quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Das lamechices e outras - parte 1

Indomável, Joaninha e Com Tranquilidade

Isto era para ser 3 comentários, mas estava a ficar comprido e ia ser repetitivo, por isso condensei em 1 único post. Não quer dizer que esteja a ganhar capacidade de síntese, atenção (isso é uma acusação grave!): significa que o assunto em si possivelmente merecia um post para ser desenvolvido.

Os homens têm a mania que as mulheres são complicadas e que nunca sabem o que querem. O que se passa é que eles é que não sabem o que querem e frequentemente dizem o oposto do que querem!

Contudo, os homens têm uma coisa superior a nós... quer dizer, geralmente, porque 33 anos de vida deram-me bagagem para fazer "generalizações mas sem particularizar". Ora bem, isto em português corrente (porque olhando para o que eu escrevi parece não fazer sentido, embora faça) significa que por muitas generalizações que se possam fazer, elas não passam de linhas gerais para ver cada pessoa por aquilo que ela é (ou seja, individualmente) e não servem para enfiar pessoas em caixinhas ao primeiro sinal de que têm características que apontam em determinado sentido! Dito de outra maneira (e isso já tem sido repetido à exaustão), cada pessoa é muita coisa e muitas coisas ao mesmo tempo.

Dizia eu que os homens têm uma coisa superior a nós: sabem chutar para canto! Se uma gaja não lhes dá bola, é porque é uma de muitas coisas: bonita demais, feias demais, nada de especial; gorda demais, magra demais, assim-assim demais; esperta demais, burra que nem um cepo, nada de especial; fria demais, apaixonada demais, nem muito nem pouco, mas muito pelo contrário.

Há limites, como duas avéculas que comentaram no blogue do Luíz Carvalho (no Expresso) os "seios disformes" da Soraia Chaves ou o facto de ser a rapariga perfeitamente desinteressante sem os artifícios de maquilhagem. Reproduzo este último comentário porque é potentíssimo: "Já a vi ao vivo de dia, num dia normal que é quando se deve apreciar a beleza de uma mulher, sem truques de fotografia e maquilhagem. Foi uma desilusão...". Muito se pode dizer a este respeito (chamar avécula ao fulano é a abordagem mais simpática e mais rápida), como por exemplo perguntar-lhe o que é "apreciar a beleza de uma mulher". Isto é muito objectificante!

Dito isto de alguns (Muitos! Muitos mesmo!) homens, não quero ser assim! A maioria das mulheres não quer ser assim! Não quero um objecto: quero um companheiro, um igual, e isso é complicadíssimo de encontrar! Também não quero ser o objecto de ninguém, o que me parece mais que razoável. Mas tudo isto envolve uma componente de sorte demasiado grande: parecendo que não, há duas pessoas envolvidas, sendo que há cerca de 3 biliões de homens e 3 biliões de mulheres no mundo (será que se eu for para a China as minhas probabilidades aumentam?) e cada vez menos homens disponíveis. Além de interessantes e interessados já serem poucos. E mesmo quando tudo parece conjugar-se para funcionar, há sempre uma areiazinha (ou seixo ou calhau mesmo!) a emperrar a porra da engrenagem!

Por tudo isso me parece quase impossível que um companheiro encaixe nas minhas muitas/poucas exigências. Mas estou a expor-me demais e não estou inteiramente confortável com isso. Sobretudo quando online todos os gatos são pardos e eu nem o meu nome dou! Às vezes corro riscos, mas não sei se têm compensado.

Por isso, Joaninha, sou gaja. Sou gaja demais para meu próprio bem e isso não me tem compensado. Mas não sei ser de outra maneira! E não sei se quero. Já há muito que cheguei à conclusão que o sofrimento é a única constante na vida, mas essa constatação também não me tem feito favores nenhuns e em algumas alturas traz só mais sofrimento. E sim, estou a sofrer mesmo muito de momento (lá está: sou sensível demais).

Acrescento só que escrevi tudo isto em "escape livre" e vou carregar em "publicar mensagem" sem ler. É por isso natural que haja partes que não fazem sentido e ideias que ficaram a meio (ou menos) ou que me arrependa de ter escrito partes. Se for o caso, mais tarde nego tudo. Mas agora tinha mesmo que ter isto do coração para fora.

Lamento muito, mas até virar o disco ainda vão ter que aturar com algumas lamechices! É o que a casa gasta!

3 comentários:

Patrícia Grade disse...

Boa! Cheguei primeiro!
Adoro estrear um espaço...
Então vamos lá a isto, para lamechices estou cá eu!
Minha querida Abóbora pequenina... a menina anda com algumas misconceptions (desculpa a tirada anglófona, mas a palavra que me parece mais honesta é esta) acerca do que é lamechice e sensibilidade.
Lamechice para mim é o programa da Fátima Lopes, ou da Julia Pinheiro. Sensibilidade, que é algo completamente diferente, é a menina carregar as suas energias só de olhar para um nascer ou por do sol, ou por ver o desabrochar de uma flor, ou suspirar ao olhar um céu estrelado. Sensibilidade é sentir-se tudo isto porque sim, porque se gosta, por nós próprias e não pelo que os outros vão pensar de nós...
Dito isto tenho a informá-la, minha querida, que encontrar um companheiro seu igual vai concerteza ser de todo impossível. Primeiro porque não há homens iguais às mulheres, nem sequer gays. É de fugir quando eles afirmam que somos suas iguais. Não obrigada! Não quero. Raios me partam se quero ser igual a um homem, e depois? onde ficava a minha capacidade para resolver vários assuntos ao mesmo tempo? É que nem pensar.
Mas uma coisa completamente diferente é encontrar um companheiro que aceite essas diferenças que existem entre os dois... Isso minha linda amiga cor-de-laranja-a-fugir-para-o-amarelo, é muito, mas muito possível.
As feministas têm todas caido no erro de reinvindicar igualdade entre os sexos, mas nós não queremos isso, as mulheres não querem igualdade, porque não somos iguais. Mas de uma coisa não abdico, que o meu companheiro reconheça que há coisas que ele pura e simplesmente não consegue fazer, assim como eu faço com ele!
Depois deste reconhecimento as coisas tornam-se mais fáceis...
Espera... eu disse fáceis? Bem... fáceis não são, mas dá uma pica saltar por cima de todas as diferenças...
Para quem gosta de desafios (como eu e acho que tu também) não há como um relacionamento com alguém completamente diferente!

Krippmeister disse...

Ah... eu trocava o mijar de pé pelos orgasmos múltiplos.

Somos complicados sim senhora. Toda a gente é complicada quando tenta resolver com lógica um problema emocional. O plano emocional é um caos, a lógica não vale de nada. A lógica no discurso emocional é a proverbial batata.

Alguém mais inteligente que eu disse uma vez que: Deus deu duas cabeças aos homens, mas apenas sangue suficiente para pensar com uma de cada vez" e desconfio que é verdade.

Abobrinha disse...

Herr Krippmeister

E eu trocava os orgasmos múltiplos pelo prazo de validade e fertilidade tão curtos! Mas as coisas não são perfeitas nem perto disso, pois não?