segunda-feira, 2 de março de 2009
O que é e o que não é arte
quinta-feira, 15 de janeiro de 2009
Eu quero um filho do David Cerny!!!
Ah, e eu não quero mesmo um filho do David Cerny. Isto porque é muito promíscuo: já fodeu gente a mais. Nomeadamente uma série de gente com altos cargos europeus... e não se sabe muito bem onde é que alguns deles andaram!
terça-feira, 13 de janeiro de 2009
Museu do Prado
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
O fim do mundo em cuecas
Senão vejam:
"Uma viagem no metropolitano de Lisboa sem calças vestidas é a proposta para este sábado do mesmo grupo de cidadãos que organizou uma luta de almofadas na Alameda Afonso Henriques no dia 01 de Novembro."
Uma luta de almofadas não é a mesma coisa que andar sem calças! Penso eu de que. E com este frio, ainda alguém estraga alguma coisa, e diz que o país está a precisar de mais cidadãos baixinhos (ou gremlins, como lhes chama o meu "noivo").
""O objectivo das performances também é surpreender as pessoas e causar-lhes sorrisos, o que é pouco eficaz se forem informadas antes", disse um porta-voz do grupo ImprovLisboa à Lusa, salientando a dificuldade de explicar em que consiste este tipo de acções e que para perceber "é preciso participar"."
Mas...
"No texto de divulgação da missão, os organizadores aconselham a que os participantes levem "cuecas ou boxers opacos".
"Nada de fios dentais: não tragas nada que mostre mais que um fato de banho. Viajar sem calças não é proibido, mas incomodar os passageiros com a nudez alheia é", referem."
Desculpa, mas uns cuecões de gola alta vão causar sorrisos a quem? OK, fora a senhora que anuncia o fim do mundo, porque agora vai ter a certeza absoluta que tem razão?
A arte é uma coisa estranha. Se ainda ao menos fosse como no stock market, que vestiam da cabeça aos pés quem aparecesse nú!
quarta-feira, 7 de janeiro de 2009
Canções de entropia
"Estreia nacional ao vivo de “uma das figuras mais fascinantes da música do século XX” (e dos dias de hoje), e provavelmente, o homem que levou a solidão e o isolamento no processo de trabalho aos maiores extremos em toda a história conhecida da música independente. Eremita, compositor de canções de abandono, entropia e superação, é editado pela misteriosa Corwood Industries desde o final dos anos 1970. Dezenas de discos e quase 30 anos após o arranque da sua carreira, apresentou-se pela primeira vez ao mundo (sem nunca ter dado entrevistas, sem nunca ter comunicado com os media em discurso directo) num concerto em Glasgow, em 2004, onde não vinha sequer listado. Desde então, realiza um número bastante limitado de actuações por ano, pelo que é um enorme prazer anunciarmos que o Auditório de Serralves e a Filho Único, em co-produção, irão apresentar um concerto deste notável criador."
Não sei se vou gastar €15 euros no dia 10 para ver um "eremita, compositor de canções de abandono, entropia e superação". Tenho receio de descobrir que o motivo que leva um artista a ser um ermita que não comunicou nunca com os media em discurso directo tenha sido medo que lhe dissessem que a música dele é uma merda! Aliás, tenho receio que sejam mesmo. Até porque "Officially, Jandek is not a person". Para isso não preciso de gastar € 15! Nem euro nenhum! Para quem tem curiosidade, o amiguinho é este aqui.
E que c*** são canções de entropia? Será algo parecido com o que os meus sobrinhos faziam com tachos, tupperwares e talheres? Eu sabia que devia ter gravado isso para vender! Do mesmo modo, o que são canções de abandono e superação? Canções com menor entropia? Isto da arte é muito complicado! Na volta é melhor ficar-me por Depeche Mode. Mesmo porque parece que vêm ao Porto. Ao Porto, carago!
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Programa para a passagem de ano: bacanal e drogas!
Tinha eu planeado sair para o fim de ano e fazer e acontecer e tal quando recebo uma proposta a que não sei se posso dizer não: um bacanal, na minha própria cama, bem regado de bebidas e drogas!
Normalmente tenho por princípio que mais que duas criaturas numa cama (ou equivalente) é gente a mais. Se três é uma multidão, mais que isso ainda passa claramente ao absurdo e à falta de razoabilidade e alguém acaba por se aleijar! Um bacanal, portanto! Mas não só estou inclinada para fazer isso mesmo como a regar a coisa devidamente e drogar-me forte e feio.
Infelizmente o bacanal (a acontecer) será uma coisa imposta. E eu odeio que me imponham coisas e situações. Mas não sei se terei outra escolha que não passar a passagem de ano na cama, na companhia... de um monte de vírus que andei a evitar cuidadosamente e com sucesso. Até agora! Então e as bebidas e as drogas? Duuuh! Cházinho e paracetamol, como todas nós gostamos e usamos em bacanais destes! Eventualmente aspirina se me sentir suficientemente louca. E vamos ver se não preciso de antibióticos. É que não preciso de mais bichos na cama, mas os meus ouvidos parecem querer infeccionar. Lá está: detesto não ter escolha, mas parece-me que me vou lixar. Com "F" grande!
