr lá? Fotografias dos vianenses de boca aberta a olhar para o que não está lá?

3-0 (a parte das fotografias conta como golo)

- Acho impossível como é que isto acontece quando Viana está cheia de polícias por causa de (uma coisa qualquer que não me recordo, mas é um evento europeu). Os polícias armados com fisgas, como é que vão fazer face a bandidos armados com metrelhadoras?

5-0 (Se repararam, não houve uma pergunta e as fisgas merecem golo também)

E depois (um homem adulto) conteve-se e conseguiu não desatar a chorar quando falou em anos e anos de pesquisa e coleção e no valor sentimental e não só da coleção. OK, essa parte não teve piada nenhuma, por isso não entra para a contabilidade.

Ficou na SIC.

Já não me lembro do motivo dos 20 minutos na RTP1: era alguma telenovela em tempo real? Ah! Parece que foi uma menina que desapareceu! Ora porra! Isso também não tem piada! Nem com o costumeiro "ah, e é porque era estrangeira, linda, branca e de olhinhos de gato". Haja decência! Haja bom senso! Haja paciência (que me falta com este calor atroz!).

domingo, 29 de julho de 2007

Revista de imprensa

Os seguintes títulos e citações encontravam-se no Público de ontem.

"Ministério da Justiça promove mediação de conflitos no mundo virtual do Second Life"
Eu tenho uma sugestão revolucionária: porque é que não tentam resolver primeiro os da First Life, dado que demoram de carago? Eu que o diga, que possivelmente vou ser chamada a depor e contar coisas que se passaram há cerca de 4 anos. Eu já não me lembro de algumas coisas, porra!

"Múmia egípcia pode ter a mais antiga prótese"
Parabéns!

"OS jesuítas italianos decidiram suprir as "necessidades de ordem espiritual" dos avatares da Second Life, o mundo virtual. O Vaticano, qua já disse ser pecaminoso passar muitas horas na Internet, vê com bons olhos a exploração deste novo espaço de evangelização."
Muitos comentários a isto:

1. Os avatares têm alma.
2. Os jesuítas são pecaminosos
3. Eu vou para o inferno (eu já sabia, mas ao menos sou capaz de ter companhia)
4. Às vezes o Vaticano dá uma no cravo e outra na ferradura. Mas já sabíamos isto. (Eu sou católica praticante, mas um pouquinho preguiçosa)

"Astronautas embebedaram-se antes de partir em missões espaciais, diz um relatório"
Disseram-lhes que o espaço era uma moca, e eles levaram isso à letra! Mas faz pensar!

José Penedo, no Jornal de Negócios:
"Em Portugal, o mundo empresarial é dominado por pessoas que têm complexos em relação aos partidos de esquerda"
Mmmm... eu estaria inclinada a dizer que os partidos de esquerda têm complexos em relação ao mundo empresarial. Mas o que é que eu percebo disso?