Isto não estava nos meus planos! A parte boa será ficar com tempo para responder aos comentários (isto está complicado!), mas... eu isso fazia noutra altura, pá!
Para não dizerem que não aprendem nada, diz a Wikipédia que um bacanal era uma festa de homenagem a Baco. Baco que era um pândego, como toda a gente sabe.
E ficam com um tal de Tiziano, que pelos vistos não tinha mais que fazer na vida que pintar bacanais. A isso eu chamo uma profissão!
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Manga me
quinta-feira, 26 de junho de 2008
Fala puto, carago!
A história do meu pai serve para tentar perceber o que significa Mugatxoan.
Mugatxoquem??? Eu explico:
"Mugatxoan '08 apresenta-se como um projecto em trânsito –o acto de ir de um espaço a outro -, e como o lugar e o tempo em que isto sucede."
Começam a ver que isto é arte porque reune os seguintes critérios: não se entende, não faz sentido e faz um alarido muito grande à vota de coisas que são perfeitamente banais para dizer que é arte. Pois "o acto de ir de um espaço ao outro" é arte. E "o lugar e o tempo em que isto sucede" também. É brilhante! Eu, parola como sou, pensei que o primeiro seria deslocar-se (a pé, de carro, ao colinho de alguém) e o segundo onde e quando. Por isso é que eu tenho que trabalhar para comer enquanto há quem faça arte. Dito isto, comer é típico de parolo!
"Entre 9 de Junho e 20 de Julho, o Arteleku e a Fundação de Serralves vão apresentar as seguintes peças: The breast piece (Praticable), de Alice Chauchat; Ohne Worte, Extracto (Praticable), de Isabelle Schad; Performance, de Éric Duyckaerts; A long way back, de Sandra Cuesta; Shichimi Togarashi, de Juan Domínguez/ Amalia Fernández; Sono qui per l’amore, de Massimo Furlan e O decisivo na política…de Jorge Andrade."
O primeiro deve ser interessante, porque "breast piece" nos remete para mamas. Ora mamas é sempre bom e pode atrair público. Mais que uma bica de água filmada durante 1 minuto e projectada nas paredes do Museu de Serralves. "Ohne Worte" parece-me querer dizer qualquer coisa como "sem palavra" (mas acho que tem um erro de gramática, se bem que já não estou em condições de criticar). Atendendo a muita arte que por aí anda, parece-me razoável. O resto parece-me insípido. Gostava mais da minha instalação nos meus tempos de pintora de construção civil (eu avisei que era parola).
Estas palavrinhas estão aqui, no site de Serralves.
Continuo sem perceber o que é Mugatxoan, mas estas imagens podem ajudar. Ou não.
Lá está: o talento de uns é maior que o de outros e há quem ache que por dizer que um balão com umas palavras é arte, torna-se arte. Ou então a palavra "cabeça" na istalação do balão (ou essa é uma performance?) refere-se à tela acima.
"Mugatxoan é um projecto artístico criado pela Entrecuerpos – Mugatxoan Asociación Cultural, em 1998, construído a partir da ideia de espaço intermédio como lugar de circulação de códigos sendo, portanto, redefinido pelos movimentos contínuos e pelas deslocações a que está submetido."
E isto é suposto querer dizer que... ???
"O projecto centra-se nas manifestações artísticas dos discursos do corpo, cujo suporte é a imaterialidade, apresentando trabalhos que aparecem como a transformação de actos produzindo significados através de uma situação transitória."
Ah! Agora ficou muito mais claro... se bem que continuo sem entender! Eu sei que juízes praticam actos, mas não deve ser isso. A não ser que a cena de pugilato no tribunal de Santa Maria da Feira tenha sido uma performance.
"Em 2001, impôs-se a necessidade de se criarem novas relações que permitisse desenvolver projectos culturais reivindicativos de lugares singulares de experimentação, situação que motivou a parceria da Fundação de Serralves, no Porto."
Menos mal: agora entendi que qualquer coisa envolvia Serralves. Não sei é o que é um projecto cultural reivindicativo de lugares singulares de experimentação, mas cheira-me que me foram ao bolso e que eu gastaria aquele dinheiro a fazer coisas que valessem mais a pena e com menos peneiras.
Se esta gente falasse puto, estou em crer que se esclareceria de vez o que é Mugatxoan. Contudo, ao contrário dos camaradas de tropa do meu pai, eu não estou interessada em saber se estes nativos dizem seja o que for e muito menos se dizem mal de mim. Acho que estou a salvo de uma catanada destes tipos... a não ser que alguém entenda que isso seria uma performance gira e que simboliza o fluir do espaço para o tempo do pretérito perfeito do imaterial do sangue feito seiva no pescoço de um vegetal blogueiro. Nessa altura "Mugatxoan" seria um qualquer trocadilho com o nome Rober Mugabe... aí preocupo-me. De contrário, descobrir o que significa Mugatxoan tem a mesma importância que encontrar o Wally. Ou menos.
Só queria uma coisa: que um dia esta arte seja desmascarada como a fraude que é.
domingo, 8 de junho de 2008
O resto das fotografias e mais um bocadinho de javardice
O que não ser se engulo é isto: "SPLASH - Vídeo filmado numa das fontes em frente à Casa de Serralves que regista uma acção simples, mas que pode contribuir para uma reflexão sobre a relação do museu com os seus públicos e sobre o papel de eventos como o Serralves em Festa na redefinição dessa relação. Um jacto de água produzido por uma mangueira de rega faz primeiro aproximar um conjunto de pétalas de flores, para imediatamente a seguir o fazer afastar-se. Segundo o artista, nesta festa "ao mesmo tempo que se dá uma atracção dos públicos o museu afasta-se da ideia de contemplação, talvez o seu propósito original".
Não sei se isto é arte, mas eu gostei. Sobretudo porque esta fotografia foi tirada com o rabo em cima de um pouf onde descansei os meus pobres chispes já cansados de tanto andar. Lá está: descansar os chispes também é arte. E se não é, passa a ser.
E fotos ainda mais giras. Digo eu. E pronto, para o ano há mais Serralves em festa!
Como Serralves saiu do armário
terça-feira, 13 de maio de 2008
Assim é que se vende calendários!!!
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Um broche de 15 minutos e outro merchandise - a loura, o galinácio e o coelho castanho
Eu não disse que era barato! Disse que era possível! Não disse que era a Marilyn, mas que alegadamente é a Marilyn. O que eu gostava de saber é se isto é sequer legal: vender uma cena de intimidade de uma pessoa (estrela de cinema que seja) e que interesse é que isso tem, já que não é crime fazer um broche e filmar a brincadeira. E não sendo crime, ninguém tem nada que vender cenas íntimas de outra pessoa, mas desde a foto do ALEGADO rabo da Simone de Beauvoir eu já não digo nada.
Mas depois lembrei-me: não é nada disto! Não é intimidade: é merchandise! E com quem é que eu aprendi isto? Com o Vincent Gallo!
- A medalhinha de Santo António da sua Primeira Comunhão, pela módica quantia de $ 1 000 (sem IVA) e com direito a um choradinho de como a mãe era má, fanática religiosa e não lhe dava prendas. Atenção que esta peça é única e foi usada ao pescoço do jovem Gallo quando ainda um inocente e pequeno pinto;
sábado, 15 de março de 2008
A verdadeira questão quando se discute direitos de autor
Entre outras coisas, diz o Ludwig que não sei o quê e que quem faz música e filmes deve ser pago à tarefa e não por direitos de autor que eternizam o pagamento. Os autores, actores e técnicos serão pagos em salários e não em suaves e eternas prestações, em função do visionamento e/ou compra de um CD ou DVD ou mp3. E do que eu fui falar! Os CDs e DVDs e ficheiros mp3 são só suportes físicos, não são a obra, que nem devia ser paga às prestações eternas. E não sei o quê com equações diferenciais que agora não interessa para o caso.
Até que recorreu à analogia do jardineiro e do agricultor e eu percebi que ele estava completamente equivocado! Equivocado porque não compreendeu o que vende um músico! O pândego do Ludwig acha seriamente que um músico vende um serviço, um pouco um jardineiro. E não um produto, como um agricultor. Pior: o Ludwig acha que o serviço que os músicos vendem é música e/ou cultura! Mas que engano, rapaz! A Abobrinha, com a lógica que lhe é própria (ou seja: nenhuma) vai provar que muitos músicos vendem produtos mais ou menos palpáveis e perecíveis. Um aviso antes de continuar: algumas imagens poderão provocar taquicardia por um motivo ou outro (mas isso não é necessariamente mau!).
O que vendem as Pussycat Dolls? Música? Não: PERNAS! Pernas desnudas! Um festival de pernas bamboleantes a fazer coisas indescritíveis com cadeiras e a causar aquecimento global (do que vale a pena, não do que dá tão ou mais cabo da neve que apendicites). As pussycat dolls conseguem ainda o feito extraordinário de pôr um mongo com cara de mongo e de nome de mongo (“snoop dog” de sua graça) a avaliar pernas de uma morenaça que faz parar o trânsito de mais perto do que é permitido pela lei de muitos países em que o decoro ainda é cultivado. Música? Sim? E o que é que isso interessa? Não me parece que o produto seja esse!
Patrocínio: vários ginásios + a fortuna que o Snoop Dog pagou para se roçar na Nicole.
O que vende o João Pedro Pais? Não sei! Não é pernas! Não é um rabo musculado e assediável. Não é uma voz decente. Não é certamente um conjunto de letras musicais com sentido. Eu não sei o que vende o João Pedro Pais, mas eu não compro! É música? Não creio! Só se alguém mudou a definição de música enquanto eu me ausentei.
Patrocínio: telenovelas fatelas
O que vende a Kylie Minogue? Muita coisa! A Kylie Minogue vende rabos protuberantes, beiços revistos e aumentados e a ideia de que uma mulher praticamente com 1.50 m pode ser um símbolo sexual (OK, de saltos altos!). Vende ainda a ideia de que se pode fazer um upgrade de uma parolona loura com cabelo aos caracóis parecida com a Luciana Abreu pré-silicone a cantar “I should be so lucky” para uma boazona a roçar-se em vários bailarinos e no gajo que cantou “suicide blonde” (eu não digo que ando senil? Falha-me o nome dele). Não creio que tenha sido ela a dar o mote para o gesto (o suicídio), mesmo porque acho que ele na altura namorava coma Helena Christensen (o que ainda tornaria o gesto mais estranho e disparatado, se isso fosse de todo possível).
Patrocínio: várias sapatarias. Atendendo à contenção na quantidade de tecido dos calções, a indústria têxtil devia andar em crise na altura do vídeo apresentado acima.
O que vende o Ricardo Azevedo? A desilusão de saber que um homem morenaço de olhos de gato também pode ser um parolo a dar-se aos ares de Elvis. O Ricardo é músico? Não, meus filhos: é vendedor de telemóveis (embora tenha desfeito a sociedade, que reabriu com nova gerência) e mediador imobiliário! Pior que isso, não fica bem de calças brancas! Ora eu não discuto opções de carreira de homens que fiquem bem de calças brancas, mas o Ricardo não fica bem de calças brancas (muito menos em cima de um autocarro cor de rosa). Música? Mmmmm... para quê?
Patrocínio: TMN, Millenium, ILGA Portugal
O que vende a Carla Bruni? Aha! A Carla Bruni é a verdadeira vendedora! Depois do anúncio ao novo Lância Muse, o BES anda atrás dela para a nova publicidade ao test price. Mas o Sarkozy apanhou-a primeiro, fez um test drive, fechou negócio, pagou a pronto e respondeu com a pontuação máxima a tudo na satisfação ao cliente. A carreira da moça passou ainda pela moda, o que não deixa de ser extraordinário para uma tábua de passar a ferro com a boca mais feia da história da moda. Onde está a música? Bem, eu não sei o que é que ela canta ao ouvido do Sarko... nem quero saber!
Patrocínio: Lância, presidência francesa
O que vende o Paulo Gonzo? Mmmm... não sei! Mas se ele vier vender à minha porta eu não compro! Aliás: não vou estar nesse dia! Dada a concorrência, o Ricardo Azevedo até fica bem de calças brancas. Mais que não seja por não ter piercings que lhe ficam mais que mal.
Patrocínio: nenhum, por falta de interesse.
O que vendem as Spice Girls?
A ideia de que 4 gajas que não sabem cantar “parabéns a você” numa festa de putos podem ter uma carreira musical muito lucrativa, desde que devidamente promovidas. Essa ideia infelizmente pegou e elas nem sequer foram as originais (nem as últimas). Afinal, quatro vozes menos que fraquinhas, mas todas juntas, fazem monte (e alguma edição de som ajuda). Saber que não ler livros poderia ser um item importante no currículo de uma esposa de um futebolista galáctico (eu já estava desconfiada, para falar verdade) e com voz de menina. Que não se pode ser demasiado rica nem demasiado magra (um conceito já conhecido vindo mais ou menos de Inglaterra) nem demasiado parva (um conceito que começa a vingar). Saber que muito dinheiro não compra bom gosto a vestir, nem que se queira muito.
Patrocínio: Uma qualquer editora discográfica, LA Galaxy, fabricantes de sapatos de plataforma, lojas de roupas usadas
O que venderam os ABBA? O kitsh! O festival eurovisão da canção. Mas convenhamos: a música ainda hoje é muito aceitável.
Patrocínio: a costureira experimental deles, Madonna
E podia continuar por aqui adiante! Como vês, Ludwig, o produto de nenhuma destas criaturas é a música. Como isso não se pode inscrever num CD nem trocar em torrentes de bits, não faz grande diferença a pirata... digo... a troca livre de informação. O problema é quando a música é de facto um dos produtos principais! Os mediocres da música não vão desaparecer se os direitos de autor (ou copyright) forem banidos para os infernos. Isto porque pelos vistos o único produto que não se compra (assim, a pagantes!) ultimamente é mesmo música (só se copia). Em contrapartida, para o mercado de pernas, telemóveis, sapatos e outros que tais .... preveem-se dias animados e de alta no mercado. Porque isso o pessoal compra!
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
Ponto da situação em relação ao rabo do Herr Krippmeister
Podem ver as pranchas ordenadas por número de votos aqui (escolham "order by" position). Neste momento a prancha X-Black está em 15ª, com 967 pontos e a X-White em 19ª com 838 votos. Ou seja, o pessoal é racista, mas vai tendo bom gosto. O primeiro classificado tem estranhamente menos pontos agora que quando iniciei esta manobra de marketing agressivo e nem é o mesmo. Isto parece desafiar a lógica, mas quer-me parecer que terá que ver com batota.
O Herr Krippmeister merece ter a prancha dele em primeiro lugar, ou pelo menos nos primeiros 5. Isto porque uma visita rápida ao blogue dele (que não recomendo: recomendo uma visita demorada) demonstra como é um grande artista (tanto a desenhar como a escrever) e porque é que tem dores no pulso: é de escrever e desenhar muito, motivos pelos quais merece ser reconhecido. E este desenho fala: fala da expressividade dele com palavras e com bonecos e de como é bom designer. E que (correndo o risco de me repetir) merece ser reconhecido. Mais que não seja pelos amigos, o que já está a acontecer.
Vá lá, pleeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeas! Votem no boneco do moço! As outras pranchas não são tão boas. É difícil arranjar mais cerca de 500 votos em 2 dias, mas não é impossível.
Prometo que se o Herr Krippmeister ficas nos 5 primeiros coloco aqui uma fotografia do rabo dele*! E olhem que ele é um bom naco de carne!
Mais marketing agressivo no KTreta, Joaninha e Free inspiration.
*Para evitar confusões, é favor ver a credibilidade que esta promessa tem, lendo o post anterior.
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008
Como reconhecer um grande talento, fazer um menino feliz, promover o design e snowboard nacionais e ainda ganhar uma voltinha num Suzuki Grand Vitara
Era uma vez um menino com muito jeitinho para escrever, desenhar e snowboard. O verdadeiro artista!
Além disso tem bom gosto porque lê o meu blogue e manda umas bocas de vez em quando. Tenho-o como bom amigo. E os bons amigos ajudam-se, está bom de ver!
O Bruno precisa de um empurrãozinho: submeteu um desenho para a Burton Freeride Design Competition (podem encontrar aqui o desenho e aqui em abaixo) e precisa do maior número possível de pontos para ficar nos 5 primeiros lugares desta eliminatória e ir competir com outros para ganhar esta prancha de Snowboard e um Suzuki Grand Vitara. O mais votado está em 2147 votos (um voto pode ir de 1 a 10 pontos), pelo que para o ultrapassar precisaria de 200 e tal votos de 10 pontos. Não é fácil, mas não é impossível (mas ele só precisa de ficar nos 5 primeiros)!
Digo eu que o boneco do Bruno (aka Herr Krippmeister) é, além de um boneco bem conseguido, uma expressão gráfica do que ele põem em palavras tão bem: o boneco é a radiografia de um surfista com o osso do braço partido. Com os dedos a dizer "radical", que isto não é um ossito partido que impede um gajo de continuar a surfar! Ora quem gosta, gosta e o Bruno gosta mesmo. De desenhar e de snowboard e é um grande talento nos dois.
Bute lá registar no site (aqui) para poder votar quando o boneco do Bruno estiver disponível (o dia limite para votar é dia 28, que é muito próximo!). A galeria completa está aqui, para poderem analisar a competição. Tendo uns quantos giros, convenhamos que aqui o Herr Krippmeister tem muito jeitinho e merece um lugar ao sol!
Para não pensarem que isto será completamente altuista, arriscam-se a ganhar uma t-shirt (OK, podia ser outro jipe, mas é melhor que um pontapé nas costas!), conforme se pode ver aqui.
Pela minha parte, quando gosto, gosto! E gosto do Bruno e do talento dele, por isso quero promover o boneco dele.
Podem copiar este post à vontade. Desde que renda mais votos, tá-se bem!
NOTA: O desenho ainda não está disponível para votar! Estou em cima do assunto e darei o site assim que souber.
ACTUALIZAÇÃO: Para votar na preta, aqui; para votar na branca, aqui. Eu já votei nas duas e dei a pontuação máxima.
sexta-feira, 18 de janeiro de 2008
O Jorge Fiel até pode ser má língua, mas é uma moca!
20-1-2008
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Só por inveja vou copiar o post dele na bússola sobre Serralves. É mais que genial! Até tenho medo de ir a Serralves (faz tempo que lá não entro) por ter receio de não conseguir acompanhar a javardice do Jorge Fiel.
A vida é feita de convenções, de datas erigidas em marcos de mudança.
O derrube do muro de Berlim, em 1989, foi eleito como o acontecimento que marca o fim do sonho (e consequentes pesadelos) da Revolução Russa de 1917.
O assassinato do arquiduque Francisco Fernando, em Sarajevo, é aceite como a causa próxima da II Guerra Mundial.
Para facilitar as coisas, vamos assumir que o urinol industrial que Marcel Duchamp autografou e transformou em obra de arte é acto fundador do triunfo da arte «ready made», popularizado pelas caixas Brillo e as latas de sopa de tomate Campbell de Andy Warhol.
A exposição de Rauschenberg, em Serralves, mostra-nos os passos seguintes da viagem da arte que libertou o objecto encontrado de Duchamp.
Corda, cordel, pedras, pneus, caixas, tecidos, bicicletas, areia, tinta fluorescente, garrafões de vida, baldes metálicos e varapaus são a matéria prima dos 65 trabalhos expostos que transformam as belas salas de Serralves em praias juncadas pelos despojos de um naufrágio trazidos pelas marés.
Com a sua competência e conhecimento, João Fernandes, director do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, explica-nos que «a obra de Rauschenberg adquiriu uma importância fundamental na desconstrução do ensimesmamento e da autonomia com que o expressionismo abstracto do pós guerra tinham isolado a arte e a vida».
De tudo isto se conclui que vale a pena ir a Serralves para se ser surpreendido por Rauschenberg, mas que, na minha opinião, não se deve elevar muito a fasquia das expectativas.
José Manuel dos Santos (JMS), no Expresso, conclui a sua recensão critica da «Em Viagem 70-76» com uma frase sonora, muito bonita e extremamente bem acabada: «Afinal, que é o Mundo senão a imagem desfigurada (e disforme) de si mesmo? É isto que esta exposição nos diz na sua violenta sinceridade».
Quem sou eu para contrariar JMS ? Não estou em condições de negar que o Mundo seja afinal uma imagem disfugurada e disforme de si próprio. E longe de mim contestar «a violenta sinceridade» da exposição.
Apenas tenha a confessar, que por minha única e exclusiva responsabilidade da minha fraca utensilagem intelectual, a exposição não me disse a mim o mesmo que disse a JMS.
Lamento isso. E lamento também que não tenha visto nos 65 trabalhos de Rauschenberg, naquelas cordas, cordéis, pedras, pneus, caixas, tecidos, bicicletas, areias, tinta fluorescente, baldes metálicos, garrafões de vidro e varapaus, «a exactidão do olhar que se materializa, a pureza do gesto que cai, a certeza da ideia que morre, o ímpeto do avanço que recua, a simultaneidade do instante e da sua fuga». (1)
A exposição de Rauschenberg é importante para percebermos o percurso das vanguardas artísticas, o que não quer dizer que gostemos do caminho que elas estão a trilhar. Não é uma exposição fácil, sexy ou atractiva aos olhos do grande público.
Chegado a este ponto, confesso que estou a usar Rauschenberg para expressar o meu sentimento de que a linha geral da programação de Serralves talvez precise de uma pequena correcção na sua rota.
Serralves disputa taco a taco com os Coches o titulo de mais visitado dos museus portugueses, mas é, sem sombra de dúvida, o museu mais visitados por portugueses.
São portugueses cerca de 95% dos visitantes que no ano passado demandaram Serralves, enquanto que são estrangeiras mais de 40% das pessoas que vão ao Museu dos Coches.
Serralves é não só um dos principais imãs de atracção de turismo interno à nossa cidade, como ainda é a par do FC Porto, da Casa da Música e do Vinho do Porto, uma das principais e vigorosas componentes do carácter da marca Porto.
Tem, por isso, uma enorme responsabilidade.
A oferta de museus do Porto assenta em dois pilares (Serralves e Soares dos Reis) complementados por uma gama razoavelmente variada de pequenas instituições, como o Museu Romântico.
O Soares dos Reis tem uma colecção interessante, onde convivem pintura naturalista, ourivesaria e escultura, mas que temporalmente fica às portas do século XX.
Serralves foi baptizado Museu de Arte Contemporânea, uma razão social que é muito traiçoeira.
Eu comprei o LP dos Velvet Underground com a capa da banana desenhado por Andy Warhol e sou contemporâneo de Picasso, Vieira da Silva e Magritte. O meu filho João não é contemporâneo de nenhum destes quatro artistas. Os meus tios são contemporâneos do Amadeu e eu não.
Apesar do âmbito cronológico da palavra contemporânea ser móvel, parece-me claro que Serralves o deve interpretar num sentido largo, deixando flutuar até ao pós II Guerra Mundial. Mesmo assim deixa a oferta museológica do Porto com o flanco desguarnecido no rico período da primeira metade do século passado.
Uma vista de olhos pelo «top five» das mais exposições mais vistas no nosso país, permite uma outra reflexão.
1. Paula Rego, 157 mil visitantes, Serralves 2004
2. In the Rough, Imagens da Natureza através dos Tempos na Colecção Boijmans 130 mil visitantes, Serralves 2001
3. Francis Bacon, 101 mil visitantes, Serralves , 2003
4. Amadeo, 100 mil visitantes, Gulbenkian, 2006
5. Andy Warhol, 75 mil, Serralves 2000
Vai para quatro anos que Serralves não alberga uma exposição campeã de bilheteira. Ora a capacidade de atracção turística do Porto precisa dessas exposições «mainstream». Talvez por isso, a linha geral da programação de Serralves careça de uma pequena correcção de rota.
Devemos estar satisfeitos com os 350 mil visitantes que Serralves atraiu em 2007. Mas não podemos perder de vista os 250 mil visitantes que a colecção Berardo recebeu no segundo semestre do ano passado.
A oferta de Serralves tem de combinar Rauschenberg com pelo menos uma exposição anual de grande público.
Jorge Fiel
http://www.lavandaria.blogs.sapo.pt/
………………………………….
(1) Não sei porquê, mas quando li este parágrafo da magnifica crónica de JMS fui assaltado pela seguinte interrogação: será disparatado submeter os críticos de arte a um controlo anti-doping?"
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
Tenho uma coisa muito importante a dizer!
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai!
sábado, 24 de novembro de 2007
A nudez na arte - parte 2
Ora passemos à análise socio-psicológico-hermenêutica da performance do senhor Kyungwoo Chun... ... ... não vale a pena! Vamos direitos à badalhoquice. Por exemplo, quando ele opta por propor: "Escolhe uma pessoa que não conheças. Sentem-se uma em frente à outra. Apoia a cabeça no ombro direito da pessoa que está à tua frente. Mantenham-se descontraídas durante 15 minutos". Fez ele muito bem!
Ora acontece que a notícia refere só gajas. Há várias hipóteses:
1. Os homens acharam que era extremamente gay andar a deitar a cabecinha no ombrinho de um outro homem;
2. As mulheres presentes não valiam o esforço de descobrir se "a relação com o outro é um apoio ou uma carga". E que tipo de carga... mesmo porque há quem defenda que as cargas são todas iguais, mas há umas cargas que valem mais a pena que outras,
3. As gajas é que acharam que não queriam “cargar” com os homens que tiveram o mau gosto de ir à feira de arte;
4. Definitivamente, feiras (de arte ou outras) são coisas de gaja, e arte não é excepção;
5 - o Kungwoo Chun só aceitou gajas para a performance. O porquê mereceria uma cuidadosa análise, cheia de badalhoquice, mas a melhor explicação é que:
6 . Só apareram fufas nas exposição!
Eu tinha que introduzir fufas em qualquer lado! Quer dizer, introduzir, salvo seja, porque boa parte dos truques das fufas não são introdutórios! Isto só quando eu era adolescente é que o pessoal perguntava “mas o que é que elas fazem”? OK, adolescente é capaz de ser um bocado forçado, porque eu fui muito inocente até muito tarde. Mas isso agora não interessa nada. Mas já apareceu a palavra fufas... faltam as imagens!!!
Vamos assumir que o Kyungwoo Chun tem, como qualquer gajo, pelos vistos, fantasias com fufas. Ora não creio! Aliás, o homem não tem grande categoria para tarado sexual! A fotografia que apresentei no post anterior é só para enganar (e aproveito para dizer que na altura que carreguei a não fotografia não tinha reparado no “bushism”, mas agora é tarde demais).
Se o Kyungwoo Chun tivesse categoria para tarado sexual moderado (em tudo se exige moderação) ou mesmo para artista, teria elaborado a obra com nudez. Porque de vestidos estamos nós todos fartos (e a moda está a virar-se perigosamente para conceitos de anos 80, como algumas combinações horrorosas de calções ou calças com leggings). Por exemplo, esta imagem destas duas cidadãs (uma de cada cor, e numa fotografia a preto e branco) demonstra que a relação com o outro é de apoio para a que é mais baixinha! E que apoio!
Motra ainda que a amizade é mais que o monocromatismo de uma imagem estilizada pela visão de um artista com mais visão que a do Kyungwoo Chun (como se isso fosse difícil). Pode-se deduzir ainda que o autor da fotografia não é um autor mas uma autora, e que todas estas cidadãs têm preferências sexuais por cidadãs do mesmo sexo, e nessa altura entramos no campo do bacanal! Esticando ainda mais a imaginação, podemos deduzir ainda que a fotógrafa terá envergará um fato idêntico ao das duas modelos... e que a seguir foram bebericar cházinho com waffles com chocolate fundido... e toda a gente sabe que o chocolate fundido por vezes se escapa e vai cair teimosamente na roupa... e depois tem que se limpar, senão mancha!
Onde é que eu ia? Ah! Na arte! Há quem não goste do nú integral mas opte pelo minimalismo indumentário. Nessa altura estas duas cidadãs não chegaram ainda a abraçar-se nem a aperceber-se do apoio de uma na outra. Mas têm todo o aspecto de estarem dispostas a receber a carga uma da outra! E que carga! A Milla Jovovitch com ligueiros mais básicos que estes deu cabo de tudo no Resident Evil 3. E olhem que era na secura do deserto!
O cidadão Tom Ford é que as sabe todas, porque apanhou a Keira Knightley e a Scarlett Johansson nestes preparos. Não contente com isso, mandou que lhe tirassem a fotografia e a escarrapachassem na capa da Vanity Fair. Há quem mande MMS para os amigos, mas a capa da Vanity Fair não é para qualquer um. E ainda conseguiu que lhe pagassem para isto e lhe chamassem arte! Claro que eu acho que a Keira Knitley parece um pau de virar tripas, tem um cabelo fraquinho e um sorriso de choca. Em contrapartida os meninos podem argumentar que ela andar sempre com a boca aberta é bom augúrio e que com a luz apagada são todas iguais. E que a Scarlett compensa! E aí já não tenho argumentos! Mesmo porque a Scarlett é espantosa.
Já a imagem seguinte pode significar que o Stanley não tem grande cuidado quando vai ao balneário e o sabonete lhe escorrega! Problema dele, mas não me apanhava nestes preparos (nem na anterior, mas isso não vem ao caso)! Por outro lado, pode ser uma crítica fugaz ao modo de oração muçulmano, mas de certeza que não quis problemas com aqueles cidadãos. E porque, ao contrário do Herr Krippmeister, poucas pessoas são capazes de avaliar pelo rabo a nacionalidade ou religião de cidadãos desprovidos de roupas!
Este post vai longo, pelo que quero aproveitar a ocasião para relembrar a necessidade do diálogo. Ilustro com um suposto monólogo, mas a avaliar pela participação, deve ser mas é uma grande tertúlia! E que tertúlia! Mas o tema ainda não se esgotou: tenho muitas mais imagens e estou a tentar forçar o badalhocómetro para níveis decentes antes de activar o lamechómetro! Ou não (ainda não decidi).
O que é preciso é estupidez natural!
domingo, 19 de agosto de 2007
O conceptualismo da arte na hermenêutica civilizacional das conquistas libertárias das sociedades matriarcais inuit
Para falar verdade, é bem mais impressionante que a exposição de uma tal Luísa Cunha na Casa de Serralves!
No site de Serralves descreve a exposição do seguinte modo:
"Luisa Cunha (Lisboa, 1949) é uma das artistas mais singulares e inovadoras do contexto artístico português. Revelada na década de 90, a sua obra tem-se desenvolvido em diferentes media, como a escultura, o som, a fotografia e o vídeo, mas partindo sempre de enunciados linguísticos.
Esta exposição, exibindo uma parcela considerável da sua obra vem finalmente permitir um confronto do público com as várias vertentes do seu trabalho e com a diversidade dos seus processos criativos, bem como um inédito confronto entre as próprias obras que foram sendo exibidas de modo avulso ao longo dos últimos 15 anos. "
Eu traduzo:
"artistas mais singulares e inovadoras" significa que é tão genial que ninguém (leia-se: eu e a parte da minha família que foi comigo ver a exposição) entende porque é que aquilo é arte. Ora como é tão estranho, deve ser inteligente!
"Revelada na década de 90" não sei o que significa, mas não deve ser importante. Terá tirado a burka?
"diferentes media, como a escultura, o som, a fotografia e o vídeo, mas partindo sempre de enunciados linguísticos"
- a parte de escultura foi muito apreciada pelos meus sobrinhos, que tinham conceptualizado e percepcionado coisas daquelas numa fase muito importante do seu desenvolvimento cognitivo, comportamental e social: a pré-escola!
Logo, os meus sobrinhos são artistas e eu não sabia (pensava que, especialmente o pequenito, era mais para o terrorista). Eu já sou mais javarda: dei por mim a olhar para uma sequência de 3 botões pregados à parede e apreciei muito a profundidade da obra... até me ter apercebido que aquilo era qualquer coisa relacionado com a instalação eléctrica ou para segurar uns fios noutra exposição. Ou seja, os meus sobrinhos são mais espertos que eu, o que eu já desconfiava.
- o som consistia de uns altifalantes (comprados na loja dos 300, digo eu) que diziam baboseiras e nem se ouvia bem. Mas atenção: era a voz da artista! E em americano! Que é para ser chique. Uma das instalações era um desses altifalantes numa folha de jornal que também tinha areia. Não sei o que significava, mas de certeza que era genial e artístico!
- a fotografia. Esta foi genial, tenho que admitir: duas fotos exactamente iguais lado a lado de um cartucho usado de caçaceira! Azul! Da cor do meu saco do IKEA (mas por quem vos é mais sagrado, não me denunciem às Finanças!).
Uma legendada "o objecto procurado e fotografado" e a outra "o objecto encontrado e fotografado". Eu e a minha irmã ainda tentamos brincar às diferenças, mas apercebemo-nos rapidamente ao fim de 20 minutos que aquilo estava viciado: nós somos muito perspicazes!
- o vídeo era uma sala escura com a fulana a dizer umas coisas em inglês que NÃO SE ENTENDIA e a passar duas cenas de 5 segundos cada, num dia de chuva... genial! Se bem que um pouquinho conceptual a mais para os gostos de algumas pessoas com mau feitio e sem a percepção libertadora e inovadora da arte: eu, por exemplo!
Não diz ainda que tinha um radiador a óleo (estava um calor simpático)... fora da casa!!! Não me perguntem porquê!!! E tinha uma outra obra que falou à minha sobrinha com muita saudade: grafismos do número 1 em verde. Ou isso ou a artista estava a tentar que o pessoal acreditasse que os 10 quadros com erva pintada em várias densidades era arte. Não acredito que ela achasse o pessoal parvo, pelo que estou inclinada para os grafismos!
- os enunciados linguísticos não percebi mesmo, mas pode ser que quem escreveu aquilo estivesse a pensar noutra coisa.
O resto do texto acho que fala por si: é mesmo parvoíce! Confronto de quê com o quê?? Ou será que o radiador a óleo estava fora da casa porque se mandou uma boca a um dos altifalantes? Vais daí, os outros que eram pequeninos mas muitos juntaram-se (ver o "Rattatuille"), deram-lhe uma coça, puseram-no a sangrar óleo e ficou fora da Casa de Serralves de castigo! Se foi isso, então retiro o que disse: foi interessante!
Perguntamos à minha pequenina se ela tinha gostado da arte e ela disse que aquilo era um bocado esquisito. Moral da história: a minha pequenina nunca será crítica de arte... uffff, que alívio! Ia ter que deserdá-la, mas assim já não é preciso!
Dito isto, os jardins continuam lidos (obras de arte) e a Casa e o Museu de Serralves são lindos todos os dias várias vezes ao dia, independentemente da quantidade e qualidade de palermices que lá se exponham. A loja do Museu é também um espectáculo. Arriscaria a dizer que tem peças mais giras que muitas expostas. Algumas delas obras de arte em si mesmas, como as malas LA.GA (design nacional, ficam a saber) com vários padrões.
Enquanto via a exposição só pensava:
1. O que diria o Herr Krippmeister disto?
2. Rir-se-ia ele mais alto ou menos que eu?
3. Faria tantas caretas como eu?
... ou será que ele é um artista civilizado e eu é que sou uma selvagem?